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Foram encontradas 641 questões.
1 Acho que fol o Hemingway quem disse que olhava
cada coisa à sua volta como se a visse pela última vez. Pela
última ou pela primeira vez? Pela primeira vez foi outro
4 escritor quem disse. Essa ideia de olhar pela última vez tem
algo de deprimente. Olhar de despedida, de quem não crê
que a vida continua, não admira que o Hemingway tenha
7 acabado como acabou.
Se eu morrer, morre comigo um certo modo de ver,
disse o poeta. Um poeta é só isto: um certo modo de ver.
10 O diabo é que, de tanto ver, a gente banaliza o olhar. Ve
não-vendo. Experimente ver pela primeira vez o que você
vê todo dia, sem ver. Parece fácil, mas não é. O que nos
13 cerca, o que nos é familiar, já não desperta curiosidade.
O campo visual da nossa rotina é como um vazio.
Você sai todo dia, por exemplo, pela mesma porta.
16 Se alguém lhe perguntar o que é que você vê no seu
caminho, você não sabe. De tanto ver, você não về. Sei de
um profissional que passou 32 anos a fio pelo mesmo hall
19 do prédio do seu escritório. Lá estava sempre,
pontualissimo, o mesmo porteiro. Dava-the bom-dia e as
vezes lhe passava um recado ou uma correspondência.
22 Um dia o porteiro cometeu a descortesia de falecer.
Como era ele? Sua cara? Sua voz? Como se vestia?
Não fazia a minima ideia. Em 32 anos, nunca o viu. Para ser
25 notado, o porteiro teve que morrer. Se um dia no seu lugar
estivesse uma girafa, cumprindo o rito, pode ser também
que ninguém desse por sua ausência. O hábito suja os olhos
28 e thes baixa a voltagem. Mas há sempre o que ver. Gente,
coisas, bichos. E vemos? Não, não vemos.
Uma criança ve o que o adulto não vê. Tem olhos
31 atentos e limpos para o espetáculo do mundo. O poeta é
capaz de ver pela primeira vez o que, de fato, ninguém vê.
Há pal que nunca viu o próprio filho. Marido que nunca viu
34 a própria mulher, isso existe às pampas. Nossos olhos se
gastam no dia a dia, opacos. É por al que se instala no
coração o monstro da indiferença.

Otto Lara Renende Vista Cansada. Internet [com adaptações]

Considerando os aspectos linguísticos e as ideias do texto, julgue o item.

A crônica apresentada classifica-se como narrativa.
  • A: Certo
  • B: Errado

1 Acho que fol o Hemingway quem disse que olhava
cada coisa à sua volta como se a visse pela última vez. Pela
última ou pela primeira vez? Pela primeira vez foi outro
4 escritor quem disse. Essa ideia de olhar pela última vez tem
algo de deprimente. Olhar de despedida, de quem não crê
que a vida continua, não admira que o Hemingway tenha
7 acabado como acabou.
Se eu morrer, morre comigo um certo modo de ver,
disse o poeta. Um poeta é só isto: um certo modo de ver.
10 O diabo é que, de tanto ver, a gente banaliza o olhar. Ve
não-vendo. Experimente ver pela primeira vez o que você
vê todo dia, sem ver. Parece fácil, mas não é. O que nos
13 cerca, o que nos é familiar, já não desperta curiosidade.
O campo visual da nossa rotina é como um vazio.
Você sai todo dia, por exemplo, pela mesma porta.
16 Se alguém lhe perguntar o que é que você vê no seu
caminho, você não sabe. De tanto ver, você não về. Sei de
um profissional que passou 32 anos a fio pelo mesmo hall
19 do prédio do seu escritório. Lá estava sempre,
pontualissimo, o mesmo porteiro. Dava-the bom-dia e as
vezes lhe passava um recado ou uma correspondência.
22 Um dia o porteiro cometeu a descortesia de falecer.
Como era ele? Sua cara? Sua voz? Como se vestia?
Não fazia a minima ideia. Em 32 anos, nunca o viu. Para ser
25 notado, o porteiro teve que morrer. Se um dia no seu lugar
estivesse uma girafa, cumprindo o rito, pode ser também
que ninguém desse por sua ausência. O hábito suja os olhos
28 e thes baixa a voltagem. Mas há sempre o que ver. Gente,
coisas, bichos. E vemos? Não, não vemos.
Uma criança ve o que o adulto não vê. Tem olhos
31 atentos e limpos para o espetáculo do mundo. O poeta é
capaz de ver pela primeira vez o que, de fato, ninguém vê.
Há pal que nunca viu o próprio filho. Marido que nunca viu
34 a própria mulher, isso existe às pampas. Nossos olhos se
gastam no dia a dia, opacos. É por al que se instala no
coração o monstro da indiferença.

