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Foram encontradas 20 questões.
CHICÓ: – Mas padre, não vejo nada de mal em se benzer o bicho.
JOÃO GRILO: – No dia em que chegou o motor novo do major Antônio Morais o senhor não benzeu?
PADRE: – Motor é diferente, é uma coisa que todo mundo benze. Cachorro é que eu nunca ouvi falar.
CHICÓ: – Eu acho cachorro uma coisa muito melhor do que motor.
PADRE: – É, mas quem vai ficar engraçado sou eu, benzendo o cachorro. Benzer motor é fácil, todo mundo faz isso, mas benzer cachorro?
JOÃO GRILO: – É, Chicó, o padre tem razão. Quem vai ficar engraçado é ele e uma coisa é benzer motor do major Antônio Morais e outra benzer o cachorro do major Antônio Morais.
PADRE: – (mão em concha no ouvido) Como?
JOÃO GRILO: – Eu disse que uma coisa era o motor e outra o cachorro do major Antônio Morais.
PADRE: – E o dono do cachorro de quem vocês estão falando é Antônio Morais?
JOÃO GRILO: – É. Eu não queria vir, com medo de que o senhor se zangasse, mas o major é rico e poderoso e eu trabalho na mina dele. Com medo de perder meu emprego, fui forçado a obedecer, mas disse a Chicó: o padre vai se zangar.
PADRE: – (desfazendo-se em sorrisos) Zangar nada, João! Quem é um ministro de Deus para ter direitos de se zangar? Falei por falar, mas também vocês não tinham dito de quem era o cachorro!
JOÃO GRILO: – (cortante) Quer dizer que benze, não é?
PADRE: – (a Chicó) Você o que é que acha?
CHICÓ: – Eu não acho nada de mais.
PADRE: – Nem eu. Não vejo mal nenhum em se abençoar as criaturas de Deus.
(SUASSUNA, Ariano. Auto da Compadecida. 39ª ed. Editora Nova Fronteira: Rio de Janeiro, 2011. Ebook Kindle)

Interprete o texto e assinale a alternativa correta:
  • A: Ao dizer “não vejo mal nenhum em se abençoar as criaturas de Deus”, o padre refuta sua submissão ao major Antônio Morais e ao poder político e social.
  • B: Para tentar convencer o padre a benzer o cachorro João Grilo faz uso de uma relação de equivalência como contraponto.
  • C: Infere-se do texto que a postura inicial do padre em recusar benzer o cachorro e em admitir benzer o motor se deve ao fato de que “benzer motor é fácil”, cachorro não.
  • D: João Grilo e Chicó convenceram o padre a benzer o cachorro ao demonstrarem que benzer motor é menos importante do que se abençoar uma criatura de Deus.

CHICÓ: – Mas padre, não vejo nada de mal em se benzer o bicho.
JOÃO GRILO: – No dia em que chegou o motor novo do major Antônio Morais o senhor não benzeu?
PADRE: – Motor é diferente, é uma coisa que todo mundo benze. Cachorro é que eu nunca ouvi falar.
CHICÓ: – Eu acho cachorro uma coisa muito melhor do que motor.
PADRE: – É, mas quem vai ficar engraçado sou eu, benzendo o cachorro. Benzer motor é fácil, todo mundo faz isso, mas benzer cachorro?
JOÃO GRILO: – É, Chicó, o padre tem razão. Quem vai ficar engraçado é ele e uma coisa é benzer motor do major Antônio Morais e outra benzer o cachorro do major Antônio Morais.
PADRE: – (mão em concha no ouvido) Como?
JOÃO GRILO: – Eu disse que uma coisa era o motor e outra o cachorro do major Antônio Morais.
PADRE: – E o dono do cachorro de quem vocês estão falando é Antônio Morais?
JOÃO GRILO: – É. Eu não queria vir, com medo de que o senhor se zangasse, mas o major é rico e poderoso e eu trabalho na mina dele. Com medo de perder meu emprego, fui forçado a obedecer, mas disse a Chicó: o padre vai se zangar.
PADRE: – (desfazendo-se em sorrisos) Zangar nada, João! Quem é um ministro de Deus para ter direitos de se zangar? Falei por falar, mas também vocês não tinham dito de quem era o cachorro!
JOÃO GRILO: – (cortante) Quer dizer que benze, não é?
PADRE: – (a Chicó) Você o que é que acha?
CHICÓ: – Eu não acho nada de mais.
PADRE: – Nem eu. Não vejo mal nenhum em se abençoar as criaturas de Deus.
(SUASSUNA, Ariano. Auto da Compadecida. 39ª ed. Editora Nova Fronteira: Rio de Janeiro, 2011. Ebook Kindle)

