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Texto 1A16-I



Há muitas línguas na língua portuguesa. Para dar voz e rosto a culturas e religiosidades tão díspares e distantes, esse idioma passou a existir dentro e fora do seu próprio corpo. Nós, brasileiros, portugueses, angolanos, moçambicanos, caboverdianos, guineenses, santomenses, falamos e somos falados por uma língua que foi moldada para traduzir identidades que são profundamente diversas e plurais.

Vivemos na mesma casa linguística, mas fazemos dela uma habitação cujas paredes são como as margens dos oceanos. São linhas de costa, fluidas, porosas, feitas de areia em vez de cimento. Em cada uma das divisórias dessa comum residência, mora um mesmo modo de habitar o tempo, um mesmo sentimento do mundo (nas palavras do poeta Drummond). Essa língua é feita mais de alma do que de gramática. A língua não é uma ferramenta. É uma entidade viva. Com esse idioma, construímos e trocamos diversas noções do tempo e diferentes relações entre o profano e o sagrado.

Jorge Amado atravessou o oceano num momento em que as colônias portuguesas na África se preparavam para a luta pela independência. Na década de cinquenta do século passado, intelectuais e artistas africanos estavam ocupados em procurar a sua própria identidade individual e coletiva. Nessa altura, era clara a necessidade de rupturas com os modelos europeus. Escritores de Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe procuravam caminhos para uma escrita mais ligada à sua terra e à sua gente. Carecíamos de uma escrita que nos tomasse como não apenas autores de estórias, mas também sujeitos da sua própria história. Precisávamos de uma narrativa que nos escrevesse a nós mesmos.

Muito se especula sobre as semelhanças entre as nações africanas e o Brasil. Essas comparações resultam muitas vezes de simplificações, mistificações e romantizações. Na maior parte das vezes, essas analogias são fundadas em estereótipos que pouco têm a ver com uma realidade que é composta por dinâmicas e complexidades que desconhecemos.

O que é mais africano no Brasil e mais brasileiro na África não é o candomblé, não são as danças nem os tipos físicos das pessoas. O que nos torna tão próximos é o modo como, de um e de outro lado do Atlântico, aprendemos a costurar culturas e criar hibridizações. A presença africana não mora hoje apenas nos descendentes dos escravizados. Essa presença permeia todo o Brasil. Dito de outra maneira: a semelhança não está no pano. Está na costura. Está no costureiro. E esse costureiro é a história. E é a língua que partilhamos. Essa língua é, ao mesmo tempo, linha, pano e mãos tecedeiras.





Mia Couto. As infinitas margens do oceano. In: Panorama da Contribuição do Brasil para a Difusão do Português. Brasília: FUNAG, 2021, p. 421-424 (com adaptações).

Em relação a aspectos textuais e linguísticos do texto 1A16-I, julgue o seguinte item.



Quanto ao gênero textual, o texto deve ser classificado como uma resenha, dada a análise que o autor empreende de obras de outros autores.
  • A: Certo
  • B: Errado

Assinale a alternativa que preencha corretamente as lacunas do parágrafo: "A política de não ___________ dos gastos públicos fez com que __________ as ações sociais ___________________ o crescimento das desigualdades sociais".
  • A: contensão - paralizassem - com que amenizariam
  • B: contensão - paralisasse - que amenizariam
  • C: contenção - paralizassem - as quais amenisariam
  • D: contenção - paralisassem - que amenizariam
  • E: contensão - paralizasse - que amenisaria


Assinale a alternativa que classifica corretamente as palavras "Pátria e Rio Bravo" (l. 07):
  • A: topônimos
  • B: antropônimos
  • C: sinônimos
  • D: antônimos
  • E: parônimos



Na oração "Vale a meritocracia" (l. 26) existe a presença de uma palavra nova formada por dois radicais que apresenta o poder do mérito. Relacione as palavras com os seus significados:


Assinale a alternativa com a seqüência CORRETA:
  • A: 4, 2, 1, 6, 3, 5
  • B: 2, 3, 5, 4, 6, 1
  • C: 3, 5, 2, 1, 4, 6
  • D: 4, 3, 1, 2, 6, 5
  • E: 5, 6, 4, 3, 1, 2


Assinale a alternativa em que todas as palavras estão escritas de forma ERRADA:
  • A: ojeriza, riqueza, pegajento
  • B: veneziana, coalizão, assaz
  • C: asfixia, repuxo, coxia
  • D: flecha, broche, cocheira
  • E: despeza, degladiar, distemção


Assinale a alternativa que apresenta pares de palavras homófonas, homógrafas parônimas de acordo com a seqüência:
  • A: sela/cela, sede (ê)/sede, lustro/lustre
  • B: acidente/incidente, conserto/concerto, olho (ô)/olho
  • C: manga/manga, inapto/inepto, russo/ruço
  • D: paço/passo, lactante/lactente, caçar/cassar
  • E: diferir/deferir, cheque/xeque, canto/canto


Na oração "banco algum estava preocupado em agradar clientes", a palavra em itálico corresponde a:
  • A: um entre dois
  • B: qualquer
  • C: um certo
  • D: determinado
  • E: nenhum


Assinale a alternativa que justifica o uso da forma "porque" no texto: "Era a aurora de um país destemido, porque avançava por sertões ignotos; dinâmico, porque ousara um empreendimento que só em sonho outros ousariam; justo, porque na nova capital as diferenças de classe e de hierarquia se dissolveriam na homogeneidade das superquadras e das vias expressas; e moderno, porque os terrenos baldios daquele naco do Planalto Central seriam preenchidos por uma arquitetura de riscos deslumbrantemente avançados" (L. 4-8).
  • A: É a forma utilizada em interrogativas indiretas.
  • B: Constitui um substantivo, podendo ser precedido do artigo "o".
  • C: Equivale a "pois", que também inicia orações explicativas.
  • D: É uma fusão de preposição com pronome relativo.


A palavra "desimpedido" (L. 30) é grafada com um "s" porque:
 
  • A: só se escreve "s", e não "z", entre duas vogais.
  • B: é formada pelo prefixo "-des", grafado com "s".
  • C: tem um "s" na raiz "-simped".
  • D: é uma forma derivada de impedir.

Assim como "abolição" (L. 3), faz plural em "ões" o substantivo:
  • A: sótão.
  • B: capitão.
  • C: pagão.
  • D: espertalhão.

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