Otto Lara Renende Vista Cansada. Internet [com adaptações]

Considerando os aspectos linguísticos e as ideias do texto, julgue o item.

Do trecho “Uma criança vê o que o adulto não vê” (linha 30) infere-se que as crianças ainda não apresentam o desgaste do olhar provocado pela rotina.
  • A: Certo
  • B: Errado

1 Acho que fol o Hemingway quem disse que olhava
cada coisa à sua volta como se a visse pela última vez. Pela
última ou pela primeira vez? Pela primeira vez foi outro
4 escritor quem disse. Essa ideia de olhar pela última vez tem
algo de deprimente. Olhar de despedida, de quem não crê
que a vida continua, não admira que o Hemingway tenha
7 acabado como acabou.
Se eu morrer, morre comigo um certo modo de ver,
disse o poeta. Um poeta é só isto: um certo modo de ver.
10 O diabo é que, de tanto ver, a gente banaliza o olhar. Ve
não-vendo. Experimente ver pela primeira vez o que você
vê todo dia, sem ver. Parece fácil, mas não é. O que nos
13 cerca, o que nos é familiar, já não desperta curiosidade.
O campo visual da nossa rotina é como um vazio.
Você sai todo dia, por exemplo, pela mesma porta.
16 Se alguém lhe perguntar o que é que você vê no seu
caminho, você não sabe. De tanto ver, você não về. Sei de
um profissional que passou 32 anos a fio pelo mesmo hall
19 do prédio do seu escritório. Lá estava sempre,
pontualissimo, o mesmo porteiro. Dava-the bom-dia e as
vezes lhe passava um recado ou uma correspondência.
22 Um dia o porteiro cometeu a descortesia de falecer.
Como era ele? Sua cara? Sua voz? Como se vestia?
Não fazia a minima ideia. Em 32 anos, nunca o viu. Para ser
25 notado, o porteiro teve que morrer. Se um dia no seu lugar
estivesse uma girafa, cumprindo o rito, pode ser também
que ninguém desse por sua ausência. O hábito suja os olhos
28 e thes baixa a voltagem. Mas há sempre o que ver. Gente,
coisas, bichos. E vemos? Não, não vemos.
Uma criança ve o que o adulto não vê. Tem olhos
31 atentos e limpos para o espetáculo do mundo. O poeta é
capaz de ver pela primeira vez o que, de fato, ninguém vê.
Há pal que nunca viu o próprio filho. Marido que nunca viu
34 a própria mulher, isso existe às pampas. Nossos olhos se
gastam no dia a dia, opacos. É por al que se instala no
coração o monstro da indiferença.

Otto Lara Renende Vista Cansada. Internet [com adaptações]

Considerando os aspectos linguísticos e as ideias do texto, julgue o item.

O título do texto faz alusão ao fato de que os pessimistas, como Hemingway, acreditam que o olhar das pessoas para as coisas implica sempre uma visão de despedida da vida.
  • A: Certo
  • B: Errado

