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Cuidar de idoso não é só cumprir tarefa, é preciso dar carinho e escuta 

Cláudia Colluci

A maior taxa de suicídios no Brasil se concentra entre idosos acima de 70 anos, segundo dados recentes divulgados pelo Ministério da Saúde. São 8,9 mortes por 100 mil pessoas, contra 5,5 por 100 mil entre a população em geral. Pesquisas anteriores já haviam apontado esse grupo etário como o de maior risco. Abandono da família, maior grau de dependência e depressão são alguns dos fatores de risco.

Em se tratando de idosos, há outras mortes passíveis de prevenção se o país tivesse políticas públicas voltadas para esse fim. Ano passado, uma em cada três pessoas mortas por atropelamento em São Paulo tinha 60 anos ou mais. Pessoas mais velhas perdem reflexos e parte da visão (especialmente a lateral) e da audição por conta da idade.

Levando em conta que o perfil da população brasileira mudará drasticamente nos próximos anos e que, a partir de 2030, o país terá mais idosos do que crianças, já passou da hora de governos e sociedade em geral encararem com seriedade os cuidados com os nossos velhos, que hoje somam 29,4 milhões (14,3% da população).

Com a mudança do perfil das famílias (poucos filhos, que trabalham fora e que moram longe dos seus velhos), faltam cuidadores em casa. Também são poucos os que conseguem bancar cuidadores profissionais ou casas de repouso de qualidade. As famílias que têm idosos acamados enfrentam desafios ainda maiores quando não encontram suporte e orientação nos sistemas de saúde.

Recentemente, estive cuidando do meu pai de 87 anos, que se submeteu à implantação de um marca-passo. Após a alta hospitalar, foi um susto atrás do outro. Primeiro, a pressão arterial disparou (ele já teve dois infartos e carrega quatro stents no coração), depois um dos pontos do corte cirúrgico se rompeu (risco de infecção) e, por último, o braço imobilizado começou a inchar muito (perigo de trombose venosa). Diante da recusa dele em ir ao pronto atendimento, da demora de retorno do médico que o assistiu na cirurgia e sem um serviço de retaguarda do plano de saúde ou do hospital, a sensação de desamparo foi desesperadora. Mas essas situações também trazem lições. A principal é a de que o cuidado não se traduz apenas no cumprimento de tarefas, como fazer o curativo, medir a pressão, ajudar no banho ou preparar a comida. Cuidado envolve, sobretudo, carinho e escuta. É demonstrar que você está junto, que ele não está sozinho em suas dores.

Meu pai é um homem simples, do campo, que conheceu a enxada aos sete anos de idade. Aos oito, já ordenhava vacas, mas ainda não conhecia um abraço. Foi da professora que ganhou o primeiro. Com o cultivo da terra, formou uma família, educou duas filhas. Lidar com a terra continua sendo a sua terapia diária. É onde encontra forças para enfrentar o luto pelas mortes da minha mãe, de parentes e de amigos. É onde descobre caminhos para as limitações que a idade vai impondo ("não consigo mais cuidar da horta, então vou plantar mandioca").

Ouvir do médico que só estará liberado para suas atividades normais em três meses foi um baque para o meu velho. Ficou amuado, triste. Em um primeiro momento, dei bronca ("pai, a cirurgia foi um sucesso, custa ter um pouco mais de paciência?"). Depois, ao me colocar no lugar desse octogenário hiperativo, que até dois meses atrás estava trepado em um abacateiro, podando-o, mudei o meu discurso ("vai ser um saco mesmo, pai, mas vamos encontrar coisas que você consiga fazer no dia a dia com o aval do médico").

Sim, envelhecer é um desafio sob vários pontos de vista. Mas pode ficar ainda pior quando os nossos velhos não contam com uma rede de proteção, seja do Estado, da comunidade ou da própria família.

Os números de suicídio estão aí para ilustrar muito bem esse cenário de abandono, de solidão. Uma das propostas do Ministério da Saúde para prevenir essas mortes é a ampliação dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps). A presença desses serviços está associada à diminuição de 14% do risco de suicídio. Essa medida é prioritária, mas, em se tratando da prevenção de suicídio entre idosos, não é o bastante.

Mais do que diagnosticar e tratar a depressão, apontada como um dos mais importantes fatores desencadeadores do suicídio, é preciso que políticas públicas e profissionais de saúde ajudem os idosos a prevenir/diminuir dependências para que tenham condições de sair de casa com segurança, sem o risco de morrerem atropelados ou de cair nas calçadas intransitáveis, que ações sociais os auxiliem a ter uma vida de mais interação na comunidade. E, principalmente, que as famílias prestem mais atenção aos seus velhos. Eles merecem chegar com mais dignidade ao final da vida.

Adaptado de <http://www1.folha.uol.com.br/ colunas/claudiacollucci/ 2017/ 09/1921719-cuidar-de-idoso-nao-e-so-cumprir-tarefa-e-preciso-dar-carinho-e-escuta.shtml 26/09/2017> . Acesso em: 6 dez. 2017.




Acerca do termo destacado em “Recentemente, estive cuidando do meu pai de 87 anos, que se submeteu à implantação de um marca-passo.”, é correto afirmar que





  • A: possui acento grave indicativo de crase entre duas preposições.
  • B: é composto por um artigo e por uma preposição que introduz um complemento verbal.
  • C: possui acento grave indicativo de crase entre dois artigos.
  • D: é composto por um artigo e por uma preposição os quais acompanham complemento nominal.
  • E: possui acento agudo indicativo de crase entre preposição e artigo indefinido.

