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Leia o texto a seguir para responder à questão.

Por que Nova York está ‘esvaziando’?

Uma casa com quintal e espaço para montar um escritório já era um sonho de Giovanna Almeida antes de o mundo ouvir falar de um tal de coronavírus pela primeira vez. Ela morava no Brooklyn quando teve de se isolar em casa durante o pico da pandemia.
Na época em que ainda frequentava o escritório, ela gastava uma hora no trajeto entre a casa e o trabalho. Hoje, ela e o marido moram em Nova Jersey, estado vizinho a Nova York, onde o bebê de 11 meses logo vai poder correr à vontade no gramado, nos fundos da casa que eles compraram recentemente. Giovanna é um exemplo de uma tendência que transformou Nova York num dos estados que mais perderam moradores nos últimos dois anos.
O professor da Universidade Columbia, Stijn Van Nieuwerburgh, acha que as autoridades precisam tomar providências urgentes para evitar que a cidade entre em um ciclo vicioso com menos arrecadação, população cada vez menor, empresas se mudando e os serviços cada vez mais precários.
Basta dar uma caminhada pela rua 57, entre a Quinta e a Sexta avenidas, para entender o que está acontecendo. Com o aumento do trabalho remoto, essa área, que tinha um dos metros quadrados comerciais mais caros da cidade, tem agora várias lojas fechadas e prédios de escritório completamente vazios, com anúncios de “aluga-se”.
Uma das propostas da prefeitura da cidade é converter esses escritórios em residências. O professor Nieuwerburgh afirma que a ideia é boa e barata. Basta mudar a lei do zoneamento. “Você pode manter a loja no primeiro andar e converter todos os escritórios nos outros andares porque vai gerar demanda para o comércio.”
“Nenhuma cidade pode viver só dos profissionais de finanças, tecnologia e de advogados”, afirma. Para voltar a ser uma cidade vibrante, será necessário manter, também, artistas, funcionários de hotéis e de restaurantes e quem trabalha no entretenimento.
O risco é ver Nova York repetir o que já enfrentou nos anos 1970 e o que Detroit ainda não conseguiu superar. Por isso, Nieuwerburgh aconselha: quanto mais rápido a cidade votar a mudança do zoneamento e converter prédios comerciais em residências, mais depressa a arrecadação vai voltar a crescer, garantindo a manutenção dos serviços de transporte, educação e segurança.

(Heloisa Villela. BBC News Brasil. 28 dezembro 2022)

No texto, está empregada em sentido figurado a palavra destacada em:
  • A: Uma casa com quintal e espaço para montar um escritório já era um sonho de Giovanna Almeida… (1º parágrafo)
  • B: Ela morava no Brooklyn quando teve de se isolar em casa durante o pico da pandemia. (1º parágrafo)
  • C: Na época em que ainda frequentava o escritório, ela gastava uma hora no trajeto entre a casa e o trabalho. (2º parágrafo)
  • D: Basta dar uma caminhada pela rua 57, entre a Quinta e a Sexta avenidas para entender o que está acontecendo. (4º parágrafo)
  • E: Para voltar a ser uma cidade vibrante, será necessário manter, também, artistas, funcionários de hotéis e de restaurantes… (6º parágrafo)

Leia o texto a seguir para responder à questão.

Por que Nova York está ‘esvaziando’?

