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Foram encontradas 73 questões.
A frase do texto que tem palavra ou expressão empregada com sentido figurado é:
  • A: Para mim tudo é novo. (2o parágrafo)
  • B: Às vezes, a ficha custa a cair. (2o parágrafo)
  • C: Eu não tinha noção da proporção que ia tomar. (5o parágrafo)
  • D: Nas ruas, as pessoas estão me reconhecendo... (5o parágrafo)
  • E: Ao todo, 30 homens concorrerão ao título. (6o parágrafo)

Considere o seguinte trecho do 5o parágrafo:

... pois é camuflada por imagens agradáveis, frases de incentivo e áudios que tornam o pensamento dos que consomem tudo isso alinhado aos anseios daqueles que criam armadilhas que levam a uma interpretação....

Nesse contexto de leitura, estão empregadas em sentido figurado as seguintes palavras:
  • A: imagens e incentivo.
  • B: camuflada e armadilhas.
  • C: agradáveis e pensamento.
  • D: alinhado e anseios.
  • E: criam e interpretação.

Assinale a alternativa em que o termo destacado está empregado em sentido figurado.
  • A: Ótima sugestão para os pais novatos...
  • B: ... não o choro chinfrim do pimpolho...
  • C: ... primordial canção da saparia às estrelas.
  • D: ... essa manha sem fim dos sapos no banhado?

Considerando as ideias e propriedades linguísticas do texto CG1A1-II, julgue os próximos itens.

A expressão “sem dúvida” (terceiro período do segundo parágrafo) denota um posicionamento do autor quanto à questão do comércio mundial de gêneros alimentícios.
  • A: CERTO
  • B: ERRADO

“O adulador é um ser que não tem estima nem pelos outros, nem por si mesmo. Aspira apenas a cegar a inteligência do homem, para depois fazer dele o que quiser. É um ladrão noturno que primeiro apaga a luz e em seguida começa a roubar.”

Nesse pensamento, a única frase abaixo, retirada do texto, expressa em linguagem denotativa ou lógica é:
  • A: “O adulador é um ser que não tem estima nem pelos outros, nem por si mesmo”;
  • B: “Aspira apenas a cegar a inteligência do homem”;
  • C: “É um ladrão noturno”;
  • D: “...primeiro apaga a luz”;
  • E: “...em seguida começa a roubar”.

Um vocábulo empregado em sentido figurado está destacado em:
  • A: Na lateral, estava escrito: “Carrego todo tipo de tralha, e carrego um sonho dentro de mim” (1º parágrafo)
  • B: Era uma carroça mineira, pois ostentava uma bandeira de Minas. (2º parágrafo)
  • C: … quantas páginas esse belo objeto tinha iluminado em noites do pós-guerra? (3º parágrafo)
  • D: … agora ia vender os livros para um sebo . (4º parágrafo)
  • E: Comprei a luminária desse filósofo ambulante… (5º parágrafo)

O valor da fofoca
Walcyr Carrasco

Dos aspectos negativos da fofoca, todos sabemos. Em Os miseráveis, Victor Hugo conta a história de Fantine, que se torna prostituta. Quem só viu o filme ou só assistiu ao musical não sabe muito bem como ela vai para as ruas. O livro conta: fofoca! Fantine é operária. Mas tem uma filha, sendo solteira, em época de moral rígida. Paga uma família para cuidar da menina, Cosette. Mas não sabe ler. Para enviar os pagamentos e pedir notícias, usa os trabalhos de um homem, que escreve e envia o dinheiro. As amigas desconfiam. Especulam. O homem não conta, mas uma consegue ver o endereço numa carta. E se dá ao trabalho de ir até o local onde vive Cosette. Volta com a história completa e conta às amigas. A história chega à direção da fábrica e Fantine é demitida por ser mãe solteira. Vende os dentes, os cabelos, torna-se prostituta, morre no hospital. Jean Valjean, que se esconde da polícia, era o dono da fábrica. Culpa-se pela insensibilidade, busca Cosette e a cria. Mas a questão é que a pobre Fantine teve de vender os dentes e se prostituir devido à avidez da fofoca. Hoje, em tempos menos rígidos, a intimidade de uma pessoa, confidenciada entre lágrimas, pode virar piada no próximo jantar de amigos. Ou seja: longe de mim defender a fofoca em si. Mas ela tem seu valor, psicológico e criativo.

Simples. A fofoca é uma forma de criar.