      Cuidar de idoso não é só cumprir tarefa, é preciso dar carinho e escuta

Cláudia Colluci

A maior taxa de suicídios no Brasil se concentra entre idosos acima de 70 anos, segundo dados recentes divulgados pelo Ministério da Saúde. São 8,9 mortes por 100 mil pessoas, contra 5,5 por 100 mil entre a população em geral. Pesquisas anteriores já haviam apontado esse grupo etário como o de maior risco. Abandono da família, maior grau de dependência e depressão são alguns dos fatores de risco.

Em se tratando de idosos, há outras mortes passíveis de prevenção se o país tivesse políticas públicas voltadas para esse fim. Ano passado, uma em cada três pessoas mortas por atropelamento em São Paulo tinha 60 anos ou mais. Pessoas mais velhas perdem reflexos e parte da visão (especialmente a lateral) e da audição por conta da idade.

Levando em conta que o perfil da população brasileira mudará drasticamente nos próximos anos e que, a partir de 2030, o país terá mais idosos do que crianças, já passou da hora de governos e sociedade em geral encararem com seriedade os cuidados com os nossos velhos, que hoje somam 29,4 milhões (14,3% da população).

Com a mudança do perfil das famílias (poucos filhos, que trabalham fora e que moram longe dos seus velhos), faltam cuidadores em casa. Também são poucos os que conseguem bancar cuidadores profissionais ou casas de repouso de qualidade. As famílias que têm idosos acamados enfrentam desafios ainda maiores quando não encontram suporte e orientação nos sistemas de saúde.

Recentemente, estive cuidando do meu pai de 87 anos, que se submeteu à implantação de um marca-passo. Após a alta hospitalar, foi um susto atrás do outro. Primeiro, a pressão arterial disparou (ele já teve dois infartos e carrega quatro stents no coração), depois um dos pontos do corte cirúrgico se rompeu (risco de infecção) e, por último, o braço imobilizado começou a inchar muito (perigo de trombose venosa). Diante da recusa dele em ir ao pronto atendimento, da demora de retorno do médico que o assistiu na cirurgia e sem um serviço de retaguarda do plano de saúde ou do hospital, a sensação de desamparo foi desesperadora. Mas essas situações também trazem lições. A principal é a de que o cuidado não se traduz apenas no cumprimento de tarefas, como fazer o curativo, medir a pressão, ajudar no banho ou preparar a comida. Cuidado envolve, sobretudo, carinho e escuta. É demonstrar que você está junto, que ele não está sozinho em suas dores.

Meu pai é um homem simples, do campo, que conheceu a enxada aos sete anos de idade. Aos oito, já ordenhava vacas, mas ainda não conhecia um abraço. Foi da professora que ganhou o primeiro. Com o cultivo da terra, formou uma família, educou duas filhas. Lidar com a terra continua sendo a sua terapia diária. É onde encontra forças para enfrentar o luto pelas mortes da minha mãe, de parentes e de amigos. É onde descobre caminhos para as limitações que a idade vai impondo ("não consigo mais cuidar da horta, então vou plantar mandioca").

Ouvir do médico que só estará liberado para suas atividades normais em três meses foi um baque para o meu velho. Ficou amuado, triste. Em um primeiro momento, dei bronca ("pai, a cirurgia foi um sucesso, custa ter um pouco mais de paciência?"). Depois, ao me colocar no lugar desse octogenário hiperativo, que até dois meses atrás estava trepado em um abacateiro, podando-o, mudei o meu discurso ("vai ser um saco mesmo, pai, mas vamos encontrar coisas que você consiga fazer no dia a dia com o aval do médico").

Sim, envelhecer é um desafio sob vários pontos de vista. Mas pode ficar ainda pior quando os nossos velhos não contam com uma rede de proteção, seja do Estado, da comunidade ou da própria família.

Os números de suicídio estão aí para ilustrar muito bem esse cenário de abandono, de solidão. Uma das propostas do Ministério da Saúde para prevenir essas mortes é a ampliação dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps). A presença desses serviços está associada à diminuição de 14% do risco de suicídio. Essa medida é prioritária, mas, em se tratando da prevenção de suicídio entre idosos, não é o bastante.

Mais do que diagnosticar e tratar a depressão, apontada como um dos mais importantes fatores desencadeadores do suicídio, é preciso que políticas públicas e profissionais de saúde ajudem os idosos a prevenir/diminuir dependências para que tenham condições de sair de casa com segurança, sem o risco de morrerem atropelados ou de cair nas calçadas intransitáveis, que ações sociais os auxiliem a ter uma vida de mais interação na comunidade. E, principalmente, que as famílias prestem mais atenção aos seus velhos. Eles merecem chegar com mais dignidade ao final da vida.

Adaptado de <http://www1.folha.uol.com.br/ colunas/claudiacollucci/ 2017/ 09/1921719-cuidar-de-idoso-nao-e-so-cumprir-tarefa-e-preciso-dar-carinho-e-escuta.shtml 26/09/2017> . Acesso em: 6 dez. 2017.




A respeito das palavras abandono, profissional, país e quando, assinale a alternativa correta.

