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Foram encontradas 18 questões.




No texto, a linguagem não verbal funciona como uma explicação para a linguagem verbal. Assim, igualdade não significa justiça, porque o princípio que rege a justiça é o de que

  • A: as diferenças sociais dependem da ação solidária entre os cidadãos que fazem uso de objetos comuns no mundo.
  • B: as oportunidades sociais dependem, em boa parte, de atributos biológicos intrínsecos de cada cidadão.
  • C: o Estado deve oferecer oportunidades iguais a todos os cidadãos, evitando-se distinções de qualquer natureza.
  • D: o cidadão menos favorecido deve receber suporte que o habilite a gozar com equidade os direitos universais.
  • E: a aplicação do Direito reconhece que todos são iguais perante a Lei.

                     EXEGESE
Você quer se esconder, então se mostre.

Diga tudo que sabe sobre a vida.

Conte a sua experiência nos negócios,

proclame seu valor de parasita

e deixe que discutam nas casernas

o seu bendito fruto entre as melhores

famílias desta terra.

 

Depois esconda tudo num poema



e fique descansado: ninguém lê.

Se ler, começam logo a ver navios

e achar que tudo é poetagem, símbolos,

desejos reprimidos,

psicanálises,

o diabo a quatro.

O poema não é uma caverna

sigilosa, com sombras tautológicas

nas paredes.

 

O poema é simplesmente

a sombra sem caverna, o vulto espesso

de si mesmo, a parábola mais reta

de quem escreve torto,

como um deus

canhoto de nascença.

 


                  TELES, Gilberto Mendonça. Melhores poemas de Gilberto Mendonça Teles. Seleção de Luiz Busatto. São Paulo: Global, 2007, p. 181.


A progressão das ideias no texto justifica o título do poema de Gilberto Mendonça Teles, pois o enunciador

  • A: explica minuciosamente como o exercício poético pode ser usado como um recurso de auto proteção.
  • B: faz investidas tautológicas na definição do fazer poético.
  • C: critica severamente o desinteresse pela leitura de poemas.
  • D: ratifica a importância do fazer poético com base em princípios psicanalíticos.
  • E: desmente a ideia circulante no senso comum de que o fazer poético resulta em conteúdo indecifrável para os leigos.



                     EXEGESE
Você quer se esconder, então se mostre.

Diga tudo que sabe sobre a vida.

Conte a sua experiência nos negócios,

proclame seu valor de parasita

e deixe que discutam nas casernas

o seu bendito fruto entre as melhores

famílias desta terra.

 

Depois esconda tudo num poema



e fique descansado: ninguém lê.

Se ler, começam logo a ver navios

e achar que tudo é poetagem, símbolos,

desejos reprimidos,

psicanálises,

o diabo a quatro.

O poema não é uma caverna

sigilosa, com sombras tautológicas

nas paredes.

 

O poema é simplesmente

a sombra sem caverna, o vulto espesso

de si mesmo, a parábola mais reta

de quem escreve torto,

como um deus

canhoto de nascença.

 


                  TELES, Gilberto Mendonça. Melhores poemas de Gilberto Mendonça Teles. Seleção de Luiz Busatto. São Paulo: Global, 2007, p. 181.

 



Quanto à sua constituição tipológica, as duas primeiras estrofes do poema apresentam uma estrutura


  • A: descritiva, identificada por expressões qualificadoras como “experiência nos negócios” e “valor de parasita”.
  • B: argumentativa, definida pela presença de verbos como “dizer” e “discutir”.
  • C: injuntiva, organizada predominantemente em formas verbais imperativas, como “diga”, “proclame”.
  • D: narrativa, estabelecida pela sequenciação temporal cronológica dos fatos.
  • E: dialogal, marcada pela alternância de papéis interativos entre segunda e terceira pessoas do discurso.








No final do texto, há uma quebra de expectativa, visto que as duas grandes e fundamentais verdades do ser humano, descritas pelo enunciador
  • A: carecem de comprovação técnico-científica, diferente das reflexões filosóficas feitas por sobre Sócrates a respeito do ser humano.
  • B: estão desalinhadas da órbita natural das estrelas e do Universo.
  • C: representam pontos secundários na discussão socrática a respeito da justiça.
  • D: são de ordem prática e refletem uma avaliação subjetiva do seu microcosmo, em contraposição à grandeza do Universo.
  • E: justificam parcialmente a necessidade de se reconhecer uma moral individual na atuação da justiça.








