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DÉMODÉ*
Mário Viana

Na próxima faxina, vai ser preciso empurrar para o fundo do armário os barquinhos de maionese, os picles espetados no repolho e as taças de coquetel de camarão. Com jeitinho, também cabem o bilboquê e o ioiô que apitava. É necessário espaço para acomodar tudo aquilo que sai de moda. Por exemplo: as expressões “com licença”, “por favor” e “obrigado” estão, todas, caindo no mais completo desuso, feito uma calça de Tergal ou uma camisa Volta ao Mundo.

Atualmente, gentileza só gera gentileza em fotinho de rede social. Na real, o que vale de verdade é a versão urbana da lei da selva. Incontáveis vezes, sou pego de surpresa na sala do cinema ou do teatro por uma pessoa plantada de pé, ao meu lado, esperando que eu abra caminho para sua passagem. Eu cedo e ela passa, sem emitir um som. Faz sentido: se não pede licença, a criatura não sabe agradecer. Nos ônibus e metrôs também há o bônus da mochila, cada vez maior e mais pesada. Deduzo que todas elas são recheadas de livros, cadernos, pares de tênis, roupa de frio, marmita, duas melancias, um bote inflável (nunca se sabe quando a chuva vem) e, desconfio ainda, o corpo embalsamado do bicho de estimação. Só isso explica a corcova sólida e intransponível que bloqueia corredores a qualquer hora do dia ou da noite. Nem adianta apelar para a antiga fórmula do “com licença”. Ela perdeu o significado.

Outro item fadado à vala comum dos esquecidos é a letra R, usada no final de algumas palavras para significar o infinitivo de um verbo. Fazer, beijar, gostar, perder, seguir — você sabe que são verbos justamente por causa da última letra. Pois não é que as redes sociais, mancomunadas com a baixa qualidade do ensino, estão aniquilando a função do R? No Twitter, é um verdadeiro festival de “vou faze bolo pq o Zé vem me visita”.

Para decifrar alguns posts — marcados também pela absoluta ausência de vírgulas, acentos e pontos —, é preciso anos de estágio nos livros de José Saramago e Valter Hugo Mãe. Apegar-se à ortografia tradicional é perda de tempo e beira a caretice reclamar. Uma vez, corrigi alguém no Twitter e fui espinafrado até a última geração. “O Twitter é meu e eu escrevo do jeito que quise” — sem o R, claro. Não se trata de ataque nostálgico. O tempo dos objetos passa, a língua tem lá sua dinâmica e até mesmo as fórmulas de etiqueta mudam conforme o tempo ou o lugar — até hoje, os chineses arrotam para mostrar que gostaram da refeição. Mas prefiro acreditar que um pouco de gentileza sem pedantismo nunca vai fazer mal a ninguém.

Escrever certo deveria ser princípio fundamental para quem gosta de se comunicar. Ironicamente, nunca se escreveu tanto no mundo: nas ruas, salas de espera, ônibus, em qualquer lugar, há sempre alguém mandando um torpedo no seu smartphone do último tipo. Às vezes, chego ao fim do dia exausto de ter “conversado” com gente do mundo inteiro. Espantado, eu me dou conta de não ter aberto a boca. Foi tudo por escrito — e-mail, post, Twitter, torpedo. Se isso acontecer com você, faça como eu: cante alto, solte um palavrão, fale qualquer coisa sem sentido, principalmente se estiver sozinho em casa. Apenas ouça o som que sai da sua garganta. Impeça que sua voz, feia ou bonita, vire um item fora de moda.

Disponível em: https://vejasp.abril.com.br/cultura-lazer/cronica-demode-mario-viana/ Acesso em: 13 set. 2018. *Démodé: fora de moda

*Démodé: fora de moda

I. Daqui ___ alguns anos estaremos sem água, se não mudarmos de postura.
II ___ dias que não o vemos.
III Todos chegaram ___ tempo.

A alternativa que preenche corretamente as lacunas das orações é
  • A: a - à - a
  • B: à - a - a
  • C: a - a - há
  • D: a - há - a

Observe atentamente cada par de frases correlacionadas. A segunda apresenta uma alteração / transformação da primeira num aspecto indicado entre colchetes.