  • A: Em quando, há encontro consonantal; em país, há hiato; em profissional, há encontro consonantal e dígrafo; em abandono, há encontro consonantal.
  • B: Em profissional, há 2 dígrafos; em abandono, há encontro consonantal; em quando, há ditongo decrescente; em país, há hiato.
  • C: Em abandono, há dígrafo; em profissional, há encontro consonantal e dígrafo; em país, há hiato; em quando, há ditongo crescente.
  • D: Em país, há ditongo crescente; em quando, há ditongo crescente; em abandono, há encontro consonantal; em profissional, há dígrafo.
  • E: Em profissional, há 2 encontros consonantais; em país, há hiato; em quando, há hiato; em abandono, há dígrafo.


 Cuidar de idoso não é só cumprir tarefa, é preciso dar carinho e escuta     
                                                                                                                                                   Cláudia Colluci

A maior taxa de suicídios no Brasil se concentra entre idosos acima de 70 anos, segundo dados recentes divulgados pelo Ministério da Saúde. São 8,9 mortes por 100 mil pessoas, contra 5,5 por 100 mil entre a população em geral. Pesquisas anteriores já haviam apontado esse grupo etário como o de maior risco. Abandono da família, maior grau de dependência e depressão são alguns dos fatores de risco.

Em se tratando de idosos, há outras mortes passíveis de prevenção se o país tivesse políticas públicas voltadas para esse fim. Ano passado, uma em cada três pessoas mortas por atropelamento em São Paulo tinha 60 anos ou mais. Pessoas mais velhas perdem reflexos e parte da visão (especialmente a lateral) e da audição por conta da idade.

Levando em conta que o perfil da população brasileira mudará drasticamente nos próximos anos e que, a partir de 2030, o país terá mais idosos do que crianças, já passou da hora de governos e sociedade em geral encararem com seriedade os cuidados com os nossos velhos, que hoje somam 29,4 milhões (14,3% da população).

Com a mudança do perfil das famílias (poucos filhos, que trabalham fora e que moram longe dos seus velhos), faltam cuidadores em casa. Também são poucos os que conseguem bancar cuidadores profissionais ou casas de repouso de qualidade. As famílias que têm idosos acamados enfrentam desafios ainda maiores quando não encontram suporte e orientação nos sistemas de saúde.

Recentemente, estive cuidando do meu pai de 87 anos, que se submeteu à implantação de um marca-passo. Após a alta hospitalar, foi um susto atrás do outro. Primeiro, a pressão arterial disparou (ele já teve dois infartos e carrega quatro stents no coração), depois um dos pontos do corte cirúrgico se rompeu (risco de infecção) e, por último, o braço imobilizado começou a inchar muito (perigo de trombose venosa). Diante da recusa dele em ir ao pronto atendimento, da demora de retorno do médico que o assistiu na cirurgia e sem um serviço de retaguarda do plano de saúde ou do hospital, a sensação de desamparo foi desesperadora. Mas essas situações também trazem lições. A principal é a de que o cuidado não se traduz apenas no cumprimento de tarefas, como fazer o curativo, medir a pressão, ajudar no banho ou preparar a comida. Cuidado envolve, sobretudo, carinho e escuta. É demonstrar que você está junto, que ele não está sozinho em suas dores.

Meu pai é um homem simples, do campo, que conheceu a enxada aos sete anos de idade. Aos oito, já ordenhava vacas, mas ainda não conhecia um abraço. Foi da professora que ganhou o primeiro. Com o cultivo da terra, formou uma família, educou duas filhas. Lidar com a terra continua sendo a sua terapia diária. É onde encontra forças para enfrentar o luto pelas mortes da minha mãe, de parentes e de amigos. É onde descobre caminhos para as limitações que a idade vai impondo ("não consigo mais cuidar da horta, então vou plantar mandioca").

Ouvir do médico que só estará liberado para suas atividades normais em três meses foi um baque para o meu velho. Ficou amuado, triste. Em um primeiro momento, dei bronca ("pai, a cirurgia foi um sucesso, custa ter um pouco mais de paciência?"). Depois, ao me colocar no lugar desse octogenário hiperativo, que até dois meses atrás estava trepado em um abacateiro, podando-o, mudei o meu discurso ("vai ser um saco mesmo, pai, mas vamos encontrar coisas que você consiga fazer no dia a dia com o aval do médico").

Sim, envelhecer é um desafio sob vários pontos de vista. Mas pode ficar ainda pior quando os nossos velhos não contam com uma rede de proteção, seja do Estado, da comunidade ou da própria família.

Os números de suicídio estão aí para ilustrar muito bem esse cenário de abandono, de solidão. Uma das propostas do Ministério da Saúde para prevenir essas mortes é a ampliação dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps). A presença desses serviços está associada à diminuição de 14% do risco de suicídio. Essa medida é prioritária, mas, em se tratando da prevenção de suicídio entre idosos, não é o bastante.

Mais do que diagnosticar e tratar a depressão, apontada como um dos mais importantes fatores desencadeadores do suicídio, é preciso que políticas públicas e profissionais de saúde ajudem os idosos a prevenir/diminuir dependências para que tenham condições de sair de casa com segurança, sem o risco de morrerem atropelados ou de cair nas calçadas intransitáveis, que ações sociais os auxiliem a ter uma vida de mais interação na comunidade. E, principalmente, que as famílias prestem mais atenção aos seus velhos. Eles merecem chegar com mais dignidade ao final da vida.

Adaptado de <http://www1.folha.uol.com.br/ colunas/claudiacollucci/ 2017/ 09/1921719-cuidar-de-idoso-nao-e-so-cumprir-tarefa-e-preciso-dar-carinho-e-escuta.shtml 26/09/2017> . Acesso em: 6 dez. 2017.