Considerando a realidade atual, a expressão “justiça estabelecida” faz referência
  • A: ao conceito delimitador e justificador das ações do ser humano no seu dia a dia.
  • B: ao exercício de auto compreensão da natureza humana.
  • C: a uma avaliação individual a respeito do que é justo, correto e bonito.
  • D: a uma série de decisões e pragmatismos sobre diferentes valores.
  • E: ao conjunto de documentos normativos estabelecidos para reger a vida em sociedade.








No texto, ao tratar das motivações humanas e encerrar seus argumentos com a afirmação “E sem tomar cicuta”, o autor sugere que:
  • A: viver conforme os padrões estabelecidos é uma maneira de livrar-se do envenenamento tal qual foi a sorte de Sócrates.
  • B: tomar cicuta é a última das possibilidades se considerada uma escala de valores que se inicia com a vida.
  • C: conciliar valores individuais com valores estabelecidos socialmente é uma realidade possível por meio do diálogo.
  • D: entender a justiça em todas as suas dimensões evita a acomodação e a morte espiritual enquanto o corpo físico continua vivo.
  • E: compreender o valor transcendente da justiça exige do indivíduo integração e concordância com os valores defendidos por seus representantes legais.








No quinto parágrafo, ao responder à pergunta “E o que Sócrates fez?, o autor demonstra que
  • A: o filósofo tinha uma compreensão de justiça diferente do que estava socialmente estabelecido.
  • B: a sociedade evitou compreender o conceito de justiça estabelecido por Sócrates em sua filosofia.
  • C: o conceito de sociedade e o conceito de justiça têm aproximações tanto no nível individual quanto no nível coletivo.
  • D: a diferença entre valores sociais e valores morais impede as pessoas de observarem a semelhança entre eles.
  • E: a melhor maneira de conhecer a sociedade é saber o que ela pensa a respeito da justiça.








Considerando o conteúdo do texto e o estabelecimento da interlocução, no trecho “Complicado? Nem tanto. Você é justo quando você entende. Entende o outro. Não você. O outro”, a pontuação ajuda a
  • A: conceituar norma civil a partir de um de direito básico.
  • B: especificar o alvo da compreensão individual para que ocorra a justiça.
  • C: reconhecer a inviolabilidade da Lei e a importância da garantia da ordem pública.
  • D: apresentar informações novas à definição do conceito de justiça.
  • E: reconhecer a violação do direito como uma condição para que ocorra a justiça.








O autor trata do conceito de justiça em diferentes perspectivas e reconhece que, na definição socrática de justiça, o ensinamento independente
  • A: de ideias aparentemente antagônicas a respeito da relação humana em sociedade, a justiça vai pender para o lado mais fraco.
  • B: da determinação legal, a justiça é um valor humano a ser frequentemente rediscutido, porque muda com o passar do tempo.
  • C: de concepções particulares, as decisões humanas estão sujeitas a uma lei maior, que rege a vida em sociedade, a lei da civilidade.
  • D: da compreensão humana, a justiça vai ser sempre feita e bem aplicada.
  • E: da vontade individual, a justiça e a humildade estão em polos distintos do caráter humano.

Releia o Texto 1 e o Texto 2 para responder à questão.

Texto 1
E a tristeza dá samba


          “É melhor ser alegre que ser triste”, ensina Vinicius de Moraes em Samba da Bênção, parceria com o violonista Baden Powell. Alguns versos adiante, porém, o poeta reconhece que, sem melancolia, o ritmo desanda: “porque o samba é a tristeza que balança / E a tristeza tem sempre uma esperança / De um dia não ser mais triste, não”. Samba da Bênção é uma síntese magistral do espírito com que a música brasileira – e em particular seu gênero original, o samba – aborda essa aspiração humana universal – a felicidade. Não se alcança essa utopia sem passar pelo chão da tristeza. Ainda que o colorido exuberante que se vê nos desfiles de rua diga o contrário, a tristeza é a raiz do samba.