Assinale a opção em que a transformação gerou uma construção incorreta do ponto de vista da norma padrão:
  • A: Acende-se a luz racional lá no Iluminismo e vem até hoje. [plural] → Acendem-se as luzes racionais lá no Iluminismo e vêm até hoje.
  • B: A pós-modernidade talvez seja uma reação a esse quadro desolador. [pretérito imperfeito do subjuntivo] → A pós-modernidade talvez fosse uma re-ação a esse quadro desolador.
  • C: “Enquanto nos deleitamos com essa vida esquizofrênica e lúdica, deixamos no caixa do capitalismo tardio (iluminista / racional) o nosso mais precioso bem: a individualidade.” [Futuro do subjuntivo + futuro do indicativo] → Enquanto nos deleitarmos com essa vida esquizofrênica e lúdica, deixaremos no caixa do capitalismo tardio (iluminista / racional) o nosso mais precioso bem: a individualidade.
  • D: Há, sem dúvida, grave crise cultural que desemboca em crise de modernidade. [pretérito imperfeito + plural] → Haviam, sem dúvidas, graves crises culturais que desembocavam em crises de modernidade.

É considerado um dos problemas gerais da língua culta o uso do porque, assinale a alternativa CORRETA sobre o uso do porque:
  • A: Porque as pessoas não respeitam o isolamento? (Nas frases interrogativas, no início do período)
  • B: Você não entendeu porquê?(Escreve-se porquê junto e com acento quando aparecer no final da frase.)
  • C: Hoje não estou trabalhando por que estou cansado. ( Escreve-se por que separado e sem acento quando substituído por pois, já que)
  • D: O porquê desta situação é preocupante. (Escreve-se junto e com acento quando a palavra estiver substantivada e anteceder artigo ou pronome.)

Todas as frases abaixo sofreram a mesma alteração; a opção em que a mudança da frase traz um erro de conjugação verbal é:
  • A: Queremos as informações corretas / Se vocês quiserem, eu também quererei;
  • B: Trago o automóvel hoje / Se você trouxer, eu também trarei;
  • C: Vejo a corrida daqui / Se você vir, eu também verei;
  • D: Faço minhas obrigações sempre / Se você fizer, eu também fazerei;
  • E: Não sei onde ele mora / Se você não souber, eu também não saberei.

Assinale a opção que apresenta a frase gramaticalmente correta.
  • A: Fazem dois anos que saí do emprego.
  • B: Beatriz e eu gostamos de ir à praia.
  • C: Aconteceu muitas festas no ano passado.
  • D: Os sapatos pretos que combinava com seus vestidos.
  • E: Têm muito barulho nessa festa.

Assinale a opção que apresenta a frase correta do ponto de vista gramatical e ortográfico.
  • A: Há pessoas no mundo que precisa usar óculos para enxergar o amor-próprio.
  • B: Há pessoas no mundo que precisam usar óculos para enxergar o amor-próprio.
  • C: Há pessoas no mundo que precisam usar óculos para enchergar o amor-próprio.
  • D: Hão pessoas no mundo que precisam usar óculos para enxergar o amor-próprio.
  • E: Há pessoas no mundo que precizam usar óculos para enxergar o amor-próprio.

Veja o uso de há (verbo) ou a (preposição) e marque a alternativa incorreta.
  • A: O ônibus saiu há cinco horas.
  • B: Daqui a pouco, ela se casará.
  • C: Resido a cinco quadras do hospital.
  • D: Não a encontro a duas semanas.

No 2º quadrinho, há um problema gramatical. Esse problema é de ordem:
  • A: sintática, quanto à pontuação.
  • B: morfológica, quanto à flexão verbal.
  • C: sintática, quanto à regência.
  • D: coesiva.
  • E: morfológica, quanto à flexão nominal.

Está isento de incorreção linguística o livre comentário relacionado ao conteúdo do texto:
  • A: A revolução tecnológica do século XXI, onde estamos, tem sido um marco para a humanidade.
  • B: Steve Jobs é uma grande personalidade do século XXI cuja importância é mundialmente reconhecida.
  • C: A realidade vivida passou a ser ditada pelos smartphones em que se deve reconhecer sua importância e praticidade nos dias atuais.
  • D: O uso contínuo dos celulares, com cuja informação é apresentada no texto de forma estatística, demonstra um hábito que é praticamente um vício.

Leia, a seguir, o texto de uma placa.

Para corrigir os erros ortográficos desse texto, é necessário substituir
  • A: “brinde” por “brendi” e “trabiceiro” por “trabeceiro”.
  • B: “coxão” por colchão e “trabiceiro” por “travesseiro”.
  • C: “coxão” por“colxão” e “trabiceiro” por“travisseiro”.
  • D: “brinde” por “bríndi” e “coxão” por “calção”.

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