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A ideia de cultura foi cunhada e batizada no terceiro quartel do século XVIII como termo sintético para designar a administração do pensamento e do comportamento humanos. A palavra “cultura” não nasceu como um termo descritivo, uma forma reduzida para as já alcançadas, observadas e registradas regras de conduta de toda uma população. Só cerca de um século mais tarde, quando os gerentes da cultura olharam em retrospecto para aquilo que tinham passado a ver como criação sua e, seguindo o exemplo de Deus na criação do mundo, com carga positiva, é que “cultura” passou a significar a forma como um tipo regular e “normativamente regulado” de conduta humana diferia de outro, sob outro gerenciamento. A ideia de cultura nasceu com uma declaração de intenções.
O termo “cultura” entrou no vocabulário como o nome de uma atividade intencional. No limiar da Era Moderna, homens e mulheres, não mais aceitos como “um dado não problematizado”, como elos preordenados na cadeia da criação divina (“divina” como algo inegociável e com o qual não devemos nos imiscuir), indispensáveis, ainda que sórdidos, torpes e deixando muito a desejar, passaram a ser vistos ao mesmo tempo como maleáveis e terrivelmente carentes de ajustes e melhoras.
O termo “cultura” foi concebido no interior de uma família de conceitos que incluía expressões como “cultivo”, “lavoura”, “criação” — todos significando aperfeiçoamento, seja na prevenção de um prejuízo, seja na interrupção e reversão da deterioração. O que o agricultor fazia com a semente por meio de atenção cuidadosa, desde a semeadura até a colheita, podia e devia ser feito com os incipientes seres humanos pela educação e pelo treinamento. As pessoas não nasciam, eram feitas. Precisavam tornar-se humanas — e, nesse processo de se tornar humanas (uma trajetória cheia de obstáculos e armadilhas que elas não seriam capazes de evitar nem poderiam negociar, caso fossem deixadas por sua própria conta), teriam de ser guiadas por outros seres humanos, educados e treinados na arte de educar e treinar seres humanos. O termo “cultura” apareceu no vocabulário menos de cem anos depois de outro conceito moderno crucial, o de “gerenciar”, que significa, segundo o Oxford English Dictionary: “forçar (pessoas, animais etc.) a se submeter ao controle de alguém”, “exercer efeito sobre”, “ter sucesso em realizar”. E mais de cem anos antes de outro sintético, de “gerenciamento”, o de “obter sucesso ou sair-se bem”. Gerenciar, em suma, significava conseguir que as coisas fossem feitas de uma forma que as pessoas não fariam por conta própria e sem ajuda. Significava redirecionar eventos segundo motivos e desejo próprios. Em outras palavras, “gerenciar” (controlar o fluxo de eventos) veio a significar a manipulação de probabilidades: fazer a ocorrência de certas condutas (iniciais ou reativas) de “pessoas, animais etc.” mais provável, ou, de preferência, totalmente improvável a ocorrência de outros movimentos. Em última instância, “gerenciar” significa limitar a liberdade do gerenciado.

Zygmunt Bauman. Vida líquida. Carlos Alberto Medeiros (Trad.). Rio de Janeiro: Zahar, 2009 (com adaptações).

Com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto anterior, julgue os itens subsequentes.

O verbo pronominal imiscuir-se está empregado, no 2º parágrafo, com o mesmo sentido de intrometer-se.
  • A: Certo.
  • B: Errado.

Considere o verbo sublinhado em “K. parou de falar e olhou para o juiz, que não disse nada. Enquanto o fazia, pensou ter visto o juiz emitir um sinal, [...]” (1º§). É correto afirmar que, quanto à sua predicação, ele pode ser corretamente identificado como verbo:
  • A: Vicário
  • B: Bitransitivo.
  • C: Transitivo direto.
  • D: Transitivo indireto.

No trecho “gostaria de propor uma reflexão sobre a ecologia das máquinas” (terceiro período), a forma verbal “gostaria” expressa uma incerteza.
  • A: Certo.
  • B: Errado.

No trecho – O imitador de gato aproveita para vender a um bom preço o pequeno dispositivo que permite a emissão dos ruídos. – os verbos destacados estão no tempo presente. Passando-os para o tempo futuro, tem-se:
  • A: O imitador de gato aproveitou para vender a um bom preço o pequeno dispositivo que permitiu a emissão dos ruídos.
  • B: O imitador de gato aproveitará para vender a um bom preço o pequeno dispositivo que permitirá a emissão dos ruídos.
  • C: C O imitador de gato aproveitava para vender a um bom preço o pequeno dispositivo que permitia a emissão dos ruídos.
  • D: O imitador de gato aproveitou para vender a um bom preço o pequeno dispositivo que permitiria a emissão dos ruídos.
  • E: O imitador de gato aproveitara para vender a um bom preço o pequeno dispositivo que permitira a emissão dos ruídos.