Uma casa com quintal e espaço para montar um escritório já era um sonho de Giovanna Almeida antes de o mundo ouvir falar de um tal de coronavírus pela primeira vez. Ela morava no Brooklyn quando teve de se isolar em casa durante o pico da pandemia.
Na época em que ainda frequentava o escritório, ela gastava uma hora no trajeto entre a casa e o trabalho. Hoje, ela e o marido moram em Nova Jersey, estado vizinho a Nova York, onde o bebê de 11 meses logo vai poder correr à vontade no gramado, nos fundos da casa que eles compraram recentemente. Giovanna é um exemplo de uma tendência que transformou Nova York num dos estados que mais perderam moradores nos últimos dois anos.
O professor da Universidade Columbia, Stijn Van Nieuwerburgh, acha que as autoridades precisam tomar providências urgentes para evitar que a cidade entre em um ciclo vicioso com menos arrecadação, população cada vez menor, empresas se mudando e os serviços cada vez mais precários.
Basta dar uma caminhada pela rua 57, entre a Quinta e a Sexta avenidas, para entender o que está acontecendo. Com o aumento do trabalho remoto, essa área, que tinha um dos metros quadrados comerciais mais caros da cidade, tem agora várias lojas fechadas e prédios de escritório completamente vazios, com anúncios de “aluga-se”.
Uma das propostas da prefeitura da cidade é converter esses escritórios em residências. O professor Nieuwerburgh afirma que a ideia é boa e barata. Basta mudar a lei do zoneamento. “Você pode manter a loja no primeiro andar e converter todos os escritórios nos outros andares porque vai gerar demanda para o comércio.”
“Nenhuma cidade pode viver só dos profissionais de finanças, tecnologia e de advogados”, afirma. Para voltar a ser uma cidade vibrante, será necessário manter, também, artistas, funcionários de hotéis e de restaurantes e quem trabalha no entretenimento.
O risco é ver Nova York repetir o que já enfrentou nos anos 1970 e o que Detroit ainda não conseguiu superar. Por isso, Nieuwerburgh aconselha: quanto mais rápido a cidade votar a mudança do zoneamento e converter prédios comerciais em residências, mais depressa a arrecadação vai voltar a crescer, garantindo a manutenção dos serviços de transporte, educação e segurança.

(Heloisa Villela. BBC News Brasil. 28 dezembro 2022)

Assinale a alternativa que apresenta afirmação correta a respeito do emprego da palavra em destaque no trecho.
  • A: Em “Na época em que ainda frequentava o escritório, ela gastava uma hora no trajeto… (2º parágrafo), a expressão destacada se refere a “frequentava” e pode ser substituída por “que”.
  • B: Em “… ela e o marido moram em Nova Jersey, estado vizinho a Nova York, onde o bebê de 11 meses…” (2º parágrafo), a palavra destacada se refere a “Nova York” e pode ser substituída por “em que”.
  • C: Em “… vai poder correr à vontade no gramado, nos fundos da casa que eles compraram recentemente” (2º parágrafo), a palavra destacada se refere a “casa” e pode ser substituída por “cuja”.
  • D: Em “Giovanna é um exemplo de uma tendência que transformou Nova York…” (2º parágrafo), a palavra destacada se refere a “tendência” e pode ser substituída por “a qual”.
  • E: Em “… essa área, que tinha um dos metros quadrados comerciais mais caros da cidade…” (4º parágrafo), a palavra destacada se refere a “área” e pode ser substituída por “na qual”.

Leia o texto a seguir para responder à questão.

Por que Nova York está ‘esvaziando’?

Uma casa com quintal e espaço para montar um escritório já era um sonho de Giovanna Almeida antes de o mundo ouvir falar de um tal de coronavírus pela primeira vez. Ela morava no Brooklyn quando teve de se isolar em casa durante o pico da pandemia.
Na época em que ainda frequentava o escritório, ela gastava uma hora no trajeto entre a casa e o trabalho. Hoje, ela e o marido moram em Nova Jersey, estado vizinho a Nova York, onde o bebê de 11 meses logo vai poder correr à vontade no gramado, nos fundos da casa que eles compraram recentemente. Giovanna é um exemplo de uma tendência que transformou Nova York num dos estados que mais perderam moradores nos últimos dois anos.
O professor da Universidade Columbia, Stijn Van Nieuwerburgh, acha que as autoridades precisam tomar providências urgentes para evitar que a cidade entre em um ciclo vicioso com menos arrecadação, população cada vez menor, empresas se mudando e os serviços cada vez mais precários.
Basta dar uma caminhada pela rua 57, entre a Quinta e a Sexta avenidas, para entender o que está acontecendo. Com o aumento do trabalho remoto, essa área, que tinha um dos metros quadrados comerciais mais caros da cidade, tem agora várias lojas fechadas e prédios de escritório completamente vazios, com anúncios de “aluga-se”.
Uma das propostas da prefeitura da cidade é converter esses escritórios em residências. O professor Nieuwerburgh afirma que a ideia é boa e barata. Basta mudar a lei do zoneamento. “Você pode manter a loja no primeiro andar e converter todos os escritórios nos outros andares porque vai gerar demanda para o comércio.”
“Nenhuma cidade pode viver só dos profissionais de finanças, tecnologia e de advogados”, afirma. Para voltar a ser uma cidade vibrante, será necessário manter, também, artistas, funcionários de hotéis e de restaurantes e quem trabalha no entretenimento.
O risco é ver Nova York repetir o que já enfrentou nos anos 1970 e o que Detroit ainda não conseguiu superar. Por isso, Nieuwerburgh aconselha: quanto mais rápido a cidade votar a mudança do zoneamento e converter prédios comerciais em residências, mais depressa a arrecadação vai voltar a crescer, garantindo a manutenção dos serviços de transporte, educação e segurança.
(Heloisa Villela. BBC News Brasil. 28 dezembro 2022)

