Questões

Filtrar por:

limpar filtros

Foram encontradas 16 questões.
Assunto: Interpretação e Compreensão de Textos Instituição: SERPRO Banca: Faepesul , Enfermeiro - Oncologia , UFU-MG , IF-PE , Asconprev , Quadrix , COMPERVE , URI , Instituto Quadrix , cesgren , FUNCERN , AGIRH , Prefeitura do Rio de Janeiro - RJ , GANZAROLI , COTEC , MPE-GO , FAFIPA , ESAF , Unesc , IGEDUC , ASSCONPP , Questão Inédita , COMVEST , VUNESP , Instituto Tupy , MS Concursos , CESPE/CEBRASPE , Fund. Dom Cintra , Alternative Concursos , Prefeitura Municipal de Arenápolis - Mato Grosso , GS Assessoria e Concursos , CPCON , AV MOREIRA , SELECON , FAPEC , Exército Brasileiro , Unicentro , IMPARH , CONSULPAM , Instituto Unifil , NBS , Fundação CEFETMINAS , IDECAN , Alternative Concursos Ltda , Prefeitura Municipal de Bombinhas - Santa Catarina , GUALIMP , Crescer Consultoria , Avança SP , Simulado FCC , FAU , FACET Concursos , UNIOESTE , INAZ do Pará , Consulplam , INTEGRI Brasil - Assessoria e Consultoria , Nosso Rumo , Fundação Cesgranrio , IDECAN. , AMAUC , Prefeitura Municipal de Garuva- SC , IADES , CS-UFG , Big Advice , Técnico Administrativo - Inglês , FAUEL , FADESP , UniREDENTOR , INEP , Fundação FAFIPA , Consulplan , IOPLAN , NUCEPE , UFES , IDESUL , AMEOSC , Prefeitura Municipal de Picos - PI , IBADE , DAE-Bauru , BIO-RIO , UDESC , FCC , Universidade Federal de Alfenas , Instituto Access , FUNDATEC , CONSULTEC , IPEFAE , ACAFE , Objetiva Concursos LTDA , de , UFMG , IDIB , AMIGA PÚBLICA , Prefeitura Municipal de Santana do Deserto , IBAM , CCV-UFC , UECE CEV , FCM , CETREDE , Universidade Federal de Uberlândia - MG , Instituto Ânima Sociesc , FUNDEP , CONTEMAX , Itame Consultoria e Concursos , ACAPLAM , OMNI Concurso Públicos , décio , UFMT , IESES , ANPAD , Prefeitura Municipal de Seara - Santa Catarina , IBFC , CECIERJ , UEPB , FEPESE , CEV , Universidade Federal do Piauí - UFPI , Instituto AOCP , ACCESS Seleção , PM-MG , FUNDEPES , Copeiro , Legalle Concursos , Décio Terror , UFPEL , IF - GO , AOCP , Prefeitura Municipal de Vitor Meireles - SC , IBGP , Instituto Consulplan , CEPERJ , UERJ , FGV , CEV-URCA , Unoesc , ACEP , Prefeitura de Ipira - SC , Funrio , COPEVE - UFAL , Marinha , Dédalus Concursos & Treinamentos , UFPR , IF MT , Aprender-SC , Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro , IDCAP , Instituto Excelência , CEPS-UFPA , UERJ. , FSPSS , CIESP , UPE , ADVISE , Prefeitura de Lontras - SC , FURB , COPS - UEL , MetroCapital Soluções , EDUCA - Assessoria Educacional Ltda , UFRR , IF TO , Aroeira , PS concursos , UPENET/IAUPE , Instituto IASP , Cesgranrio , UERR , FUMARC , Colégio Pedro II , Aeronáutica , Prefeitura de Santa Bárbara - MG , FUVEST , Coseac , Ministério Público Goiás Cargo: Analista Nível: Superior Dificuldade: Superior Modalidade: Múltipla escolha Ano: 2021
Não estamos opondo máquinas a ecologia, como se as máquinas fossem aquelas coisas que só servem para violentar a Mãe Natureza e violar a harmonia entre o ser humano e a natureza ― uma imagem atribuída à tecnologia desde o fim do século XVIII. Também não estamos seguindo a hipótese de Gaia de que a Terra é um único superorganismo ou uma coletividade de organismos. Em vez disso, gostaria de propor uma reflexão sobre a ecologia das máquinas. Para dar início a essa ecologia das máquinas, precisamos primeiro voltar ao conceito de ecologia. Seu fundamento está na diversidade, já que é apenas com biodiversidade (ou multiespécies que incluam todas as formas de organismos, até mesmo bactérias) que os sistemas ecológicos podem ser conceitualizados. A fim de discutir uma ecologia de máquinas, precisaremos de uma noção diferente e em paralelo com a de biodiversidade ― uma noção a que chamamos tecnodiversidade. A biodiversidade é o correlato da tecnodiversidade, uma vez que sem esta só testemunharemos o desaparecimento de espécies diante de uma racionalidade homogênea. Tomemos como exemplo os pesticidas, que são feitos para matar certa espécie de insetos independentemente de sua localização geográfica, precisamente porque são baseados em análises químicas e biológicas. Sabemos, no entanto, que o uso de um mesmo pesticida pode levar a diversas consequências desastrosas em biomas diferentes. Antes da invenção dessas substâncias, empregavam-se diferentes técnicas para combater os insetos que ameaçavam as colheitas dos produtos agrícolas ― recursos naturais encontrados na região, por exemplo. Ou seja, havia uma tecnodiversidade antes do emprego de pesticidas como solução universal. Os pesticidas aparentam ser mais eficientes a curto prazo, mas hoje é fato bastante consolidado que estávamos o tempo todo olhando para os nossos pés quando pensávamos em um futuro longínquo. Podemos dizer que a tecnodiversidade é, em essência, uma questão de localidade. Localidade não significa necessariamente etnocentrismo ou nacionalismo, mas é aquilo que nos força a repensar o processo de modernização e de globalização e que nos permite refletir sobre a possibilidade de reposicionar as tecnologias modernas.
Yuk Hui. Tecnodiversidade. São Paulo: Ubu Editora, 2020, p. 122-123 (com adaptações).