Como é cediço, Ariano Suassuna professa fé católica. A respeito da fé de Ariano, o crítico de teatro Sábato Magaldi chegou a dizer que a religiosidade do saudoso escritor pernambucano “pode espantar aos cultores de um catolicismo acomodatício, mas responde às exigências daqueles que se conduzem por uma fé verdadeira”.

Ao comparar o trecho do texto anteriormente transcrito com a fala de Sábato Magaldi, é possível concluir que:
  • A: Chicó e João Grilo representam uma crítica implícita aos católicos que não procedem de acordo com a fé verdadeira, tanto que tentaram pregar uma artimanha no padre, o que demonstra como os líderes religiosos podem ser vítimas da astúcia de seus fiéis
  • B: A postura do padre é trazida no texto como exemplo daqueles que se conduzem conforme a fé verdadeira
  • C: Aqueles padres que se conduzem pela fé verdadeira não procederiam como o padre se comportou na passagem do texto transcrito.
  • D: Na passagem transcrita inexiste crítica implícita aos padres ou à igreja, e sim ao coronel nordestino e ao seu comportamento ardil.

Sendo (C) para as assertivas corretas e (E) para as erradas, assinale a alternativa com a sequência certa considerando a observância das normas da língua portuguesa:

( ) Sejamos gratos a Deus, a quem tudo devemos.
( ) O lugar onde paramos era deserto.
( ) Traga tudo quanto lhe pertence.
( ) Leve tantos ingressos quanto quiser
  • A: E – C – E – C
  • B: C – C – C – E
  • C: C – E – E – E
  • D: C – C – C – C

Sendo (C) para as assertivas corretas e (E) para as erradas, assinale a alternativa com a sequência certa considerando a observância das normas da língua portuguesa:

( ) O futebol é um esporte de que o povo gosta.
( ) Visitei a cidade onde você nasceu.
( ) É perigoso o local a que você se dirige.
( ) Tenho uma coleção de quadros pela qual já me ofereceram milhões.
  • A: E – E – E – C
  • B: C – C – C – E
  • C: C – E – E – E
  • D: C – C – C – C

Na frase "As portas, do supermercado, estariam meio abertas só depois de meio período de trabalho", as palavras destacadas são, respectivamente:
  • A: adjetivo, adjetivo
  • B: advérbio, adjetivo
  • C: advérbio, advérbio
  • D: numeral, advérbio

“Mas, se os remorsos voltam, por que não hão de voltar os cabelos brancos? Um mês depois, D. Camila descobriu outro, insinuado na bela e farta madeixa negra, e amputou-o sem piedade. Cinco ou seis semanas depois, outro. Este terceiro coincidiu com um terceiro candidato à mão da filha, e ambos acharam D. Camila numa hora de prostração. A beleza, que lhe suprira a mocidade, parecia-lhe prestes a ir também, como uma pomba sai em busca da outra. Os dias precipitavam-se. Crianças que ela vira ao colo, ou de carrinho empuxado pelas amas, dançavam agora nos bailes. Os que eram homens fumavam; as mulheres cantavam ao piano. Algumas destas apresentavam-lhe os seus babies, gorduchos, uma segunda geração que mamava, à espera de ir bailar também, cantar ou fumar, apresentar outros babies a outras pessoas, e assim por diante”. Assis, Machado. Uma senhora.
Disponível em http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000204.pdf. Acesso em 09 de setembro de 2022.

No fragmento acima, o escritor descreve:
  • A: A geração de pessoas que se entregam ao consumismo.
  • B: A percepção da personagem D. Camila de seu envelhecimento
  • C: A urgência de D. Camila em conseguir um pretendente para sua filha.
  • D: Os problemas emanados da beleza de D. Camila.

