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O senso comum propala que há poucos ingênuos na sociedade contemporânea. Acresce de forma provocadora que as honrosas exceções, tão merecedoras de admiração, confirmam a regra de que “todo mundo tem um preço”. A generalização, porém, é abusiva. Por quê? Porque supõe que corromper-se seja um traço congênito dos homens. Ora, se muitos prevaricam, o mesmo não pode ser dito de todos. Afinal, as condições históricas não propiciam iguais tentações a cada um de nós. De um lado, nem todas as sociedades humanas instigam seus agentes a transgredir os padrões morais com a mesma intensidade; de outro, nem todas as pessoas estão à mercê das mesmas tentações para se corromper. Nesse sentido, ao incitar ambições e ao aguçar apetites, as sociedades em que prevalecem relações mercantis abrigam mais seduções do que as sociedades não mercantis. Resumidamente: expõem mais as consciências à prova e, em consequência, contabilizam mais violações dos códigos morais.

Ademais, ainda que se aceite que todo mundo tenha um “preço”, a pressuposição só faz sentido em termos virtuais. Afinal, nem todos estão ao alcance do canto das sereias. Dizendo sem rodeio: muitos não são corrompidos porque não vale a pena suborná-los!

E isso coloca em xeque a anedota desesperançada do filósofo Diógenes, que se achava exilado em Atenas: munido de uma lanterna em plena luz do dia, procurou em vão um homem honesto. Ora, convenhamos: será que ninguém naquela cidade-estado, absolutamente ninguém, merecia crédito? Não parece lógico; é uma fábula que não deve ser levada ao pé da letra. Qual então o seu mérito? Denunciar a depravação moral que então grassava. De qualquer modo, ponderemos: nem todos os atenienses possuíam cacife o bastante para vender a alma ao diabo.

(Robert H. Srour. Ética empresarial. Adaptado)

Em passagem do texto, o autor faz ressalvas à ideia de que “todo mundo tem um preço”, expressando-se em linguagem conotativa. Essas passagens são:
  • A: ...muitos não são corrompidos porque não vale a pena suborná-los! /... expõem mais as consciências à prova e, em consequência, contabilizam mais violações dos códigos morais.
  • B: A generalização, porém, é abusiva. / Afinal, as condições históricas não propiciam iguais tentações a cada um de nós.
  • C: Afinal, nem todos estão ao alcance do canto das sereias. / ... nem todos os atenienses possuíam cacife o bastante para vender a alma ao diabo.
  • D: ... nem todas as sociedades humanas instigam seus agentes a transgredir os padrões morais com a mesma intensidade... / ... isso coloca em xeque a anedota desesperançada do filósofo Diógenes...
  • E: ... as sociedades em que prevalecem relações mercantis abrigam mais seduções do que as sociedades não mercantis. / ... será que ninguém naquela cidade-estado, absolutamente ninguém, merecia crédito?

Dialética erística é a arte de discutir, mais precisamente a arte de discutir de modo a vencer, e isso per fas et per nefas (por meios lícitos ou ilícitos). De fato, é possível ter razão objetivamente no que diz respeito à coisa mesma, e não tê- -la aos olhos dos presentes e inclusive aos próprios olhos. Assim ocorre, por exemplo, quando o adversário refuta minha prova e isso é tomado como uma refutação da tese mesma, em cujo favor se poderiam aduzir outras provas. Neste caso, naturalmente, a situação do adversário é inversa àquela que mencionamos: ele parece ter razão, ainda que objetivamente não a tenha. Por conseguinte, são duas coisas distintas a verdade objetiva de uma proposição e sua validade na aprovação dos contendores e ouvintes. A esta última é que a dialética se refere.