Assinale a alternativa em que as vírgulas presentes no trecho original puderam ser omitidas sem prejuízo da norma-padrão.
  • A: Na época em que ainda frequentava o escritório ela gastava uma hora no trajeto… (1º parágrafo)
  • B: … ela e o marido moram em Nova Jersey estado vizinho a Nova York onde o bebê… (2º parágrafo)
  • C: O professor da Universidade Columbia Stijn Van Nieuwerburgh acha que… (3º parágrafo)
  • D: … tem agora várias lojas fechadas e prédios de escritório completamente vazios com anúncios de “aluga-se”. (4º parágrafo)
  • E: … será necessário manter também artistas funcionários de hotéis e de restaurantes… (6º parágrafo)

Leia o texto a seguir para responder à questão.

Por que Nova York está ‘esvaziando’?

Uma casa com quintal e espaço para montar um escritório já era um sonho de Giovanna Almeida antes de o mundo ouvir falar de um tal de coronavírus pela primeira vez. Ela morava no Brooklyn quando teve de se isolar em casa durante o pico da pandemia.
Na época em que ainda frequentava o escritório, ela gastava uma hora no trajeto entre a casa e o trabalho. Hoje, ela e o marido moram em Nova Jersey, estado vizinho a Nova York, onde o bebê de 11 meses logo vai poder correr à vontade no gramado, nos fundos da casa que eles compraram recentemente. Giovanna é um exemplo de uma tendência que transformou Nova York num dos estados que mais perderam moradores nos últimos dois anos.
O professor da Universidade Columbia, Stijn Van Nieuwerburgh, acha que as autoridades precisam tomar providências urgentes para evitar que a cidade entre em um ciclo vicioso com menos arrecadação, população cada vez menor, empresas se mudando e os serviços cada vez mais precários.
Basta dar uma caminhada pela rua 57, entre a Quinta e a Sexta avenidas, para entender o que está acontecendo. Com o aumento do trabalho remoto, essa área, que tinha um dos metros quadrados comerciais mais caros da cidade, tem agora várias lojas fechadas e prédios de escritório completamente vazios, com anúncios de “aluga-se”.
Uma das propostas da prefeitura da cidade é converter esses escritórios em residências. O professor Nieuwerburgh afirma que a ideia é boa e barata. Basta mudar a lei do zoneamento. “Você pode manter a loja no primeiro andar e converter todos os escritórios nos outros andares porque vai gerar demanda para o comércio.”
“Nenhuma cidade pode viver só dos profissionais de finanças, tecnologia e de advogados”, afirma. Para voltar a ser uma cidade vibrante, será necessário manter, também, artistas, funcionários de hotéis e de restaurantes e quem trabalha no entretenimento.
O risco é ver Nova York repetir o que já enfrentou nos anos 1970 e o que Detroit ainda não conseguiu superar. Por isso, Nieuwerburgh aconselha: quanto mais rápido a cidade votar a mudança do zoneamento e converter prédios comerciais em residências, mais depressa a arrecadação vai voltar a crescer, garantindo a manutenção dos serviços de transporte, educação e segurança.
(Heloisa Villela. BBC News Brasil. 28 dezembro 2022)