Sempre digo que as pessoas têm tanta necessidade de ficção na vida como do ar que respiram. Por isso precisam ler romances, assistir a filmes, novelas. Até mesmo conferir revistas sobre celebridades, uma forma de exercitar a imaginação, já que a vida real é muito mais árdua do que aparece nas reportagens. Criar também faz parte da natureza humana. Alguns se contentam botando posts no Instagram, inventando uma vida que não têm, com a taça de vinho emprestada de alguém, num hotel onde não se hospedaram. Outras preferem criar sobre a vida alheia. Aquela mulher que conta à outra sobre uma terceira, colega de escritório.

– Sabe que ela está saindo com um rapaz 20 anos mais jovem? E sustenta!

Pode ser verdade. Ou ela apenas viu a moça com o sobrinho, saindo do trabalho. O resto, inventou. Nem todo mundo é escritor, mas todo mundo pode criar ficção. Eu mesmo aprendi muito com a fofoca. Morava em um prédio onde vivia uma mulher já madura. De dia, recebia um, que a sustentava, dava carro, conforto material. De noite, recebia outro, que amava. Era a fofoca do prédio.

Acontece que era feia. Garanto, feia de verdade. Os dois senhores, pavorosos. Aliás, o que ela amava, um velho bem mais feio que o outro, o rico. Eu, que tinha certo preconceito estético, aprendi que beleza não é o mais importante. Havia amor, dinheiro e paixão naquela história de pessoas maduras. A fofoca me fez entender mais da vida. Em outra época, soube que o filho da vizinha não era filho, mas neto. Filho da moça que considerava irmã, mãe solteira. Toda a vila onde morava sabia, menos o menino. Isso me fez entender mais sobre os pais, que são capazes de acolher, dar solidariedade num momento difícil. Suponho que o garoto deve ter levado um susto quando soube. Mas é outra história.

Minha mãe, quando eu era criança, tinha um bazar. Pequeno, típico de interior, em Marília. Era o centro de informações sobre a vida alheia do bairro. Todas as mulheres passavam, comentavam. Eu tentava ouvir. Mamãe me punha para fora quando a história era mais pesada. Isso me ajudou a desenvolver um certo talento. Quando fiz faculdade de jornalismo, e mais tarde trabalhei no ramo, era ótimo com as perguntas ao entrevistar. Destemido. Fiz sucesso com colunas, jornalismo comportamental. Isso me ajuda até hoje. Quando vou construir uma história, falo com pessoas, converso. Extraio segredos. Conto por meio dos personagens. Vejam que ligação bonita saber da vida alheia tem com o ato de criar.

O que é uma grande biografia, a não ser a vida de alguém? Uma fofoca autenticada, impressa e aplaudida pela crítica?

Há um porém: a fofoca, mesmo real, passa pelo crivo de quem conta. Pelo meu, pelo seu, pelo nosso olhar. É a velha história – alguém me oferece meio copo de suco de laranja e posso dizer.

– Adorei, ganhei meio copo de suco refrescante.

– Odiei, imagine, me dar só meio copo? Era resto!

Quando ouvir uma fofoca, abra as orelhas. O que alguém diz sobre o outro revela mais sobre quem fala do que sobre o alvo em questão. Uma fofoca, como todo ato de criação, tira a máscara do criador.

Disponível em: https://epoca.globo.com/sociedade/walcyr-carrasco/noticia/2017/10/o-valor-da-fofoca.html. Acesso em: 08 maio 2018.

Há linguagem conotativa em:
  • A: “Conto por meio dos personagens.”
  • B: “Filho da moça que considerava irmã, mãe solteira.”
  • C: “Quando ouvir uma fofoca, abra as orelhas.”
  • D: “Vejam que ligação bonita saber da vida alheia tem com o ato de criar.”

SEJA GENTIL

Lya Luft

De volta ao Brasil para votar, depois de muito necessárias férias, que há séculos não tirávamos, entrei num turbilhão que, de longe, mesmo com internet, não me parecia tão nocivo. Mas foi pior do que eu pensava: raiva, ódio, insultos, calúnias, intolerância absoluta, mentiras, dissolução de laços bem bonitos e dignos entre amigos e família – por causa da política. Dos políticos. De nós mesmos, que nos tornamos raivosos, intolerantes, capazes das mais loucas afirmações. Expressamos nessa batalha muito de nossas mágoas e frustrações.

Mas, inesperadamente, no Face, encontro uma imagem linda, comovente, quase irreal neste mundo que anda pra lá de besta: uma camiseta, um elefante (meu bicho preferido), com flores atrás de uma orelha, óculos coloridos, e a legenda (estou traduzindo): “NUM MUNDO EM QUE VOCÊ PODE SER QUALQUER COISA, SEJA GENTIL”. Ou, se quiserem, seja bondoso. Tolerante. Humano.