1 Acho que fol o Hemingway quem disse que olhava
cada coisa à sua volta como se a visse pela última vez. Pela
última ou pela primeira vez? Pela primeira vez foi outro
4 escritor quem disse. Essa ideia de olhar pela última vez tem
algo de deprimente. Olhar de despedida, de quem não crê
que a vida continua, não admira que o Hemingway tenha
7 acabado como acabou.
Se eu morrer, morre comigo um certo modo de ver,
disse o poeta. Um poeta é só isto: um certo modo de ver.
10 O diabo é que, de tanto ver, a gente banaliza o olhar. Ve
não-vendo. Experimente ver pela primeira vez o que você
vê todo dia, sem ver. Parece fácil, mas não é. O que nos
13 cerca, o que nos é familiar, já não desperta curiosidade.
O campo visual da nossa rotina é como um vazio.
Você sai todo dia, por exemplo, pela mesma porta.
16 Se alguém lhe perguntar o que é que você vê no seu
caminho, você não sabe. De tanto ver, você não về. Sei de
um profissional que passou 32 anos a fio pelo mesmo hall
19 do prédio do seu escritório. Lá estava sempre,
pontualissimo, o mesmo porteiro. Dava-the bom-dia e as
vezes lhe passava um recado ou uma correspondência.
22 Um dia o porteiro cometeu a descortesia de falecer.
Como era ele? Sua cara? Sua voz? Como se vestia?
Não fazia a minima ideia. Em 32 anos, nunca o viu. Para ser
25 notado, o porteiro teve que morrer. Se um dia no seu lugar
estivesse uma girafa, cumprindo o rito, pode ser também
que ninguém desse por sua ausência. O hábito suja os olhos
28 e thes baixa a voltagem. Mas há sempre o que ver. Gente,
coisas, bichos. E vemos? Não, não vemos.
Uma criança ve o que o adulto não vê. Tem olhos
31 atentos e limpos para o espetáculo do mundo. O poeta é
capaz de ver pela primeira vez o que, de fato, ninguém vê.
Há pal que nunca viu o próprio filho. Marido que nunca viu
34 a própria mulher, isso existe às pampas. Nossos olhos se
gastam no dia a dia, opacos. É por al que se instala no
coração o monstro da indiferença.

Otto Lara Renende Vista Cansada. Internet [com adaptações]

Considerando os aspectos linguísticos e as ideias do texto, julgue o item.

Segundo o autor, olhar com um olhar de despedida é a melhor forma de ver.
  • A: Certo
  • B: Errado

1 Acho que fol o Hemingway quem disse que olhava
cada coisa à sua volta como se a visse pela última vez. Pela
última ou pela primeira vez? Pela primeira vez foi outro
4 escritor quem disse. Essa ideia de olhar pela última vez tem
algo de deprimente. Olhar de despedida, de quem não crê
que a vida continua, não admira que o Hemingway tenha
7 acabado como acabou.
Se eu morrer, morre comigo um certo modo de ver,
disse o poeta. Um poeta é só isto: um certo modo de ver.
10 O diabo é que, de tanto ver, a gente banaliza o olhar. Ve
não-vendo. Experimente ver pela primeira vez o que você
vê todo dia, sem ver. Parece fácil, mas não é. O que nos
13 cerca, o que nos é familiar, já não desperta curiosidade.
O campo visual da nossa rotina é como um vazio.
Você sai todo dia, por exemplo, pela mesma porta.
16 Se alguém lhe perguntar o que é que você vê no seu
caminho, você não sabe. De tanto ver, você não về. Sei de
um profissional que passou 32 anos a fio pelo mesmo hall
19 do prédio do seu escritório. Lá estava sempre,
pontualissimo, o mesmo porteiro. Dava-the bom-dia e as
vezes lhe passava um recado ou uma correspondência.
22 Um dia o porteiro cometeu a descortesia de falecer.
Como era ele? Sua cara? Sua voz? Como se vestia?
Não fazia a minima ideia. Em 32 anos, nunca o viu. Para ser
25 notado, o porteiro teve que morrer. Se um dia no seu lugar
estivesse uma girafa, cumprindo o rito, pode ser também
que ninguém desse por sua ausência. O hábito suja os olhos
28 e thes baixa a voltagem. Mas há sempre o que ver. Gente,
coisas, bichos. E vemos? Não, não vemos.
Uma criança ve o que o adulto não vê. Tem olhos
31 atentos e limpos para o espetáculo do mundo. O poeta é
capaz de ver pela primeira vez o que, de fato, ninguém vê.
Há pal que nunca viu o próprio filho. Marido que nunca viu
34 a própria mulher, isso existe às pampas. Nossos olhos se
gastam no dia a dia, opacos. É por al que se instala no
coração o monstro da indiferença.

Otto Lara Renende Vista Cansada. Internet [com adaptações]

Considerando os aspectos linguísticos e as ideias do texto, julgue o item.

