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Sonhos, estranhos sonhos


Apesar de ser corajoso vivendo na comunidade, quando eu chegava à cidade me tornava um covarde. Ali era tudo muito estranho para mim. Havia coisas que eu não compreendia de jeito nenhum. Coisas do tipo: disputar pelo primeiro lugar, seja no estudo, seja no esporte; meninos valentões; mães que agrediam os filhos; escola que castigava quem não obedecia às regras, entre outras coisas. Naquela ocasião, eu não podia ter a presença constante dos meus pais junto de mim, porque era a política da época que o Estado brasileiro tomasse conta de seus “índios”. Isso consistia, entre outras coisas, em manter os pais longe da escola. Hoje sei que aquilo servia para nos isolar dos que falavam a mesma língua e nos obrigar a falar e aprender somente em português.

Eu ficava muito triste e solitário na escola. Não tinha amigos da mesma comunidade para conversar, não tinha muito o que fazer com aquilo que eu sabia da aldeia e não podia criar muitas coisas porque o meu tempo era bem regrado pelos muitos afazeres escolares. E, claro, tinha também meus colegas, que nunca me deixavam em paz. O tempo todo estavam tirando sarro da minha cara. Bastava me verem e logo já vinha aquela enxurrada de impropérios contra mim. Parece que eles queriam mesmo que eu nunca esquecesse quem eu era e de onde eu vinha. Era o tempo todo me chamando de índio, selvagem, atrasado, sujo, fedorento... Eu, covarde que era, baixava minha cabeça e chorava baixinho.

Eu sempre tive, por conta disso, acho, uns sonhos bem estranhos. Neles quase sempre eu me encontrava sozinho numa grande cidade, perdido e chorando. Algumas vezes, sonhei que estava ensanguentado. O sangue escorria em meu rosto e descia até meus pés, mas eu não sabia de onde vinha, porque não estava ferido. Sonhava que estava dentro de um buraco apenas com a cabeça de fora e que meus colegas ficavam atirando palavras em cima de mim. Eram palavras mesmo. Não palavras da boca, mas objetos que eram palavras. Essas palavras que tanto me assombravam. [...]

(MUNDUKURU, Daniel. Memórias de índio: uma quase autobiografia. Porto Alegre: Edelbra, 2016, p. 65-66)

De acordo com a Gramática Normativa, em “Isso consistia, entre outras coisas, em manter os pais longe da escola.” (1º§), tem-se, como exigência da regência do verbo destacado:
  • A: um sujeito constituído por um pronome de valor indefinido.
  • B: uma construção acessória introduzida pela preposição “entre”.
  • C: um objeto direto como “os pais longe da escola”.
  • D: um complemento introduzido pela preposição “em”.
  • E: um sujeito desinencial que contribui para a coesão do texto.

As preposições podem ser gramaticais – se exigidas pela regência de algum termo anterior – ou nocionais, quando não são obrigatórias e mostram um significado.

Assinale a frase abaixo em que a preposição A tem valor nocional.
  • A: Fidel Castro governou Cuba a ferro e fogo.
  • B: Constituição Brasileira, artigo único: todo brasileiro fica obrigado a ter vergonha na cara.
  • C: Campanha de alto nível só interessa a picareta.
  • D: Toda cozinheira deve aprender a governar o Estado.
  • E: Como se pode dizer que um homem tem uma pátria quando não tem direito nem a uma polegada quadrada dela?

Texto 3


“De origem ainda incerta, o pão, base da alimentação da quase totalidade dos seres humanos, é conhecido desde o período Neolítico. Inicialmente, era feito de grãos de cereais triturados com pedras, amassado com água e colocado sobre pedras quentes ou debaixo de cinzas para assar, o que resultava em um pão achatado, duro e seco”.
Observe a seguinte frase:

“Se as crianças se entretessem, a babá não teria intervindo para lhes auxiliar na brincadeira”.

Nessa frase, o(s) erro(s) existente(s) é(são):
  • A: apenas na conjugação do verbo “intervir”;
  • B: apenas na conjugação do verbo “entreter”;
  • C: na conjugação do verbo “entreter” e na regência de “auxiliar”;
  • D: na conjugação do verbo “entreter” e na colocação do pronome “lhes”;
  • E: na conjugação dos verbos “entreter” e “intervir” e na regência do verbo “auxiliar”.