Com relação ao trecho – “Tu, que celebraste com tanto amor as arquivistas, vem agora celebrar comigo a aeromoça” (2° parágrafo) –, se trocarmos “Tu” por “Você”, os vocábulos destacados devem ser substituídos, mantendo-se a correção gramatical, respectivamente, por:
  • A: celebrava e vens.
  • B: celebrara e vinde.
  • C: celebravas e vires.
  • D: celebrou e venha.
  • E: celebraria e virias.

Em “A perna quebrada seria uma solução…”, o uso do verbo no futuro do pretérito, aliado à predicação “uma solução”, indica a real necessidade de que o fato ocorra no futuro.
  • A: Certo.
  • B: Errado.

Assinale a alternativa em que ambos os verbos destacados estão empregados em tempos que exprimem a noção de possibilidade.
  • A:levo metade do dia a procurar o que se extraviou na véspera.
  • B: … às vezes me parece que, por exemplo, um manuscrito me saiu um garrancho…
  • C: … se por acaso eu as houvesse herdado, não teriam para mim outro valor…
  • D: Não, não tentem ajudar-me, oh bem-amadas, pois não se trata de joias…
  • E: De que era mesmo que eu estava falando?

“A Polícia Militar foi informada que o criminoso, usando um alicate grande, teria cortado o cadeado do portão da residência, porém, o cachorro da casa começou a latir e o homem fugiu.
Populares seguiram o criminoso, acionaram a Polícia Militar, ele recebeu voz de prisão e foi encaminhado para a Central de Flagrantes.” (Rondoniagora, 17/09/2021)

Esse segmento de texto é predominantemente narrativo; as duas formas verbais que mostram sequência cronológica são:
  • A: foi informada / usando;
  • B: usando / teria cortado;
  • C: teria cortado / começou a latir;
  • D: seguiram / acionaram;
  • E: recebeu / foi encaminhado.

Para uma companheira inseparável



Em Gramado, o Festival de Cinema; em Passo Fundo, a Jornada de Literatura: uma semana de festas no Rio Grande do Sul. Não para mim, que não fui convidado para nenhuma das duas (talvez pensem que já morri?), e mesmo que fosse, quase certamente não poderia ir. É que, embora continue vivo, arrumei uma inimiga poderosa. A Tosse, eu a chamo, assim mesmo, com maiúsculas merecidas, pois já dura uns quatro meses e não tem nada, absolutamente nada, que a cure.

Começou, que eu me lembre, lá por maio. Foi logo depois de uma gripe e tão generalizada que tinha também um pouco de sinusite, rinite, otite e se outros ites existem no aparelho respiratório, essa gripe certamente também tinha. Tudo foi passando aos poucos. Ela, a Tosse, não.

Traiçoeira, inadequada, vem principalmente à noite. Tarde da noite, como entidade do mal que é, lá pelas quatro, cinco da manhã, quando faz tanto frio que seria suicídio sair da cama. E não passa.

Meu médico diz que a causa é uma só – chama-se Porto Alegre, talvez uma das cidades com um dos piores climas do país. Principalmente em agosto, quando as paredes vertem água de tanta umidade, não há sol, o mofo se infiltra e as casas geladas transformam-se numa espécie de Disneyworld de ácaros. Trata-se, portanto, de atravessar agosto. Falta pouco. Prometo ser forte.

(Caio Fernando de Abreu. Pequenas epifanias, 2014. Adaptado)

Não para mim, que não serei convidado para nenhuma das duas (talvez pensem que já morri?), e mesmo que ______ , quase certamente não _____ ir.



Analisando-se a correlação dos tempos verbais, assinale a alternativa em que os termos completam as lacunas do enunciado, em conformidade com a norma-padrão.
  • A: serei ... poderei
  • B: sou ... poderia
  • C: seja ... poderei
  • D: era ... pudesse
  • E: for ... pude ir

Dada a finalidade do texto, é correto afirmar que nele predomina o emprego de verbos no
  • A: pretérito perfeito, já que expõe ações rotineiras da vida do trabalhador.
  • B: pretérito perfeito, já que mostra uma série de procedimentos realizados.
  • C: imperativo, já que traz uma série de recomendações às pessoas.
  • D: imperativo, já que enaltece a nova rotina e desqualifica a anterior.
  • E: presente, já que traz novas regras de trabalho a serem cumpridas.

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