Questões

Filtrar por:

limpar filtros

Foram encontradas 12 questões.
Independentemente de sua inserção num complexo social de mudança, a crise da palavra escrita em face da imagem explica-se, igualmente, por motivos psicológicos. [...] a palavra escrita é um sinal, isto é, uma convenção que, para ser compreendida, deve antes provocar todo um sistema de esforço intelectual. A imagem, ao contrário, oferece-se por assim dizer diretamente à consciência: ela dispensa, em grande parte, o exercício crítico e “reconstrutor” exigido pelo sinal. Na diferença psicológica entre o sinal e a imagem reside todo o segredo do enorme prestígio desta última, do seu poder sugestivo infinitamente maior. A imagem não requer quase nada de colaboração por parte do homem: ela traz em si mesma o seu significado.

(MARTINS, Wilson. A palavra escrita. 2. ed. São Paulo: Ática, 1996, p. 427)

A relação estabelecida pelo autor entre palavra escrita e imagem é de
  • A: comparação.
  • B: amplificação.
  • C: proporção.
  • D: similaridade
  • E: inversão.

Independentemente de sua inserção num complexo social de mudança, a crise da palavra escrita em face da imagem explica-se, igualmente, por motivos psicológicos. [...] a palavra escrita é um sinal, isto é, uma convenção que, para ser compreendida, deve antes provocar todo um sistema de esforço intelectual. A imagem, ao contrário, oferece-se por assim dizer diretamente à consciência: ela dispensa, em grande parte, o exercício crítico e “reconstrutor” exigido pelo sinal. Na diferença psicológica entre o sinal e a imagem reside todo o segredo do enorme prestígio desta última, do seu poder sugestivo infinitamente maior. A imagem não requer quase nada de colaboração por parte do homem: ela traz em si mesma o seu significado.

(MARTINS, Wilson. A palavra escrita. 2. ed. São Paulo: Ática, 1996, p. 427)

A hipótese principal do texto está presente na seguinte afirmação:
  • A: Intelectualmente, a palavra escrita requer um exercício menos crítico em relação à imagem, porque se trata de mera convenção.
  • B: A imagem, porque carrega em si seu próprio significado, requer um esforço psicológico maior para ser apreendida pela consciência.
  • C: Por conta de um contexto social complexo, a palavra escrita tende a se assemelhar psicologicamente à imagem.
  • D: A crise da palavra escrita é motivada tanto por questões sociais como por motivos psicológicos em relação à imagem.
  • E: A imagem traz em si mesma o seu significado, instaurando a crise da palavra escrita, psicologicamente semelhante a ela.

As conjunções presentes em Não é de pulso: é solto portanto e em Pois o principal é que ele é o tempo expressam, respectivamente, ideias de
  • A: explicação e confirmação.
  • B: explicação e conclusão.
  • C: conclusão e confirmação.
  • D: conclusão e explicação.
  • E: confirmação e conclusão.

Esta coisa é a mais difícil de uma pessoa entender. Insista. Não desanime. Parecerá óbvio. Mas é extremamente difícil de se saber dela.

Pois envolve o tempo. Nós dividimos o tempo quando ele na realidade não é divisível. Ele é sempre e imutável. Mas nós precisamos dividi-lo. E para isso criou-se uma coisa monstruosa: o relógio.

Não vou falar sobre relógios. Mas sobre um determinado relógio. O meu jogo é aberto: digo logo o que tenho a dizer e sem literatura. Este relatório é a antiliteratura da coisa.

O relógio de que falo é eletrônico e tem despertador. A marca é Sveglia, o que quer dizer “acorda”. Acorda para o que, meu Deus? Para o tempo. Para a hora. Para o instante. Esse relógio não é meu. Mas apossei-me de sua infernal alma tranquila.

Não é de pulso: é solto portanto. Tem dois centímetros e fica de pé na superfície da mesa. Eu queria que ele se chamasse Sveglia mesmo. Mas a dona do relógio quer que se chame Horácio. Pouco importa. Pois o principal é que ele é o tempo.

(LISPECTOR, Clarice. O relatório da coisa. In:

Onde estivestes de noite. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980, p. 75)

As expressões Sem literatura (3º parágrafo) e antiliteratura (3º parágrafo) correspondem, respectivamente, a
  • A: escassez e contradição.
  • B: subtração e anterioridade.
  • C: ausência e oposição.
  • D: antítese e falta.
  • E: diminuição e temporalidade.

Esta coisa é a mais difícil de uma pessoa entender. Insista. Não desanime. Parecerá óbvio.

Mantém o sentido do trecho acima a seguinte redação:
  • A: Esta é a coisa mais difícil de uma pessoa entender, então é óbvio insistir e desanimar.
  • B: Esta coisa é a mais difícil de uma pessoa entender, insistir, desanimar, pois parecerá óbvio.
  • C: Esta é a coisa mais difícil de uma pessoa entender, porque insiste e não desanima no que parecerá óbvio.
  • D: Insista e não desanime nesta coisa que é a mais difícil de uma pessoa entender, porque parecerá óbvio.
  • E: Parecerá óbvio de entender esta coisa que é a mais difícil de não desanimar, por isso insista.

Esta coisa é a mais difícil de uma pessoa entender. Insista. Não desanime. Parecerá óbvio. Mas é extremamente difícil de se saber dela.

Pois envolve o tempo. Nós dividimos o tempo quando ele na realidade não é divisível. Ele é sempre e imutável. Mas nós precisamos dividi-lo. E para isso criou-se uma coisa monstruosa: o relógio.

Não vou falar sobre relógios. Mas sobre um determinado relógio. O meu jogo é aberto: digo logo o que tenho a dizer e sem literatura. Este relatório é a antiliteratura da coisa.