Tendo por referência as regras de colocação pronominal, assinale a alternativa gramaticalmente correta:
  • A: Fabiano não queixava-se de nada.
  • B: Quem disse-lhe isso?
  • C: Contou-nos que estava pensando em se mudar para São Paulo
  • D: Os fãs recebiam o cantor lhe acenando alegremente

Assinale a alternativa em que o acento indicativo de crase está corretamente empregado em todos os casos.
  • A: Durante a solenidade, foram feitas referências elogiosas à família e à pessoa do magistrado
  • B: À todas as pessoas de bem, é garantido o direito a regalias no clube.
  • C: Quando menos se esperam apelos à favor de mudanças, eles acontecem a beça
  • D: Às duas horas, sairemos à procura de uma pessoa que possa ficar frente à frente com esse desafio.

O “novo cangaço”: como a Segurança Pública deve entender o fenômeno?

Um grupo de homens fortemente armados de fuzis e explosivos, vestidos com coletes à prova de balas, chega em uma pequena cidade do interior. Eles cercam a cidade, rendem os policiais e iniciam um grande e espetacular assalto a banco. A ação, extremamente bem coordenada, é resultado, logicamente, de muito planejamento. Essa cena pode parecer saída de um filme de ação estadunidense, mas é, na verdade, ocorrência relativamente comum em terras tupiniquins. A esse fenômeno damos o nome de “novo cangaço”, em referência aos “cangaceiros” que, como os liderados por Lampião e Maria Bonita, dedicavam-se a saquear vilarejos, assaltar fazendas, aterrorizar populações e confrontar as forças de segurança estatais do nordeste brasileiro na primeira metade do século XX. Este é o tema de nossa coluna essa semana. Neste texto, abordo o modo de funcionamento do chamado “novo cangaço” e proponho uma reflexão sobre o que este tipo criminal nos diz sobre a máquina da Segurança Pública no nosso país. E começo com exemplos. Pois bem. Há menos de um mês, no dia 31 de outubro de 2021, uma operação policial contra um grupo de assaltantes culminou na morte de 26 homens no município de Varginha, em Minas Gerais. Os mortos eram integrantes de uma quadrilha especializada em assaltos a instituições financeiras em cidades de pequeno e médio porte, e estavam alojados em sítios nos arredores de Varginha quando foram surpreendidos pela polícia. Segundo informou a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), o grupo se preparava para realizar grandes assaltos na região. Foram apreendidos materiais dignos de um arsenal bélico, incluindo metralhadoras ponto 50, que são capazes de derrubar aeronaves. A ação policial foi a mais letal já registrada
no país em casos relativos ao “novo cangaço” e teve grande repercussão midiática. Pouco antes, em 30 de agosto de 2021, cerca de 30 homens cercaram a cidade de Araçatuba, no interior paulista, fizeram reféns, espalharam 100 kg de explosivos pelas ruas da cidade, explodiram duas agências bancárias e invadiram uma terceira. Os explosivos, feitos de dinamite, eram acionados por celular ou por sensor de proximidade. Como se não fosse o suficiente, o grupo tinha também um drone, cuja utilidade era monitorar o movimento da polícia. Houve tiroteio e três pessoas morreram, duas delas moradoras da cidade, e a outra, integrante da quadrilha. No dia 07 de abril de 2021, uma agência bancária foi assaltada em Abaré, no interior baiano. Os assaltantes fizeram reféns, atearam fogo em automóveis e fizeram rondas pela cidade para impedir que moradores saíssem às ruas. Não houve feridos. Em 30 de novembro de 2020, aproximadamente 30 pessoas assaltaram uma agência bancária em Criciúma, Santa Catarina. Na ocasião, houve uma ação que incluiu o bloqueio de ruas de acesso à cidade, um ataque a tiros ao Batalhão da Polícia Militar, o uso de reféns como escudos humanos e o uso de, no mínimo, 200 kg de explosivos. Apenas uma semana antes, em 24 de novembro de 2020, cerca de 20 homens atacaram agências bancárias no centro de Araraquara, São Paulo. Antes disso, interditaram ruas com caminhões em chamas na tentativa (frustrada) de impedir que a polícia chegasse ao local. Houve troca de tiros, mas ninguém ficou ferido. Eu poderia seguir com os exemplos, mas acredito que a ideia já está clara: as ações realizadas pelo “novo cangaço” são iniciativas perpetradas por grupos grandes, munidos de sofisticados materiais de guerra, que planejam um assalto a ser realizado em instituição financeira de cidade pequena ou média, buscam neutralizar as polícias, exercem um domínio territorial momentâneo a partir do bloqueio de vias de acesso ao local, fazem reféns e tem como objetivo (muitas vezes alcançado) a apropriação de enormes quantias de dinheiro. (...)
(texto adaptado e extraído de: https://www.justificando.com/2021/11/26/o novo-cangaco-como-a-seguranca-publica-deve-entendero-fenomeno - acessado em 15.08.22)

