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Os trechos transcritos abaixo apresentam apenas um sinal de pontuação. Em qual deles, o sinal pode ser substituído por ponto e vírgula (;), com as adaptações necessárias, se for o caso?
  • A: “Há 15 dias, uma educadora no Recife” (l. 6-7)
  • B: “indagou a um grupo de estudantes quais os meios de comunicação que eles conheciam. Nenhum citou cartões-postais” (l, 7-9)
  • C: “Para se ter uma ideia de sua importância, basta lem- brar um pouco da história” (l. 15-16)
  • D: “tornou-se uma mania que invadiu toda a cidade – lembra o colecionador Liedo Maranhão” (l. 27-29)
  • E: “reduto da cultura popular do Recife, onde eram encontrados em caixas de sapato” (l. 38-39)

O uso de sinais (aspas e travessão) está adequado à norma-padrão, que deve ser observada em uma correspondência oficial, na seguinte frase:
  • A: O artigo sobre o “processo de desregulamentação" foi publicado na Folha de São Paulo.
  • B: As chuvas de verão — fenômenos que se repetem desde há muito tempo podem ser previstas.
  • C: “Mutatis mutandis", as novas diretrizes da direção em nada alteram as antigas.
  • D: O cuidado com a saúde — meta prioritária do governo, será ainda maior.
  • E: — O diretor disse: Demita-se o funcionário


 A palavra

Freud costumava dizer que os escritores precederam os psicanalistas na descoberta do inconsciente. Tudo porque literatura e psicanálise têm um profundo elo em comum: a palavra.
Já me perguntei algumas vezes como é que uma pessoa que tem dificuldade com a palavra consegue externar suas fantasias e carências durante uma terapia. Consultas são um refinado exercício de comunicação. Se relacionamentos amorosos fracassam por falhas na comunicação, creio que a relação terapêutica também poderá naufragar diante da impossibilidade de o paciente se fazer entender.
Estou lendo um belo livro de uma autora que, além de poeta, é psicanalista, Sandra Niskier Flanzer. E o livro se chama justamente “a palavra", assim, em minúsculas e salientando o verbo contido no substantivo. Lavrar: revolver e sulcar a terra, prepará-la para o cultivo.
Se eu tenho um Deus, e tenho alguns, a palavra é certamente um deles. Um Deus feminino, porém não menos dominador. Ela, a palavra, foi determinante na minha trajetória não só profissional, mas existencial. Só cheguei a algum lugar nessa vida por me expressar com clareza, algo que muitos consideram fácil, mas fácil é escrever com afetação. A clareza exige simplicidade, foco, precisão e generosidade. A pessoa que nos ouve e que nos lê não é obrigada a ter uma bola de cristal para descobrir o que queremos dizer. Falar e escrever sem necessidade de tradução ou legenda: eis um dom que é preciso desenvolver todos os dias por aqueles que apreciam viver num mundo com menos obstáculo.
A palavra, que ferramenta. É uma pena que haja tamanha displicência em relação ao seu uso. Poucos se dão conta de que ela é a chave que abre as portas mais emperradas, que ela facilita negociações, encurta caminhos, cria laços, aproxima as pessoas. Tanta gente nasce e morre sem dialogar com a vida. Contam coisas, falam por falar, mas não conversam, não usam a palavra como elemento de troca. Encantam-se pelo som da própria voz e, nessa onda narcísica, qualquer palavra lhes serve.
Mas não. Não serve qualquer uma. A palavra exata é um pequeno diamante. Embeleza tudo: o convívio, o poema, o amor. Quando a palavra não tem serventia alguma, o silêncio mantém-se no posto daquele que melhor fala por nós.
Em terapia – voltemos ao assunto inicial – temos que nos apresentar sem defesas, relatar impressões do passado, tornar públicas nossas aflições mais secretas, perder o pudor diante das nossas fraquezas, ser honestos de uma forma quase violenta, tudo em busca de uma “absolvição" que nos permita viver sem arrastar tantas correntes. Como atingir o ponto nevrálgico das nossas dores sem o bisturi certeiro da palavra? É através dela que a gente se cura. MEDEIROS, Martha. A palavra. Revista O Globo. 18 set. 2011.

O trecho “Mas não. Não serve qualquer uma." (L. 44) pode ter sua pontuação alterada, sem modificar-lhe o sentido original, em:
  • A: Mas não: não serve qualquer uma.
  • B: Mas, não; não, serve qualquer uma.
  • C: Mas não; não serve, qualquer uma.
  • D: Mas: não, não. Serve qualquer uma.
  • E: Mas não – não; serve qualquer uma.

A pontuação é um recurso de que dispõe a língua escrita para auxiliar o leitor na construção dos sentidos do texto.

Sendo de base sintática na língua portuguesa, a pontuação NÃO está empregada de acordo com a norma-padrão em:
  • A: Quando vemos um menino de rua, afastamo-nos rapidamente.
  • B: Meninos de família, crianças educadas e honestas, frequentam a escola.
  • C: Meninos de rua, que vivem à própria sorte, sofrem agressões todos os dias.
  • D: Meninos, é preferível estar em um abrigo a passar as noites embaixo de marquises.
  • E: As autoridades, tudo fazem para minimizar o problema dos menores abandonados.

“Hoje, informação é poder.” (L. 2-3)

No fragmento acima, a vírgula é empregada para separar o adjunto adverbial de tempo deslocado.