Donde provém isso? Da perversidade natural do gênero humano. Se esta não existisse, se no nosso fundo fôssemos honestos, em todo debate tentaríamos fazer a verdade aparecer, sem nos preocupar com que ela estivesse conforme à opinião que sustentávamos no começo ou com a do outro; isso seria indiferente ou, em todo caso, de importância muito secundária. No entanto, é isso o que se torna o principal. Nossa vaidade congênita, especialmente suscetível em tudo o que diz respeito à capacidade intelectual, não quer aceitar que aquilo que num primeiro momento sustentávamos como verdadeiro se mostre falso, e verdadeiro aquilo que o adversário sustentava. Portanto, cada um deveria preocupar-se unicamente em formular juízos verdadeiros. Para isso, deveria pensar primeiro e falar depois. Mas, na maioria das pessoas, à vaidade inata associa-se a verborragia e uma inata deslealdade. Falam antes de ter pensado e, quando, depois, se dão conta de que sua afirmativa era falsa e não tinham razão, pretendem que pareça como se fosse ao contrário. O interesse pela verdade, que na maior parte dos casos deveria ser o único motivo para sustentar o que foi afirmado como verdade, cede por completo o passo ao interesse da vaidade. O verdadeiro tem de parecer falso e o falso, verdadeiro.

(Arthur Schopenhauer. Como vencer um debate sem precisar ter razão)

Um aspecto apontado pelo autor como obstáculo à verdade nos debates reside
  • A: na presunção própria do ser humano, que resiste a reconhecer-se equivocado.
  • B: no temor do debatedor de ter seu discurso contraditado e desmentido.
  • C: na deslealdade das pessoas que se dedicam a propagar ideias insustentáveis.
  • D: no comportamento que leva pessoas a procurar adversários esclarecidos.no comportamento que leva pessoas a procurar adversários esclarecidos.
  • E: na incompetência de contendores que se julgam vulneráveis a críticas.

De fato, é possível ter razão objetivamente no que diz respeito à coisa mesma, e não tê-la aos olhos dos presentes e inclusive aos próprios olhos. Assim ocorre, por exemplo, quando o adversário refuta minha prova e isso é tomado como uma refutação da tese mesma, em cujo favor se poderiam aduzir outras provas.

A alternativa que substitui as expressões destacadas preservando-lhes o sentido e com correção é:
  • A: à coisa própria / Portanto
  • B: aquela coisa / Igualmente
  • C: à semelhante coisa / Tal
  • D: a própria coisa / Logo
  • E: à própria coisa / Desse modo

De fato, é possível ter razão objetivamente no que diz respeito à coisa mesma, e não tê-la aos olhos dos presentes e inclusive aos próprios olhos. Assim ocorre, por exemplo, quando o adversário refuta minha prova e isso é tomado como uma refutação da tese mesma, em cujo favor se poderiam aduzir outras provas.

Assinale a alternativa em que o enunciado final dessa passagem (... em cujo favor se poderiam aduzir outras provas.) está reescrito de acordo com a variante formal da língua e de acordo com o sentido original.
  • A: ... de quem outras provas poderiam ser acrescentadas favoravelmente.
  • B: ... com proveito dela outras provas poderiam se colocar.
  • C: ... em benefício da qual outras provas poderiam ser apresentadas.
  • D: ... para vantagem na qual outras provas se apresentariam.
  • E: ... em serventia que outras provas poderiam se colocar.

Na passagem – Donde provém isso? Da perversidade natural do gênero humano. Se esta não existisse, se no nosso fundo fôssemos honestos, em todo debate tentaríamos fazer a verdade aparecer, sem nos preocupar com que ela estivesse conforme à opinião que sustentávamos no começo ou com a do outro; isso seria indiferente ou, em todo caso, de importância muito secundária. – a construção do raciocínio, no trecho destacado, é centrada na relação
  • A: de causa e efeito, expressando-se predominantemente com o emprego de formas verbais no futuro do presente e no pretérito.
  • B: entre hipótese e conclusão, expressando-se predominantemente com o emprego de formas verbais no imperfeito e no futuro do pretérito.
  • C: de condição e modo, expressando-se predominantemente com o emprego de formas verbais no imperfeito e no presente.
  • D: entre condição e comparação, expressando-se predominantemente com o emprego de formas verbais no presente e no infinitivo.
  • E: entre suposição e resultado, expressando-se predominantemente com o emprego de formas verbais no pretérito perfeito e no futuro do pretérito.