Considerando as ideias, os sentidos e os aspectos linguísticos do texto CB1A1-I, julgue o item a seguir.

O texto recomenda a infalibilidade dos pesticidas como solução universal para ameaças à produção agrícola.
  • A: Certo.
  • B: Errado.

Sobre a linguagem do poema, nota-se que foi empregada com o objetivo principal de:
  • A: fazer referência a acontecimentos, transmitindo informações acerca do mundo exterior.
  • B: persuadir o leitor, em um forte apelo à sua sensibilidade.
  • C: demonstrar o processo de construção do poema, observando o papel da linguagem e do poeta.
  • D: focalizar os sentimentos do eu lírico, suas sensações, reflexões e opiniões frente ao mundo real.
  • E: estabelecer contato comunicativo entre o emissor da mensagem e o receptor.

Drummond é um dos maiores representantes do movimento modernista brasileiro. Desenhou poeticamente as inquietudes e os dilemas humanos. Tendo em vista os procedimentos de construção do texto literário e as concepções artísticas modernistas, conclui-se que o poema acima:
  • A: representa o modernismo, devido ao tom de ruptura e à utilização de usos linguísticos típicos da oralidade.
  • B: apresenta uma característica importante do gênero lírico, a apresentação objetiva de fatos.
  • C: expressa o ideal de construir uma poesia capaz de despertar a consciência dos adultos e servir de canção de ninar para as crianças.
  • D: critica a inutilidade do poeta e da poesia, sobretudo aquela que não possui tom pomposo.
  • E: apresenta influências românticas, por tratar da individualidade, da saudade da infância.

O Modernismo foi um movimento literário e artístico do início do séc. XX, cujo objetivo era o rompimento com o tradicionalismo, a libertação estética, a experimentação constante. O poema Nova Poética constitui exemplo das propostas modernistas. Não se encontram características do movimento modernista em:
  • A: Provisoriamente não cantaremos o amor/que se refugiou mais abaixo dos subterrâneos/Cantaremos o medo, que esteriliza os abraços/não cantaremos o ódio porque esse não existe.
  • B: O meu nome é Severino, como não tenho outro de pia/Como há muitos Severinos, que é santo de romaria/deram então de me chamar Severino de Maria.
  • C: Ora (direis) ouvir estrelas! Certo/Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto/Que, para ouvi-las, muita vez desperto/E abro as janelas, pálido de espanto.
  • D: Vou-me embora pra Pasárgada/ Lá sou amigo do rei/Lá tenho a mulher que eu quero/Na cama que escolherei.
  • E: Só cabe no poema/o homem sem estômago/a mulher de nuvens/a fruta sem preço/O poema, senhores/não fede/nem cheira.