A passagem do texto em que se pode identificar a ideia de proporção é:
  • A: Giovanna é um exemplo de uma tendência que transformou Nova York num dos estados que mais perderam moradores nos últimos dois anos. (2º parágrafo)
  • B: … essa área, que tinha um dos metros quadrados comerciais mais caros da cidade, tem agora várias lojas fechadas… (4º parágrafo)
  • C: Você pode manter a loja no primeiro andar e converter todos os escritórios nos outros andares… (5º parágrafo)
  • D: Para voltar a ser uma cidade vibrante, será necessário manter, também, artistas, funcionários de hotéis e de restaurantes… (6º parágrafo)
  • E: … quanto mais rápido a cidade votar a mudança do zoneamento (…), mais depressa a arrecadação vai voltar a crescer (7º parágrafo)

Criar seu filho

Alguém me escreve pedindo qualquer coisa sobre a arte de criar um filho. Neste mundo confuso de hoje, uma pobre mãe se vê tonta; dantes era só ensinar o ABC e o temor a Deus e aos pais e dormir de coração descansado, porque a batalha estava ganha. Mas hoje, o menino não aceita temor nenhum, do céu nem da terra.
E há tantas teorias, tantas receitas de vencer na vida... Eu é que não lhe posso indicar nada. Não tenho filhos. Mas, se tivesse um filho, suponho que o haveria de amar com uma cegueira de amor tão grande que provavelmente esse amor tão excessivo me incapacitaria para qualquer esforço educativo.
Contudo, caso eu conseguisse vencer essa fraqueza, nem assim acredito que meu sistema de educação fosse lhe parecer desejável, porque não ensinaria a meu filho nenhuma das artes de vencer na vida, não incutiria nele nenhum desejo de triunfo e grandeza. Pelo contrário, a primeira coisa que eu haveria de ensinar seria a humildade, a consciência profunda da nossa pequenez, da nossa transitoriedade.
Depois, ensinaria o amor aos seus semelhantes e encaminharia esse amor de preferência aos pequenos, aos sem nome e sem história. Jamais lhe contaria os feitos de Alexandre1 ou de César2 – tremo só de pensar no perigo de ver meu filho contaminado pelo abjeto culto ao herói. Basta um homem acreditar em si, imaginar-se diferente ou único para representar uma ameaça, e eu lhe ensinaria a temer essa autoridade que não representa a força coletiva da defesa comum.
Nos estudos, deixaria que sua curiosidade o guiasse. Se ele tivesse sede da verdade e da ciência, procuraria satisfazer o seu desejo: o amor ao estudo, como qualquer outro amor, tem de ser espontâneo.
E, acima de tudo, não lhe incutiria noções de bem e de mal, porque todo o meu esforço seria no sentido de tornar para meu filho o bem uma necessidade em si, indiscutível, algo obrigatório e sem alternativa.
Vê, minha senhora, que o meu programa não serve, porque a senhora não deseja para o seu rapaz destino tão humilde, quer fazer dele um cidadão-modelo e uma glória para o seu país. É o que em geral desejam todas as mães, eu é que sou uma miserável e solitária unidade.

(https://cronicabrasileira.org.br/cronicas/8556/criar-seu-filho IMS – Portal da Crônica Brasileira. Texto publicado na revista
O Cruzeiro em 16.07.1949. Adaptado)


1. Alexandre, o Grande
2. Júlio César, importante governante do Império Romano

De acordo com o conteúdo do texto, é correto afirmar que a autora
  • A: responde titubeante à solicitação da leitora, pois, como é uma mulher sem filhos, não tem ideia de quais princípios educacionais seguir para educar uma criança.
  • B: menospreza a figura do herói, associando-a pejorativamente ao altruísmo e ao apreço pelos demais indivíduos.
  • C: reconhece o anseio das mães de verem nos filhos cidadãos exemplares, que elas entendem como pessoas de destaque e sucesso na vida.
  • D: defende uma escola que priorize disciplinas voltadas para a área das ciências, pois são estas que conduzem a criança a um aprendizado espontâneo.
  • E: age de forma pretensiosa ao assegurar que seu programa educacional é apropriado para as mães aflitas que lhe pedem conselhos.