O relógio de que falo é eletrônico e tem despertador. A marca é Sveglia, o que quer dizer “acorda”. Acorda para o que, meu Deus? Para o tempo. Para a hora. Para o instante. Esse relógio não é meu. Mas apossei-me de sua infernal alma tranquila.

Não é de pulso: é solto portanto. Tem dois centímetros e fica de pé na superfície da mesa. Eu queria que ele se chamasse Sveglia mesmo. Mas a dona do relógio quer que se chame Horácio. Pouco importa. Pois o principal é que ele é o tempo.

(LISPECTOR, Clarice. O relatório da coisa. In:

Onde estivestes de noite. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980, p. 75)

A coisa difícil de uma pessoa entender de que fala o narrador em seu relatório se evidencia em:
  • A: A marca é Sveglia, o que quer dizer “acorda”.
  • B: Pois o principal é que ele é o tempo.
  • C: Nós dividimos o tempo quando ele na realidade não é divisível.
  • D: Não vou falar sobre relógios.
  • E: Mas apossei-me de sua infernal alma tranquila.

Em O ônibus atirou um garoto na calçada e a turba afluiu-se (3º parágrafo), o verbo sublinhado está empregado na mesma acepção do verbo sublinhado em:
  • A: O Amazonas aflui ao Atlântico.
  • B: As lágrimas afluem-lhe aos olhos.
  • C: Os torcedores fanáticos afluíram ao estádio.
  • D: O sangue aflui em minhas veias.
  • E: As estrelas afluíram no céu.

15 DE JULHO DE 1955. Aniversário de minha filha Vera Eunice. Eu pretendia comprar um par de sapatos para ela. Mas o custo dos gêneros alimentícios nos impede a realização dos nossos desejos. Atualmente somos escravos do custo de vida. Eu achei um par de sapatos no lixo, lavei e remendei para ela usar.

Eu não tinha um tostão para comprar pão. Então eu levei 3 litros e troquei com o Arnaldo. Ele ficou com os litros e deu-me pão. Fui receber o dinheiro do papel. Recebi 65 cruzeiros. Comprei 20 de carne. 1 quilo de toucinho e 1 quilo de açúcar e seis cruzeiros de queijo. E o dinheiro acabou-se.

Passei o dia indisposta. Percebi que estava resfriada. À noite o peito doía-me. Comecei tossir. Resolvi não sair à noite para catar papel. Procurei meu filho João José. Ele estava na rua Felisberto de Carvalho, perto do mercadinho. O ônibus atirou um garoto na calçada e a turba afluiu-se. Ele estava no núcleo. Dei-lhe uns tapas e em 5 minutos ele chegou em casa.

Ablui as crianças e aleitei-as e ablui-me e aleitei-me. Esperei até às 11 horas, um certo alguém. Ele não veio. Tomei um melhoral e deitei-me novamente. Quando despertei o astro rei deslizava no espaço. A minha filha Vera Eunice dizia: − Vai buscar água, mamãe!

(Adaptado de: JESUS, Carolina Maria de. Quarto de despejo: diário de uma favelada.

São Paulo: Editora Ática, 1992, p. 9)

Em Ele estava no núcleo (3º parágrafo), o pronome refere-se a
  • A: Felisberto de Carvalho.
  • B: ônibus.
  • C: mercadinho.
  • D: garoto.
  • E: João José.

Depreende-se das orações que compõem a frase Se o predador estivesse capaz já o teria mordido avidamente (1º parágrafo) uma relação de
  • A: passividade, expressa pela partícula apassivadora se.
  • B: condição, expressa pela conjunção subordinante se.
  • C: passividade, expressa pelo pronome pessoal se.
  • D: reflexividade, expressa pelo pronome pessoal se.
  • E: condição, expressa pela conjunção integrante se.

O bafo largo do animal revelava-lhe o porte, mas a densidade do escuro escondia tudo. Estavam como dois ruídos inimigos em lugar nenhum. Saberiam nada mais do que o ruído e o odor de cada um. Mediam a mútua coragem e o mútuo medo sem se poderem ver. O artesão pensou. Se o predador estivesse capaz já o teria mordido avidamente. Por isso, talvez se salvasse se lhe evitasse a boca pousada para um ou outro lado. Fez contas. A respiração aflita do companheiro vinha da sua esquerda, precisava claramente de conservar-se à direita, longe de dentes, mais seguro. Julgou que à luz do dia veria o inimigo e alguém o acudiria. Se lhe descessem uma lâmina haveria de a enfiar nas tripas nervosas do bicho e o saberia morto. Poderia descansar na sua provação, que era já coisa bastante para o arreliado do espírito que costumava ter.

A noite toda se foi medindo no exíguo espaço e prestou atenção àquela aflição contínua. Mas, com o dia, seguiu sem ver. A roda de céu que declinava ao chão transbordava, pelo que quase nada baixava. No fundo tão fundo eram só cegos. Foi quando Itaro distinguiu lucidamente o que lhe ocorria. Estar no fundo do poço era menos estar no fundo do poço e mais estar cego, igual a Matsu, a sua irmã. Estava, por fim, capturado pelo mundo da irmã. A menina habitava o radical puro da natureza.

(MÃE, Valter Hugo. A lenda do poço in Homens imprudentemente poéticos.

São Paulo: Biblioteca Azul, 2016, p. 124-125)
  • A: Matsu em três ocasiões e ao animal em uma.
  • B: Itaro em três ocasiões e ao animal em uma.
  • C: Matsu em duas ocasiões, a Itaro em uma e ao animal em uma.
  • D: Itaro em três ocasiões e a Matsu em uma.
  • E: Itaro em duas ocasiões, a Matsu em uma e ao animal em uma.

Exibindo de 1 até 10 de 12 questões.