Poeta do Modernismo, Manuel Bandeira escreveu vários poemas que podem ser considerados “poéticas”, ou seja, eles tratam do “fazer poesia”, ora dizendo para que a poesia serve, ora dizendo como ela deve ser.

Indique a alternativa em que NÃO fragmento de texto com a mesma intenção poética:
  • A: Não faças versos sobre acontecimentos./Não há criação nem morte perante a poesia. (Drummond, À procura da poesia)
  • B: Penetra surdamente no reino das palavras./Lá estão os poemas que esperam ser escritos.(Drummond, À procura da poesia)
  • C: De onde ela vem?! De que matéria bruta/Vem essa luz que sobre as nebulosas. (Augusto do Anjos/ A ideia)
  • D: Não me importa a palavra, esta corriqueira./Quero é o esplêndido caos de onde emerge a sintaxe ( Adélia Prado/ Antes do nome)
  • E: Não sei quantas almas tenho./Cada momento mudei.(Fernando Pessoa/ Não sei quantas almas tenho)

Observando o poema Nova Poética, identifica-se que os fatores que determinam tais funções são:
  • A: Sentimentalismo e intertextualidade com outros autores.
  • B: Uso da 1ª pessoa e estrutura do texto em versos.
  • C: Emoção e sentimentalismo exacerbados na produção do poema.
  • D: Linguagem elaborada e a utilização do código para falar dele mesmo.
  • E: Foco na utilização de um poema para falar, de alguma maneira, sobre produção do texto.

O texto Nova Poética, de Manuel Bandeira, tem a predominância de duas funções da linguagem. Identificam-se as funções na opção:
  • A: metalinguística - referencial.
  • B: conativa - metalinguística.
  • C: poética - conativa.
  • D: emotiva - conativa.
  • E: referencial - fática.

Com base no texto, responda à questão.
                                                                                          Aos estudantes de Medicina
Na coluna de hoje vou resumir-lhes as lições mais importantes que aprendi em 40 anos de atividade clínica.Na verdade, a ideia de reuni-las surgiu semanas atrás quando o diretor Wolf Maia me convidou para fazer uma pequena palestra para atrizes e atores que interpretavam papéis de estudantes de Medicina numa cena da novela das nove. “Haverá uma classe com alunos e nenhuma dramaturgia, diga o que quiser”, propôs ele.Hesitei diante do convite inusitado, mas no fim achei que seria boa oportunidade para dizer aos alunos:

1) Tenham sempre em mente que encontrarão mais dificuldade para receber os cuidados de vocês justamente as pessoas que mais necessitarão deles.O médico deve lutar por condições dignas de trabalho e por remuneração condizente com as exigências do exercício profissional, mas sem esquecer de cobrar da sociedade o acesso universal dos brasileiros ao sistema de saúde.

2) É fundamental ouvir as queixas dos doentes. Sem ouvi-las com atenção, como descobrir o mal que os aflige?Embora as características do atendimento em ambulatórios, hospitais e unidades de saúde criem restrições de tempo, cabe a nós exigirmos para cada consulta a duração mínima que nos permita recolher as informações imprescindíveis. Com a prática vocês verão que ficará mais fácil, porque aprenderão a orientar o interrogatório, especialmente no caso de pessoas prolixas e pouco objetivas. O desconhecimento da história e da evolução da enfermidade é causa de erros graves.

3) Medicina se faz com as mãos. Os exames laboratoriais e as imagens radiológicas ajudam bastante, mas não substituem o exame físico. Esse ensinamento dos tempos de Hipócrates deve ser repetido à exaustão, porque a tendência do ensino nas faculdades tem sido a ênfase nos exames subsidiários em prejuízo da palpação, da ausculta e da observação atenta aos sinais que o corpo emite.Como consequência, cada vez são mais frequentes as queixas de que o médico pediu e analisou os exames e preencheu a prescrição sem chegar perto do doente. Não culpem a falta de tempo nem tenham preguiça, em cinco minutos é possível fazer um exame físico razoável.Tocar o corpo do outro faz parte dos fundamentos de nossa profissão.