Criar seu filho

Alguém me escreve pedindo qualquer coisa sobre a arte de criar um filho. Neste mundo confuso de hoje, uma pobre mãe se vê tonta; dantes era só ensinar o ABC e o temor a Deus e aos pais e dormir de coração descansado, porque a batalha estava ganha. Mas hoje, o menino não aceita temor nenhum, do céu nem da terra.
E há tantas teorias, tantas receitas de vencer na vida... Eu é que não lhe posso indicar nada. Não tenho filhos. Mas, se tivesse um filho, suponho que o haveria de amar com uma cegueira de amor tão grande que provavelmente esse amor tão excessivo me incapacitaria para qualquer esforço educativo.
Contudo, caso eu conseguisse vencer essa fraqueza, nem assim acredito que meu sistema de educação fosse lhe parecer desejável, porque não ensinaria a meu filho nenhuma das artes de vencer na vida, não incutiria nele nenhum desejo de triunfo e grandeza. Pelo contrário, a primeira coisa que eu haveria de ensinar seria a humildade, a consciência profunda da nossa pequenez, da nossa transitoriedade.
Depois, ensinaria o amor aos seus semelhantes e encaminharia esse amor de preferência aos pequenos, aos sem nome e sem história. Jamais lhe contaria os feitos de Alexandre1 ou de César2 – tremo só de pensar no perigo de ver meu filho contaminado pelo abjeto culto ao herói. Basta um homem acreditar em si, imaginar-se diferente ou único para representar uma ameaça, e eu lhe ensinaria a temer essa autoridade que não representa a força coletiva da defesa comum.
Nos estudos, deixaria que sua curiosidade o guiasse. Se ele tivesse sede da verdade e da ciência, procuraria satisfazer o seu desejo: o amor ao estudo, como qualquer outro amor, tem de ser espontâneo.
E, acima de tudo, não lhe incutiria noções de bem e de mal, porque todo o meu esforço seria no sentido de tornar para meu filho o bem uma necessidade em si, indiscutível, algo obrigatório e sem alternativa.
Vê, minha senhora, que o meu programa não serve, porque a senhora não deseja para o seu rapaz destino tão humilde, quer fazer dele um cidadão-modelo e uma glória para o seu país. É o que em geral desejam todas as mães, eu é que sou uma miserável e solitária unidade.

(https://cronicabrasileira.org.br/cronicas/8556/criar-seu-filho IMS – Portal da Crônica Brasileira. Texto publicado na revista
O Cruzeiro em 16.07.1949. Adaptado)


1. Alexandre, o Grande
2. Júlio César, importante governante do Império Romano

Considere as passagens do texto.
•  Alguém me escreve pedindo qualquer coisa sobre a arte de criar um filho. (1° parágrafo)
•  ... era só ensinar o ABC e o temor a Deus e aos pais e dormir de coração descansado... (1° parágrafo)
•  ... provavelmente esse amor tão excessivo me incapacitaria para qualquer esforço educativo. (2° parágrafo)

Os trechos destacados podem ser substituídos, respectivamente e preservando-se o sentido do texto, por
  • A: orientações; manter-se serena; possivelmente esse amor tão desmedido.
  • B: dicas secretas; mimar os filhos tranquilamente; seguramente esse amor tão urgente.
  • C: entrevistas com psicólogos; crer na educação dada; fatalmente esse amor tão instintivo.
  • D: sugestões; ser firme nas punições; eventualmente esse amor tão inexplicável.
  • E: obras pedagógicas; sentir-se em paz absoluta; supostamente esse amor tão constrangido.

