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Foram encontradas 66 questões.
Todas as opções a seguir trazem fragmentos textuais retirados de jornais conhecidos.
Assinale a opção que apresenta o fragmento que traz exemplo de linguagem coloquial.
  • A: O Flamengo, que teve um jogador expulso, deve recorrer ao STJD.
  • B: Com o advento do novo governo, a legislação econômica sobre o teto de gastos deve sofrer modificações.
  • C: Os moradores de algumas comunidades cariocas estão sendo obrigados a fazerem papel de espiões para os traficantes.
  • D: Os candidatos a prefeito de São Paulo fizeram ontem à noite mais um debate político, mas não atraíram grande número de ouvintes.
  • E: De olho em novos negócios, algumas empresas estão organizando uma feira internacional de eletrodomésticos.

Entre as variações da língua estão a linguagem formal e a informal.

Acerca do seu uso, assinale a afirmativa correta.
  • A: A linguagem informal é menos pessoal, utiliza a norma culta, respeitando rigorosamente as normas gramaticais.
  • B: A linguagem formal representa a linguagem cotidiana, uma linguagem espontânea, regionalista e despreocupada com as normas gramaticais.
  • C: A linguagem informal é aplicada quando os interlocutores estão numa reunião na empresa, numa entrevista de emprego ou escrevendo um texto jornalístico.
  • D: A linguagem formal é empregada em situações não familiares em que estejam presentes autoridades políticas, religiosas ou superiores hierárquicos.

Há linguagem oral em:
  • A: “Dizia estar emocionado, mas, na verdade, a ficha só veio a cair no dia em que João nasceu.”
  • B: “E nesse cenário fui demarcando o meu território.”
  • C: “Ele consegue ser um espelho para vários homens.”
  • D: “No meio disso, senti um amor gigantesco por um desconhecido, como nunca antes.”
  • E: “Ser pai de menina era um admirável mundo que se abria.”

Entre os ditados a seguir, assinale aquele em que o vocábulo informal foi adequadamente substituído por um equivalente na linguagem formal.
  • A: Fuja das fofocas e dos segredos como de um fantasma / intrigas.
  • B: Se os bocós voassem, nunca veríamos o sol / indolentes
  • C: Uma bronca causa mais efeito no homem inteligente do que cem golpes no insensato / lamentação.
  • D: Cada um se vira como pode e alguns, como não podem / se revela.
  • E: Cansado da vida doméstica, deixou tudo pra lá e se mandou / se mudou.

Desumanidade

Esse artigo bem que poderia ser chamado Lágrimas por Bucha. O que aconteceu na cidade situada nos arredores de Kiev é inominável. Quando as tropas russas abandonaram a região ao norte da capital ucraniana, deixaram evidências de crimes de guerra. E um rastro de dor e de horror que provocará traumas profundos na sociedade da ex-república soviética. As imagens que chegaram de Bucha causaram comoção e revolta em todo o mundo. Civis executados com tiros na cabeça; os corpos com as mãos amarradas às costas, além de sinais de tortura, abandonados pelas ruas. Um homem sem vida ao lado da bicicleta, no meio da estrada. Uma cova coletiva com 57 cadáveres nos arredores da cidade. Em Bucha e em localidades vizinhas, a Procuradoria-Geral da Ucrânia informou terem sido encontrados 410 civis mortos.

Guerras, por mais que sejam desprovidas de sentido e de lógica, precisam seguir regras de conduta. Uma delas é jamais atingir a população civil. Os alvos têm que se resumir aos objetivos militares. Recebi várias imagens de Bucha. Os cidadãos foram subjugados, provavelmente torturados e humilhados, antes de serem assassinados friamente. O Tribunal Penal
Internacional precisa investigar a matança e punir de forma exemplar todos os responsáveis pelas atrocidades, do mais baixo ao mais alto escalão militar e de poder. A comunidade internacional tem a obrigação moral de reforçar as sanções contra Vladimir Putin e sua autocracia.

Não se trata mais de Putin sentir-se ameaçado pela expansão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) rumo ao Leste da Europa. O que está em questão aqui é a existência de provas cabais de crimes de guerra e de crimes contra a humanidade. A guerra que muitos querem justificar como legítima está assassinando civis, que nada têm a ver com pretensões políticas ou militares de Putin e do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. São pais, mães, filhos, executados a sangue frio e sem piedade.

