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Leitura como prática

A leitura é uma prática que traz inúmeros benefícios aos leitores, sobretudo quando estimulada desde a infância.

“Acessar o universo das histórias ativa a imaginação, amplia o repertório de mundo e cria condições favoráveis para as crianças lidarem com situações cotidianas sob diferentes perspectivas. É pela linguagem que elas se conectam com o mundo e é por meio das histórias que expressam as descobertas e os aprendizados, construindo a identidade e a memória”, explica a psicopedagoga Glaucia Piva.

Os benefícios se estendem para os vínculos afetivos quando o momento da leitura é compartilhado. “Às vezes a criança tem uma angústia, leva com ela algo que não sabe sequer nomear, mas quando lê, consegue elaborar a dúvida, se identificar com o personagem e fazer conexões propiciadas pela própria trama”, relata Glaucia.

Apesar de compor a rotina de aprendizagem da criança, estimular a leitura não é uma tarefa apenas escolar. A escola cumpre uma função mais pedagógica, enquanto a família promove uma leitura mais emocional.

“O papel da escola é de garantir algumas competências. De fazer, por meio da leitura, a criança exercitar a curiosidade intelectual. A escola precisa procurar livros que instiguem nas crianças esse comportamento mais investigativo, a reflexão apurada”, afirma.

“Já a família precisa cuidar daquela leitura por vezes desprovida dessa intenção, mas que promove a aproximação entre os familiares. Ela pode escolher um livro que cuida de uma necessidade imediata, que passa exatamente aquilo que estão vivendo. Às vezes os pais não têm um repertório tão vasto, mas possuem um repertório que é deles, da infância deles. Então, se escolheram ler aquele livro, é porque aquela história fez muito sentido naquela ocasião, trazendo memória afetiva. Isso precisa ser valorizado. A família não precisa ter uma obrigação técnica na escolha dos livros, mas precisa gostar da leitura e ter o desejo profundo de inserir os filhos nesse gosto.”

Do nascimento até os 3 anos, são indicados aqueles livros “que têm uma pegada mais tátil ou auditiva, que você abre a casinha e o livrinho emite um som ou você passa a mão e sente que aquilo é mais áspero”.

Até os 6 anos, para a especialista, “as crianças passam a se identificar com fadas e bruxas, a ter medo da morte, de perder um ente querido. Cuidar desse terror infantil é uma providência importante, porque ajuda as crianças a visualizarem um caminho mais otimista em relação aos problemas do dia a dia”.

(www.fadc.org.br/noticias/a-importancia-da-leitura-para-o-desenvolvimento- -das-criancas Portal da Fundação Abrinq. 23.07.2021. Adaptado)

De acordo com Glaucia Piva,
  • A: os professores, uma vez conhecedores de alguns livros que instiguem a imaginação das crianças, estão desobrigados de pesquisar novas obras para os pequenos.
  • B: os livros destinados a crianças na faixa etária de 3 a 6 anos devem possibilitar experiências sensoriais que prescindam da identificação dos leitores com as personagens.
  • C: a criança, por meio da leitura, pode aprender a lidar com seus receios e temores e, assim, ter condições de enfrentar positivamente as adversidades do cotidiano.
  • D: a leitura em família não adquire significância para as crianças, caso o repertório de leitura dos pais, embora afetivo, seja restrito.
  • E: a escola deve se servir dos livros para incentivar a curiosidade nos alunos, e a leitura como fonte de prazer deve ser relegada a segundo plano.

A frase do quarto parágrafo – A escola cumpre uma função mais pedagógica, enquanto a família promove uma leitura mais emocional. – está reescrita preservando o sentido do texto em:
  • A: Até que a escola cumpra uma função mais pedagógica, a família promove uma leitura mais emocional.
  • B: Caso a escola cumpra uma função mais pedagógica, a família promove uma leitura mais emocional.
  • C: A escola cumpre uma função mais pedagógica, a menos que a família promova uma leitura mais emocional.
  • D: A escola cumpre uma função mais pedagógica, ao passo que a família promove uma leitura mais emocional.
  • E: A escola cumpre uma função mais pedagógica, para que a família promova uma leitura mais emocional.

