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Foram encontradas 642 questões.
Assunto: Interpretação e Compreensão de Textos Instituição: SERPRO Banca: UECE CEV , ADVISE , Unoesc , Crescer Consultoria , MPE-GO , IBADE , FACET Concursos , IGEDUC , FCC , OMNI Concurso Públicos , Aroeira , Instituto Tupy , FUNDATEC , Prefeitura Municipal de Seara - Santa Catarina , Cesgranrio , UFPR , Consulplam , UEPB , Aeronáutica , UPE , CS-UFG , IBAM , FADESP , IMPARH , FCM , PM-MG , Asconprev , Instituto Unifil , FUNDEP , Prefeitura Municipal de Vitor Meireles - SC , cesgren , UFRR , Consulplan , IBFC , UERJ , AGIRH , UPENET/IAUPE , DAE-Bauru , IDECAN , INAZ do Pará , FEPESE , Prefeitura de Ipira - SC , ASSCONPP , INTEGRI Brasil - Assessoria e Consultoria , FUNDEPES , Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro , CESPE/CEBRASPE , UFU-MG , CONSULTEC , IBGP , UERJ. , Alternative Concursos , URI , de , IDECAN. , AV MOREIRA , CETREDE , INEP , FGV , Prefeitura de Lontras - SC , IOPLAN , Funrio , PS concursos , Unesc , CONTEMAX , IDCAP , UERR , Alternative Concursos Ltda , VUNESP , décio , IDESUL , Prefeitura de Santa Bárbara - MG , Avança SP , CEV , Instituto Access , FSPSS , Copeiro , IPEFAE , FURB , Quadrix , Unicentro , AMAUC , Décio Terror , IDIB , Prefeitura do Rio de Janeiro - RJ , Big Advice , CEV-URCA , Instituto Ânima Sociesc , FUMARC , COPEVE - UFAL , Itame Consultoria e Concursos , FUVEST , Questão Inédita , UNIOESTE , IESES , Faepesul , MS Concursos , AMEOSC , Dédalus Concursos & Treinamentos , Prefeitura Municipal de Arenápolis - Mato Grosso , BIO-RIO , CIESP , Instituto AOCP , FUNCERN , COPS - UEL , Legalle Concursos , GANZAROLI , SELECON , ACAFE , UniREDENTOR , IF - GO , FAFIPA , NBS , AMIGA PÚBLICA , EDUCA - Assessoria Educacional Ltda , Fund. Dom Cintra , Prefeitura Municipal de Bombinhas - Santa Catarina , CCV-UFC , UFES , Colégio Pedro II , Instituto Consulplan , Universidade Federal de Alfenas , Coseac , Marinha , GS Assessoria e Concursos , Simulado FCC , ACAPLAM , IF MT , FAPEC , Nosso Rumo , ANPAD , Enfermeiro - Oncologia , Fundação CEFETMINAS , Prefeitura Municipal de Garuva- SC , CECIERJ , UFMG , COMPERVE , Instituto Excelência , ACCESS Seleção , Universidade Federal de Uberlândia - MG , COTEC , MetroCapital Soluções , GUALIMP , Técnico Administrativo - Inglês , IF TO , FAU , NUCEPE , AOCP , ESAF , Fundação Cesgranrio , Prefeitura Municipal de Picos - PI , CEPERJ , UFMT , COMVEST , Instituto IASP , UDESC , ACEP , Universidade Federal do Piauí - UFPI , CPCON , Ministério Público Goiás , IADES , Exército Brasileiro , IF-PE , FAUEL , Objetiva Concursos LTDA , Aprender-SC , Fundação FAFIPA , Prefeitura Municipal de Santana do Deserto , CEPS-UFPA , UFPEL , CONSULPAM , Instituto Quadrix Cargo: Analista Nível: Superior Dificuldade: Superior Modalidade: Múltipla escolha Ano: 2021
Não estamos opondo máquinas a ecologia, como se as máquinas fossem aquelas coisas que só servem para violentar a Mãe Natureza e violar a harmonia entre o ser humano e a natureza ― uma imagem atribuída à tecnologia desde o fim do século XVIII. Também não estamos seguindo a hipótese de Gaia de que a Terra é um único superorganismo ou uma coletividade de organismos. Em vez disso, gostaria de propor uma reflexão sobre a ecologia das máquinas. Para dar início a essa ecologia das máquinas, precisamos primeiro voltar ao conceito de ecologia. Seu fundamento está na diversidade, já que é apenas com biodiversidade (ou multiespécies que incluam todas as formas de organismos, até mesmo bactérias) que os sistemas ecológicos podem ser conceitualizados. A fim de discutir uma ecologia de máquinas, precisaremos de uma noção diferente e em paralelo com a de biodiversidade ― uma noção a que chamamos tecnodiversidade. A biodiversidade é o correlato da tecnodiversidade, uma vez que sem esta só testemunharemos o desaparecimento de espécies diante de uma racionalidade homogênea. Tomemos como exemplo os pesticidas, que são feitos para matar certa espécie de insetos independentemente de sua localização geográfica, precisamente porque são baseados em análises químicas e biológicas. Sabemos, no entanto, que o uso de um mesmo pesticida pode levar a diversas consequências desastrosas em biomas diferentes. Antes da invenção dessas substâncias, empregavam-se diferentes técnicas para combater os insetos que ameaçavam as colheitas dos produtos agrícolas ― recursos naturais encontrados na região, por exemplo. Ou seja, havia uma tecnodiversidade antes do emprego de pesticidas como solução universal. Os pesticidas aparentam ser mais eficientes a curto prazo, mas hoje é fato bastante consolidado que estávamos o tempo todo olhando para os nossos pés quando pensávamos em um futuro longínquo. Podemos dizer que a tecnodiversidade é, em essência, uma questão de localidade. Localidade não significa necessariamente etnocentrismo ou nacionalismo, mas é aquilo que nos força a repensar o processo de modernização e de globalização e que nos permite refletir sobre a possibilidade de reposicionar as tecnologias modernas.
Yuk Hui. Tecnodiversidade. São Paulo: Ubu Editora, 2020, p. 122-123 (com adaptações).