Assinale a alternativa que não corresponde com ideias trazidas pelo texto:
  • A: Os exemplos trazidos pelo autor demonstram que o chamado novo cangaço não é um fenômeno exclusivo de determinada região do nosso país.
  • B: O fenômeno denominado novo cangaço ilustrado no texto muitas vezes pode parecer cenas de filmes norte-americanos.
  • C: O fenômeno tratado no texto fora denominado como “novo cangaço” pelos próprios grupos de criminosos em referência aos “cangaceiros” que, como os liderados por Lampião e Maria Bonita, dedicavam-se a saquear vilarejos, assaltar fazendas, aterrorizar populações e confrontar as forças de segurança estatais do nordeste brasileiro na primeira metade do século XX.
  • D: No episódio ocorrido em 31/10/21, em Varginha/MG, houve a morte de 26 homens que, segundo a P.M, faziam parte de um grupo criminoso especializado em assaltos a instituições financeiras em cidades de pequeno e médio porte.

O “novo cangaço”: como a Segurança Pública deve entender o fenômeno?

Um grupo de homens fortemente armados de fuzis e explosivos, vestidos com coletes à prova de balas, chega em uma pequena cidade do interior. Eles cercam a cidade, rendem os policiais e iniciam um grande e espetacular assalto a banco. A ação, extremamente bem coordenada, é resultado, logicamente, de muito planejamento. Essa cena pode parecer saída de um filme de ação estadunidense, mas é, na verdade, ocorrência relativamente comum em terras tupiniquins. A esse fenômeno damos o nome de “novo cangaço”, em referência aos “cangaceiros” que, como os liderados por Lampião e Maria Bonita, dedicavam-se a saquear vilarejos, assaltar fazendas, aterrorizar populações e confrontar as forças de segurança estatais do nordeste brasileiro na primeira metade do século XX. Este é o tema de nossa coluna essa semana. Neste texto, abordo o modo de funcionamento do chamado “novo cangaço” e proponho uma reflexão sobre o que este tipo criminal nos diz sobre a máquina da Segurança Pública no nosso país. E começo com exemplos. Pois bem. Há menos de um mês, no dia 31 de outubro de 2021, uma operação policial contra um grupo de assaltantes culminou na morte de 26 homens no município de Varginha, em Minas Gerais. Os mortos eram integrantes de uma quadrilha especializada em assaltos a instituições financeiras em cidades de pequeno e médio porte, e estavam alojados em sítios nos arredores de Varginha quando foram surpreendidos pela polícia. Segundo informou a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), o grupo se preparava para realizar grandes assaltos na região. Foram apreendidos materiais dignos de um arsenal bélico, incluindo metralhadoras ponto 50, que são capazes de derrubar aeronaves. A ação policial foi a mais letal já registrada
no país em casos relativos ao “novo cangaço” e teve grande repercussão midiática. Pouco antes, em 30 de agosto de 2021, cerca de 30 homens cercaram a cidade de Araçatuba, no interior paulista, fizeram reféns, espalharam 100 kg de explosivos pelas ruas da cidade, explodiram duas agências bancárias e invadiram uma terceira. Os explosivos, feitos de dinamite, eram acionados por celular ou por sensor de proximidade. Como se não fosse o suficiente, o grupo tinha também um drone, cuja utilidade era monitorar o movimento da polícia. Houve tiroteio e três pessoas morreram, duas delas moradoras da cidade, e a outra, integrante da quadrilha. No dia 07 de abril de 2021, uma agência bancária foi assaltada em Abaré, no interior baiano. Os assaltantes fizeram reféns, atearam fogo em automóveis e fizeram rondas pela cidade para impedir que moradores saíssem às ruas. Não houve feridos. Em 30 de novembro de 2020, aproximadamente 30 pessoas assaltaram uma agência bancária em Criciúma, Santa Catarina. Na ocasião, houve uma ação que incluiu o bloqueio de ruas de acesso à cidade, um ataque a tiros ao Batalhão da Polícia Militar, o uso de reféns como escudos humanos e o uso de, no mínimo, 200 kg de explosivos. Apenas uma semana antes, em 24 de novembro de 2020, cerca de 20 homens atacaram agências bancárias no centro de Araraquara, São Paulo. Antes disso, interditaram ruas com caminhões em chamas na tentativa (frustrada) de impedir que a polícia chegasse ao local. Houve troca de tiros, mas ninguém ficou ferido. Eu poderia seguir com os exemplos, mas acredito que a ideia já está clara: as ações realizadas pelo “novo cangaço” são iniciativas perpetradas por grupos grandes, munidos de sofisticados materiais de guerra, que planejam um assalto a ser realizado em instituição financeira de cidade pequena ou média, buscam neutralizar as polícias, exercem um domínio territorial momentâneo a partir do bloqueio de vias de acesso ao local, fazem reféns e tem como objetivo (muitas vezes alcançado) a apropriação de enormes quantias de dinheiro. (...)
(texto adaptado e extraído de: https://www.justificando.com/2021/11/26/o novo-cangaco-como-a-seguranca-publica-deve-entendero-fenomeno - acessado em 15.08.22)

