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Considerando os excertos “Mas voltemos à pergunta inicial.” e “É comum que esse amadurecimento venha às companhias, ainda mais às que se autoproclamam inovadoras.”, analise a ocorrência de crase e assinale a alternativa correta.
  • A: A crase ocorreu em “à pergunta”, porque está inserida em uma locução prepositiva de base feminina.
  • B: No primeiro trecho, a crase ocorreu para atender à regência do verbo “voltar”. No segundo trecho, para atender a regência dos verbos “vir” e “autoproclamar”, respectivamente.
  • C: No segundo trecho, a crase ocorreu para atender a regência do verbo “vir”, em ambas as ocorrências, pois o substantivo “companhias” está implícito na segunda ocorrência.
  • D: No trecho “[...] ainda mais às que se autoproclamam [...]” a ocorrência de crase é facultativa.
  • E: O sinal indicativo de crase em “às companhias” justifica-se pela regência de “amadurecimento” e pela pela presença de artigo definido, feminino e plural.

TEXTO 1

O acúmulo de compromissos preenche horários livres, adia o lazer e a vida social,

dando a impressão de que o tempo passa cada vez mais rápido

Raphael Martins

O ano passou rápido? Não dá para cumprir todas as obrigações dentro dos prazos? O dia parece cada vez mais curto? Por que não se tem mais tempo para nada?

O estilo de vida atarefada e a dificuldade de conciliar compromissos profissionais com relações sociais dão uma nítida impressão de que o tempo voa. Dentre os principais motivos para que isso aconteça está o aumento de tarefas e obrigações que as pessoas se envolvem nos dias de hoje. Cria-se, assim, uma sensação pessoal de que há cada vez menos tempo para si. Florival Scheroki, doutor em Psicologia Experimental pela Universidade de São Paulo e psicólogo clínico, explica: “Há realmente essa impressão de que o tempo se acelerou. Na realidade, é uma percepção que as pessoas têm que não cabe, no tempo disponível, tudo aquilo que elas têm que fazer”.

O psicólogo complementa: “Isso tudo acontece pelo estilo de vida que temos hoje. Uma mãe de família sai às 7 horas da manhã para deixar as crianças na escola. Se sai às 7h15, ela não cumpre o horário de entrada no trabalho, às 8 horas. Parece que não temos mais intervalos”. Maria Helena Oliva Augusto, professora da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, concorda: “É como se o ritmo do tempo se acelerasse. Na verdade, a percepção temporal muda por conta dos inúmeros compromissos que estão presentes no cotidiano, que fazem não se dar conta de perceber o tempo de maneira mais tranquila”.

Sobre o assunto, Luiz Silveira MennaBarreto, professor especializado em cronobiologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades, coloca que, na sociedade contemporânea, as cobranças são cada vez mais intensas e frequentes, o que produz uma sensação crônica de falta de tempo. As demandas exigem que as pessoas tenham inúmeras habilidades e qualificações acadêmicas, tomando boa parte do tempo que poderia ser destinado ao lazer. Scheroki completa: “Por que hoje é assim e antes não era? Hoje temos várias tarefas que não tínhamos. Temos que saber inglês, francês, jogar tênis, trabalhar… As pessoas tentam alocar dentro do tempo mais ações do que cabem nele”. [...]

A professora Maria Helena destaca: “A percepção de aceleração do tempo é uma coisa angustiante. É possível se dar conta disso pela quantidade de pessoas ansiosas, depressivas e estressadas que se encontra. Elas percebem o tempo passando rapidamente e, por isso, tem pressa de viver intensamente. Isso acaba criando situações de tensão muito grandes”.[...]

O psicólogo acredita que os principais prejuízos de uma vida atarefada é sentido nas relações com amigos ou familiares. Na hora de escolher entre uma obrigação profissional ou uma interação social, as pessoas acabam priorizando o trabalho: “Nós somos nossas relações sociais, nós acontecemos a partir delas. Se elas acabam sendo comprometidas, comprometem toda a nossa vida. A vida é composta pelas nossas ações no tempo e cada vez menos a gente tem autonomia sobre ela”.