A respeito das palavras abandono, profissional, país e quando, assinale a alternativa correta.





  • A: Em quando, há encontro consonantal; em país, há hiato; em profissional, há encontro consonantal e dígrafo; em abandono, há encontro consonantal.
  • B: Em profissional, há 2 dígrafos; em abandono, há encontro consonantal; em quando, há ditongo decrescente; em país, há hiato.
  • C: Em abandono, há dígrafo; em profissional, há encontro consonantal e dígrafo; em país, há hiato; em quando, há ditongo crescente.
  • D: Em país, há ditongo crescente; em quando, há ditongo crescente; em abandono, há encontro consonantal; em profissional, há dígrafo.
  • E: Em profissional, há 2 encontros consonantais; em país, há hiato; em quando, há hiato; em abandono, há dígrafo.


 Insulto, logo existo!
                                                                                                                                        Leandro Karnal
                           No momento em que eu apenas uso o rótulo, perco a chance de ver engenho e arte
      A crítica e o contraditório são fundamentais. Grande parte do avanço em liberdades individuais e nas ciências nasceu do questionamento de paradigmas. Sociedades abertas crescem mais do que sociedades fechadas. A base da democracia é a liberdade de expressão. Sem oposição, não existe liberdade.

Uma crítica bem fundamentada destaca dados que um autor não percebeu. Um juízo ponderado é excelente. Mais de uma vez percebi que um olhar externo via melhor do que eu. Inexiste ser humano que não possa ser alvo de questionamento. Horácio garantia, com certa indignação, que até o hábil Homero poderia cochilar (QuandoquebonusdormitatHomerus - ArsPoetica, 359). A crítica pode nos despertar.

Como saber se a avaliação é boa? Primeiro: ela mira no aperfeiçoamento do conhecimento e não em um ataque pessoal. A boa crítica indica aperfeiçoamento. Notamos, no arguidor sincero, uma diminuição da passionalidade. Refulgem argumentos e dados. Mínguam questões subjetivas. Há mais substantivos e menos adjetivos. Não digo o que eu faria ou o que eu sou. Indico apenas como algo pode ser melhor e a partir de quais critérios. Que argumentos estão bem fundamentados e quais poderiam ser revistos. Objetividade é um campo complexo em filosofia, mas, certamente, alguém babando e adjetivando foge um pouco do perfil objetivo.

Duas coisas ajudam na empreitada. A primeira é conhecimento. Há um mínimo de formação. Não me refiro a títulos, mas à energia despendida em absorver conceitos. Nada posso dizer sobre aquilo do qual nada sei. Pouco posso dizer sobre o que escassamente domino. A segunda é a busca da impessoalidade. Critico não por causa da minha dor, da minha inveja, do meu espelho. Examino a obra em si, não a obra que eu gostaria de ter feito ou a que me incomoda pelo simples sucesso da sua existência. Critico o defeito e não a luz. [...]

Disponível em:<https://jomalggn.com.br/noticia/insulto-logo-existo-por-leandro-karnal>  . Acesso em: 11 dez. 2017.




Assinale a alternativa em que a divisão silábica de todas as palavras está correta

  • A: In-sul-to; ex-pre-ssão; ques-ti-o-na-men-to.
  • B: So-cie-da-des; exa-mi-no; o-bra.
  • C: A-per-fe-i-ço-a-men-to; ques-tõ-es; con-tradi-tó-rio.
  • D: A-va-li-a-ção; li-ber-da-de; ad-je-ti-van-do.
  • E: Ar-gui-dor; su-bs-tan-ti-vos; cer-ta-men-te.

Cuidar de idoso não é só cumprir tarefa, é preciso dar carinho e escuta     

                                                                                                 Cláudia Colluci

A maior taxa de suicídios no Brasil se concentra entre idosos acima de 70 anos, segundo dados recentes divulgados pelo Ministério da Saúde. São 8,9 mortes por 100 mil pessoas, contra 5,5 por 100 mil entre a população em geral. Pesquisas anteriores já haviam apontado esse grupo etário como o de maior risco. Abandono da família, maior grau de dependência e depressão são alguns dos fatores de risco.

Em se tratando de idosos, há outras mortes passíveis de prevenção se o país tivesse políticas públicas voltadas para esse fim. Ano passado, uma em cada três pessoas mortas por atropelamento em São Paulo tinha 60 anos ou mais. Pessoas mais velhas perdem reflexos e parte da visão (especialmente a lateral) e da audição por conta da idade.

Levando em conta que o perfil da população brasileira mudará drasticamente nos próximos anos e que, a partir de 2030, o país terá mais idosos do que crianças, já passou da hora de governos e sociedade em geral encararem com seriedade os cuidados com os nossos velhos, que hoje somam 29,4 milhões (14,3% da população).

Com a mudança do perfil das famílias (poucos filhos, que trabalham fora e que moram longe dos seus velhos), faltam cuidadores em casa. Também são poucos os que conseguem bancar cuidadores profissionais ou casas de repouso de qualidade. As famílias que têm idosos acamados enfrentam desafios ainda maiores quando não encontram suporte e orientação nos sistemas de saúde.

