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O conceito de norma linguística desde sempre oscila entre uma perspectiva do normal e uma perspectiva do normativo. A primeira é de interesse da sociolinguística e das práticas descritivas da língua; a segunda é o foco de atenção da gramática normativa e das práticas prescritivas. Na sociedade brasileira contemporânea, no entanto, essa separação se torna cada vez mais instável e difusa, dando origem de fato a normas híbridas, em que se confundem prescrições tradicionais e representações do normativo por parte dos diferentes falantes. Nos processos sociais de tradução, essa hibridização fica patente nas diferentes normas que incidem sobre um texto traduzido desde sua produção pelo tradutor até sua impressão definitiva e chegada ao mercado. Entre esses dois polos, diversos agentes normativos interferem na tradução, muitas vezes em franca oposição às opções iniciais do tradutor.
Disponível em . Acesso em: 27. ago. 2022

Do ponto de vista semântico, é correto afirmar que
  • A:hibridização” constitui um hiperônimo de norma linguística.
  • B:sociolinguística” constitui hipônimo de gramática normativa.
  • C:práticas descritivas” e “práticas prescritivas” constituem antonímia.
  • D:tradução” conota uma clara distinção entre práticas descritivas e práticas prescritivas.
  • E:sociolinguística” e “práticas prescritivas” constituem duas abordagens sobre as línguas, as quais abordam o normal das línguas.

As experiências de retorno às aulas durante os dois primeiros anos de enfrentamento à Covid-19, portanto período de 2020/2021, mostraram realidades distintas e permitem uma análise sobre medidas administrativas e decisões tomadas em meio a muitas incertezas e pânico. Em Taiwan (China), adotou-se estratégia anteriormente utilizada durante a pandemia do vírus H1N1, em 2009, ou seja, fechamentos temporários e localizados, baseados nas taxas de infecção locais, em conjunto com medidas de saúde e segurança no ambiente escolar (UNESCO, 2020).

Em Israel, as escolas fecharam em 13 de março e reabriram em 17 de maio de 2020. A partir de 26 de maio iniciou-se um surto de transmissão em massa, que forçou um novo fechamento de todas. As classes na primeira escola atingida tinham mais de trinta alunos e a maior parte dos alunos participavam de atividades extracurriculares (IPEA, 2020, p. 8). Já na Alemanha os principais jornais norte-americanos, entre estes o New York Times Journal (2021), tornaram públicas as suas práticas, onde as aulas se deram com observância do regime semipresencial a partir de setembro de 2020 em função da capacidade e habilidade em gerenciar a crise observando rigorosamente diretrizes da Organização Mundial da Saúde (ONU, 2021c) e diferenciais, tais como, testagem em massa com resultados rápidos para a Covid-19. A Inglaterra também adotou os protocolos sugeridos pela WHO (2020) de forma rigorosa, com ampla testagem e isolamento das turmas e famílias dos alunos em que a testagem identificou a presença do Coronavírus.
Disponível em: . Acesso em: 29. ago. 2022

A partir da leitura do texto, depreende-se que
  • A: cada país adotou estratégias e protocolos próprios com vistas ao retorno às aulas e a uma cobertura vacinal adequada ao combate à COVID-19.
  • B: diferentes países adotaram medidas semelhantes para o combate à COVID-19, tendo como resultados a diminuição da taxa de contaminação e o retorno das crianças às aulas.
  • C: os países adotaram medida semelhante àquelas adotadas na pandemia pelo vírus H1N1, de 2009, com regime semipresencial de aulas, visando à segurança escolar e o restabelecimento das aulas.
  • D: a testagem em massa, o fechamento em massa das escolas e o isolamento de crianças com exames positivos para COVID-19 foram medidas adotadas pelos países mencionados no artigo, com vistas à segurança das crianças em idade escolar.
  • E: os países mencionados usaram estratégias e protocolos diversos para o retorno às aulas durante o período pandêmico, sendo fechamento localizados ou em massa, aulas semipresenciais, testagem em massa e isolamento de turmas ou famílias que testaram positivo para COVID-19 algumas das medidas tomadas.

Longa foi a agonia, longa e cruel, de uma crueldade minuciosa, fria, repisada, que me encheu de dor e estupefação. Era a primeira vez que eu via morrer alguém. Conhecia a morte de oitiva; quando muito a tinha visto já petrificada no rosto de algum cadáver, que acompanhei ao cemitério, ou trazia a ideia embrulhada nas amplificações de retórica dos professores de coisas antigas – a morte aleivosa de César, a austera de Sócrates, a orgulhosa de Catão. Todavia esse duelo do ser e do não ser, a morte em ação, dolorida, contraída, convulsa, sem aparelho político ou filosófico, a morte de uma pessoa amada, essa foi a primeira vez que a pude encarar. Não chorei; lembro-me de que não chorei.
ASSIS, Machado de. Memórias póstumas de Brás Cubas. Petrópolis: Vozes, 2017. p. 73.