          Filho direto do choro, do maxixe e de canções de rodas dos escravos – como o blues americano, ou outro ritmo africano nascido nas Américas – entende de sofrimento. E a alma lusitana também pesa em suas notas mais sorumbáticas: a canção portuguesa, com sua eterna saudade do quinhão natal, contribui muito para o gênero – que da Península Ibérica herdou também o violão, o cavaquinho e eventuais bandolins. Há uma série de clássicos do cancioneiro popular que associam saudade à felicidade. Eis o carioca Noel Rosa, em Felicidade: “Minha amizade foi-se embora com você / Se ela vier e te trouxer / Que bom, felicidade é que vai ser”. O mineiro Ataulfo Alves revisita o banzo português em Meus Tempos de Criança, canção dedicada à sua cidade natal, Muraí: “Ai meu Deus, eu era tão feliz / No meu pequenino Muraí”. O gaúcho Lupicínio Rodrigues, em mais uma composição significativamente intitulada Felicidade, diz: “E a saudade no meu peito ainda mora / E é por isso que eu gosto lá de fora / Porque sei que a falsidade não vigora”.


          Nessa idealização da terra de nascença como morada da simplicidade e da autenticidade, o morro carioca já foi o lugar feliz por excelência – pelo menos, na canção brasileira da primeira metade do século XX, bem antes de a favela converter-se em teatro de guerra de facções criminosas. Ave Maria do Morro, lançada em 1942, por Herivelto Martins, canta o bucolismo de uma vizinhança onde se ouve “a sinfonia de pardais anunciando o anoitecer”. Manifestação já um tanto tardia – de 1968 – mas igualmente bela do mesmo sentimento é Alvorada, de Cartola, Carlos Cachaça e Hermínio Bello de Carvalho: “Alvorada lá no morro / Que beleza / Ninguém chora, não há tristeza / Ninguém sente dissabor”.


          A bossa nova, mais Zona Sul, encarou a felicidade – e sua necessária contraparte, a tristeza – com ânimo filosófico e engenhosidade musical. A Felicidade, de Tom Jobim e Vinicius, fala da natureza efêmera e frágil da “ilusão do carnaval”. A felicidade, diz a canção, é “como a gota / de orvalho numa pétala de flor”. Tom Jobim esmerou-se na tradução sonora desses sentimentos, com um emprego dinâmico de acordes maiores e menores – os primeiros de sonoridade mais solar, os segundos com evocações melancólicas. Em Amor em Paz, o verso “encontrei em você / a razão de viver e de não sofrer mais, nunca mais” é em tom maior, mas a frase “o amor é a coisa mais triste quando se desfaz” já é em menor. Há efeitos similares no samba tradicional: Tristeza, que Nilton de Souza criou em 1963 – consagrada três anos depois na voz de Jair Rodrigues –, foi feita para exorcizar um namoro que deu errado, mas a melodia animada, triunfal, em tonalidades maiores, faz com que a canção seja o oposto de seu título.


          “Uma canção me consola”, dizia Caetano Veloso em Alegria, Alegria, no ano tropicalista de 1968. E as mais tristes canções têm mesmo essa propriedade de cura. Nelson Cavaquinho, o grande pessimista do samba, é muito lembrado pelo desalento dos versos “tire o seu sorriso do caminho / que eu quero passar com a minha dor”, mas também viu alegria no amor (“contigo aprendi a sorrir, diz em Minha Festa). No samba atual, Arlindo Cruz rima felicidade e honestidade, exaltando o trabalho digno: “A felicidade é maior / Para quem se dá mais valor / Honestidade e suor / Eu sou um trabalhador”, ensina Isso É Felicidade, de 2014. A felicidade não precisa acabar na Quarta-Feira de Cinzas.


                                                           MARTINS, Sérgio. E a tristeza dá samba. Veja. São Paulo: Abril, n. 2569, 14 fev. 2018, p. 80-81. (Adaptado).

Texto 2


                                                            Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=QSuSTrOnwSk>. Acesso em: 19 jul. 2018.




Que versos transcritos do Texto 1 servem como legenda para o Texto 2?



  • A: “Minha amizade foi-se embora com você / Se ela vier e te trouxer”.
  • B: “Ninguém chora, não há tristeza / Ninguém sente dissabor”.
  • C: “E a saudade no meu peito ainda mora / E é por isso que eu gosto lá de fora”.
  • D: “tire o seu sorriso do caminho / que eu quero passar com a minha dor”.

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