À linha 2, o pronome “a” retoma “cada coisa”.
  • A: Certo
  • B: Errado

1 Acho que fol o Hemingway quem disse que olhava
cada coisa à sua volta como se a visse pela última vez. Pela
última ou pela primeira vez? Pela primeira vez foi outro
4 escritor quem disse. Essa ideia de olhar pela última vez tem
algo de deprimente. Olhar de despedida, de quem não crê
que a vida continua, não admira que o Hemingway tenha
7 acabado como acabou.
Se eu morrer, morre comigo um certo modo de ver,
disse o poeta. Um poeta é só isto: um certo modo de ver.
10 O diabo é que, de tanto ver, a gente banaliza o olhar. Ve
não-vendo. Experimente ver pela primeira vez o que você
vê todo dia, sem ver. Parece fácil, mas não é. O que nos
13 cerca, o que nos é familiar, já não desperta curiosidade.
O campo visual da nossa rotina é como um vazio.
Você sai todo dia, por exemplo, pela mesma porta.
16 Se alguém lhe perguntar o que é que você vê no seu
caminho, você não sabe. De tanto ver, você não về. Sei de
um profissional que passou 32 anos a fio pelo mesmo hall
19 do prédio do seu escritório. Lá estava sempre,
pontualissimo, o mesmo porteiro. Dava-the bom-dia e as
vezes lhe passava um recado ou uma correspondência.
22 Um dia o porteiro cometeu a descortesia de falecer.
Como era ele? Sua cara? Sua voz? Como se vestia?
Não fazia a minima ideia. Em 32 anos, nunca o viu. Para ser
25 notado, o porteiro teve que morrer. Se um dia no seu lugar
estivesse uma girafa, cumprindo o rito, pode ser também
que ninguém desse por sua ausência. O hábito suja os olhos
28 e thes baixa a voltagem. Mas há sempre o que ver. Gente,
coisas, bichos. E vemos? Não, não vemos.
Uma criança ve o que o adulto não vê. Tem olhos
31 atentos e limpos para o espetáculo do mundo. O poeta é
capaz de ver pela primeira vez o que, de fato, ninguém vê.
Há pal que nunca viu o próprio filho. Marido que nunca viu
34 a própria mulher, isso existe às pampas. Nossos olhos se
gastam no dia a dia, opacos. É por al que se instala no
coração o monstro da indiferença.

Otto Lara Renende Vista Cansada. Internet [com adaptações]

Considerando os aspectos linguísticos e as ideias do texto, julgue o item.

Na linha 8, a relação estabelecida entre as orações é condicional.
  • A: Certo
  • B: Errado

1 Acho que fol o Hemingway quem disse que olhava
cada coisa à sua volta como se a visse pela última vez. Pela
última ou pela primeira vez? Pela primeira vez foi outro
4 escritor quem disse. Essa ideia de olhar pela última vez tem
algo de deprimente. Olhar de despedida, de quem não crê
que a vida continua, não admira que o Hemingway tenha
7 acabado como acabou.
Se eu morrer, morre comigo um certo modo de ver,
disse o poeta. Um poeta é só isto: um certo modo de ver.
10 O diabo é que, de tanto ver, a gente banaliza o olhar. Ve
não-vendo. Experimente ver pela primeira vez o que você
vê todo dia, sem ver. Parece fácil, mas não é. O que nos
13 cerca, o que nos é familiar, já não desperta curiosidade.
O campo visual da nossa rotina é como um vazio.
Você sai todo dia, por exemplo, pela mesma porta.
16 Se alguém lhe perguntar o que é que você vê no seu
caminho, você não sabe. De tanto ver, você não về. Sei de
um profissional que passou 32 anos a fio pelo mesmo hall
19 do prédio do seu escritório. Lá estava sempre,
pontualissimo, o mesmo porteiro. Dava-the bom-dia e as
vezes lhe passava um recado ou uma correspondência.
22 Um dia o porteiro cometeu a descortesia de falecer.
Como era ele? Sua cara? Sua voz? Como se vestia?
Não fazia a minima ideia. Em 32 anos, nunca o viu. Para ser
25 notado, o porteiro teve que morrer. Se um dia no seu lugar
estivesse uma girafa, cumprindo o rito, pode ser também
que ninguém desse por sua ausência. O hábito suja os olhos
28 e thes baixa a voltagem. Mas há sempre o que ver. Gente,
coisas, bichos. E vemos? Não, não vemos.
Uma criança ve o que o adulto não vê. Tem olhos
31 atentos e limpos para o espetáculo do mundo. O poeta é
capaz de ver pela primeira vez o que, de fato, ninguém vê.
Há pal que nunca viu o próprio filho. Marido que nunca viu
34 a própria mulher, isso existe às pampas. Nossos olhos se
gastam no dia a dia, opacos. É por al que se instala no
coração o monstro da indiferença.