Considerando as ideias, os sentidos e os aspectos linguísticos do texto CB1A1-I, julgue o item a seguir.

O texto recomenda a infalibilidade dos pesticidas como solução universal para ameaças à produção agrícola.
  • A: Certo.
  • B: Errado.

1 Acho que fol o Hemingway quem disse que olhava
cada coisa à sua volta como se a visse pela última vez. Pela
última ou pela primeira vez? Pela primeira vez foi outro
4 escritor quem disse. Essa ideia de olhar pela última vez tem
algo de deprimente. Olhar de despedida, de quem não crê
que a vida continua, não admira que o Hemingway tenha
7 acabado como acabou.
Se eu morrer, morre comigo um certo modo de ver,
disse o poeta. Um poeta é só isto: um certo modo de ver.
10 O diabo é que, de tanto ver, a gente banaliza o olhar. Ve
não-vendo. Experimente ver pela primeira vez o que você
vê todo dia, sem ver. Parece fácil, mas não é. O que nos
13 cerca, o que nos é familiar, já não desperta curiosidade.
O campo visual da nossa rotina é como um vazio.
Você sai todo dia, por exemplo, pela mesma porta.
16 Se alguém lhe perguntar o que é que você vê no seu
caminho, você não sabe. De tanto ver, você não về. Sei de
um profissional que passou 32 anos a fio pelo mesmo hall
19 do prédio do seu escritório. Lá estava sempre,
pontualissimo, o mesmo porteiro. Dava-the bom-dia e as
vezes lhe passava um recado ou uma correspondência.
22 Um dia o porteiro cometeu a descortesia de falecer.
Como era ele? Sua cara? Sua voz? Como se vestia?
Não fazia a minima ideia. Em 32 anos, nunca o viu. Para ser
25 notado, o porteiro teve que morrer. Se um dia no seu lugar
estivesse uma girafa, cumprindo o rito, pode ser também
que ninguém desse por sua ausência. O hábito suja os olhos
28 e thes baixa a voltagem. Mas há sempre o que ver. Gente,
coisas, bichos. E vemos? Não, não vemos.
Uma criança ve o que o adulto não vê. Tem olhos
31 atentos e limpos para o espetáculo do mundo. O poeta é
capaz de ver pela primeira vez o que, de fato, ninguém vê.
Há pal que nunca viu o próprio filho. Marido que nunca viu
34 a própria mulher, isso existe às pampas. Nossos olhos se
gastam no dia a dia, opacos. É por al que se instala no
coração o monstro da indiferença.