De acordo com a norma-padrão de emprego e de colocação dos pronomes, o trecho destacado na frase elaborada a partir do texto pode ser reescrito como indicado entre parênteses em:
  • A: Para os leitores, a leitura é uma prática que traz aos leitores inúmeros benefícios. (lhe traz)
  • B: As próprias descobertas e aprendizados, é por meio das histórias que os pequenos reconhecem descobertas e aprendizados. (a reconhecem)
  • C: A leitura em família pode estar desprovida da intenção pedagógica, mas ela promove a aproximação entre os familiares que praticam a leitura. (praticam-na)
  • D: Tratando-se de um vasto repertório de leitura, às vezes os pais não têm esse repertório. (o têm)
  • E: Lendo poemas e narrativas, as crianças identificam- -se com fadas e bruxas, têm medo da morte, de enfrentar a morte com a perda de um ente querido. (enfrentar-lhe)

Considere os trechos do texto.
Então, se escolheram ler aquele livro, é porque aquela história fez muito sentido naquela ocasião... (6º parágrafo)
Cuidar desse terror infantil é uma providência importante... (último parágrafo)

Em conformidade com a norma-padrão de regência verbal e nominal, os trechos em destaque podem ser substituídos, respectivamente, por:
  • A: Então, se optaram a ler…; Interessar-se por esse terror infantil…
  • B: Então, se preferiram em ler…; Não ser negligente com esse terror infantil…
  • C: Então, se pretenderam em ler…; Dar relevância para esse terror infantil…
  • D: Então, se se propuseram de ler…; Preocupar-se a esse terror infantil…
  • E: Então, se se dispuseram a ler…; Estar atento a esse terror infantil…

Assinale a alternativa que atende à norma-padrão de concordância verbal.
  • A: Há muitos caminhos, mas a linguagem é um dos fundamentais para que a criança estabeleçam relações com o mundo.
  • B: Obras que convêm aos que iniciam o contato com os livros são as que oferecem experiências táteis e auditivas.
  • C: O hábito da leitura praticado nos espaços domésticos podem gerar mais intimidade e entrosamento entre os integrantes da família.
  • D: Existe ações de extrema relevância realizadas pela escola, uma delas é fomentar o otimismo nas crianças.
  • E: Desenvolver competências, como dotar os alunos de um comportamento investigativo, são responsabilidade da escola.

O sinal indicativo de crase está corretamente empregado na alternativa:
  • A: Ainda muito pequena, já é possível a criança começar à gostar de livros.
  • B: Em uma livraria, as crianças manuseiam e escolhem livros à seu bel-prazer.
  • C: A obrigação técnica de selecionar livros para os alunos cabe à área docente.
  • D: Sentir-se igual à uma fada pode aumentar a autoestima da criança.
  • E: Um livro pode estar associado à situações delicadas que a família está vivenciando.

Para responder à questão, leia um trecho do romance Vermelho amargo, em que o narrador se refere à falecida mãe.

Se a chuva chovia mansa o dia inteiro, o amor da mãe se revelava com mais delicadeza. O tempo definia as receitas. Na beira do fogão ela refogava o arroz. O cheiro de alho frito acordava o ar e impacientava o apetite. A couve, ela cortava mais fina que a ponta de agulha que borda mares em ponto cheio. Depois, mexia o angu para casar com a carne moída, salpicada de salsinha, conversando com o caldo de feijão. Tudo denunciava o seu amor. Nós, meninos, comíamos devagar, tomando sentido para cada gosto. Ela desconfiava que matar nossa fome era como nos pedir para viver. A comida descia leve como o andar do gato da minha irmã.

Exige-se longo tempo e paciência para enterrar uma ausência. Aquele que se foi ocupa todos os vazios.

(Bartolomeu Campos de Queirós. Vermelho amargo. Cosac Naify, 2011.)

Pela leitura do texto, é correto afirmar que o narrador
  • A: tinha um comportamento distinto dos irmãos, pois ele era o único a saborear prazerosamente as refeições feitas pela mãe.
  • B: reconhece a dedicação da mãe que, mesmo muito atarefada e exausta, preparava com capricho o almoço para a família.
  • C: revela sua enorme tristeza pela morte da mãe, visto que, sem ela, se sentia solitário e menosprezado pelos irmãos.
  • D: percebe que a mãe era muito amorosa, embora estivesse ciente de que suas atitudes em nada sensibilizavam os filhos.
  • E: relaciona o passado ao presente, contrapondo a felicidade da infância à dor causada pela ausência da figura materna.

Para responder à questão, leia um trecho do romance Vermelho amargo, em que o narrador se refere à falecida mãe.