Para o professor Menna-Barreto, o ideal é buscar alternativas de trabalho ou estudo em horários mais compatíveis com uma vida saudável. “Exercício físico, relações sociais e familiares ricas e alimentação saudável também ajudam, mas a raiz do problema reside no trabalho excessivo”, completa.[...]

Disponível em: http://www.ip.usp.br/portal/index.php?option=com_ content&view=article&id=3330%3Aa-sensacao-dos-dias-de-poucashoras&catid=46%3Ana-midia&Itemid=97&lang=pt

Assinale a alternativa correta em relação ao Texto 1.
  • A: No excerto “O ano passou rápido? Não dá para cumprir todas as obrigações dentro dos prazos? O dia parece cada vez mais curto? Por que não se tem mais tempo para nada?”, os pontos de interrogação são utilizados para marcar frases interrogativas indiretas.
  • B: No excerto “Se sai às 7h15, ela não cumpre o horário de entrada [...]”, o uso da crase é facultativo, tendo em vista que está antes de uma indicação de horas.
  • C: No excerto “Florival Scheroki, doutor em Psicologia Experimental pela Universidade de São Paulo e psicólogo clínico, explica [...]”, o uso das vírgulas está incorreto, de acordo com a norma culta da língua portuguesa, uma vez que elas separam o sujeito d
  • D: No excerto “[...] que fazem não se dar conta de perceber o tempo [...]”, a próclise é utilizada por haver uma palavra de sentido negativo que atrai o pronome oblíquo átono.

Assinale a alternativa correta.
  • A: Em "Não me refiro a títulos, mas à energia despendida em absorver conceitos.”, a crase ocorre pela contração da preposição exigida pela regência do verbo "referir-se” e do artigo feminino que antecede o substantivo "energia”.
  • B: Em "Grande parte do avanço em liberdades individuais e nas ciências nasceu do questionamento de paradigmas.”, o verbo em destaque poderia estar no plural, concordando, assim, com o núcleo do sujeito "liberdades”.
  • C: Em "Nada posso dizer sobre aquilo do qual nada sei.”, o termo em destaque pode ser trocado por "cujo”, sem haver prejuízos gramaticais ou mudança de sentido.
  • D: Em "Horácio garantia, com certa indignação, que até o hábil Homero poderia cochilar [...]”, as vírgulas são utilizadas para separar um aposto explicativo.
  • E: Em "Como saber se a avaliação é boa? Primeiro: ela mira no aperfeiçoamento do conhecimento e não em um ataque pessoal.”, os dois-pontos são utilizados para introduzir uma síntese do que foi dito anteriormente.

Acerca do termo destacado em “Recentemente, estive cuidando do meu pai de 87 anos, que se submeteu à implantação de um marca-passo.”, é correto afirmar que
  • A: possui acento grave indicativo de crase entre duas preposições.
  • B: é composto por um artigo e por uma preposição que introduz um complemento verbal.
  • C: possui acento grave indicativo de crase entre dois artigos.
  • D: é composto por um artigo e por uma preposição os quais acompanham complemento nominal.
  • E: possui acento agudo indicativo de crase entre preposição e artigo indefinido.

Texto II

“Eu era piloto…

Quando ainda estava no sétimo ano, um avião chegou à nossa cidade. Isso naqueles anos, imagine, em 1936. Na época, era uma coisa rara. E então veio um chamado: ‘Meninas e meninos, entrem no avião!’. Eu, como era komsomolka*, estava nas primeiras filas, claro. Na mesma hora me inscrevi no aeroclube. Só que meu pai era categoricamente contra. Até então, todos em nossa família eram metalúrgicos, várias gerações de metalúrgicos e operadores de altos-fornos. E meu pai achava que metalurgia era um trabalho de mulher, mas piloto não. O chefe do aeroclube ficou sabendo disso e me autorizou a dar uma volta de avião com meu pai. Fiz isso. Eu e meu pai decolamos, e, desde aquele dia, ele parou de falar nisso. Gostou. Terminei o aeroclube com as melhores notas, saltava bem de paraquedas. Antes da guerra, ainda tive tempo de me casar e ter uma filha.