Otto Lara Renende Vista Cansada. Internet [com adaptações]

Considerando os aspectos linguísticos e as ideias do texto, julgue o item.

A crônica apresentada classifica-se como narrativa.
  • A: Certo
  • B: Errado

1 Acho que fol o Hemingway quem disse que olhava
cada coisa à sua volta como se a visse pela última vez. Pela
última ou pela primeira vez? Pela primeira vez foi outro
4 escritor quem disse. Essa ideia de olhar pela última vez tem
algo de deprimente. Olhar de despedida, de quem não crê
que a vida continua, não admira que o Hemingway tenha
7 acabado como acabou.
Se eu morrer, morre comigo um certo modo de ver,
disse o poeta. Um poeta é só isto: um certo modo de ver.
10 O diabo é que, de tanto ver, a gente banaliza o olhar. Ve
não-vendo. Experimente ver pela primeira vez o que você
vê todo dia, sem ver. Parece fácil, mas não é. O que nos
13 cerca, o que nos é familiar, já não desperta curiosidade.
O campo visual da nossa rotina é como um vazio.
Você sai todo dia, por exemplo, pela mesma porta.
16 Se alguém lhe perguntar o que é que você vê no seu
caminho, você não sabe. De tanto ver, você não về. Sei de
um profissional que passou 32 anos a fio pelo mesmo hall
19 do prédio do seu escritório. Lá estava sempre,
pontualissimo, o mesmo porteiro. Dava-the bom-dia e as
vezes lhe passava um recado ou uma correspondência.
22 Um dia o porteiro cometeu a descortesia de falecer.
Como era ele? Sua cara? Sua voz? Como se vestia?
Não fazia a minima ideia. Em 32 anos, nunca o viu. Para ser
25 notado, o porteiro teve que morrer. Se um dia no seu lugar
estivesse uma girafa, cumprindo o rito, pode ser também
que ninguém desse por sua ausência. O hábito suja os olhos
28 e thes baixa a voltagem. Mas há sempre o que ver. Gente,
coisas, bichos. E vemos? Não, não vemos.
Uma criança ve o que o adulto não vê. Tem olhos
31 atentos e limpos para o espetáculo do mundo. O poeta é
capaz de ver pela primeira vez o que, de fato, ninguém vê.
Há pal que nunca viu o próprio filho. Marido que nunca viu
34 a própria mulher, isso existe às pampas. Nossos olhos se
gastam no dia a dia, opacos. É por al que se instala no
coração o monstro da indiferença.

Otto Lara Renende Vista Cansada. Internet [com adaptações]

Considerando os aspectos linguísticos e as ideias do texto, julgue o item.

Do trecho “Uma criança vê o que o adulto não vê” (linha 30) infere-se que as crianças ainda não apresentam o desgaste do olhar provocado pela rotina.
  • A: Certo
  • B: Errado

