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Foram encontradas 65 questões.
Assinale a opção em que a substituição do termo sublinhado por outro, está inadequada.
  • A: A mocidade é um dia que passa. / duradouro.
  • B: A espécie humana é a única que sabe que deve morrer. / consciente de.
  • C: Os homens não seguem aqueles que estão em dúvida / os vacilantes.
  • D: O maior delito que você comete é o suicídio, porque é o único que não permite arrependimento / irreversível.
  • E: A maior lição que a idade madura nos dá é aprender a ser o que somos / dada pela maturidade.

Cada frase abaixo foi escrita na forma negativa; assinale a opção que mostra a forma de reescrevê-la de modo a se tornar positiva de forma adequada.
  • A: Nada é mais revolucionário que dinheiro sobrando / Tudo é menos revolucionário que dinheiro sobrando.
  • B: A única certeza do planejamento é que as coisas nunca ocorrem como foram planejadas. / A única certeza do planejamento é que as coisas sempre ocorrem de forma contrária ao que foi planejado
  • C: Todo trabalho do homem é para sua boca e, no entanto, seu apetite nunca está satisfeito. / Todo trabalho do homem é para sua boca e, no entanto, seu apetite sempre está insatisfeito.
  • D: Quando tem alguma coisa de que eu não gosto, chamo para conversar e mostro como melhorar. / Quando tem alguma coisa que eu desaprovo, chamo para conversar e mostro como melhorar.
  • E: Há quem se cala por não ter resposta. / Há quem se cala por já ter respondido.

A linguagem que empregamos nos textos que produzimos pode ser do registro formal ou do registro informal, segundo o ambiente comunicativo.

A frase abaixo que se enquadra no registro informal, é:
  • A: Segunda-feira, os pilotos darão a partida para mais uma etapa do campeonato;
  • B: Repentinamente, o mau tempo se espalhou por quase todos os estados brasileiros;
  • C: O candidato compreendeu as razões pelas quais ele não foi aprovado no concurso;
  • D: A despeito das intensas investigações, a polícia não chegou a localizar as armas roubadas do arsenal;
  • E: Por mais que a gente combata a corrupção, parece que esse mal sempre reaparece, tão arraigado está entre nós.

Texto

Automóvel: Sociedade Anônima


(Paulo Mendes Campos)

Se você quiser, compre um carro; é um conforto admirável. Mas não o faça sem conhecimento de causa, a fim de evitar desilusões futuras. Saiba que está praticando um gesto essencialmente econômico; não para a sua economia, mas para a economia coletiva. Isso quer dizer que, do ponto de vista comunitário, o automóvel que você adquire não é um ponto de chegada, uma conquista final em sua vida, mas, pelo contrário, um ponto de partida para os outros. Desde que o compre, o carro passa a interessar aos outros, muito mais que a você mesmo.

Com o carro, você está ampliando seriamente a economia de milhares de pessoas. É uma espécie de indústria às avessas, na qual você monta um engenho não para obter lucros, mas para distribuir seu dinheiro para toda classe de pessoas: industriais europeus, biliardários do Texas, empresários brasileiros, comerciantes, operários especializados, proletários, vagabundos, etc.

Já na compra do carro, você contribui para uma infinidade de setores produtivos, que podemos encolher ao máximo nos seguintes itens: a indústria automobilística propriamente dita, localizada no Brasil, mas sem qualquer inibição no que toca à remessa de lucros para o exterior; os vendedores de automóveis; a siderurgia; a petroquímica; as fábricas de pneus e as de artefatos de borracha; as fábricas de plásticos, couros, tintas, etc.; as fábricas de rolamentos e outras autopeças; as fábricas de relógios, rádios, etc.; as indústrias de petróleo [...]

Você já pode ir vendo a gravidade do seu gesto: ao comprar um carro, você entrou na órbita de toda essa gente, até ontem, você estava fora do alcance deles; hoje, seu transporte passou a ser, do ponto de vista econômico, simplesmente transcendental. Você é um homem economicamente importante – para os outros. Seu automóvel é de fato uma sociedade anônima, da qual todos lucram, menos você.

Mas não fica só nisso; você estará ainda girando numa constelação menor, miúda mas nada desprezível: a dos recauchutadores, eletricistas, garagistas, lavadores, olheiros, guardas de trânsito, mecânicos de esquina. Você pode ainda querer um motorista ou participar de alguma das várias modalidades de seguros para automóveis. Em outros termos, você continua entrando pelo cano. No fim deste, há ainda uma outra classe: a dos ladrões, seja organizada em sindicatos, seja a espécie de francopuxadores. [...]