A violência desde sempre me assusta: não precisa ser a física, de um tapa, um empurrão, uma voz alterada, mas a emocional, da acusação injusta, da invencionice maligna, da desconsideração com humanidade, cortesia, e democracia – ah, a palavra tão usada, mal usada, abusada.

Os que a defendem são muitas vezes os mais intolerantes, arrogantes e ignorantes que não conhecem nem medem o peso das palavras (dizia meu pai, “o pior burro é o burro falante”): correto é só o que eu penso, bom é só o que eu faço, o resto é tudo bandido, fascista, maldoso, ignorante, explorador de pobres e desvalidos, pisa em cima da cultura, despreza a saúde etc, etc, etc. (Poderia ser uma linha inteira de etcs.)

Basta refletir um pouco, abrir olhos e orelhas, ver que estamos numa situaçãolimite. Este pobre país nunca esteve tão por baixo, com tantos miseráveis, doentes não atendidos, podridão em vez de saneamento (sem falar na podridão moral), desrespeito, precariedade em vez de infraestrutura, cultura muito esquisita, e a maioria sem saber o que pensar. Ou começando a pensar, o que é bom. Pois andam acontecendo mudanças no país, e há quem comece a respirar: será mesmo, será?

Então resolvi hoje falar dessa camiseta, desse elefantinho, dessa gentileza que deveria ser o habitual, e acho que não é. Na maioria das vezes, em família, amigos, trabalho, não acontece muito e, quando ocorre, até nos admiramos: olha só, que cara educado, bondoso, camarada. A gente se sente bem com ele, e não é artificial, nem imposto. O beijo de bom-dia em casa, alguma indagação sobre como foi a noite, ou a festa, ou como poderá ser a prova na escola, o novo amigo, ou o ombro que ontem doía tanto. Pequenas, miúdas coisas que fazem a vida, uma vida boa, uma vida humana como deveria ser: pausas para respirar, para se olhar, para escutar... para reencontrar com prazer.

Claro que a vida não é esse mar de rosas e risos. Mas pode ser, muito mais vezes do que tem sido. Podemos tentar viver e conviver, e votar, e torcer, e trabalhar, estudar, viajar, comer, dormir, sem o incrível estresse da raiva, do xingamento, do insulto, e dos maus desejos e da desinformação fatal.

Viva o elefantinho que nos propõe: neste vasto mundo em que você pode fazer tantas coisas, seja bondoso, seja gentil. Be kind.

Disponível em: https://gauchazh.clicrbs.com.br/colunistas/lya-luft/noticia/2018/10/seja-gentil-
cjn6v2p4a04so01pi6ynu3w4v.html
Acesso em 11 nov. 2018

Há linguagem conotativa, EXCETO em:
  • A: “Basta refletir um pouco, abrir olhos e orelhas, ver que estamos numa situaçãolimite”.
  • B: “Claro que a vida não é esse mar de rosas e risos”.
  • C: “O beijo de bom-dia em casa, alguma indagação sobre como foi a noite, ou a festa, ou como poderá ser a prova na escola, o novo amigo, ou o ombro que ontem doía tanto”.
  • D: “Os que a defendem são muitas vezes os mais intolerantes, arrogantes e ignorantes que não conhecem nem medem o peso das palavras [...]”.

O HOMEM QUE CONHECEU O AMOR 

Affonso Romano de Sant’Anna 

    Do alto de seus oitenta anos, me disse: “na verdade, fui muito amado.” E dizia isto com tal plenitude como quem dissesse: sempre me trouxeram flores, sempre comi ostras à beira-mar. 

    Não havia arrogância em sua frase, mas algo entre a humildade e a petulância sagrada. Parecia um pintor, que, olhando o quadro terminado, assina seu nome embaixo. Havia um certo fastio em suas palavras e gestos. Se retirava de um banquete satisfeito. Parecia pronto para morrer, já que sempre estivera pronto para amar. 

    Se eu fosse rei ou prefeito teria mandado erguer-lhe uma estátua. Mas, do jeito que falava, ele pedia apenas que no seu túmulo eu escrevesse: “aqui jaz um homem que amou e foi muito amado”. E aquele homem me confessou que amava sem nenhuma coerção. Não lhe encostei a faca no peito cobrando algo. Ele que tinha algo a me oferecer. Foi muito diferente daqueles que não confessam seus sentimentos nem mesmo debaixo de um “pau de arara”: estão ali se afogando de paixão, levando choques de amor, mas não se entregam. E no entanto, basta-lhes a ficha que está tudo lá: traficante ou guerrilheiro do amor. Uns dizem: casei várias vezes. Outros assinalam: fiz vários filhos. Outro dia li numa revista um conhecido ator dizendo: tive todas as mulheres que quis. Outros ainda, dizem: não posso viver sem fulana (ou fulano). Na Bíblia está que Abraão gerou Isaac, Isaac gerou Jacó e Jacó gerou as doze tribos de Israel. Mas nenhum deles disse: “Na verdade, fui muito amado”.