Consta, expressamente, como ideias e conclusões trazidas pelo texto acima:
  • A: Longe de ser um empreendimento amador, o “novo cangaço” é uma articulação entre especialistas. Muito diferente do que ocorre em gangues de bairro ou em facções criminosas estabelecidas, os assaltantes se conectam em “coalisões temporárias”, sem uma identidade coletiva que os representem. As efêmeras articulações são construídas no próprio processo de planejamento do assalto. Com base nesse modo de operação, poderíamos, então, esquematizar os recursos mobilizados pelos “neocangaceiros” em torno de quatro grupos primordiais: 1) a capacidade de planejamento; 2) o capital humano especializado; e 3) o acesso a aparatos bélicos; e 4) os meios de lavagem de dinheiro. Todos eles dependem da articulação de uma rede criminal.
  • B: A pesquisadora Jania Perla Diógenes de Aquino, em entrevista concedida ao podcast do Centro de Estudos de Criminalidade a Segurança Pública da UFMG -o Crisp Entrevista -, afirma que os assaltos a instituições financeiras, diferentemente dos assaltos de rua, por exemplo, envolvem uma espécie de “elite do crime”. Isso porque, como surgiu em seu trabalho de campo, existe uma seleção de quem poderá integrar os grupos: são sujeitos entendidos como experientes, capazes de controlar as próprias emoções, confiáveis, racionais, discretos. Essas habilidades, desenvolvidas ao longo de trajetórias de vida no “crime”, são importantes para o sucesso da ação.
  • C: É preciso repensar a aplicação de pena de privação de liberdade a sujeitos condenados por esse tipo de assalto, em especial nos casos em que não há feridos, já que, longe de interromper o ciclo “neocangaceiro”, a cadeia o retroalimenta e e complexifica. Ou seja, acabamos por chegar, mais uma vez, à mesma conclusão que vem sendo incansavelmente repetida por estudiosos do campo da criminalidade e da Segurança Pública: se queremos, de fato, construir uma cultura de paz, devemos investir na prevenção e na inteligência, e tirar o foco da punição e do encarceramento.
  • D: A ideia trazida pelo autor do texto acerca das ações realizadas pelo novo cangaço é de que são iniciativas deflagradas por grandes grupos com materiais de guerra avançados, que planejam um assalto a ser realizado em instituição financeira de cidade pequena ou média, buscam neutralizar as polícias, exercem um domínio territorial momentâneo a partir do bloqueio de vias de acesso ao local, fazem reféns e tem como objetivo (muitas vezes alcançado) a apropriação de enormes quantias de dinheiro.

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