No último parágrafo, a expressão destacada em “Em outros termos, você continua entrando pelo cano.” cumpre o seguinte efeito linguístico:
  • A: revela uma inadequação em relação à fala do interlocutor.
  • B: aponta que será feita uma retificação da informação apresentada.
  • C: sinaliza ao leitor a introdução de um registro mais informal.
  • D: introduz uma oração de caráter concessivo.
  • E: indica uma ressalva em relação ao conteúdo anterior.

“Posto que o capitão-mor desta vossa frota e assim os outros capitães escrevam a Vossa Alteza a nova do achamento desta vossa terra nova, que se ora nesta navegação achou, não deixarei de dar disso minha conta a Vossa Alteza, assim como eu melhor puder ainda que, para bem contar e falar, o saiba pior que todos fazer.”


Esse segmento inicial da Carta nos mostra como a linguagem muda com o tempo; assim, se, em lugar do século XVI, esse texto fosse adaptado para nossos dias, deveríamos substituir
  • A: Posto que por ainda que.
  • B: capitães por capitãos.
  • C: Vossa Alteza por Vossa Majestade.
  • D: ora por outrora.
  • E: nesta navegação por nessa navegação.

Eis o texto de um e-mail, enviado a uma ex-namorada:



“As fotografias estão ótimas; acho que perdi bons momentos; vou ver se qualquer dia desses envio uma foto minha para você, você sabe que eu não gosto de tirar fotos”.



A marca linguística que está presente nesse pequeno texto é:
  • A: a formalidade da linguagem empregada;
  • B: a extensão demasiada das frases;
  • C: o uso de formas abreviadas em exagero;
  • D: a preocupação com a clareza da mensagem;
  • E: a presença de marcas da linguagem oral.

1 Leio a reclamação de um repórter irritado que
precisava falar com um delegado e lhe disseram que o homem
havia ido tomar um cafezinho. Ele esperou longamente, e
4 chegou à conclusão de que o funcionário passou o dia inteiro
tomando café.
Tinha razão o rapaz de ficar zangado. Mas com um
7 pouco de imaginação e bom humor podemos pensar que uma
das delícias do gênio carioca é exatamente esta frase:
– Ele foi tomar café.
10 A vida é triste e complicada. Diariamente é preciso
falar com um número excessivo de pessoas. O remédio é ir
tomar um “cafezinho”. Para quem espera nervosamente, esse
13 “cafezinho” é qualquer coisa infinita e torturante.
Depois de esperar duas ou três horas dá vontade de
dizer:
16 – Bem cavalheiro, eu me retiro. Naturalmente o Sr.
Bonifácio morreu afogado no cafezinho.
Ah, sim, mergulhemos de corpo e alma no cafezinho.
19 Sim, deixemos em todos os lugares este recado simples e
vago:
– Ele saiu para tomar um café e disse que volta já.
22 Quando a Bem-amada vier com seus olhos tristes e
perguntar:
– Ele está?
25 – Alguém dará o nosso recado sem endereço.
Quando vier o amigo e quando vier o credor, e
quando vier o parente, e quando vier a tristeza, e quando a
28 morte vier, o recado será o mesmo:
– Ele disse que ia tomar um cafezinho…
Podemos, ainda, deixar o chapéu. Devemos até
31 comprar um chapéu especialmente para deixá-lo. Assim dirão:
– Ele foi tomar um café. Com certeza volta logo.
O chapéu dele está aí…
34 Ah! fujamos assim, sem drama, sem tristeza, fujamos assim. A vida é complicada demais. Gastamos muito
pensamento, muito sentimento, muita palavra. O melhor é
37 não estar.
Quando vier a grande hora de nosso destino nós
teremos saído há uns cinco minutos para tomar um café.
40 Vamos, vamos tomar um cafezinho.

Rubem Braga. O Conde e o passarinho & Morro do isolamento. Rio de Janeiro: Record, 2002. p.156-7.

Considerando os aspectos linguísticos e as ideias do texto, julgue o item.

O texto apresenta linguagem simples e espontânea, situada entre a linguagem oral e a escrita.
  • A: Certo
  • B: Errado

Considerando os aspectos linguísticos e semânticos do texto, julgue o seguinte item.



O termo “picolé” exemplifica um caso de variação linguística do tipo sociocultural, uma vez que se trata de uma gíria, não dicionarizada, empregada geralmente por jovens.
  • A: Certo
  • B: Errado

Disponível em: https://www.laerte.art.br/manual-dominotauro/page/2/.

Sobre a expressão “A gente”, assinale a alternativa correta.
  • A: Trata-se de um exemplo de variação linguística histórica, pois é uma forma arcaica que vem sendo progressivamente substituída pelo pronome “nós”.
  • B: É uma forma típica da modalidade escrita da língua, como é comprovado pelo fato de estar presente em uma tirinha.
  • C: Na tirinha, “A gente” estabelece relação de concordância com o verbo “achava” e com o verbo “somos”.
  • D: Embora seja semanticamente equivalente a um pronome de primeira pessoa do plural, “a gente” requer que o verbo esteja flexionado na terceira pessoa do singular.
  • E: Estabelece uma relação de polissemia com a palavra “agente”, como em “Ele é um agente da Polícia Federal”.