1 Acho que fol o Hemingway quem disse que olhava
cada coisa à sua volta como se a visse pela última vez. Pela
última ou pela primeira vez? Pela primeira vez foi outro
4 escritor quem disse. Essa ideia de olhar pela última vez tem
algo de deprimente. Olhar de despedida, de quem não crê
que a vida continua, não admira que o Hemingway tenha
7 acabado como acabou.
Se eu morrer, morre comigo um certo modo de ver,
disse o poeta. Um poeta é só isto: um certo modo de ver.
10 O diabo é que, de tanto ver, a gente banaliza o olhar. Ve
não-vendo. Experimente ver pela primeira vez o que você
vê todo dia, sem ver. Parece fácil, mas não é. O que nos
13 cerca, o que nos é familiar, já não desperta curiosidade.
O campo visual da nossa rotina é como um vazio.
Você sai todo dia, por exemplo, pela mesma porta.
16 Se alguém lhe perguntar o que é que você vê no seu
caminho, você não sabe. De tanto ver, você não về. Sei de
um profissional que passou 32 anos a fio pelo mesmo hall
19 do prédio do seu escritório. Lá estava sempre,
pontualissimo, o mesmo porteiro. Dava-the bom-dia e as
vezes lhe passava um recado ou uma correspondência.
22 Um dia o porteiro cometeu a descortesia de falecer.
Como era ele? Sua cara? Sua voz? Como se vestia?
Não fazia a minima ideia. Em 32 anos, nunca o viu. Para ser
25 notado, o porteiro teve que morrer. Se um dia no seu lugar
estivesse uma girafa, cumprindo o rito, pode ser também
que ninguém desse por sua ausência. O hábito suja os olhos
28 e thes baixa a voltagem. Mas há sempre o que ver. Gente,
coisas, bichos. E vemos? Não, não vemos.
Uma criança ve o que o adulto não vê. Tem olhos
31 atentos e limpos para o espetáculo do mundo. O poeta é
capaz de ver pela primeira vez o que, de fato, ninguém vê.
Há pal que nunca viu o próprio filho. Marido que nunca viu
34 a própria mulher, isso existe às pampas. Nossos olhos se
gastam no dia a dia, opacos. É por al que se instala no
coração o monstro da indiferença.

Otto Lara Renende Vista Cansada. Internet [com adaptações]

Considerando os aspectos linguísticos e as ideias do texto, julgue o item.

O título do texto faz alusão ao fato de que os pessimistas, como Hemingway, acreditam que o olhar das pessoas para as coisas implica sempre uma visão de despedida da vida.
  • A: Certo
  • B: Errado

1 Acho que fol o Hemingway quem disse que olhava
cada coisa à sua volta como se a visse pela última vez. Pela
última ou pela primeira vez? Pela primeira vez foi outro
4 escritor quem disse. Essa ideia de olhar pela última vez tem
algo de deprimente. Olhar de despedida, de quem não crê
que a vida continua, não admira que o Hemingway tenha
7 acabado como acabou.
Se eu morrer, morre comigo um certo modo de ver,
disse o poeta. Um poeta é só isto: um certo modo de ver.
10 O diabo é que, de tanto ver, a gente banaliza o olhar. Ve
não-vendo. Experimente ver pela primeira vez o que você
vê todo dia, sem ver. Parece fácil, mas não é. O que nos
13 cerca, o que nos é familiar, já não desperta curiosidade.
O campo visual da nossa rotina é como um vazio.
Você sai todo dia, por exemplo, pela mesma porta.
16 Se alguém lhe perguntar o que é que você vê no seu
caminho, você não sabe. De tanto ver, você não về. Sei de
um profissional que passou 32 anos a fio pelo mesmo hall
19 do prédio do seu escritório. Lá estava sempre,
pontualissimo, o mesmo porteiro. Dava-the bom-dia e as
vezes lhe passava um recado ou uma correspondência.
22 Um dia o porteiro cometeu a descortesia de falecer.
Como era ele? Sua cara? Sua voz? Como se vestia?
Não fazia a minima ideia. Em 32 anos, nunca o viu. Para ser
25 notado, o porteiro teve que morrer. Se um dia no seu lugar
estivesse uma girafa, cumprindo o rito, pode ser também
que ninguém desse por sua ausência. O hábito suja os olhos
28 e thes baixa a voltagem. Mas há sempre o que ver. Gente,
coisas, bichos. E vemos? Não, não vemos.
Uma criança ve o que o adulto não vê. Tem olhos
31 atentos e limpos para o espetáculo do mundo. O poeta é
capaz de ver pela primeira vez o que, de fato, ninguém vê.
Há pal que nunca viu o próprio filho. Marido que nunca viu
34 a própria mulher, isso existe às pampas. Nossos olhos se
gastam no dia a dia, opacos. É por al que se instala no
coração o monstro da indiferença.

Otto Lara Renende Vista Cansada. Internet [com adaptações]

Considerando os aspectos linguísticos e as ideias do texto, julgue o item.