O único legado da guerra de Putin será a dor. A Ucrânia precisará se reerguer das ruínas, e seus cidadãos terão que aprender a conviver com o luto e com o trauma. A Rússia será relegada ao status de pária, e seus líderes deverão prestar contas à Corte de Haia. Soldados russos conviverão com a pecha de assassinos e com as memórias de quando escolheram a desumanização. Minhas lágrimas por Bucha.
(Rodrigo Craveiro. Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br/opiniao/2022/04/4998550-rodrigo craveiro-desumanidade.html – Em: julho de 2022.)

Em relação à linguagem utilizada no texto, pode-se afirmar que:
  • A: A variedade linguística aplicada caracteriza o emprego da linguagem técnica como estratégia para atrair a atenção do leitor.
  • B: O grau de formalidade está relacionado ao conteúdo trazido ao texto, não podendo tal conteúdo ser referenciado de outra forma.
  • C: Considerando o suporte textual empregado, a adequação quanto à linguagem faz referência ao uso da linguagem informal de forma predominante com objetivo de atrair o interlocutor.
  • D: A linguagem padrão foi adequadamente empregada de acordo com o gênero textual apresentado, sendo essa uma de suas características quanto à estrutura linguística do gênero textual apresentado.

Chegou ao topo da pequena colina e observou a cena que se lhe apresentava: algumas grandes rochas cercavam uma estreita passagem que conduzia a uma pequena planície. / Essas rochas eram bem altas, o que podia facilitar a existência de cavernas junto ao solo, o que lhes daria abrigo e alguma proteção contra animais. / Não havia à vista existência humana, mas muitas aves voavam ao redor de árvores que se penduravam nas nesgas de terra das encostas, o que fazia prever a presença de outros animais. / Apesar da distância, podia vislumbrar a presença de um rio que cruzava transversalmente a planície...

“Apesar da distância, podia vislumbrar a presença de um rio que cruzava transversalmente a planície...”.

Esse é o último período do texto anterior; sobre o vocabulário nele empregado, a afirmação adequada é:
  • A: o termo “apesar da distância” traz a ideia de causa;
  • B: o segmento mistura linguagem culta e popular;
  • C: o verbo “vislumbrar” mostra dificuldades na visão da cena;
  • D: a forma verbal “cruzava” indica a forma do rio “em cruz”;
  • E: o advérbio “transversalmente” mostra a passagem do rio da esquerda para a direita.

OFÍCIO Nº 155/2017/CMNS

Nova Serrana-MG, 03 de maio de 2017.

A Sua Excelência o Senhor
José de Souza
Prefeito
Prefeitura de Nova Serrana-MG

Assunto: Solicitação

Senhor Prefeito,

1 Com cordiais cumprimentos deste gabinete, venho solicitar a Vossa
Excelência maior detalhamento e justificativa sobre os processos licitatórios 56/2017, pregão presencial 27/2017 (empresa, planejamento e organização de práticas esportivas para a festa do trabalhador) e 28/2017, PL 57/2017, RP 19/2017 (aquisição de picolés).
2 Tendo em vista a necessidade de transparência e de otimização dos recursos públicos sob nossa responsabilidade, e ante as demandas tão complexas e urgentes em nosso município, solicito mais informações sobre as questões supracitadas.
3 Diante do exposto, deixo meus votos de estima e consideração.
Respeitosamente,
João da Silva
Vereador
Adaptado

de:https://www.novaserrana.mg.gov.br/portal/noticias/0/3/1559/comunicado--respostas-de-oficios. Acesso em: 16 mar. 2022.

O termo “picolé” exemplifica um caso de variação linguística do tipo sociocultural, uma vez que se trata de uma gíria, não dicionarizada, empregada geralmente por jovens.
  • A: CERTO
  • B: ERRADO

São as variedades linguísticas que sofrem forte influência do espaço geográfico ocupado pelo falante. Em um país com dimensões continentais como o Brasil, elas são extremamente ricas (tanto em número quanto
em peculiaridades linguísticas). Trata-se das:
  • A: Variedades estilísticas.
  • B: Variedades históricas.
  • C: Variedades sociais.
  • D: Variedades regionais.

