Questões

Filtrar por:

limpar filtros

Foram encontradas 25009 questões.
Texto 1A1-II


Como é possível que hoje, amanhã ou depois tornem a falar em crise ministerial, venho sugerir aos meus amigos um pequeno obséquio. Refiro-me à inclusão de meu nome nas listas de ministérios, que é de costume publicar anonimamente, com endereço ao imperador.

Há de parecer esquisito que eu, até aqui pacato, solicite uma fineza destas que trescala a pura ambição. Explico-me com duas palavras e deixo de lado outras duas que também podiam ter muito valor, mas que não são a causa do meu pedido. (...)

A primeira coisa é toda subjetiva; é para ter o gosto de reter o meu nome impresso, entre outros seis, para ministro de Estado. Ministro de quê? De qualquer coisa: contanto que o meu nome figure, importa pouco a designação. Ainda que fosse de verdade, eu não faria questão de pastas, quanto mais não sendo. Quero só o gosto; é só para ler de manhã, sete ou oito vezes, e andar com a folha no bolso, tirá-la de quando em quando, e ler para mim. E saborear comigo o prazer de ver o meu nome designado para governar.

Agora a segunda coisa, que é menos recôndita. Tenho alguns parentes, vizinhos e amigos, uns na corte e outros no interior, e desejava que eles lessem o meu nome nas listas ministeriais, pela importância que isto me daria. Creia o leitor que só a presença do nome na lista me faria muito bem. Faz-se sempre bom juízo de um homem lembrado, em papéis públicos, para ocupar um lugar nos conselhos da coroa, e a influência da gente cresce. Eu, por exemplo, que nunca alcancei dar certa expressão ao meu estilo, pode ser que a tivesse daí em diante; expressão no estilo e olhos azuis na casa. Tudo isso por uma lista anônima, assinada — Um brasileiro ou A Pátria.

(...)

Eia. Venha de lá esse obséquio! Que diabo, custa pouco e rende muito! Porque a gratidão de um coração honesto é moeda preciosíssima. Mas pode render ainda mais. Sim, suponhamos, não digo que aconteça assim mesmo; mas suponhamos que o imperador, ao ler o meu nome, diga consigo que bem podia experimentar os meus talentos políticos e administrativos e inclua o meu nome no novo gabinete. Pelo amor de Deus, não me atribuam a afirmação de um tal caso; digo só que pode acontecer. E pergunto, dado que assim seja, se não é melhor ter no ministério um amigo, antes do que um inimigo ou um indiferente?

Não cobiço tanto, contento-me com ser lembrado. Terei sido ministro relativamente.

Machado de Assis. Balas de estalo. In: Crônicas escolhidas de Machado de Assis. Coleção Folha Não Dá pra Não Ler. São Paulo: Ática, 1994, p. 60-62 (com adaptações).

No início do quarto parágrafo do texto 1A1-II, o vocábulo “recôndita” tem o mesmo sentido de
  • A: vergonhosa.
  • B: importante.
  • C: íntima.
  • D: arrojada.
  • E: presunçosa.

Texto 1A1-II


Como é possível que hoje, amanhã ou depois tornem a falar em crise ministerial, venho sugerir aos meus amigos um pequeno obséquio. Refiro-me à inclusão de meu nome nas listas de ministérios, que é de costume publicar anonimamente, com endereço ao imperador.

Há de parecer esquisito que eu, até aqui pacato, solicite uma fineza destas que trescala a pura ambição. Explico-me com duas palavras e deixo de lado outras duas que também podiam ter muito valor, mas que não são a causa do meu pedido. (...)

A primeira coisa é toda subjetiva; é para ter o gosto de reter o meu nome impresso, entre outros seis, para ministro de Estado. Ministro de quê? De qualquer coisa: contanto que o meu nome figure, importa pouco a designação. Ainda que fosse de verdade, eu não faria questão de pastas, quanto mais não sendo. Quero só o gosto; é só para ler de manhã, sete ou oito vezes, e andar com a folha no bolso, tirá-la de quando em quando, e ler para mim. E saborear comigo o prazer de ver o meu nome designado para governar.

Agora a segunda coisa, que é menos recôndita. Tenho alguns parentes, vizinhos e amigos, uns na corte e outros no interior, e desejava que eles lessem o meu nome nas listas ministeriais, pela importância que isto me daria. Creia o leitor que só a presença do nome na lista me faria muito bem. Faz-se sempre bom juízo de um homem lembrado, em papéis públicos, para ocupar um lugar nos conselhos da coroa, e a influência da gente cresce. Eu, por exemplo, que nunca alcancei dar certa expressão ao meu estilo, pode ser que a tivesse daí em diante; expressão no estilo e olhos azuis na casa. Tudo isso por uma lista anônima, assinada — Um brasileiro ou A Pátria.