Se a chuva chovia mansa o dia inteiro, o amor da mãe se revelava com mais delicadeza. O tempo definia as receitas. Na beira do fogão ela refogava o arroz. O cheiro de alho frito acordava o ar e impacientava o apetite. A couve, ela cortava mais fina que a ponta de agulha que borda mares em ponto cheio. Depois, mexia o angu para casar com a carne moída, salpicada de salsinha, conversando com o caldo de feijão. Tudo denunciava o seu amor. Nós, meninos, comíamos devagar, tomando sentido para cada gosto. Ela desconfiava que matar nossa fome era como nos pedir para viver. A comida descia leve como o andar do gato da minha irmã.

Exige-se longo tempo e paciência para enterrar uma ausência. Aquele que se foi ocupa todos os vazios.

(Bartolomeu Campos de Queirós. Vermelho amargo. Cosac Naify, 2011.)

Nas duas orações que formam a primeira frase do texto – Se a chuva chovia mansa o dia inteiro, o amor da mãe se revelava com mais delicadeza. –, encontram-se respectivamente as ideias de:
  • A: condição e consequência.
  • B: condição e causa.
  • C: concessão e consequência.
  • D: tempo e causa.
  • E: tempo e finalidade.

Assinale a alternativa correta a respeito do termo ou expressão em destaque nos trechos do texto.
  • A: Em – A couve, ela cortava mais fina que a ponta de agulha que borda mares... –, está empregada em sentido figurado significando triturava.
  • B: Em – Depois, mexia o angu para casar com a carne moída... –, está empregada em sentido próprio significando salgar.
  • C: Em – Tudo denunciava o seu amor. –, está empregada em sentido figurado significando dissimulava.
  • D: Em – A comida descia leve como o andar do gato da minha irmã. – está empregada em sentido próprio significando engolia-se sorrateiramente.
  • E: Em – Exige-se longo tempo e paciência para enterrar uma ausência. –, está empregada em sentido figurado, significando aceitar a morte de alguém.

Conheço infantes que falam o que não devem, porque dizem a verdade. Crianças e bêbados, já foi escrito, possuem estranho compromisso com o verídico.
Anos atrás, uma amiga decidiu carregar um pouco na tradição familiar. Ela me disse que acabava de retornar “da fazenda” do pai. A filha que nos escutava (tinha algo como 10 anos) quase gritou: “Fazenda, mãe? Aquilo não é nem sítio!”. Menina inconveniente, desagradável, pouco educada e, como descobri depois, mais exata na descrição da propriedade rural. Era mais uma casinha cercada de árvores singelas do que um latifúndio.
A pessoa que abre a boca de forma inconveniente, revelando contradições e trazendo à luz inconsistências, pode ser um … boquirroto. Também empregamos o termo para designar quem não guarda segredo. Quando o objeto da indiscrição não somos nós, nada mais divertido do que esse ser. Funciona como a criança do conto A Roupa Nova do Rei (de Hans Andersen): diz o que todos viam e tinham medo de trazer a público. O indiscreto libera demônios coletivos reprimidos pelo medo e pela inconveniência.
Aprendi muito cedo que a liberdade de expressão, quando anunciada, é um risco. Aprendi que o cuidado deve ser redobrado diante do convite à sinceridade. Existem barreiras intransponíveis, pontos cegos, muralhas impenetráveis no mundo humano. Uma delas é a situação em que uma pergunta envolve uma crença fundamental da pessoa.
Minha iluminada amiga e meu onisciente amigo: invejo-os. Se vocês dizem o que querem, na hora que desejam, vocês têm uma ou todas as seguintes características: riqueza extrema, poder político enorme, tamanho físico intimidador, equipe de segurança numerosa, total estabilidade afetiva, autonomia diante do mundo, saúde plena e coragem épica. Sem nenhuma das oito características anteriores, eu, humilde mortal, prometo, lacanianamente*, dizer-lhes a verdade que vocês estão preparados para ouvir. Da mesma forma, direi a minha verdade: limitada, cheia de impurezas e concepções equivocadas, ou seja, a que eu estou preparado para enunciar. O demônio é o pai da mentira, porque ele não é onipotente. A verdade total pertence a Deus. Nós? Adeus e alguma esperança...

(Leandro Karnal, O boquirroto. Diário da Região, 19.06.2022. Adaptado)

* Referência ao psicanalista Jacques Lacan.

É correto afirmar que o autor entende que as manifestações infantis
  • A: são incapazes de contradizer os adultos, pois estes as contestam no momento certo.
  • B: são indiscretas e divertidas quando se dirigem à pessoa que ouve a fofoca.
  • C: podem revelar verdades incômodas que o mundo adulto reconhece, mas evita expressar.
  • D: são parte do imaginário da criança, razão pela qual é difícil esconder a verdade destas.
  • E: demonstram incapacidade de respeitar o próximo e revelam imaturidade.

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