Segundo o autor, olhar com um olhar de despedida é a melhor forma de ver.
  • A: Certo
  • B: Errado

1 Acho que fol o Hemingway quem disse que olhava
cada coisa à sua volta como se a visse pela última vez. Pela
última ou pela primeira vez? Pela primeira vez foi outro
4 escritor quem disse. Essa ideia de olhar pela última vez tem
algo de deprimente. Olhar de despedida, de quem não crê
que a vida continua, não admira que o Hemingway tenha
7 acabado como acabou.
Se eu morrer, morre comigo um certo modo de ver,
disse o poeta. Um poeta é só isto: um certo modo de ver.
10 O diabo é que, de tanto ver, a gente banaliza o olhar. Ve
não-vendo. Experimente ver pela primeira vez o que você
vê todo dia, sem ver. Parece fácil, mas não é. O que nos
13 cerca, o que nos é familiar, já não desperta curiosidade.
O campo visual da nossa rotina é como um vazio.
Você sai todo dia, por exemplo, pela mesma porta.
16 Se alguém lhe perguntar o que é que você vê no seu
caminho, você não sabe. De tanto ver, você não về. Sei de
um profissional que passou 32 anos a fio pelo mesmo hall
19 do prédio do seu escritório. Lá estava sempre,
pontualissimo, o mesmo porteiro. Dava-the bom-dia e as
vezes lhe passava um recado ou uma correspondência.
22 Um dia o porteiro cometeu a descortesia de falecer.
Como era ele? Sua cara? Sua voz? Como se vestia?
Não fazia a minima ideia. Em 32 anos, nunca o viu. Para ser
25 notado, o porteiro teve que morrer. Se um dia no seu lugar
estivesse uma girafa, cumprindo o rito, pode ser também
que ninguém desse por sua ausência. O hábito suja os olhos
28 e thes baixa a voltagem. Mas há sempre o que ver. Gente,
coisas, bichos. E vemos? Não, não vemos.
Uma criança ve o que o adulto não vê. Tem olhos
31 atentos e limpos para o espetáculo do mundo. O poeta é
capaz de ver pela primeira vez o que, de fato, ninguém vê.
Há pal que nunca viu o próprio filho. Marido que nunca viu
34 a própria mulher, isso existe às pampas. Nossos olhos se
gastam no dia a dia, opacos. É por al que se instala no
coração o monstro da indiferença.

Otto Lara Renende Vista Cansada. Internet [com adaptações]

Considerando os aspectos linguísticos e as ideias do texto, julgue o item.

À linha 2, o pronome “a” retoma “cada coisa”.
  • A: Certo
  • B: Errado

1 Acho que fol o Hemingway quem disse que olhava
cada coisa à sua volta como se a visse pela última vez. Pela
última ou pela primeira vez? Pela primeira vez foi outro
4 escritor quem disse. Essa ideia de olhar pela última vez tem
algo de deprimente. Olhar de despedida, de quem não crê
que a vida continua, não admira que o Hemingway tenha
7 acabado como acabou.
Se eu morrer, morre comigo um certo modo de ver,
disse o poeta. Um poeta é só isto: um certo modo de ver.
10 O diabo é que, de tanto ver, a gente banaliza o olhar. Ve
não-vendo. Experimente ver pela primeira vez o que você
vê todo dia, sem ver. Parece fácil, mas não é. O que nos
13 cerca, o que nos é familiar, já não desperta curiosidade.
O campo visual da nossa rotina é como um vazio.
Você sai todo dia, por exemplo, pela mesma porta.
16 Se alguém lhe perguntar o que é que você vê no seu
caminho, você não sabe. De tanto ver, você não về. Sei de
um profissional que passou 32 anos a fio pelo mesmo hall
19 do prédio do seu escritório. Lá estava sempre,
pontualissimo, o mesmo porteiro. Dava-the bom-dia e as
vezes lhe passava um recado ou uma correspondência.
22 Um dia o porteiro cometeu a descortesia de falecer.
Como era ele? Sua cara? Sua voz? Como se vestia?
Não fazia a minima ideia. Em 32 anos, nunca o viu. Para ser
25 notado, o porteiro teve que morrer. Se um dia no seu lugar
estivesse uma girafa, cumprindo o rito, pode ser também
que ninguém desse por sua ausência. O hábito suja os olhos
28 e thes baixa a voltagem. Mas há sempre o que ver. Gente,
coisas, bichos. E vemos? Não, não vemos.
Uma criança ve o que o adulto não vê. Tem olhos
31 atentos e limpos para o espetáculo do mundo. O poeta é
capaz de ver pela primeira vez o que, de fato, ninguém vê.
Há pal que nunca viu o próprio filho. Marido que nunca viu
34 a própria mulher, isso existe às pampas. Nossos olhos se
gastam no dia a dia, opacos. É por al que se instala no
coração o monstro da indiferença.