O surpreendente efeito da positividade tóxica na saúde mental
Lucía Blasco
Pode parecer contraditório, mas a positividade pode ser tóxica.

"Qualquer tentativa de escapar do negativo — evitá-lo, sufocá-lo ou silenciá-lo — falha. Evitar o sofrimento é uma forma de sofrimento", escreveu o escritor americano Mark Manson em seu livro A Arte Sutil de Ligar o Foda-se. É precisamente nisso que consiste a positividade tóxica ou positivismo extremo: impor a nós mesmos — ou aos outros — uma atitude falsamente positiva, generalizar um estado feliz e otimista seja qual for a situação, silenciar nossas emoções "negativas" ou as dos outros. (...)
O psicólogo da saúde Antonio Rodellar, especialista em transtornos de ansiedade e hipnose clínica, prefere falar em "emoções desreguladas" do que "negativas". "A paleta de cores emocionais engloba emoções desreguladas, como tristeza, frustração, raiva, ansiedade ou inveja. Não podemos ignorar que, como seres humanos, temos aquela gama de emoções que têm uma utilidade e que nos dão informações sobre o que acontece no nosso meio e no nosso corpo", explica Rodellar à BBC News Mundo.
Para a terapeuta e psicóloga britânica Sally Baker, "o problema com a positividade tóxica é que ela é uma negação de todos os aspectos emocionais que sentimos diante de qualquer situação que nos represente um desafio." " É desonesto em relação a quem somos permitir-nos apenas expressões positivas", diz Baker. (...) “Nós nos escondemos atrás da positividade para manter outras pessoas longe de uma imagem que nos mostra imperfeitos." (...) "Quando ignoramos nossas emoções negativas, nosso corpo aumenta o volume para chamar nossa atenção para esse problema. Suprimir as emoções nos esgota mental e fisicamente. Não é saudável e não é sustentável a longo prazo", diz a terapeuta. (...)
Teresa Gutiérrez, psicopedagoga e especialista em neuropsicologia, considera que "o positivismo tóxico tem consequências psicológicas e psiquiátricas mais graves do que a depressão". "Pode levar a uma vida irreal que prejudica nossa saúde mental. Tanto positivismo não é positivo para ninguém. Se não houver frustração e fracasso, não aprendemos a desenvolver em nossas vidas", disse ele à BBC Mundo.
O positivismo tóxico está na moda? Baker pensa que sim e atribui isso às redes sociais, "que nos obrigam a comparar nossas vidas com as vidas perfeitas que vemos online". (...) "Se houvesse mais honestidade sobre as vulnerabilidades, nos sentiríamos mais livres para experimentar todos os tipos de emoções. Somos humanos e devemos nos permitir sentir todo o espectro de emoções. É ok não estar bem. Não podemos ser positivos o tempo todo."
Gutiérrez acredita que houve um aumento do positivismo tóxico "nos últimos anos", mas principalmente durante a pandemia. (...) "Todas as emoções são como ondas: ganham intensidade e depois descem e tornam-se espuma, até desaparecer aos poucos. O problema é quando não as queremos sentir porque nos tornamos mais dóceis perante uma 'onda' que se aproxima". (...)
Stephanie Preston, professora de psicologia da Universidade de Michigan, nos EUA, acredita que a melhor maneira de validar as emoções é "apenas ouvi-las". "Quando alguém compartilha sentimentos negativos com você, em vez de correr para fazer essa pessoa se sentir melhor ou pensar mais positivamente ("Tudo vai ficar bem"), tente levar um segundo para refletir sobre seu desconforto ou medo e faça o possível para ouvir", aconselha a especialista. (...)
Como aplicar isso na prática? Em vez de dizer "não pense nisso, seja positivo", diga "me diz o que você está sentindo, eu te escuto". Em vez de falar "poderia ser pior", diga "sinto muito que está passando por isso". Em vez de "não se preocupe, seja feliz", diga "estou aqui para você". (...) "Tudo bem olhar para o copo meio cheio , mas aceitando que pode haver situações em que o copo está meio vazio e, a partir daí, assumir a responsabilidade de como construímos nossas vidas".
Para Baker, o que devemos lembrar é que "todas as nossas emoções são autênticas e reais, e todas elas são válidas".
Adaptado de: https://www.bbc.com/portuguese/geral-55278174.
Acesso em: 28 dez. 2021