Leia o texto abaixo para analisar o que é solicitado.

GUIMARÃES, Thays; BATISTA, Henrique Gomes. Conheça a primeira fuzileira naval brasileira: Marinha quer chegar a 20% de mulheres neste posto. O Globo, 03 de agosto de 2023. Disponível em: https://oglobo.globo.com/brasil/noticia/2023/03/conheca-a-primeira-fuzileira-naval-brasileira-marinha-quer-chegara-20percent-de-mulheres-neste-posto.ghtml. Acesso em: 21 out. 2023. (trecho).

A regência do termo “aspirou” está adequada no trecho da notícia, pois:
  • A: Apresenta a ligação entre o pronome “ela” e o objeto indireto “mundo militar”, por meio da junção da preposição “a” mais o artigo “o”, aspectos de transitividade indireta, significando o verbo “desejar algo”.
  • B: Indica o significado de “inalar”, tendo em vista a transitividade direta do verbo analisado, haja vista a ausência de preposição.
  • C: Enfatiza a transitividade direta, significando o verbo focalizado como “pronunciar”, sem a necessidade de preposição para isso.
  • D: Focaliza a transitividade indireta, significando o termo destacado como “desejar algo”, de forma a incluir o uso da preposição “a” e a facultatividade do artigo “o”.
  • E: Pondera em favor da intransitividade, sem a necessidade de termos sindéticos para formatar o sentido de “atrair por sucção”.

A partir da leitura do texto, analise os termos grifados.

Nome científico: Inga sp.
Família: Fabaceae
Você conhece o ingá? Os ingás, ou ingazeiros, estiveram floridos em nossa região recentemente. Reconhecê-los não é difícil. Repare em suas flores com longos filetes brancos (foto 1). Esses filetes são a estrutura reprodutiva masculina da flor, chamada de estames.
O ingá também pode ser reconhecido pelas suas folhas, pois elas são muito curiosas. Veja na foto 2 e repare nos detalhes. As folhas são compostas, ou seja, uma única folha é dividida em pedaços menores chamados “folíolos”.

CRUZEIRINHO. Ingá. Jornal Cruzeiro/Suplemento Cruzeirinho, 14 de outubro de 2023. Disponível em: https://www.jornalcruzeiro.com.br/suplementos/cruzeirinho/2023/10/722787-inga.html. Acesso em: 21 out. 2023. (trecho adaptado).

A regência do verbo “reparar”, flexionado no texto, se expressa:
  • A: Primeiramente, a ideia de pôr em bom estado, haja vista a ausência de preposição que acompanha o termo, e, por fim, dar retratação, pela mesma razão.
  • B: Singularmente, pois nas duas situações a transitividade verbal se compromete com o sentido de proteger-se, tendo em vista qualidade adverbial.
  • C: De modo coerente com a gramática tradicional, considerando a qualidade adjetiva dos trechos, demonstrando a ideia de compensação.
  • D: Com atendimento à norma padrão, tendo em vista que a transitividade presente é indireta, pois o uso da preposição que acompanha a duas situações no texto apresenta a ideia de fixar a atenção, observar.
  • E: Com desenvolvimento sintático intransitivo nas duas situações, pois a ausência de preposição atribui sentido de tomar cautela.

Aonde quer que eu vá – Paralamas do Sucesso “[…] Aonde quer que eu vá Levo você no olhar Aonde quer que eu vá Aonde quer que eu vá Longe daqui Longe de tudo Meus sonhos vão te buscar Volta pra mim Vem pro meu mundo Eu sempre vou te esperar […]”
Disponível em: https://www.vagalume.com.br/paralamas-do-sucesso/aonde-quer- -que-eu-va.html. Acesso em: 23 mar. 2023.
Na canção do Texto IV, o compositor utiliza a regência verbal adequadamente do ponto de vista da gramática padrão da língua portuguesa: “Aonde quer que eu vá”. Assinale a alternativa em que isso NÃO ocorre.
  • A: Não preciso disso durante a apresentação.
  • B: Os socorristas assistiram as vítimas do acidente.
  • C: “Eu não me esqueço aquele tempo.” (Roberto Carlos)
  • D: É preciso obedecer às leis de trânsito.
  • E: O material está onde você o deixou.