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Considerando os aspectos linguísticos e as ideias do texto, julgue o item.

Na linha 8, a relação estabelecida entre as orações é condicional.
  • A: Certo
  • B: Errado

1 Acho que fol o Hemingway quem disse que olhava
cada coisa à sua volta como se a visse pela última vez. Pela
última ou pela primeira vez? Pela primeira vez foi outro
4 escritor quem disse. Essa ideia de olhar pela última vez tem
algo de deprimente. Olhar de despedida, de quem não crê
que a vida continua, não admira que o Hemingway tenha
7 acabado como acabou.
Se eu morrer, morre comigo um certo modo de ver,
disse o poeta. Um poeta é só isto: um certo modo de ver.
10 O diabo é que, de tanto ver, a gente banaliza o olhar. Ve
não-vendo. Experimente ver pela primeira vez o que você
vê todo dia, sem ver. Parece fácil, mas não é. O que nos
13 cerca, o que nos é familiar, já não desperta curiosidade.
O campo visual da nossa rotina é como um vazio.
Você sai todo dia, por exemplo, pela mesma porta.
16 Se alguém lhe perguntar o que é que você vê no seu
caminho, você não sabe. De tanto ver, você não về. Sei de
um profissional que passou 32 anos a fio pelo mesmo hall
19 do prédio do seu escritório. Lá estava sempre,
pontualissimo, o mesmo porteiro. Dava-the bom-dia e as
vezes lhe passava um recado ou uma correspondência.
22 Um dia o porteiro cometeu a descortesia de falecer.
Como era ele? Sua cara? Sua voz? Como se vestia?
Não fazia a minima ideia. Em 32 anos, nunca o viu. Para ser
25 notado, o porteiro teve que morrer. Se um dia no seu lugar
estivesse uma girafa, cumprindo o rito, pode ser também
que ninguém desse por sua ausência. O hábito suja os olhos
28 e thes baixa a voltagem. Mas há sempre o que ver. Gente,
coisas, bichos. E vemos? Não, não vemos.
Uma criança ve o que o adulto não vê. Tem olhos
31 atentos e limpos para o espetáculo do mundo. O poeta é
capaz de ver pela primeira vez o que, de fato, ninguém vê.
Há pal que nunca viu o próprio filho. Marido que nunca viu
34 a própria mulher, isso existe às pampas. Nossos olhos se
gastam no dia a dia, opacos. É por al que se instala no
coração o monstro da indiferença.

Otto Lara Renende Vista Cansada. Internet [com adaptações]

Considerando os aspectos linguísticos e as ideias do texto, julgue o item.

O vocábulo “já” (linha 13) classifica-se como advérbio e expressa, na oração em que está empregado, circunstância de tempo.
  • A: Certo
  • B: Errado