(...)

Eia. Venha de lá esse obséquio! Que diabo, custa pouco e rende muito! Porque a gratidão de um coração honesto é moeda preciosíssima. Mas pode render ainda mais. Sim, suponhamos, não digo que aconteça assim mesmo; mas suponhamos que o imperador, ao ler o meu nome, diga consigo que bem podia experimentar os meus talentos políticos e administrativos e inclua o meu nome no novo gabinete. Pelo amor de Deus, não me atribuam a afirmação de um tal caso; digo só que pode acontecer. E pergunto, dado que assim seja, se não é melhor ter no ministério um amigo, antes do que um inimigo ou um indiferente?

Não cobiço tanto, contento-me com ser lembrado. Terei sido ministro relativamente.

Machado de Assis. Balas de estalo. In: Crônicas escolhidas de Machado de Assis. Coleção Folha Não Dá pra Não Ler. São Paulo: Ática, 1994, p. 60-62 (com adaptações).

Assinale a opção correta acerca do emprego do vocábulo “que” no segundo parágrafo do texto 1A1-II.
  • A: Nas suas três últimas ocorrências no parágrafo, esse vocábulo poderia ser substituído por as quais, sem prejuízo da correção gramatical do texto.
  • B: Nas suas duas últimas ocorrências no parágrafo, esse vocábulo retoma o mesmo termo.
  • C: Na sua primeira ocorrência no parágrafo, esse vocábulo introduz uma oração adjetiva com sentido explicativo.
  • D: Na sua última ocorrência no parágrafo, esse vocábulo introduz uma oração adverbial com sentido de oposição.
  • E: Em todas as suas ocorrências no parágrafo, esse vocábulo exerce a mesma função sintática.

Texto 1A1-II


Como é possível que hoje, amanhã ou depois tornem a falar em crise ministerial, venho sugerir aos meus amigos um pequeno obséquio. Refiro-me à inclusão de meu nome nas listas de ministérios, que é de costume publicar anonimamente, com endereço ao imperador.

Há de parecer esquisito que eu, até aqui pacato, solicite uma fineza destas que trescala a pura ambição. Explico-me com duas palavras e deixo de lado outras duas que também podiam ter muito valor, mas que não são a causa do meu pedido. (...)

A primeira coisa é toda subjetiva; é para ter o gosto de reter o meu nome impresso, entre outros seis, para ministro de Estado. Ministro de quê? De qualquer coisa: contanto que o meu nome figure, importa pouco a designação. Ainda que fosse de verdade, eu não faria questão de pastas, quanto mais não sendo. Quero só o gosto; é só para ler de manhã, sete ou oito vezes, e andar com a folha no bolso, tirá-la de quando em quando, e ler para mim. E saborear comigo o prazer de ver o meu nome designado para governar.

Agora a segunda coisa, que é menos recôndita. Tenho alguns parentes, vizinhos e amigos, uns na corte e outros no interior, e desejava que eles lessem o meu nome nas listas ministeriais, pela importância que isto me daria. Creia o leitor que só a presença do nome na lista me faria muito bem. Faz-se sempre bom juízo de um homem lembrado, em papéis públicos, para ocupar um lugar nos conselhos da coroa, e a influência da gente cresce. Eu, por exemplo, que nunca alcancei dar certa expressão ao meu estilo, pode ser que a tivesse daí em diante; expressão no estilo e olhos azuis na casa. Tudo isso por uma lista anônima, assinada — Um brasileiro ou A Pátria.

(...)

Eia. Venha de lá esse obséquio! Que diabo, custa pouco e rende muito! Porque a gratidão de um coração honesto é moeda preciosíssima. Mas pode render ainda mais. Sim, suponhamos, não digo que aconteça assim mesmo; mas suponhamos que o imperador, ao ler o meu nome, diga consigo que bem podia experimentar os meus talentos políticos e administrativos e inclua o meu nome no novo gabinete. Pelo amor de Deus, não me atribuam a afirmação de um tal caso; digo só que pode acontecer. E pergunto, dado que assim seja, se não é melhor ter no ministério um amigo, antes do que um inimigo ou um indiferente?