Das alternativas, assinale a correta
  • A: A conjunção todavia, em “Todavia esse duelo do ser e do não ser”, confirma uma dualidade conceitual a respeito da morte: a morte como entidade distante e a morte como sensibilidade afetiva.
  • B: A expressão de oitiva, em “Conhecia a morte de oitiva”, indica a experiência prévia do narrador no seu parecer sobre a morte como algo cotidiano, reconhecido pelas consequências.
  • C: O que, em “que me encheu de dor e estupefação”, comporta-se na estrutura sintática do período como complemento verbal; por isso, reporta-se a um termo anterior.
  • D: A preposição de, em “lembro-me de que não chorei”, aparece como elemento expletivo, ou seja, apenas para realçar a estrutura morfossintática.
  • E: O pronome essa, em “essa foi a primeira vez que a pude encarar”, reporta-se a uma opinião posterior ao fato referenciado.

É sempre sobre um fundo fixo, é sempre sobre órbitas há muito estabelecidas, que o conhecimento se torna possível. Muito ao contrário de buscar a verdade, o conhecimento tem como função traduzir o desconhecido em conhecido, com o objetivo de tornar ordenado – o que pode ser substituído por humanizado – o que é caótico, o que é devir. Saber, portanto, não é conhecer, mas esquematizar, simplificar, traduzir a pluralidade, o excesso em um esquema reduzido de sinais.
MOSÉ, Viviane. Nietzsche e a grande política da linguagem. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005. p. 139.

Assinale a alternativa que traduz um argumento correto em relação ao texto
  • A: Os saberes desconhecidos são ordenados a fim de que a verdade se estabeleça a partir da pluralidade dos fenômenos.
  • B: O caos é posterior ao processo de ordenamento, cujo objetivo é mapear e simplificar um mundo desconhecido.
  • C: O conhecimento torna a verdade mapeada, simplificada e a reintegra ao conjunto de saberes humanos.
  • D: O processo de ordenamento da pluralidade transforma o que é conhecido em saberes desconhecidos.
  • E: O ato de transformar o desconhecido em conhecido é uma ação humana de ordenação do caos.

Eis um exemplo da física que parece desafiar qualquer esforço racional de interpretação: o chamado emaranhado quântico. Trata-se de uma propriedade de certos sistemas quânticos tão exótica que Einstein batizou de ação fantasmagórica. O estranho aqui é que esse emaranhado parece implicar que a velocidade da luz não é a velocidade limite na natureza.
GLEISER, Marcelo. A simples beleza do inesperado. Rio de Janeiro, Record, 2016. p. 83.

Quanto ao texto, é correto afirmar:
  • A: há uma complexidade nos fenômenos físicos; todavia, a chamada “ação fantasmagórica” obedece à nossa capacidade de catalogar e cartografar os vieses que a compõem a partir de atividades racionais e antropomórficas
  • B: se Einstein vê o emaranhado cósmico como “ação fantasmagórica”, compreende-se que, por um ato racional, seria capaz de aplicar ao fenômeno conceitos e valores categóricos.
  • C: se o emaranhado quântico desafia a interpretação racional, há em seu construto uma transcendência capaz de desafiar ações antropomórficas sobre os fenômenos físicos.
  • D: a velocidade da luz constitui uma matriz hermética à velocidade limite da natureza, ou seja, ambas se equivalem, ambas se configuram numa relação de paridade.
  • E: o emaranhado quântico também é uma ação antropomórfica sobre os fenômenos físicos, mesmo sendo um fantasma para Einstein.

Até o fim
Chico Buarque e Ney Matogrosso

Quando nasci veio um anjo safado
O chato dum querubim
E decretou que eu tava predestinado
A ser errado assim
Já de saída a minha estrada entortou
Mas vou até o fim

O trecho parece ter uma coincidência em relação ao nascimento do eu-lírico “Carlos”, no “Poema de sete faces”, de Carlos Drummond de Andrade. Veja:

Quando nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.

O fenômeno linguístico-discursivo que explica essa coincidência de fatos entre um texto anterior e outro posterior é denominado de
  • A: intermodalidade.
  • B: intertextualidade
  • C: interconectividade
  • D: interseção de textos.
  • E: inter-relacionamento.