Recentemente, estive cuidando do meu pai de 87 anos, que se submeteu à implantação de um marca-passo. Após a alta hospitalar, foi um susto atrás do outro. Primeiro, a pressão arterial disparou (ele já teve dois infartos e carrega quatro stents no coração), depois um dos pontos do corte cirúrgico se rompeu (risco de infecção) e, por último, o braço imobilizado começou a inchar muito (perigo de trombose venosa). Diante da recusa dele em ir ao pronto atendimento, da demora de retorno do médico que o assistiu na cirurgia e sem um serviço de retaguarda do plano de saúde ou do hospital, a sensação de desamparo foi desesperadora. Mas essas situações também trazem lições. A principal é a de que o cuidado não se traduz apenas no cumprimento de tarefas, como fazer o curativo, medir a pressão, ajudar no banho ou preparar a comida. Cuidado envolve, sobretudo, carinho e escuta. É demonstrar que você está junto, que ele não está sozinho em suas dores.

Meu pai é um homem simples, do campo, que conheceu a enxada aos sete anos de idade. Aos oito, já ordenhava vacas, mas ainda não conhecia um abraço. Foi da professora que ganhou o primeiro. Com o cultivo da terra, formou uma família, educou duas filhas. Lidar com a terra continua sendo a sua terapia diária. É onde encontra forças para enfrentar o luto pelas mortes da minha mãe, de parentes e de amigos. É onde descobre caminhos para as limitações que a idade vai impondo ("não consigo mais cuidar da horta, então vou plantar mandioca").

Ouvir do médico que só estará liberado para suas atividades normais em três meses foi um baque para o meu velho. Ficou amuado, triste. Em um primeiro momento, dei bronca ("pai, a cirurgia foi um sucesso, custa ter um pouco mais de paciência?"). Depois, ao me colocar no lugar desse octogenário hiperativo, que até dois meses atrás estava trepado em um abacateiro, podando-o, mudei o meu discurso ("vai ser um saco mesmo, pai, mas vamos encontrar coisas que você consiga fazer no dia a dia com o aval do médico").

Sim, envelhecer é um desafio sob vários pontos de vista. Mas pode ficar ainda pior quando os nossos velhos não contam com uma rede de proteção, seja do Estado, da comunidade ou da própria família.

Os números de suicídio estão aí para ilustrar muito bem esse cenário de abandono, de solidão. Uma das propostas do Ministério da Saúde para prevenir essas mortes é a ampliação dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps). A presença desses serviços está associada à diminuição de 14% do risco de suicídio. Essa medida é prioritária, mas, em se tratando da prevenção de suicídio entre idosos, não é o bastante.

Mais do que diagnosticar e tratar a depressão, apontada como um dos mais importantes fatores desencadeadores do suicídio, é preciso que políticas públicas e profissionais de saúde ajudem os idosos a prevenir/diminuir dependências para que tenham condições de sair de casa com segurança, sem o risco de morrerem atropelados ou de cair nas calçadas intransitáveis, que ações sociais os auxiliem a ter uma vida de mais interação na comunidade. E, principalmente, que as famílias prestem mais atenção aos seus velhos. Eles merecem chegar com mais dignidade ao final da vida.

Adaptado de <http://www1.folha.uol.com.br/ colunas/claudiacollucci/ 2017/ 09/1921719-cuidar-de-idoso-nao-e-so-cumprir-tarefa-e-preciso-dar-carinho-e-escuta.shtml 26/09/2017> . Acesso em: 6 dez. 2017.




Assinale a alternativa que apresenta a correta divisão silábica das palavras: amuado, abacateiro, hiperativo e depressão.





  • A: a.mua.do – a.ba.ca.tei.ro – hi.per.a.ti.vo – de.pres.são.
  • B: a.mu.a.do – a.ba.ca.te.i.ro – hi.pe.ra.ti.vo – de.pre.ssão.
  • C: a.mu.a.do – a.ba.ca.tei.ro – hi.pe.ra.ti.vo – de.pre.ssão.
  • D: a.mua.do – a.ba.ca.te.i.ro – hi.per.a.ti.vo – de.pres.são.
  • E: a.mu.a.do – a.ba.ca.tei.ro - hi.pe.ra.ti.vo – de.pres.são.

   Insulto, logo existo

                                                                                                Leandro Karnal

                           No momento em que eu apenas uso o rótulo, perco a chance de ver engenho e arte

A crítica e o contraditório são fundamentais. Grande parte do avanço em liberdades individuais e nas ciências nasceu do questionamento de paradigmas. Sociedades abertas crescem mais do que sociedades fechadas. A base da democracia é a liberdade de expressão. Sem oposição, não existe liberdade.

Uma crítica bem fundamentada destaca dados que um autor não percebeu. Um juízo ponderado é excelente. Mais de uma vez percebi que um olhar externo via melhor do que eu. Inexiste ser humano que não possa ser alvo de questionamento. Horácio garantia, com certa indignação, que até o hábil Homero poderia cochilar (QuandoquebonusdormitatHomerus - ArsPoetica, 359). A crítica pode nos despertar.

Como saber se a avaliação é boa? Primeiro: ela mira no aperfeiçoamento do conhecimento e não em um ataque pessoal. A boa crítica indica aperfeiçoamento. Notamos, no arguidor sincero, uma diminuição da passionalidade. Refulgem argumentos e dados. Mínguam questões subjetivas. Há mais substantivos e menos adjetivos. Não digo o que eu faria ou o que eu sou. Indico apenas como algo pode ser melhor e a partir de quais critérios. Que argumentos estão bem fundamentados e quais poderiam ser revistos. Objetividade é um campo complexo em filosofia, mas, certamente, alguém babando e adjetivando foge um pouco do perfil objetivo.

