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Em Ora,conquanto não se achem as vidas perdidas, importa conhecer as causas da perda, quando escapam à ação da lei ou da autoridade. (2º parágrafo), a oração sublinhada expressa, em relação à oração que a sucede, ideia de
  • A: condição.
  • B: consequência.
  • C: causa.
  • D: proporção.
  • E: concessão.

Considere os seguintes trechos da crônica.
I. Não tenho perdido nada, nem por furto, nem por outra via; deixo de recorrer aos préstimos do anunciante, mas aproveito esta coluna para recomendá-los aos meus amigos e leitores. (1º parágrafo)

II. Os tempos, desde a antiguidade, têm ouvido suspiros desses, mas não são últimos. Que a morte de uma trouxesse a da outra, voluntária e terrível, não seria comum, mas confirmaria a amizade. (5º parágrafo)

III. Quem eu quisera ouvir sobre isto era o ex-secreta de Londres e de New York, onde a polícia pode ser que penetre além do delito e suas provas, e passeie na alma da gente, como tu, por tua casa. (5º parágrafo)

Verifica-se o emprego de vírgula para assinalar a elipse de um verbo em
  • A: I, apenas.
  • B: II, apenas.
  • C: III, apenas.
  • D: II e III, apenas.
  • E: I, II e III.

Retoma uma expressão mencionada anteriormente no texto o termo sublinhado em:
  • A: nem sempre se sabe quem é que as leva (2º parágrafo).
  • B: importa conhecer as causas da perda (2º parágrafo).
  • C: a filha aprendia a fazer flores (2º parágrafo).
  • D: ainda que a pessoa fosse pobre (3º parágrafo).
  • E: esta amiga que se mata para que a outra não padeça (4º parágrafo).

A frase que pode ser transposta para a voz passiva está em:
  • A: Os espelhos pasmavam diante de seu rosto (1º parágrafo).
  • B: A moça já não podia sair à rua (2º parágrafo).
  • C: O Senado aprovou lei de emergência (3º parágrafo).
  • D: os veículos paravam à revelia dos condutores (2º parágrafo).
  • E: o mordomo se suicidara com uma foto de Gertrudes (3º parágrafo).

A beleza total

A beleza de Gertrudes fascinava todo mundo e a própria Gertrudes. Os espelhos pasmavam diante de seu rosto, recusando-se a refletir as pessoas da casa e muito menos as visitas. Não ousavam abranger o corpo inteiro de Gertrudes. Era impossível, de tão belo, e o espelho do banheiro, que se atreveu a isto, partiu-se em mil estilhaços.

A moça já não podia sair à rua, pois os veículos paravam à revelia dos condutores, e estes, por sua vez, perdiam toda a capacidade de ação. Houve um engarrafamento monstro, que durou uma semana, embora Gertrudes houvesse voltado logo para casa.

O Senado aprovou lei de emergência, proibindo Gertrudes de chegar à janela. A moça vivia confinada num salão em que só penetrava sua mãe, pois o mordomo se suicidara com uma foto de Gertrudes sobre o peito.

Gertrudes não podia fazer nada. Nascera assim, este era o seu destino fatal: a extrema beleza. E era feliz, sabendo-se incomparável. Por falta de ar puro, acabou sem condições de vida, e um dia cerrou os olhos para sempre. Sua beleza saiu do corpo e ficou pairando, imortal. O corpo já então enfezado de Gertrudes foi recolhido ao jazigo, e a beleza de Gertrudes continuou cintilando no salão fechado a sete chaves.

(ANDRADE, Carlos Drummond de. Contos plausíveis. São Paulo: Companhia das Letras, 2012)

O narrador relata uma série de eventos ocorridos no passado. Um evento anterior a esse tempo passado está indicado pela forma verbal sublinhada em
  • A: A moça vivia confinada num salão em que só penetrava sua mãe, pois o mordomo se suicidara com uma foto de Gertrudes sobre o peito. (3º parágrafo)
  • B: A beleza de Gertrudes fascinava todo mundo e a própria Gertrudes. (1º parágrafo)
  • C: Era impossível, de tão belo, e o espelho do banheiro, que se atreveu a isto, partiu-se em mil estilhaços. (1º parágrafo)
  • D: A moça já não podia sair à rua, pois os veículos paravam à revelia dos condutores, e estes, por sua vez, perdiam toda a capacidade de ação. (2º parágrafo)
  • E: Por falta de ar puro, acabou sem condições de vida, e um dia cerrou os olhos para sempre. (4º parágrafo)

O narrador recorre a um eufemismo no seguinte trecho:
  • A: Os espelhos pasmavam diante de seu rosto (1º parágrafo)
  • B: um dia cerrou os olhos para sempre (4º parágrafo)
  • C: partiu-se em mil estilhaços (1º parágrafo)
  • D: os veículos paravam à revelia dos condutores (2º parágrafo)
  • E: o mordomo se suicidara com uma foto (3º parágrafo)

O termo que qualifica o substantivo, conferindo a ele ideia de inexorabilidade, compõe a seguinte expressão:
  • A: beleza total (título).
  • B: capacidade de ação (2º parágrafo).
  • C: lei de emergência (3º parágrafo).
  • D: destino fatal (4º parágrafo).
  • E: extrema beleza (4º parágrafo).