Não cobiço tanto, contento-me com ser lembrado. Terei sido ministro relativamente.

Machado de Assis. Balas de estalo. In: Crônicas escolhidas de Machado de Assis. Coleção Folha Não Dá pra Não Ler. São Paulo: Ática, 1994, p. 60-62 (com adaptações).

É correto concluir do texto 1A1-II que o cronista
  • A: gostaria de ser reconhecido como porta-voz da oposição ao governo.
  • B: implora para ser nomeado no cargo de ministro.
  • C: está em campanha política por causa de uma crise ministerial iminente.
  • D: está apenas sedento de fama.
  • E: está ironizando a sede de fama e as crises ministeriais.

Texto 1A1-II


Como é possível que hoje, amanhã ou depois tornem a falar em crise ministerial, venho sugerir aos meus amigos um pequeno obséquio. Refiro-me à inclusão de meu nome nas listas de ministérios, que é de costume publicar anonimamente, com endereço ao imperador.

Há de parecer esquisito que eu, até aqui pacato, solicite uma fineza destas que trescala a pura ambição. Explico-me com duas palavras e deixo de lado outras duas que também podiam ter muito valor, mas que não são a causa do meu pedido. (...)

A primeira coisa é toda subjetiva; é para ter o gosto de reter o meu nome impresso, entre outros seis, para ministro de Estado. Ministro de quê? De qualquer coisa: contanto que o meu nome figure, importa pouco a designação. Ainda que fosse de verdade, eu não faria questão de pastas, quanto mais não sendo. Quero só o gosto; é só para ler de manhã, sete ou oito vezes, e andar com a folha no bolso, tirá-la de quando em quando, e ler para mim. E saborear comigo o prazer de ver o meu nome designado para governar.

Agora a segunda coisa, que é menos recôndita. Tenho alguns parentes, vizinhos e amigos, uns na corte e outros no interior, e desejava que eles lessem o meu nome nas listas ministeriais, pela importância que isto me daria. Creia o leitor que só a presença do nome na lista me faria muito bem. Faz-se sempre bom juízo de um homem lembrado, em papéis públicos, para ocupar um lugar nos conselhos da coroa, e a influência da gente cresce. Eu, por exemplo, que nunca alcancei dar certa expressão ao meu estilo, pode ser que a tivesse daí em diante; expressão no estilo e olhos azuis na casa. Tudo isso por uma lista anônima, assinada — Um brasileiro ou A Pátria.

(...)

Eia. Venha de lá esse obséquio! Que diabo, custa pouco e rende muito! Porque a gratidão de um coração honesto é moeda preciosíssima. Mas pode render ainda mais. Sim, suponhamos, não digo que aconteça assim mesmo; mas suponhamos que o imperador, ao ler o meu nome, diga consigo que bem podia experimentar os meus talentos políticos e administrativos e inclua o meu nome no novo gabinete. Pelo amor de Deus, não me atribuam a afirmação de um tal caso; digo só que pode acontecer. E pergunto, dado que assim seja, se não é melhor ter no ministério um amigo, antes do que um inimigo ou um indiferente?

Não cobiço tanto, contento-me com ser lembrado. Terei sido ministro relativamente.

Machado de Assis. Balas de estalo. In: Crônicas escolhidas de Machado de Assis. Coleção Folha Não Dá pra Não Ler. São Paulo: Ática, 1994, p. 60-62 (com adaptações).

No terceiro parágrafo do texto 1A1-II, a oração introduzida pela expressão “contanto que” veicula ideia de
  • A: condição em relação à oração imediatamente subsequente.
  • B: consequência em relação ao segmento finalizado com dois-pontos.
  • C: concessão em relação à oração imediatamente subsequente.
  • D: causa em relação à oração imediatamente subsequente.
  • E: conclusão em relação ao segmento finalizado pelos dois-pontos.

Leia o texto a seguir.

“O Rio de Janeiro, de hoje, cidade abastecida de todos os gêneros alimentícios, teve, na sua origem, o peixe como principal elemento de abastecimento, devido à sua própria situação geográfica. O único local que abastecia a cidade estava situado nas imediações do Mercado Velho, onde além do peixe, eram vendidos frutas, sal, mariscos, farinha e diversos outros alimentos. Posteriormente, com o aparecimento do primeiro empório comercial da cidade, na Rua da Quitanda, que deve seu nome a esse fato, o abastecimento da cidade passou a ter novas fontes”.