1 Acho que fol o Hemingway quem disse que olhava
cada coisa à sua volta como se a visse pela última vez. Pela
última ou pela primeira vez? Pela primeira vez foi outro
4 escritor quem disse. Essa ideia de olhar pela última vez tem
algo de deprimente. Olhar de despedida, de quem não crê
que a vida continua, não admira que o Hemingway tenha
7 acabado como acabou.
Se eu morrer, morre comigo um certo modo de ver,
disse o poeta. Um poeta é só isto: um certo modo de ver.
10 O diabo é que, de tanto ver, a gente banaliza o olhar. Ve
não-vendo. Experimente ver pela primeira vez o que você
vê todo dia, sem ver. Parece fácil, mas não é. O que nos
13 cerca, o que nos é familiar, já não desperta curiosidade.
O campo visual da nossa rotina é como um vazio.
Você sai todo dia, por exemplo, pela mesma porta.
16 Se alguém lhe perguntar o que é que você vê no seu
caminho, você não sabe. De tanto ver, você não về. Sei de
um profissional que passou 32 anos a fio pelo mesmo hall
19 do prédio do seu escritório. Lá estava sempre,
pontualissimo, o mesmo porteiro. Dava-the bom-dia e as
vezes lhe passava um recado ou uma correspondência.
22 Um dia o porteiro cometeu a descortesia de falecer.
Como era ele? Sua cara? Sua voz? Como se vestia?
Não fazia a minima ideia. Em 32 anos, nunca o viu. Para ser
25 notado, o porteiro teve que morrer. Se um dia no seu lugar
estivesse uma girafa, cumprindo o rito, pode ser também
que ninguém desse por sua ausência. O hábito suja os olhos
28 e thes baixa a voltagem. Mas há sempre o que ver. Gente,
coisas, bichos. E vemos? Não, não vemos.
Uma criança ve o que o adulto não vê. Tem olhos
31 atentos e limpos para o espetáculo do mundo. O poeta é
capaz de ver pela primeira vez o que, de fato, ninguém vê.
Há pal que nunca viu o próprio filho. Marido que nunca viu
34 a própria mulher, isso existe às pampas. Nossos olhos se
gastam no dia a dia, opacos. É por al que se instala no
coração o monstro da indiferença.

Otto Lara Renende Vista Cansada. Internet [com adaptações]

Considerando os aspectos linguísticos e as ideias do texto, julgue o item.

Na linha 14, o vocábulo “um” desempenha a função de numeral.
  • A: Certo
  • B: Errado

1 Acho que fol o Hemingway quem disse que olhava
cada coisa à sua volta como se a visse pela última vez. Pela
última ou pela primeira vez? Pela primeira vez foi outro
4 escritor quem disse. Essa ideia de olhar pela última vez tem
algo de deprimente. Olhar de despedida, de quem não crê
que a vida continua, não admira que o Hemingway tenha
7 acabado como acabou.
Se eu morrer, morre comigo um certo modo de ver,
disse o poeta. Um poeta é só isto: um certo modo de ver.
10 O diabo é que, de tanto ver, a gente banaliza o olhar. Ve
não-vendo. Experimente ver pela primeira vez o que você
vê todo dia, sem ver. Parece fácil, mas não é. O que nos
13 cerca, o que nos é familiar, já não desperta curiosidade.
O campo visual da nossa rotina é como um vazio.
Você sai todo dia, por exemplo, pela mesma porta.
16 Se alguém lhe perguntar o que é que você vê no seu
caminho, você não sabe. De tanto ver, você não về. Sei de
um profissional que passou 32 anos a fio pelo mesmo hall
19 do prédio do seu escritório. Lá estava sempre,
pontualissimo, o mesmo porteiro. Dava-the bom-dia e as
vezes lhe passava um recado ou uma correspondência.
22 Um dia o porteiro cometeu a descortesia de falecer.
Como era ele? Sua cara? Sua voz? Como se vestia?
Não fazia a minima ideia. Em 32 anos, nunca o viu. Para ser
25 notado, o porteiro teve que morrer. Se um dia no seu lugar
estivesse uma girafa, cumprindo o rito, pode ser também
que ninguém desse por sua ausência. O hábito suja os olhos
28 e thes baixa a voltagem. Mas há sempre o que ver. Gente,
coisas, bichos. E vemos? Não, não vemos.
Uma criança ve o que o adulto não vê. Tem olhos
31 atentos e limpos para o espetáculo do mundo. O poeta é
capaz de ver pela primeira vez o que, de fato, ninguém vê.
Há pal que nunca viu o próprio filho. Marido que nunca viu
34 a própria mulher, isso existe às pampas. Nossos olhos se
gastam no dia a dia, opacos. É por al que se instala no
coração o monstro da indiferença.

Otto Lara Renende Vista Cansada. Internet [com adaptações]

Considerando os aspectos linguísticos e as ideias do texto, julgue o item.

Estariam mantidas a correção gramatical e a coerência do texto caso o ponto final empregado após o termo “porta” (linha 15) fosse substituído pelo sinal de ponto e vírgula, feito o devido ajuste de letras maiúsculas e minúsculas no período.
  • A: Certo
  • B: Errado

Exibindo de 1 até 10 de 642 questões.