4) Procurem colocar-se na pele da pessoa enferma. Quanto mais empatia houver, mais fácil será compreender suas angústias, seus desejos e seu modo de encarar a vida. Não cabe ao médico fazer julgamentos morais, impor soluções nem decidir por ela, mas orientá-la para encontrar o caminho que mais atenda suas necessidades.

5) Medicina é profissão para quem gosta muito. Exige do estudante bem mais do que as outras: são seis anos de graduação, dos quais os dois últimos dedicados ao internato, que não por acaso recebeu esse nome. Depois vem a residência, com três, quatro e até cinco anos de duração. O dia inteiro nos hospitais públicos, os plantões de 24 horas, as jornadas intermináveis.É a única profissão que obriga o trabalhador a cumprir horários que a abolição da escravatura eliminou. Por exemplo, trabalhar o dia inteiro, entrar no plantão noturno e emendar o expediente do dia seguinte; trinta e seis horas sem dormir. Existe outra categoria de profissionais em que essa prática desumana faça parte da rotina?Se o exercício da Medicina já é árduo para os apaixonados por ela, é possível que se torne insuportável para os demais. Se vocês escolheram segui-la apenas em busca de reconhecimento social ou recompensa financeira, estão no caminho errado, existem opções menos sacrificadas e bem mais vantajosas.

6) Medicina é para quem pretende estudar a vida inteira. É para gente curiosa que tem fascínio pelo funcionamento corpo humano e quer aprender como ele reage nas diversas circunstâncias que se apresentam.O médico que não estuda é mais do que irresponsável, coloca em risco a vida alheia.

7) Finalmente, para que foi criada a Medicina? Qual a função desse ofício que resiste à passagem dos séculos?Embora a arte de curar encante os jovens e encha de prazer os mais experientes, não é esse o papel mais importante do médico. É interminável a lista de doenças que não sabemos curar.A finalidade primordial de nossa profissão é aliviar o sofrimento humano.

(Drauzio Varella é médico cancerologista e escritor. Foi um dos pioneiros no tratamento da aids no Brasil. Disponível em https://drauziovarella.uol.com.br/dra uzio/aos-estudantes-de-medicina/)

Há uma passagem do texto que foge à norma gramatical, e cuja correção reescreve o desvio. Assinale a alternativa que corresponde ao desvio e à respectiva correção entre parênteses.
  • A: Procurem colocar-se na pele da pessoa enferma. (se colocar)
  • B: Existe outra categoria de profissionais em que essa prática desumana faça parte da rotina? (que essa prática)
  • C: É para gente curiosa que tem fascínio pelo funcionamento corpo humano e quer aprender como ele reage nas diversas circunstâncias que se apresentam. (reage às diversas circunstâncias)
  • D: Qual a função desse ofício que resiste à passagem dos séculos? (resiste a)
  • E: É interminável a lista de doenças que não sabemos curar. (a qual não sabemos)

Com base no texto, responda à questão.

                                                                                      Aos estudantes de Medicina

Na coluna de hoje vou resumir-lhes as lições mais importantes que aprendi em 40 anos de atividade clínica.Na verdade, a ideia de reuni-las surgiu semanas atrás quando o diretor Wolf Maia me convidou para fazer uma pequena palestra para atrizes e atores que interpretavam papéis de estudantes de Medicina numa cena da novela das nove. “Haverá uma classe com alunos e nenhuma dramaturgia, diga o que quiser”, propôs ele.Hesitei diante do convite inusitado, mas no fim achei que seria boa oportunidade para dizer aos alunos:

1) Tenham sempre em mente que encontrarão mais dificuldade para receber os cuidados de vocês justamente as pessoas que mais necessitarão deles.O médico deve lutar por condições dignas de trabalho e por remuneração condizente com as exigências do exercício profissional, mas sem esquecer de cobrar da sociedade o acesso universal dos brasileiros ao sistema de saúde.

2) É fundamental ouvir as queixas dos doentes. Sem ouvi-las com atenção, como descobrir o mal que os aflige?Embora as características do atendimento em ambulatórios, hospitais e unidades de saúde criem restrições de tempo, cabe a nós exigirmos para cada consulta a duração mínima que nos permita recolher as informações imprescindíveis. Com a prática vocês verão que ficará mais fácil, porque aprenderão a orientar o interrogatório, especialmente no caso de pessoas prolixas e pouco objetivas. O desconhecimento da história e da evolução da enfermidade é causa de erros graves.