Otto Lara Renende Vista Cansada. Internet [com adaptações]

Considerando os aspectos linguísticos e as ideias do texto, julgue o item.

O vocábulo “já” (linha 13) classifica-se como advérbio e expressa, na oração em que está empregado, circunstância de tempo.
  • A: Certo
  • B: Errado

1 Acho que fol o Hemingway quem disse que olhava
cada coisa à sua volta como se a visse pela última vez. Pela
última ou pela primeira vez? Pela primeira vez foi outro
4 escritor quem disse. Essa ideia de olhar pela última vez tem
algo de deprimente. Olhar de despedida, de quem não crê
que a vida continua, não admira que o Hemingway tenha
7 acabado como acabou.
Se eu morrer, morre comigo um certo modo de ver,
disse o poeta. Um poeta é só isto: um certo modo de ver.
10 O diabo é que, de tanto ver, a gente banaliza o olhar. Ve
não-vendo. Experimente ver pela primeira vez o que você
vê todo dia, sem ver. Parece fácil, mas não é. O que nos
13 cerca, o que nos é familiar, já não desperta curiosidade.
O campo visual da nossa rotina é como um vazio.
Você sai todo dia, por exemplo, pela mesma porta.
16 Se alguém lhe perguntar o que é que você vê no seu
caminho, você não sabe. De tanto ver, você não về. Sei de
um profissional que passou 32 anos a fio pelo mesmo hall
19 do prédio do seu escritório. Lá estava sempre,
pontualissimo, o mesmo porteiro. Dava-the bom-dia e as
vezes lhe passava um recado ou uma correspondência.
22 Um dia o porteiro cometeu a descortesia de falecer.
Como era ele? Sua cara? Sua voz? Como se vestia?
Não fazia a minima ideia. Em 32 anos, nunca o viu. Para ser
25 notado, o porteiro teve que morrer. Se um dia no seu lugar
estivesse uma girafa, cumprindo o rito, pode ser também
que ninguém desse por sua ausência. O hábito suja os olhos
28 e thes baixa a voltagem. Mas há sempre o que ver. Gente,
coisas, bichos. E vemos? Não, não vemos.
Uma criança ve o que o adulto não vê. Tem olhos
31 atentos e limpos para o espetáculo do mundo. O poeta é
capaz de ver pela primeira vez o que, de fato, ninguém vê.
Há pal que nunca viu o próprio filho. Marido que nunca viu
34 a própria mulher, isso existe às pampas. Nossos olhos se
gastam no dia a dia, opacos. É por al que se instala no
coração o monstro da indiferença.

Otto Lara Renende Vista Cansada. Internet [com adaptações]

Considerando os aspectos linguísticos e as ideias do texto, julgue o item.

Na linha 14, o vocábulo “um” desempenha a função de numeral.
  • A: Certo
  • B: Errado