Outro exemplo do texto em que a vírgula é utilizada com a mesma função encontra-se em:
  • A: “nomes e números em profusão, que nos chegam por jornais.” (L. 8-9)
  • B: “O estado de nossas células cerebrais, as nossas emoções.” (L. 18-19)
  • C: “Para quem, como eu, viaja bastante e tem de trabalhar em aviões ou em hotéis.” (L. 27-28)
  • D: “De repente eu me dava conta de como nossa existência é frágil, de como somos governados pelo acaso e pelo imprevisto.” (L. 41-43)
  • E: “meu palpite é que, no dia do Juízo Final, cada um de nós vai inserir o pen drive de sua vida no Grande Computador Celestial.” (L. 45-47)



O sinal de dois pontos (:) está sendo empregado como em “... rabos-de-asno: um emaranhado de ervas felpudas ‘que nascem pelos penedos do mar’ ” (L. 14-15) em:
  • A: Os navios mais usados nas expedições marítimas eram as naus: uma evolução das caravelas que chegaram a ter 600 toneladas.
  • B: Ao avistar o Monte Pascoal, Cabral não ficou surpreso: desde o século IX falava-se de ilhas desconhecidas no Atlântico.
  • C: A armada de Cabral era composta de diversos navios: o rei queria mostrar a riqueza da corte.
  • D: Pedro Álvares Cabral foi muito bem remunerado pela viagem: sabe-se que ele recebeu cerca de 10 mil cruzados.
  • E: Um ditado da época do descobrimento do Brasil dizia: “Se queres aprender a orar, faça-te ao mar”.

O trecho “Gente não vem com manual de instruções quando nasce. Nem para viver nem para morrer." está reescrito em uma única sentença, sem alteração do sentido, e pontuada de acordo com a norma-padrão, em:
  • A: Gente não vem com manual de instruções quando nasce; nem para viver; nem para morrer
  • B: Gente não vem com manual de instruções quando nasce: nem para viver — nem para morrer.
  • C: Gente não vem com manual de instruções quando nasce, nem para viver: nem para morrer.
  • D: Gente não vem com manual de instruções quando nasce — nem para viver — nem para morrer.
  • E: Gente não vem com manual de instruções quando nasce: nem para viver, nem para morrer.

O trecho que conta o final da história do analista de sistemas mencionado no texto está adequadamente pontuado em:
  • A: Quando percebeu que os resultados eram positivos, Fabiano Morais acabou criando um projeto próprio em torno do tema: o Moov, um serviço na web que permite compartilhar listas de tarefas.
  • B: Quando percebeu que os resultados eram positivos, Fabiano Morais, acabou criando um projeto próprio em torno do tema, o Moov, um serviço na web que permite compartilhar listas de tarefas.
  • C: Quando percebeu que os resultados eram positivos, Fabiano Morais acabou criando: um projeto próprio em torno do tema: o Moov, um serviço na web que permite compartilhar: listas de tarefas.
  • D: Quando percebeu que os resultados, eram positivos, Fabiano Morais acabou criando um projeto próprio em torno do tema – o Moov, um serviço na web que permite compartilhar listas de tarefas.
  • E: Quando percebeu que os resultados eram positivos Fabiano Morais acabou criando um projeto próprio em torno do tema; o Moov, um serviço na web que permite compartilhar listas de tarefas.

Considere a pontuação empregada no trecho transcrito do texto. (L.1-5) Antes do advento da internet, “bate-papo" significava conversa informal entre duas ou mais pessoas, em visitas e encontros de corpo e voz presentes. Um casal de mãos dadas na rua. Uma discussão animada de bar. Tal trecho está reescrito, sem alteração do sentido e de acordo com a norma-padrão, em:
  • A: Antes do advento da internet, “bate-papo" significava:conversa informal entre duas ou mais pessoas, em visitas e encontros de corpo e voz presentes. Isso podia se dar com um casal de mãos dadas na rua ou uma discussão animada de bar.
  • B: “Bate-papo" significava, antes do advento da internet, conversa informal entre duas ou mais pessoas, em visitas e encontros de corpo e voz presentes. Por exemplo: um casal de mãos dadas na rua ou uma discussão animada de bar.
  • C: “Bate-papo" significava conversa informal entre duas ou mais pessoas, em visitas e encontros de corpo e voz presentes: um casal de mãos dadas na rua e uma discussão animada de bar, antes do advento da internet.
  • D: “Bate-papo" significava conversa informal entre duas ou mais pessoas, em visitas e encontros de corpo e voz presentes, antes do advento da internet; um casal de mãos dadas na rua e uma discussão animada de bar.
  • E: “Bate-papo" significava conversa informal entre duas ou mais pessoas, antes do advento da internet, em visitas e encontros de corpo e voz presentes – um casal de mãos dadas na rua – uma discussão animada de bar.


No Texto I, a(s) vírgula(s) está(ão) empregada(s) para isolar o vocativo no seguinte trecho:
  • A: “O encontro, no velho aeroporto,” (L. 5)
  • B: “saúdam-se, abraçam-se, trocam cumprimentos” (L. 7-8)
  • C: “Repousam lembranças, por nós embaladas” (L. 11-12)
  • D: “‘Algo para beber, senhora?’” (L. 17)
  • E: “evocando os tempos heroicos da aviação, todas se lançarão de paraquedas” (L. 19-20)

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