3) Medicina se faz com as mãos. Os exames laboratoriais e as imagens radiológicas ajudam bastante, mas não substituem o exame físico. Esse ensinamento dos tempos de Hipócrates deve ser repetido à exaustão, porque a tendência do ensino nas faculdades tem sido a ênfase nos exames subsidiários em prejuízo da palpação, da ausculta e da observação atenta aos sinais que o corpo emite.Como consequência, cada vez são mais frequentes as queixas de que o médico pediu e analisou os exames e preencheu a prescrição sem chegar perto do doente. Não culpem a falta de tempo nem tenham preguiça, em cinco minutos é possível fazer um exame físico razoável.Tocar o corpo do outro faz parte dos fundamentos de nossa profissão.

4) Procurem colocar-se na pele da pessoa enferma. Quanto mais empatia houver, mais fácil será compreender suas angústias, seus desejos e seu modo de encarar a vida. Não cabe ao médico fazer julgamentos morais, impor soluções nem decidir por ela, mas orientá-la para encontrar o caminho que mais atenda suas necessidades.

5) Medicina é profissão para quem gosta muito. Exige do estudante bem mais do que as outras: são seis anos de graduação, dos quais os dois últimos dedicados ao internato, que não por acaso recebeu esse nome. Depois vem a residência, com três, quatro e até cinco anos de duração. O dia inteiro nos hospitais públicos, os plantões de 24 horas, as jornadas intermináveis.É a única profissão que obriga o trabalhador a cumprir horários que a abolição da escravatura eliminou. Por exemplo, trabalhar o dia inteiro, entrar no plantão noturno e emendar o expediente do dia seguinte; trinta e seis horas sem dormir. Existe outra categoria de profissionais em que essa prática desumana faça parte da rotina?Se o exercício da Medicina já é árduo para os apaixonados por ela, é possível que se torne insuportável para os demais. Se vocês escolheram segui-la apenas em busca de reconhecimento social ou recompensa financeira, estão no caminho errado, existem opções menos sacrificadas e bem mais vantajosas.

6) Medicina é para quem pretende estudar a vida inteira. É para gente curiosa que tem fascínio pelo funcionamento corpo humano e quer aprender como ele reage nas diversas circunstâncias que se apresentam.O médico que não estuda é mais do que irresponsável, coloca em risco a vida alheia.

7) Finalmente, para que foi criada a Medicina? Qual a função desse ofício que resiste à passagem dos séculos?Embora a arte de curar encante os jovens e encha de prazer os mais experientes, não é esse o papel mais importante do médico. É interminável a lista de doenças que não sabemos curar.A finalidade primordial de nossa profissão é aliviar o sofrimento humano.

(Drauzio Varella é médico cancerologista e escritor. Foi um dos pioneiros no tratamento da aids no Brasil. Disponível em https://drauziovarella.uol.com.br/dra uzio/aos-estudantes-de-medicina/)

“Esse ensinamento dos tempos de Hipócrates deve ser repetido à exaustão”. Da leitura do fragmento do texto, conclui-se que:
  • A: Deve-se ler os ensinamentos de Hipócrates para compreender o texto.
  • B: Ler os ensinamentos de Hipócrates para valer-se dele.
  • C: É preciso conhecer Hipócrates, nem que seja superficialmente.
  • D: Os ensinamentos de Hipócrates ajudam, mas nem tanto.
  • E: Deve-se ler os ensinamentos de Hipócrates para crescer na vida profissional.

Com base no texto, responda à questão.

                                                                                      Aos estudantes de Medicina

Na coluna de hoje vou resumir-lhes as lições mais importantes que aprendi em 40 anos de atividade clínica.Na verdade, a ideia de reuni-las surgiu semanas atrás quando o diretor Wolf Maia me convidou para fazer uma pequena palestra para atrizes e atores que interpretavam papéis de estudantes de Medicina numa cena da novela das nove. “Haverá uma classe com alunos e nenhuma dramaturgia, diga o que quiser”, propôs ele.Hesitei diante do convite inusitado, mas no fim achei que seria boa oportunidade para dizer aos alunos:

1) Tenham sempre em mente que encontrarão mais dificuldade para receber os cuidados de vocês justamente as pessoas que mais necessitarão deles.O médico deve lutar por condições dignas de trabalho e por remuneração condizente com as exigências do exercício profissional, mas sem esquecer de cobrar da sociedade o acesso universal dos brasileiros ao sistema de saúde.