Criar seu filho

Alguém me escreve pedindo qualquer coisa sobre a arte de criar um filho. Neste mundo confuso de hoje, uma pobre mãe se vê tonta; dantes era só ensinar o ABC e o temor a Deus e aos pais e dormir de coração descansado, porque a batalha estava ganha. Mas hoje, o menino não aceita temor nenhum, do céu nem da terra.
E há tantas teorias, tantas receitas de vencer na vida... Eu é que não lhe posso indicar nada. Não tenho filhos. Mas, se tivesse um filho, suponho que o haveria de amar com uma cegueira de amor tão grande que provavelmente esse amor tão excessivo me incapacitaria para qualquer esforço educativo.
Contudo, caso eu conseguisse vencer essa fraqueza, nem assim acredito que meu sistema de educação fosse lhe parecer desejável, porque não ensinaria a meu filho nenhuma das artes de vencer na vida, não incutiria nele nenhum desejo de triunfo e grandeza. Pelo contrário, a primeira coisa que eu haveria de ensinar seria a humildade, a consciência profunda da nossa pequenez, da nossa transitoriedade.
Depois, ensinaria o amor aos seus semelhantes e encaminharia esse amor de preferência aos pequenos, aos sem nome e sem história. Jamais lhe contaria os feitos de Alexandre1 ou de César2 – tremo só de pensar no perigo de ver meu filho contaminado pelo abjeto culto ao herói. Basta um homem acreditar em si, imaginar-se diferente ou único para representar uma ameaça, e eu lhe ensinaria a temer essa autoridade que não representa a força coletiva da defesa comum.
Nos estudos, deixaria que sua curiosidade o guiasse. Se ele tivesse sede da verdade e da ciência, procuraria satisfazer o seu desejo: o amor ao estudo, como qualquer outro amor, tem de ser espontâneo.
E, acima de tudo, não lhe incutiria noções de bem e de mal, porque todo o meu esforço seria no sentido de tornar para meu filho o bem uma necessidade em si, indiscutível, algo obrigatório e sem alternativa.
Vê, minha senhora, que o meu programa não serve, porque a senhora não deseja para o seu rapaz destino tão humilde, quer fazer dele um cidadão-modelo e uma glória para o seu país. É o que em geral desejam todas as mães, eu é que sou uma miserável e solitária unidade.

(https://cronicabrasileira.org.br/cronicas/8556/criar-seu-filho IMS – Portal da Crônica Brasileira. Texto publicado na revista
O Cruzeiro em 16.07.1949. Adaptado)


1. Alexandre, o Grande
2. Júlio César, importante governante do Império Romano

Considere a passagem do terceiro parágrafo.

Contudo, caso eu conseguisse vencer essa fraqueza, nem assim acredito que meu sistema de educação fosse lhe parecer desejável, porque não ensinaria a meu filho nenhuma das artes...

Assinale a alternativa que indica, correta e respectivamente, as relações entre ideias estabelecidas pelos elementos destacados e apresenta termos ou expressões que podem substituí-los, preservando o sentido original do texto.
  • A: Adição; condição; concordância – E; ainda que; tanto que
  • B: Adição; tempo; causa – Mas também; antes que; pois
  • C: Conclusão; tempo; consequência – Assim; enquanto; de modo que
  • D: Oposição; condição; causa – Todavia; se; visto que
  • E: Oposição; finalidade; consequência – Entretanto; para que; à medida que

Leia as frases elaboradas com base no texto.
•  Há tantas teorias e receitas de como vencer na vida, porém a autora não pretende ensinar essas teorias à sua leitora.
•  Segundo a autora, ser humilde é um precioso aprendizado para a vida, e o que justifica esse aprendizado é a evidência de nossa pequenez e insignificância no mundo.

Atendendo à norma-padrão de emprego e de colocação dos pronomes, os trechos destacados podem ser substituídos por
  • A: ensiná-las; se justifica
  • B: ensiná-las; o justifica
  • C: ensiná-las; justifica-o
  • D: ensinar-lhes; o justifica
  • E: ensinar-lhes; se justifica

Assinale a alternativa cuja frase apresenta o sinal indicativo de crase corretamente empregado.
  • A: Caso tivesse tido um filho, a escritora dedicaria à essa criança um amor incondicional.
  • B: Não é de hoje que os filhos têm se recusado à sentir temor dos pais e de certas regras.
  • C: No processo de aprendizagem, a curiosidade deve ser levada à sério, pois é elemento motivador.
  • D: A autora sabe que existem várias teorias pedagógicas à que as mães podem recorrer.
  • E: A escritora manifestou à mãe que lhe fez um apelo a sua solidariedade e compreensão.

A autora declara que levaria seu filho a _____ desvalidos, e não o _____ noções acerca do bem e do mal, porque a prática do bem deveria ser _____ sua conduta.

As lacunas dessa frase devem ser preenchidas, respectivamente e de acordo com a norma-padrão de regência verbal e nominal, por
  • A: dar preferência com os ... impregnaria de ... inerente com
  • B: dar preferência aos ... impregnaria de ... indissociável de
  • C: dar preferência para os ... submeteria em ... inerente à
  • D: zelar pelos ... impregnaria a ... indissociável com
  • E: zelar aos ... submeteria a ... inerente na

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