    Mas quando do alto de seus oitenta anos aquele homem desfechou sobre mim aquela frase, me senti não apenas como o homem que quer ser engenheiro como o pai. Senti-me um garoto de quatro anos, de calças curtas, se dizendo: quando eu crescer quero ser um homem de oitenta anos que diga: “amei muito, na verdade, fui muito amado.” Se não pensasse nisto não seria digno daquela frase que acabava de me ser ofertada. E eu não poderia desperdiçar uma sabedoria que levou 80 anos para se formar. É como se eu não visse o instante em que a lagarta se transformara em libélula. 

    Ouvindo-o, por um instante, suspeitei que a psicanálise havia fracassado; que tudo aquilo que Freud sempre disse, de que o desejo nunca é preenchido, que se o é, o é por frações de segundos, e que a vida é insatisfação e procura, tudo isto era coisa passada. Sim, porque sobre o amor há várias frases inquietantes por aí... Bilac nos dizia salomônico: “eu tenho amado tanto e não conheci o amor”. O Arnaldo Jabor disse outro dia a frase mais retumbante desde “Independência ou morte” ao afirmar: “o amor deixa muito a desejar”. Ataulfo Alves dizia: “eu era feliz e não sabia”. 

    Frase que se pode atualizar: eu era amado e não sabia. Porque nem todos sabem reconhecer quando são amados. Flores despencam em arco-íris sobre sua cama, um banquete real está sendo servido e, sonolento, olha noutra direção. 

    Sei que vocês vão me repreender, dizendo: deveria ter nos apresentado o personagem, também o queríamos conhecer, repartir tal acontecimento. E é justa a reprimenda. Porque quando alguém está amando, já nos contamina de jasmins. Temos vontade de dizer, vendo-o passar - ame por mim, já que não pode se deter para me amar a mim. Exatamente como se diz a alguém que está indo à Europa: por favor, na Itália, coma e beba por mim. 

    Ver uma pessoa amando é como ler um romance de amor. É como ver um filme de amor. Também se ama por contaminação na tela do instante. A estória é de outro, mas passa das páginas e telas para a gente.

    Todo jardineiro é jardineiro porque não pode ser flor. 

    Reconhece-se a 50m um desamado, o carente. Mas reconhece-se a 100m o bem-amado. Lá vem ele: sua luz nos chega antes de suas roupas e pele. 

    Sim, batem nas dobras de seu ser. Pássaros pousam em seus ombros e frases. Flores estão colorindo o chão em que pisou.

    O que ama é um disseminador.

    Tocar nele é colher virtudes. 

    O bem-amado dá a impressão de inesgotável. E é o contrário de Átila: por onde passa renascem cidades. 

    O bem-amado é uma usina de luz. Tão necessário à comunidade, que deveria ser declarado um bem de utilidade pública. 

Disponível em: https://books.google.com.br/books?id=A7NcBAAAQBAJ&pg=PT116&lpg=PT116&dq=o+homem+que+conheceu+o+amor+cronica&source Acesso em: 06 ago. 2018.

As palavras estão utilizadas em sentido conotativo em:
  • A: “Não lhe encostei a faca no peito cobrando algo.”
  • B: “Parecia pronto para morrer, já que sempre estivera pronto para amar.”
  • C: “Se eu fosse rei ou prefeito teria mandado erguer-lhe uma estátua.”
  • D: “Sim, porque sobre o amor há várias frases inquietantes por aí...”

Para responder a questão, leia os quadrinhos a seguir.

Com base na interpretação da tirinha, assinale a resposta incorreta.
  • A: A conjunção “mas”, presente no terceiro quadrinho, é uma conjunção adversativa.
  • B: A palavra “pedagógica" é uma proparoxítona, pois possui a antepenúltima sílaba tônica.
  • C: Há o uso do ponto de exclamação após a interjeição “ei” na fala do diretor da escola.
  • D: O termo “classe” está sendo usado no sentido figurado, pois se refere aos alunos, quando seu sentido literal é o ambiente escolar.

Exibindo de 61 até 70 de 73 questões.