2) É fundamental ouvir as queixas dos doentes. Sem ouvi-las com atenção, como descobrir o mal que os aflige?Embora as características do atendimento em ambulatórios, hospitais e unidades de saúde criem restrições de tempo, cabe a nós exigirmos para cada consulta a duração mínima que nos permita recolher as informações imprescindíveis. Com a prática vocês verão que ficará mais fácil, porque aprenderão a orientar o interrogatório, especialmente no caso de pessoas prolixas e pouco objetivas. O desconhecimento da história e da evolução da enfermidade é causa de erros graves.

3) Medicina se faz com as mãos. Os exames laboratoriais e as imagens radiológicas ajudam bastante, mas não substituem o exame físico. Esse ensinamento dos tempos de Hipócrates deve ser repetido à exaustão, porque a tendência do ensino nas faculdades tem sido a ênfase nos exames subsidiários em prejuízo da palpação, da ausculta e da observação atenta aos sinais que o corpo emite.Como consequência, cada vez são mais frequentes as queixas de que o médico pediu e analisou os exames e preencheu a prescrição sem chegar perto do doente. Não culpem a falta de tempo nem tenham preguiça, em cinco minutos é possível fazer um exame físico razoável.Tocar o corpo do outro faz parte dos fundamentos de nossa profissão.

4) Procurem colocar-se na pele da pessoa enferma. Quanto mais empatia houver, mais fácil será compreender suas angústias, seus desejos e seu modo de encarar a vida. Não cabe ao médico fazer julgamentos morais, impor soluções nem decidir por ela, mas orientá-la para encontrar o caminho que mais atenda suas necessidades.

5) Medicina é profissão para quem gosta muito. Exige do estudante bem mais do que as outras: são seis anos de graduação, dos quais os dois últimos dedicados ao internato, que não por acaso recebeu esse nome. Depois vem a residência, com três, quatro e até cinco anos de duração. O dia inteiro nos hospitais públicos, os plantões de 24 horas, as jornadas intermináveis.É a única profissão que obriga o trabalhador a cumprir horários que a abolição da escravatura eliminou. Por exemplo, trabalhar o dia inteiro, entrar no plantão noturno e emendar o expediente do dia seguinte; trinta e seis horas sem dormir. Existe outra categoria de profissionais em que essa prática desumana faça parte da rotina?Se o exercício da Medicina já é árduo para os apaixonados por ela, é possível que se torne insuportável para os demais. Se vocês escolheram segui-la apenas em busca de reconhecimento social ou recompensa financeira, estão no caminho errado, existem opções menos sacrificadas e bem mais vantajosas.

6) Medicina é para quem pretende estudar a vida inteira. É para gente curiosa que tem fascínio pelo funcionamento corpo humano e quer aprender como ele reage nas diversas circunstâncias que se apresentam.O médico que não estuda é mais do que irresponsável, coloca em risco a vida alheia.

7) Finalmente, para que foi criada a Medicina? Qual a função desse ofício que resiste à passagem dos séculos?Embora a arte de curar encante os jovens e encha de prazer os mais experientes, não é esse o papel mais importante do médico. É interminável a lista de doenças que não sabemos curar.A finalidade primordial de nossa profissão é aliviar o sofrimento humano.

(Drauzio Varella é médico cancerologista e escritor. Foi um dos pioneiros no tratamento da aids no Brasil. Disponível em https://drauziovarella.uol.com.br/dra uzio/aos-estudantes-de-medicina/)

Usando um conectivo para unir as orações em: “O médico que não estuda é mais do que irresponsável, coloca em risco a vida alheia”, tem-se:
  • A: O médico que não estuda é mais do que irresponsável, embora coloque em risco a vida alheia.
  • B: O médico que não estuda é mais do que irresponsável, todavia coloque em risco a vida alheia.
  • C: O médico que não estuda é mais do que irresponsável, pois coloca em risco a vida alheia.
  • D: O médico que não estuda é mais do que irresponsável, entretanto coloca em risco a vida alheia.
  • E: O médico que não estuda é mais do que irresponsável, ainda que coloque em risco a vida alheia.

Exibindo de 1 até 10 de 16 questões.