A beleza total

A beleza de Gertrudes fascinava todo mundo e a própria Gertrudes. Os espelhos pasmavam diante de seu rosto, recusando-se a refletir as pessoas da casa e muito menos as visitas. Não ousavam abranger o corpo inteiro de Gertrudes. Era impossível, de tão belo, e o espelho do banheiro, que se atreveu a isto, partiu-se em mil estilhaços.

A moça já não podia sair à rua, pois os veículos paravam à revelia dos condutores, e estes, por sua vez, perdiam toda a capacidade de ação. Houve um engarrafamento monstro, que durou uma semana, embora Gertrudes houvesse voltado logo para casa.

O Senado aprovou lei de emergência, proibindo Gertrudes de chegar à janela. A moça vivia confinada num salão em que só penetrava sua mãe, pois o mordomo se suicidara com uma foto de Gertrudes sobre o peito.

Gertrudes não podia fazer nada. Nascera assim, este era o seu destino fatal: a extrema beleza. E era feliz, sabendo-se incomparável. Por falta de ar puro, acabou sem condições de vida, e um dia cerrou os olhos para sempre. Sua beleza saiu do corpo e ficou pairando, imortal. O corpo já então enfezado de Gertrudes foi recolhido ao jazigo, e a beleza de Gertrudes continuou cintilando no salão fechado a sete chaves.

(ANDRADE, Carlos Drummond de. Contos plausíveis. São Paulo: Companhia das Letras, 2012)

No conto, o narrador caracteriza a postura de Gertrudes em relação à própria beleza como
  • A: apática.
  • B: resignada.
  • C: melancólica.
  • D: ressentida.
  • E: desiludida.

Considere os seguintes trechos do texto.

I. Nenhum cientista que se preze aprende o seu ofício destrinchando os clássicos de sua disciplina. (1º parágrafo)

II. Embora também se prestem à lupa antiquária do historiador de ideias, elas conseguem de algum modo driblar o tempo e falar diretamente aos espíritos vivos das novas gerações. (2º parágrafo)

III. A filosofia, como a arte, não enterra o seu passado. (2º parágrafo)

IV. A consciência da nossa ignorância cresce de mãos dadas com o avanço do saber científico. (3º parágrafo)

Estão empregadas em sentido figurado as expressões sublinhadas em
  • A: I e II, apenas.
  • B: I e III, apenas.
  • C: II e IV, apenas.
  • D: II, III e IV, apenas.
  • E: I, II, III e IV.

A ciência destrói o seu passado. Os clássicos da literatura científica, como os tratados hipocráticos, o Le Monde de Descartes ou a Philosophia Botanica de Lineu, foram obras que marcaram época, mas que a passagem do tempo reduziu à condição de peças de antiquário e objeto de interesse restrito a especialistas em história da ciência. Nenhum cientista que se preze aprende o seu ofício destrinchando os clássicos de sua disciplina.

Com a filosofia é diferente. Os clássicos da literatura filosófica, como os diálogos platônicos, as Meditações de Descartes ou o Leviatã de Hobbes, são obras que parecem dotadas do dom da eterna juventude. Embora também se prestem à lupa antiquária do historiador de ideias, elas conseguem de algum modo driblar o tempo e falar diretamente aos espíritos vivos das novas gerações. A filosofia, como a arte, não enterra o seu passado.

A diferença, é certo, resulta em parte da ausência de um critério bem definido de progresso na história da filosofia. Mas não é só. A consciência da nossa ignorância cresce de mãos dadas com o avanço do saber científico. Como observa com certa malícia Adam Smith na Teoria dos Sentimentos Morais, ao comentar a dificuldade de refutar conclusivamente teorias no campo da ética, a progressividade das ciências naturais também reflete a sua maior vulnerabilidade e propensão ao erro.

(GIANNETTI, Eduardo. O elogio do vira-lata e outros ensaios. São Paulo: Companhia das Letras, 2018)

Considerando o contexto em que se insere, está empregada em sentido depreciativo a seguinte expressão:
  • A: peças de antiquário (1º parágrafo).
  • B: espíritos vivos (2º parágrafo).
  • C: dom da eterna juventude (2º parágrafo).
  • D: novas gerações (2º parágrafo).
  • E: campo da ética (3º parágrafo).

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