1 Acho que fol o Hemingway quem disse que olhava
cada coisa à sua volta como se a visse pela última vez. Pela
última ou pela primeira vez? Pela primeira vez foi outro
4 escritor quem disse. Essa ideia de olhar pela última vez tem
algo de deprimente. Olhar de despedida, de quem não crê
que a vida continua, não admira que o Hemingway tenha
7 acabado como acabou.
Se eu morrer, morre comigo um certo modo de ver,
disse o poeta. Um poeta é só isto: um certo modo de ver.
10 O diabo é que, de tanto ver, a gente banaliza o olhar. Ve
não-vendo. Experimente ver pela primeira vez o que você
vê todo dia, sem ver. Parece fácil, mas não é. O que nos
13 cerca, o que nos é familiar, já não desperta curiosidade.
O campo visual da nossa rotina é como um vazio.
Você sai todo dia, por exemplo, pela mesma porta.
16 Se alguém lhe perguntar o que é que você vê no seu
caminho, você não sabe. De tanto ver, você não về. Sei de
um profissional que passou 32 anos a fio pelo mesmo hall
19 do prédio do seu escritório. Lá estava sempre,
pontualissimo, o mesmo porteiro. Dava-the bom-dia e as
vezes lhe passava um recado ou uma correspondência.
22 Um dia o porteiro cometeu a descortesia de falecer.
Como era ele? Sua cara? Sua voz? Como se vestia?
Não fazia a minima ideia. Em 32 anos, nunca o viu. Para ser
25 notado, o porteiro teve que morrer. Se um dia no seu lugar
estivesse uma girafa, cumprindo o rito, pode ser também
que ninguém desse por sua ausência. O hábito suja os olhos
28 e thes baixa a voltagem. Mas há sempre o que ver. Gente,
coisas, bichos. E vemos? Não, não vemos.
Uma criança ve o que o adulto não vê. Tem olhos
31 atentos e limpos para o espetáculo do mundo. O poeta é
capaz de ver pela primeira vez o que, de fato, ninguém vê.
Há pal que nunca viu o próprio filho. Marido que nunca viu
34 a própria mulher, isso existe às pampas. Nossos olhos se
gastam no dia a dia, opacos. É por al que se instala no
coração o monstro da indiferença.

Otto Lara Renende Vista Cansada. Internet [com adaptações]

Considerando os aspectos linguísticos e as ideias do texto, julgue o item.

Estariam mantidas a correção gramatical e a coerência do texto caso o ponto final empregado após o termo “porta” (linha 15) fosse substituído pelo sinal de ponto e vírgula, feito o devido ajuste de letras maiúsculas e minúsculas no período.
  • A: Certo
  • B: Errado

1 Acho que fol o Hemingway quem disse que olhava
cada coisa à sua volta como se a visse pela última vez. Pela
última ou pela primeira vez? Pela primeira vez foi outro
4 escritor quem disse. Essa ideia de olhar pela última vez tem
algo de deprimente. Olhar de despedida, de quem não crê
que a vida continua, não admira que o Hemingway tenha
7 acabado como acabou.
Se eu morrer, morre comigo um certo modo de ver,
disse o poeta. Um poeta é só isto: um certo modo de ver.
10 O diabo é que, de tanto ver, a gente banaliza o olhar. Ve
não-vendo. Experimente ver pela primeira vez o que você
vê todo dia, sem ver. Parece fácil, mas não é. O que nos
13 cerca, o que nos é familiar, já não desperta curiosidade.
O campo visual da nossa rotina é como um vazio.
Você sai todo dia, por exemplo, pela mesma porta.
16 Se alguém lhe perguntar o que é que você vê no seu
caminho, você não sabe. De tanto ver, você não về. Sei de
um profissional que passou 32 anos a fio pelo mesmo hall
19 do prédio do seu escritório. Lá estava sempre,
pontualissimo, o mesmo porteiro. Dava-the bom-dia e as
vezes lhe passava um recado ou uma correspondência.
22 Um dia o porteiro cometeu a descortesia de falecer.
Como era ele? Sua cara? Sua voz? Como se vestia?
Não fazia a minima ideia. Em 32 anos, nunca o viu. Para ser
25 notado, o porteiro teve que morrer. Se um dia no seu lugar
estivesse uma girafa, cumprindo o rito, pode ser também
que ninguém desse por sua ausência. O hábito suja os olhos
28 e thes baixa a voltagem. Mas há sempre o que ver. Gente,
coisas, bichos. E vemos? Não, não vemos.
Uma criança ve o que o adulto não vê. Tem olhos
31 atentos e limpos para o espetáculo do mundo. O poeta é
capaz de ver pela primeira vez o que, de fato, ninguém vê.
Há pal que nunca viu o próprio filho. Marido que nunca viu
34 a própria mulher, isso existe às pampas. Nossos olhos se
gastam no dia a dia, opacos. É por al que se instala no
coração o monstro da indiferença.

Otto Lara Renende Vista Cansada. Internet [com adaptações]

Considerando os aspectos linguísticos e as ideias do texto, julgue o item.

O sujeito da oração iniciada por “Sei de um profissional que” (linhas 17 e 18) é indeterminado.
  • A: Certo
  • B: Errado

Exibindo de 1 até 10 de 641 questões.