Texto 1 – Células-tronco podem ser o segredo da origem e evolução de seres multicelulares [fragmento; adaptado]

Por Bruno Vaiano

Ernst Haeckel era estudante de medicina, filho de um conselheiro da corte prussiana, e “provavelmente o homem mais bonito que eu já havia visto”, escreveu um de seus alunos. Ele e sua prima de primeiro grau, Anna, eram apaixonados desde a adolescência – o que, longe de ser um problema, era o sonho de todo clã aristocrático da Europa no século 19: Darwin, por exemplo, se casou com sua prima, e o irmão dela, com a irmã de Darwin. A ideia era manter a herança na família e preservar o poder dos sobrenomes.

Haeckel era o partidão perfeito, não fosse um problema: sua semelhança com Darwin não parava no casamento endogâmico. Ele também queria ser naturalista. O que, no século 19, equivalia a contar para seu tio-do-pavê-e-futuro-sogro que você largaria Medicina da USP para ser músico. Para convencer a família de que conseguiria sustentar sua prima-noiva, ele saiu em turnê pelo sul da Europa, estudando animais marinhos nas praias e desenhando-os em minúcias.

Deu certo. Haeckel escreveu best-sellers, virou professor universitário e suas ilustrações foram uma sensação. Com a grana no bolso, casou-se com Anna. Um ano e meio depois, aos 29 anos, ela morreu (talvez de febre tifoide, mas não houve diagnóstico). Deprê e niilista, ele abandonou a fé religiosa e abraçou de vez a evolução por seleção natural. Viciou-se em trabalho, dormia quatro horas por noite e começou a traçar imensas árvores da vida na Terra, que indicavam o grau de parentesco entre as espécies.

Nem todos os insights de Haeckel estavam certos. Mas, dentre suas hipóteses de arrepiar os cabelos da Igreja, uma, em particular, sobrevive na biologia: nós (e todos os animais da Terra) somos netos do Bob Esponja.

Questões porosas

As esponjas são tubos de células que se apoiam em rochas, no fundo do mar. A água entra pelas paredes desses cilindros, que filtram os nutrientes e deixam o resto sair pela abertura no topo.

[...]

Em 1874, Haeckel percebeu que as células filtradoras de comida das esponjas, os coanócitos, têm exatamente a mesma arquitetura de micróbios aquáticos chamados coanoflagelados. Eles são criaturinhas microscópicas inofensivas e onipresentes nas águas da Terra [...].

Pertencem ao reino Protista, aquele em que os biólogos põem as coisas que eles não sabem direito o que são (rs). Um saco de gatos taxonômico. Protistas não são fungos, animais nem plantas. Mas suas células têm estruturas complexas que esses seres vivos grandões também apresentam – como um núcleo para guardar o DNA, e usinas de geração de energia chamadas mitocôndrias. [...]

Existem protistas multicelulares, visíveis a olho nu, como as algas (pois é, elas não são plantas). Mas muitos, como as amebas e protozoários, são feitos de uma célula só. É o caso dos coanoflagelados. Vistos no microscópio, eles têm a forma de uma bola em cima de um cone. Como a silhueta de um buraco de fechadura, ou de um peão de xadrez. A bola é a célula em si, onde fica o DNA e o resto do maquinário biológico. Já o cone é formado por 30 ou 40 microvilosidades, filamentos que parecem tentáculos de uma água-viva. Do centro desse cone, emerge um filamento maior, chamado flagelo, parecido com o que equipa os espermatozoides – e com a mesma função: nadar. O conjunto da obra fica assim: ~>O

É de se imaginar que esse rabinho ficasse atrás, empurrando a célula, como ocorre com o espermatozoide. Mas a verdade é que ele nada ao contrário, com o cone e o rabinho para frente. Como um avião com hélice no nariz: O
  • A: “Haeckel era o partidão perfeito, não fosse um problema” (Texto 1, 2º parágrafo);
  • B: “Com a grana no bolso, casou-se com Anna.” (Texto 1, 3º parágrafo);
  • C: “Um saco de gatos taxonômico.” (Texto 1, 7º parágrafo);
  • D: “como um núcleo para guardar o DNA, e usinas de geração de energia chamadas mitocôndrias.” (Texto 1, 7º parágrafo);
  • E: “A sacada de Haeckel foi que uma esponja-do-mar funciona como uma colônia de coanoflagelados” (Texto 1, 11º parágrafo).

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