A função da linguagem predominante no texto é
  • A: referencial, visto que se propõe a informar o leitor a respeito da positividade tóxica e seus efeitos na vida das pessoas, sobretudo, mediante pareceres de especialistas.
  • B: emotiva, pois a autora expressa sua visão, ainda que de modo sutil, acerca da severidade do problema exposto, em especial, no que tange à saúde mental.
  • C: conativa, já que procura persuadir os leitores quanto à gravidade dos efeitos do positivismo extremo com relação à saúde física e mental da população.
  • D: fática, por centrar-se na comunicação entre autor e leitor, principal interessado em termos de conhecimento sobre o tema “positividade tóxica ou positivismo extremo”.
  • E: metalinguística, uma vez que evidencia o uso de uma linguagem científica ao apresentar diversos posicionamentos técnicos para tratar do assunto “positividade tóxica”.

DOCE

Lembrasse antes quanto tempo gastaria na beira do fogão mexendo o doce de abóbora e Maria talvez nem tivesse começado. Mas não é assim que funciona, a coisa vem de trás pra frente: primeiro o gosto no fundo da lembrança, na garganta, daí a saliva na língua. Depois, o cheiro de algo que nem recordava parece que está aqui, dentro das narinas. Os ingredientes, todos comprados, a panela na mão. Só na hora de mexer o doce é que a gente lembra, com esse misto de cansaço e tristeza, que o doce é feito de mexer o doce. É feito do braço girando, girando, o outro braço solto escorado na anca, o peso do corpo passando da perna de cá pra de lá.

O doce já começado é doce inteiro na imaginação, não tem volta. E Maria nunca foi de voltar atrás, mesmo com o que era bom só na primeira mordida e depois deixava um retrogosto amargo – na boca ou no jeito de olhar. Maria que nem puxa-puxa, presa às escolhas e caminhos e ao que por vezes não foi tão escolha quanto foi acaso.

Bem que às vezes queria ser pássaro solto, escolher caminhos. A cozinha fica pequena da falta que voar livre faz, as paredes suam. Tudo o que é sonho vai evaporando do seu corpo, a pele fica grossa, dura. O açúcar carameliza angústias. E Maria pensa se não seria melhor ter virado cambalhota por sobre um ou outro acontecimento, em vez de vivê-los todinhos.

O marido mesmo. Ela cansava de topar com ele encostado no sofá, vendo TV. Ia de um canal para o outro, como se não estivesse ali. Queria que estivesse. Que contasse uma bobagem que aconteceu no trabalho ou na rua, que atentasse ao gosto novo no doce que ela fez, “cê colocou coco?”, “que cheiro diferente, que foi que cê botou aí?”, qualquer coisa. Qualquer coisa que fizesse com que os dois parecessem vivos, que parecessem ligados, nem que pelo diferente do hoje no doce sempre igual.

Tomasse uma atitude agora, talvez a coisa toda desembrulhasse diferente. Ela botaria uma roupa bonita e dançaria pela casa, pintaria a cara toda faceira e vibrante e mostraria para ele que ainda era mulher, poxa vida, ainda sou bem mulher! [...]

Também podia ir embora, pegar as meninas e as próprias coisas e voltar para a casa da mãe. Ou podia queimar esse doce, derrubar panela, fazer escândalo. Pedir tenência, uma mudança, alguma coisa que mostrasse que ainda estava viva, viva! Vibrante como esse corde-laranja borbulhando na panela. [...]

PRETTI, Thays. A mulher que ri. São Paulo: Editora Patuá, 2019.

Em “[...] poxa vida, ainda sou bem mulher!”, o item em destaque
  • A: indica o antônimo de “mal”.
  • B: poderia ser substituído pelo termo “boa” sem prejuízo semântico à frase.
  • C: atua como intensificador.
  • D: é um adjetivo que caracteriza o substantivo “mulher”.
  • E: é restrito à variedade padrão da língua.

Exibindo de 21 até 30 de 66 questões.