Duas coisas ajudam na empreitada. A primeira é conhecimento. Há um mínimo de formação. Não me refiro a títulos, mas à energia despendida em absorver conceitos. Nada posso dizer sobre aquilo do qual nada sei. Pouco posso dizer sobre o que escassamente domino. A segunda é a busca da impessoalidade. Critico não por causa da minha dor, da minha inveja, do meu espelho. Examino a obra em si, não a obra que eu gostaria de ter feito ou a que me incomoda pelo simples sucesso da sua existência. Critico o defeito e não a luz. [...]

Disponível em:<https://jomalggn.com.br/noticia/insulto-logo-existo-por-leandro-karnal>  . Acesso em: 11 dez. 2017.




Assinale a alternativa em que o elemento sublinhado é uma conjunção integrante.

  • A: "No momento em que eu apenas uso o rótulo, perco a chance de ver engenho e arte.”
  • B: "Examino a obra em si, não a obra que eu gostaria de ter feito [...]”.
  • C: "Sociedades abertas crescem mais do que sociedades fechadas.”
  • D: "Horácio garantia, com certa indignação, que até o hábil Homero poderia cochilar [...]”.
  • E: "Inexiste ser humano que não possa ser alvo de questionamento.”

Cuidar de idoso não é só cumprir tarefa, é  preciso dar carinho e escuta     

                                                                                                 Cláudia Colluci

A maior taxa de suicídios no Brasil se concentra entre idosos acima de 70 anos, segundo dados recentes divulgados pelo Ministério da Saúde. São 8,9 mortes por 100 mil pessoas, contra 5,5 por 100 mil entre a população em geral. Pesquisas anteriores já haviam apontado esse grupo etário como o de maior risco. Abandono da família, maior grau de dependência e depressão são alguns dos fatores de risco.

Em se tratando de idosos, há outras mortes passíveis de prevenção se o país tivesse políticas públicas voltadas para esse fim. Ano passado, uma em cada três pessoas mortas por atropelamento em São Paulo tinha 60 anos ou mais. Pessoas mais velhas perdem reflexos e parte da visão (especialmente a lateral) e da audição por conta da idade.

Levando em conta que o perfil da população brasileira mudará drasticamente nos próximos anos e que, a partir de 2030, o país terá mais idosos do que crianças, já passou da hora de governos e sociedade em geral encararem com seriedade os cuidados com os nossos velhos, que hoje somam 29,4 milhões (14,3% da população).

Com a mudança do perfil das famílias (poucos filhos, que trabalham fora e que moram longe dos seus velhos), faltam cuidadores em casa. Também são poucos os que conseguem bancar cuidadores profissionais ou casas de repouso de qualidade. As famílias que têm idosos acamados enfrentam desafios ainda maiores quando não encontram suporte e orientação nos sistemas de saúde.

Recentemente, estive cuidando do meu pai de 87 anos, que se submeteu à implantação de um marca-passo. Após a alta hospitalar, foi um susto atrás do outro. Primeiro, a pressão arterial disparou (ele já teve dois infartos e carrega quatro stents no coração), depois um dos pontos do corte cirúrgico se rompeu (risco de infecção) e, por último, o braço imobilizado começou a inchar muito (perigo de trombose venosa). Diante da recusa dele em ir ao pronto atendimento, da demora de retorno do médico que o assistiu na cirurgia e sem um serviço de retaguarda do plano de saúde ou do hospital, a sensação de desamparo foi desesperadora. Mas essas situações também trazem lições. A principal é a de que o cuidado não se traduz apenas no cumprimento de tarefas, como fazer o curativo, medir a pressão, ajudar no banho ou preparar a comida. Cuidado envolve, sobretudo, carinho e escuta. É demonstrar que você está junto, que ele não está sozinho em suas dores.

Meu pai é um homem simples, do campo, que conheceu a enxada aos sete anos de idade. Aos oito, já ordenhava vacas, mas ainda não conhecia um abraço. Foi da professora que ganhou o primeiro. Com o cultivo da terra, formou uma família, educou duas filhas. Lidar com a terra continua sendo a sua terapia diária. É onde encontra forças para enfrentar o luto pelas mortes da minha mãe, de parentes e de amigos. É onde descobre caminhos para as limitações que a idade vai impondo ("não consigo mais cuidar da horta, então vou plantar mandioca").

Ouvir do médico que só estará liberado para suas atividades normais em três meses foi um baque para o meu velho. Ficou amuado, triste. Em um primeiro momento, dei bronca ("pai, a cirurgia foi um sucesso, custa ter um pouco mais de paciência?"). Depois, ao me colocar no lugar desse octogenário hiperativo, que até dois meses atrás estava trepado em um abacateiro, podando-o, mudei o meu discurso ("vai ser um saco mesmo, pai, mas vamos encontrar coisas que você consiga fazer no dia a dia com o aval do médico").

Sim, envelhecer é um desafio sob vários pontos de vista. Mas pode ficar ainda pior quando os nossos velhos não contam com uma rede de proteção, seja do Estado, da comunidade ou da própria família.

Os números de suicídio estão aí para ilustrar muito bem esse cenário de abandono, de solidão. Uma das propostas do Ministério da Saúde para prevenir essas mortes é a ampliação dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps). A presença desses serviços está associada à diminuição de 14% do risco de suicídio. Essa medida é prioritária, mas, em se tratando da prevenção de suicídio entre idosos, não é o bastante.