Na manhã de ontem, 65% dos moradores de São Joaquim vai acordar com casa nova, promete o prefeito. Grande parte deles perderam suas moradias por causa do temporal ocorrido no mês de julho de 2021. Para receber o beneficio, o morador necessita cadastro nos programas sociais da Prefeitura, o que implica a aceitação tácita das regras previamente estabelecidas para ter direito a casa própria.

Do ponto de vista gramatical, os trechos em destaque apresentam, respectivamente, desvios referentes a:
  • A: regência verbal, regência nominal e crase.
  • B: regência nominal, regência nominal e crase.
  • C: regência nominal, regência nominal e crase.
  • D: concordância verbal, regência verbal e regência nominal.
  • E: concordância verbal, regência nominal e regência verbal.

Imagine um grupo de pessoas que habitam o interior de uma caverna subterrânea. Elas estão de costas para a entrada da caverna e acorrentadas no pescoço e nos pés, de sorte que tudo o que veem é a parede da caverna. Atrás delas, ergue-se um muro alto e por trás desse muro passam figuras de formas humanas sustentando outras figuras que se elevam para além da borda do muro. Como há uma fogueira queimando atrás dessas figuras, elas projetam sombras bruxuleantes na parede da caverna. Assim, a única coisa que as pessoas da caverna podem ver é este teatro de sombras. E como essas pessoas estão ali desde que nasceram, elas acham que as sombras que veem são a única coisa que existe.
GAARDER, Jostein. O mundo de Sofia. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. p. 105.

Considere os fragmentos expostos e assinale a alternativa cuja reescrita – entre parênteses – provocou dano à variável culta da língua.
  • A: “Imagine um grupo de pessoas que habitam o interior de uma caverna subterrânea” (Imagine um grupo de pessoas que habita o interior de uma caverna subterrânea).
  • B: “Atrás delas, ergue-se um muro alto e por trás desse muro passam figuras de formas humanas” (Por trás delas, um muro alto é erguido. Por trás desse muro, projetam-se figuras de formas humanas).
  • C: “E como essas pessoas estão ali desde que nasceram, elas acham que as sombras que veem são a única coisa que existe” (Estando ali desde que nasceram, essas pessoas pensam, que as sombras são a única coisa que existe).
  • D: “Como há uma fogueira queimando atrás dessas figuras, elas projetam sombras bruxuleantes na parede da caverna” (Sombras bruxuleantes são projetadas na parede da caverna, pois há uma fogueira que queima atrás dessas figuras)
  • E: “Elas estão de costas para a entrada da caverna e acorrentadas no pescoço e nos pés, de sorte tudo o que veem é a parede da caverna” (De costas para a entrada da caverna e acorrentadas no pescoço e nos pés, o que se lhes apresenta, de sorte, é a parede da caverna).

Toda a vida da alma humana é um movimento na penumbra. Vivemos, num lusco-fusco da consciência, nunca certos com o que somos ou com o que nos supomos ser. No melhor de nós, vive a vaidade de qualquer coisa, e há um erro cujo ângulo não sabemos. Somos qualquer coisa que se passa no intervalo do espetáculo. Por vezes, por algumas portas, entrevemos o que talvez não seja senão cenário. Todo mundo é confuso como vozes na noite.
PESSOA, Fernando. Livro do desassossego. São Paulo: Companhia das Letras, 2011. p. 63.

O autor do texto
  • A: abdica das metáforas ao falar de incertezas e dúvidas humanas em tom narrativo
  • B: mostra que a vida é um paradoxo que se associa à consistência e às certezas
  • C: prescinde de estruturas simbólicas da linguagem poética, face à intenção confessional.
  • D: apropria-se da metáfora, em tom poético e narrativo para relevar a inconsistência da vida.
  • E: traz uma variável alegórica para confirmar a natureza racional e objetiva de seu ponto de vista.

Faltando um pedaço
Djavan

O amor é um grande laço
Um passo pr'uma armadilha
Um lobo correndo em círculo
Pra alimentar a matilha

Comparo sua chegada
Com a fuga de uma ilha
Tanto engorda, quanto mata
Feito desgosto de filha
De filha
[...]
Disponível em: . Acesso em: 27. ago. 2022.

Há, no texto
  • A: eufemismo e ironia, na primeira estrofe, e catacrese, na segunda.
  • B: elipse e hipérbato, na primeira estrofe, e metáfora, na segunda.
  • C: hipérbole e aliteração, na primeira estrofe, e comparação, na segunda.
  • D: anáfora e metáfora, na primeira estrofe, e hipérbole, na segunda.
  • E: metáfora e prosopopéia, na primeira estrofe, e comparação, na segunda.

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