Pela janela

Reparei pela primeira vez naquele apartamento quando passava de carro, enfrentando o trânsito lento do fim da tarde, na Lagoa. Pelas cortinas entreabertas, conseguia ver apenas uma parede, banhada pela luz indireta de um abajur. Mas nessa parede havia uma estante que me chamou atenção por sua beleza e solidez: estava repleta de livros, com suas lombadas multicoloridas. Alguns eram encadernados, outros não. Muitos pareciam antigos. Mas o importante é que a estante não tinha enfeites nem plantas, nada – apenas livros.

Imediatamente, comecei a imaginar quem seria o morador daquele apartamento. Não sei por quê, mas achei que os livros pertenciam a um homem. E fui além. Pensei num historiador, um apaixonado por pesquisa, alguém de mais de 40 anos, talvez ruivo, de cabelos encaracolados, usando óculos de aro fino para leitura. Imaginei um homem sensível, mas um pouco ranzinza, sempre implicando com a empregada por tirar do lugar os papéis da escrivaninha, e logo depois dizendo alguma coisa engraçada, para que ela o perdoasse. Alguém que vivesse sozinho – e feliz.

Mas o sinal abriu lá na frente, perto da Fonte da Saudade, e eu segui, deixando para trás meu amigo imaginário. [...]
(SEIXAS, Heloísa. O amigo do vento. São Paulo: Moderna, 2015.)

No trecho Não sei por quê, mas achei que os livros pertenciam a um homem., o por quê (separado e com acento) é utilizado no final de uma oração, seguido de um sinal de pontuação. Sobre o uso dessa palavra, analise as afirmativas.
I - Na frase Estude muito, porque a prova não será fácil., a palavra porque tem função de conjunção e seu valor semântico é de pois, uma vez que.
II - Na frase Ele queria saber simplesmente por que ela não o atendia., a palavra por que está presente no interior de uma pergunta indireta, seu valor semântico é por qual razão, por qual motivo.
III - Na frase Todos estavam curiosos sobre o porquê da suspensão do concurso., a palavra porquê, acentuada, está precedida por artigo e tem valor de substantivo.
IV - Na frase A coisa virou confusão por que todos gritavam muito e ao mesmo tempo., a palavra por que é junção da preposição por com um pronome relativo.

Estão corretas as afirmativas
  • A: II, III e IV, apenas
  • B: I, II e III, apenas.
  • C: I e II, apenas.
  • D: I e IV, apenas

Assinale a alternativa em que a colocação do pronome átono não obedece às regras determinadas pela norma padrão culta da Língua Portuguesa.
  • A: Eu não me calarei diante dessas injustiças.
  • B: Como julgariam-na se soubessem da sua fuga da dieta.
  • C: Ia-me esquecendo das prescrições sobre minha nova dieta.
  • D: Só quero avisá-lo sobre esses amigos que não ajudam.

É possível observar a obediência às regras de regência verbal no trecho “...levam o indivíduo a lidar com um desprezo que ele já não sabe se vem dos outros ou dele mesmo”, em que o verbo levar foi empregado como transitivo direto e indireto.

Assinale a alternativa em que o verbo destacado não atende às regras de Regência Verbal, de acordo com a Norma Padrão da Língua Portuguesa.
  • A: Os amigos não lhe perdoam por não conseguir perder peso.
  • B: As reportagens sobre regimes e dietas não o interessavam mais.
  • C: O gerente chamou os funcionários para uma reunião de urgência.
  • D: A jovem respondeu a pergunta que lhe foi feita objetivamente.

Em “Também os que patrocinam qualquer exceção ao regime que você tenta manter estoicamente...”, o verbo em destaque foi empregado corretamente, obedecendo às regras de concordância verbal. Assinale a alternativa em que a obediência a essas regras não foi observada.
  • A: Havia muitas pessoas que gostariam de provar novos sabores.
  • B: Revisei o artigo que me foi entregue havia duas semanas.
  • C: Devem haver muitos amigos que colaboram com o nosso fracasso.
  • D: Hipóteses haverão de existir sobre as causas desses insucessos.

No trecho “...produzindo o nosso malogro, eles encontrariam uma reconfortante explicação pelo seu”, o verbo destacado está conjugado no futuro do pretérito do modo indicativo e exprime
  • A: ordem.
  • B: possibilidade.
  • C: súplica.
  • D: solicitação.

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