Mais do que diagnosticar e tratar a depressão, apontada como um dos mais importantes fatores desencadeadores do suicídio, é preciso que políticas públicas e profissionais de saúde ajudem os idosos a prevenir/diminuir dependências para que tenham condições de sair de casa com segurança, sem o risco de morrerem atropelados ou de cair nas calçadas intransitáveis, que ações sociais os auxiliem a ter uma vida de mais interação na comunidade. E, principalmente, que as famílias prestem mais atenção aos seus velhos. Eles merecem chegar com mais dignidade ao final da vida.

Adaptado de <http://www1.folha.uol.com.br/ colunas/claudiacollucci/ 2017/ 09/1921719-cuidar-de-idoso-nao-e-so-cumprir-tarefa-e-preciso-dar-carinho-e-escuta.shtml 26/09/2017> . Acesso em: 6 dez. 2017.




O termo destacado em “Aos oito, já ordenhava vacas, mas ainda não conhecia um abraço”, tem como função estabelecer





  • A: uma relação de adição entre duas orações coordenadas.
  • B: a subordinação da oração que introduz em relação à principal, que o antecede.
  • C: uma ligação coordenada entre a oração conclusiva e a anterior.
  • D: uma ligação coordenada entre a oração explicativa e a anterior.
  • E: uma relação de contraste entre as orações que são coordenadas.

 Cuidar de idoso não é só cumprir tarefa, é preciso dar carinho e escuta     

                                                                                                 Cláudia Colluci

A maior taxa de suicídios no Brasil se concentra entre idosos acima de 70 anos, segundo dados recentes divulgados pelo Ministério da Saúde. São 8,9 mortes por 100 mil pessoas, contra 5,5 por 100 mil entre a população em geral. Pesquisas anteriores já haviam apontado esse grupo etário como o de maior risco. Abandono da família, maior grau de dependência e depressão são alguns dos fatores de risco.

Em se tratando de idosos, há outras mortes passíveis de prevenção se o país tivesse políticas públicas voltadas para esse fim. Ano passado, uma em cada três pessoas mortas por atropelamento em São Paulo tinha 60 anos ou mais. Pessoas mais velhas perdem reflexos e parte da visão (especialmente a lateral) e da audição por conta da idade.

Levando em conta que o perfil da população brasileira mudará drasticamente nos próximos anos e que, a partir de 2030, o país terá mais idosos do que crianças, já passou da hora de governos e sociedade em geral encararem com seriedade os cuidados com os nossos velhos, que hoje somam 29,4 milhões (14,3% da população).

Com a mudança do perfil das famílias (poucos filhos, que trabalham fora e que moram longe dos seus velhos), faltam cuidadores em casa. Também são poucos os que conseguem bancar cuidadores profissionais ou casas de repouso de qualidade. As famílias que têm idosos acamados enfrentam desafios ainda maiores quando não encontram suporte e orientação nos sistemas de saúde.

Recentemente, estive cuidando do meu pai de 87 anos, que se submeteu à implantação de um marca-passo. Após a alta hospitalar, foi um susto atrás do outro. Primeiro, a pressão arterial disparou (ele já teve dois infartos e carrega quatro stents no coração), depois um dos pontos do corte cirúrgico se rompeu (risco de infecção) e, por último, o braço imobilizado começou a inchar muito (perigo de trombose venosa). Diante da recusa dele em ir ao pronto atendimento, da demora de retorno do médico que o assistiu na cirurgia e sem um serviço de retaguarda do plano de saúde ou do hospital, a sensação de desamparo foi desesperadora. Mas essas situações também trazem lições. A principal é a de que o cuidado não se traduz apenas no cumprimento de tarefas, como fazer o curativo, medir a pressão, ajudar no banho ou preparar a comida. Cuidado envolve, sobretudo, carinho e escuta. É demonstrar que você está junto, que ele não está sozinho em suas dores.

Meu pai é um homem simples, do campo, que conheceu a enxada aos sete anos de idade. Aos oito, já ordenhava vacas, mas ainda não conhecia um abraço. Foi da professora que ganhou o primeiro. Com o cultivo da terra, formou uma família, educou duas filhas. Lidar com a terra continua sendo a sua terapia diária. É onde encontra forças para enfrentar o luto pelas mortes da minha mãe, de parentes e de amigos. É onde descobre caminhos para as limitações que a idade vai impondo ("não consigo mais cuidar da horta, então vou plantar mandioca").

Ouvir do médico que só estará liberado para suas atividades normais em três meses foi um baque para o meu velho. Ficou amuado, triste. Em um primeiro momento, dei bronca ("pai, a cirurgia foi um sucesso, custa ter um pouco mais de paciência?"). Depois, ao me colocar no lugar desse octogenário hiperativo, que até dois meses atrás estava trepado em um abacateiro, podando-o, mudei o meu discurso ("vai ser um saco mesmo, pai, mas vamos encontrar coisas que você consiga fazer no dia a dia com o aval do médico").

Sim, envelhecer é um desafio sob vários pontos de vista. Mas pode ficar ainda pior quando os nossos velhos não contam com uma rede de proteção, seja do Estado, da comunidade ou da própria família.

Os números de suicídio estão aí para ilustrar muito bem esse cenário de abandono, de solidão. Uma das propostas do Ministério da Saúde para prevenir essas mortes é a ampliação dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps). A presença desses serviços está associada à diminuição de 14% do risco de suicídio. Essa medida é prioritária, mas, em se tratando da prevenção de suicídio entre idosos, não é o bastante.