Analise as frases seguintes. I. Pagou à conta de luz que havia vencido uma semana antes. ll. O rapaz pagou à amiga uma antiga dívida. lll. Chegou à cidade bastante cansado - a viagem havia sido longa.
Observamos que a regência verbal não respeitou a gramática normativa em:
  • A: l, apenas.
  • B: l e lll, apenas.
  • C: ll e lll, apenas.
  • D: A regência verbal está correta em l, ll e lll.

Texto 1A1-II


Há uma diferença fundamental entre a cognição de crianças humanas e de cachorros: quando uma pessoa aponta para uma bola, os bebês sabem que esta é um objeto que está a uma certa distância, enquanto os cães, em geral, entendem a mão da pessoa como instrução sobre a direção na qual eles devem andar.

Essas características são o que os cientistas cognitivos denominam vieses, e não verdades constantes. Ou seja: os cachorros também conseguem navegar o mundo em termos de objetos, e não de direções. Contudo, nesse caso, o aprendizado é mais lento e menos intuitivo.

Um estudo com 82 cachorros não só comprovou a dificuldade canina com o conceito de objeto como descobriu que ela é um ótimo indicador de inteligência: cãezinhos mais espertos, em geral, também têm uma concepção de objeto mais parecida com a humana. Essa descoberta é um passo importante para entender como se deu a evolução da inteligência ímpar exibida pelo ser humano, e em quais aspectos cruciais a nossa cognição difere da de outros animais.

Internet: (com adaptações).

No que se refere às relações de sentido do texto 1A1-II e à regência verbal, o segmento “navegar o mundo” (segundo período do segundo parágrafo) poderia ser substituído, sem prejuízo da correção gramatical e dos sentidos originais do trecho, por
  • A: divulgar o mundo.
  • B: embarcar pelo mundo.
  • C: externar no mundo.
  • D: buscar o mundo.
  • E: percorrer o mundo.

Texto CG3A1

Além de ser fonte de prazer, a ficção permite ao leitor aprender com a experiência ficcional. A simulação é usada, por exemplo, para se aprender a pilotar um avião, pois é útil passar um tempo em um simulador de voo. Apesar de ser essencial a prática em um avião real, na maior parte do tempo, não acontece muita coisa no ar. Já no ambiente seguro de um simulador, é possível enfrentar as mais diversas experiências e ensaiar como responder a situações críticas — e as habilidades aprendidas são transferidas ao pilotar um avião. Da mesma forma, quando nos envolvemos nas tramas da ficção, o que aprendemos é transferido para nossas interações cotidianas.
Ao compartilhar indiretamente os acontecimentos da história e fazer inferências sobre o desenvolvimento da trama, o leitor expande sua empatia. Ou seja, alinha seus pensamentos e suas emoções com os das personagens. Imagens de ressonância magnética mostraram que, quando as pessoas leem a descrição de ações, como “subindo as escadas”, a leitura leva à simulação do conteúdo motor e emocional no cérebro, acompanhada por mudanças nas regiões cerebrais que provocam as ações, como se o leitor as estivesse realizando.

Internet: (com adaptações)

No que se refere à regência verbal, seriam preservados a correção gramatical e os sentidos do texto CG3A1 caso fosse substituída a forma verbal
  • A: “permite” (primeiro período do primeiro parágrafo) por deixa.
  • B: “leva” (último período do último parágrafo) por ocasiona.
  • C: “responder” (penúltimo período do primeiro parágrafo) por confrontar.
  • D: “expande” (primeiro período do último parágrafo) por amplia.
  • E: “alinha” (segundo período do último parágrafo) por equivale.

Assinale a alternativa correta quanto à regência verbal.
  • A: Hoje ele procedeu ao envio dos resultados.
  • B: O filme é muito bom! Não deixe de assisti-lo.
  • C: É impossível ver-lhe sem admirar sua beleza!
  • D: Eu gostaria de agradecê-la o favor que me fez.

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