Assinale o segmento desse texto exemplifica a função metalinguística da linguagem.
  • A: O Rio de Janeiro, de hoje, cidade abastecida de todos os gêneros alimentícios, teve, na sua origem, o peixe como principal elemento de abastecimento.
  • B: O único local que abastecia a cidade estava situado nas imediações do Mercado Velho...
  • C: ...onde além do peixe, eram vendidos frutas, sal, mariscos, farinha e diversos outros alimentos.
  • D: Posteriormente, com o aparecimento do primeiro empório comercial da cidade...
  • E: ...na Rua da Quitanda, que deve seu nome a esse fato, o abastecimento da cidade passou a ter novas fontes.

Observe o texto a seguir, retirado de um dicionário de curiosidades sobre o Rio de Janeiro:

“ABI – Fundada em 07/04/1908 pelo catarinense Gustavo Lacerda, a Associação Brasileira de Imprensa, órgão que congrega os jornalistas brasileiros, teve Herbert Moses como seu presidente durante 50 anos. É a maior expressão do jornalismo brasileiro, constituindo assim, um fato raro de ser igualado no mundo”.
No início desse texto aparece uma sigla: ABI. A seguir, aparece a transcrição da sigla por extenso: Associação Brasileira de Imprensa.

Isso normalmente se explica pelo fato de
  • A: a sigla não ser amplamente conhecida, segundo a consideração do autor do texto.
  • B: a formação da sigla contrariar a organização geral das siglas.
  • C: a forma abreviada passar a exercer a função sintática de sujeito da oração em que se insere.
  • D: a forma gráfica por extenso mostrar uma carga de valorização que a sigla não possui.
  • E: a sigla, no momento de produção do texto, ainda não ter sido criada.

Observe com atenção o texto 1 e a forma de melhorá-lo, no texto 2:

Texto 1 – Tradicionalmente, a comarca se dedicava à agricultura. Ao ser durante séculos terra de passagem, os cultivos não ocupavam mais que uma reduzida parte da superfície cultivável.
Texto 2 – A comarca se dedicava tradicionalmente à agricultura, ainda que, ao ser terra de passagem durante séculos, os cultivos não ocupassem mais que uma reduzida parte da superfície cultivável.

Pelas modificações propostas no texto 2, vê-se que o principal problema do texto 1 é
  • A: a falta de coerência entre os dois segmentos do texto.
  • B: a pontuação inadequada nos dois segmentos textuais.
  • C: a possível ambiguidade do advérbio “tradicionalmente”.
  • D: a ausência de conexão lógica entre os períodos.
  • E: o posicionamento invertido dos segmentos.

Assinale a frase em que não ocorreu um processo qualquer para evitar-se a repetição de palavras idênticas.
  • A: O Diabo cita as escrituras quando isso lhe convém.
  • B: Ninguém promete tanto quanto aquele que não pretende cumprir.
  • C: Nas coisas grandes, os homens se mostram como lhes convém; nas pequenas, como são.
  • D: Exibição exterior é um pobre substituto para valor interior.
  • E: Cada homem possui três personalidades: a que exibe, a que tem e a que pensa que tem.

Observe a seguinte frase:

“Bernardo é muito pobre vive sozinho sendo um adolescente seu tio que era marinheiro o levou para ser grumete num pequeno navio”.

Se pontuarmos de forma adequada esse pensamento, a forma correta será:
  • A: Bernardo é muito pobre; vive sozinho; sendo um adolescente seu tio, que era marinheiro, o levou para ser grumete num pequeno navio.
  • B: Bernardo é muito pobre, vive sozinho, sendo um adolescente, seu tio, que era marinheiro, o levou para ser grumete num pequeno navio.
  • C: Bernardo é muito pobre, vive sozinho; sendo um adolescente seu tio que era marinheiro o levou para ser grumete num pequeno navio.
  • D: Bernardo, é muito pobre, vive sozinho, sendo um adolescente seu tio que era marinheiro o levou para ser grumete num pequeno navio.
  • E: Bernardo é muito pobre, vive sozinho; sendo um adolescente, seu tio, que era marinheiro, o levou para ser grumete num pequeno navio.

Ao descrever um livro foram empregados os cinco adjetivos listados nas opções a seguir; assinale a opção em que o adjetivo mostra caráter opinativo.
  • A: livro grosso.
  • B: livro importado.
  • C: livro interessante.
  • D: livro antigo.
  • E: livro científico.

Exibindo de 3061 até 3070 de 25009 questões.