Mais do que diagnosticar e tratar a depressão, apontada como um dos mais importantes fatores desencadeadores do suicídio, é preciso que políticas públicas e profissionais de saúde ajudem os idosos a prevenir/diminuir dependências para que tenham condições de sair de casa com segurança, sem o risco de morrerem atropelados ou de cair nas calçadas intransitáveis, que ações sociais os auxiliem a ter uma vida de mais interação na comunidade. E, principalmente, que as famílias prestem mais atenção aos seus velhos. Eles merecem chegar com mais dignidade ao final da vida.

Adaptado de <http://www1.folha.uol.com.br/ colunas/claudiacollucci/ 2017/ 09/1921719-cuidar-de-idoso-nao-e-so-cumprir-tarefa-e-preciso-dar-carinho-e-escuta.shtml 26/09/2017> . Acesso em: 6 dez. 2017.




Referente ao termo destacado em “As famílias que têm idosos acamados enfrentam desafios ainda maiores [...]”, é correto afirmar que se trata de 

  • A: uma conjunção coordenativa que introduz uma explicação.
  • B: um pronome relativo com função de adjunto adnominal.
  • C: uma conjunção que interliga sujeito e verbo.
  • D: uma preposição que introduz um complemento nominal.
  • E: um pronome relativo com função de sujeito.

Assinale a alternativa correta.
  • A: Em "Não me refiro a títulos, mas à energia despendida em absorver conceitos.”, a crase ocorre pela contração da preposição exigida pela regência do verbo "referir-se” e do artigo feminino que antecede o substantivo "energia”.
  • B: Em "Grande parte do avanço em liberdades individuais e nas ciências nasceu do questionamento de paradigmas.”, o verbo em destaque poderia estar no plural, concordando, assim, com o núcleo do sujeito "liberdades”.
  • C: Em "Nada posso dizer sobre aquilo do qual nada sei.”, o termo em destaque pode ser trocado por "cujo”, sem haver prejuízos gramaticais ou mudança de sentido.
  • D: Em "Horácio garantia, com certa indignação, que até o hábil Homero poderia cochilar [...]”, as vírgulas são utilizadas para separar um aposto explicativo.
  • E: Em "Como saber se a avaliação é boa? Primeiro: ela mira no aperfeiçoamento do conhecimento e não em um ataque pessoal.”, os dois-pontos são utilizados para introduzir uma síntese do que foi dito anteriormente.


 Insulto, logo existo!
                                                                                                Leandro Karnal
                           No momento em que eu apenas uso o rótulo,  perco a chance de ver engenho e arte
      A crítica e o contraditório são fundamentais. Grande parte do avanço em liberdades individuais e nas ciências nasceu do questionamento de paradigmas. Sociedades abertas crescem mais do que sociedades fechadas. A base da democracia é a liberdade de expressão. Sem oposição, não existe liberdade.

Uma crítica bem fundamentada destaca dados que um autor não percebeu. Um juízo ponderado é excelente. Mais de uma vez percebi que um olhar externo via melhor do que eu. Inexiste ser humano que não possa ser alvo de questionamento. Horácio garantia, com certa indignação, que até o hábil Homero poderia cochilar (QuandoquebonusdormitatHomerus - ArsPoetica, 359). A crítica pode nos despertar.

Como saber se a avaliação é boa? Primeiro: ela mira no aperfeiçoamento do conhecimento e não em um ataque pessoal. A boa crítica indica aperfeiçoamento. Notamos, no arguidor sincero, uma diminuição da passionalidade. Refulgem argumentos e dados. Mínguam questões subjetivas. Há mais substantivos e menos adjetivos. Não digo o que eu faria ou o que eu sou. Indico apenas como algo pode ser melhor e a partir de quais critérios. Que argumentos estão bem fundamentados e quais poderiam ser revistos. Objetividade é um campo complexo em filosofia, mas, certamente, alguém babando e adjetivando foge um pouco do perfil objetivo.

Duas coisas ajudam na empreitada. A primeira é conhecimento. Há um mínimo de formação. Não me refiro a títulos, mas à energia despendida em absorver conceitos. Nada posso dizer sobre aquilo do qual nada sei. Pouco posso dizer sobre o que escassamente domino. A segunda é a busca da impessoalidade. Critico não por causa da minha dor, da minha inveja, do meu espelho. Examino a obra em si, não a obra que eu gostaria de ter feito ou a que me incomoda pelo simples sucesso da sua existência. Critico o defeito e não a luz. [...]

Disponível em:<https://jomalggn.com.br/noticia/insulto-logo-existo-por-leandro-karnal>  . Acesso em: 11 dez. 2017.




Assinale a alternativa em que o vocábulo entre parênteses pode substituir o vocábulo em destaque nas frases retiradas do texto, sem gerar alterações de sentido nesse contexto. 

  • A: No subtítulo: "No momento em que eu apenas uso o rótulo, perco a chance de ver engenho e arte” (labor).
  • B: No primeiro parágrafo: "Grande parte do avanço em liberdades individuais e nas ciências nasceu do questionamento de paradigmas” (padrões).
  • C: No terceiro parágrafo: "Notamos, no arguidor sincero, uma diminuição da passionalidade” (amigo).
  • D: No terceiro parágrafo: “Refulgem argumentos e dados.” (selecionam-se).
  • E: No quarto parágrafo: "Duas coisas ajudam na empreitada.” (dificuldade).

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