Desde os primeiros dias da guerra, começaram a reestruturar nosso aeroclube: os homens foram enviados para combater; no lugar deles, ficamos nós, as mulheres. Ensinávamos os alunos. Havia muito trabalho, da manhã à noite. Meu marido foi um dos primeiros a ir para o front. Só me restou uma fotografia: eu e ele de pé ao lado de um avião, com capacete de aviador… Agora vivia junto com minha filha, passamos quase o tempo todo em acampamentos. E como vivíamos? Eu a trancava, deixava mingau para ela, e, às quatro da manhã, já estávamos voando. Voltava de tarde, e se ela comia eu não sei, mas estava sempre coberta daquele mingau. Já nem chorava, só olhava para mim. Os olhos dela são grandes como os do meu marido…

No fim de 1941, me mandaram uma notificação de óbito: meu marido tinha morrido perto de Moscou. Era comandante de voo. Eu amava minha filha, mas a mandei para ficar com os parentes dele. E comecei a pedir para ir para o front…

Na última noite… Passei a noite inteira de joelhos ao lado do berço…”

Antonina Grigórievna Bondareva, tenente da guarda, piloto

* komsomolka: a jovem que fazia parte do Komsomol, Juventude do Partido Comunista da União Soviética.

(Disponível em: ALEKSIÉVITCH, Svetlana. A guerra não tem rosto de mulher. Tradução de Cecília Rosas. São Paulo: Companhia das Letras, 2016.)

Sobre a pontuação e a crase empregadas no texto II, assinale a alternativa correta.
  • A: O texto apresenta reticências em diversas passagens. Nesses casos, tal pontuação é utilizada para indicar uma enumeração inconclusa, podendo ser substituída por “etc.”.
  • B: Em “E então veio um chamado: ‘Meninas e meninos, entrem no avião!’”, o sinal de dois-pontos é utilizado para introduzir uma explicação.
  • C: Em “Isso naqueles anos, imagine, em 1936.”, o uso de vírgulas é obrigatório, uma vez que elas isolam um vocativo.
  • D: Em “Quando ainda estava no sétimo ano, um avião chegou à nossa cidade”, a crase é facultativa.
  • E: Em “Havia muito trabalho, da manhã à noite.”, a crase é facultativa.

Texto I

Os medos que o poder transforma em

mercadoria política e comercial

Zygmunt Bauman

O medo faz parte da condição humana. Poderíamos até conseguir eliminar uma por uma a maioria das ameaças que geram medo (era justamente para isto que servia, segundo Freud, a civilização como uma organização das coisas humanas: para limitar ou para eliminar totalmente as ameaças devidas à casualidade da Natureza, à fraqueza física e à inimizade do próximo): mas, pelo menos até agora, as nossas capacidades estão bem longe de apagar a “mãe de todos os medos”, o “medo dos medos”, aquele medo ancestral que decorre da consciência da nossa mortalidade e da impossibilidade de fugir da morte.

Embora hoje vivamos imersos em uma “cultura do medo”, a nossa consciência de que a morte é inevitável é o principal motivo pelo qual existe a cultura, primeira fonte e motor de cada e toda cultura. Pode-se até conceber a cultura como esforço constante, perenemente incompleto e, em princípio, interminável para tornar vivível uma vida mortal. Ou pode-se dar mais um passo: é a nossa consciência de ser mortais e, portanto, o nosso perene medo de morrer que nos tornam humanos e que tornam humano o nosso modo de ser-no-mundo.

A cultura é o sedimento da tentativa incessante de tornar possível viver com a consciência da mortalidade. E se, por puro acaso, nos tornássemos imortais, como às vezes (estupidamente) sonhamos, a cultura pararia de repente [...].

Foi precisamente a consciência de ter que morrer, da inevitável brevidade do tempo, da possibilidade de que os projetos fiquem incompletos que impulsionou os homens a agir e a imaginação humana a alçar voo. Foi essa consciência que tornou necessária a criação cultural e que transformou os seres humanos em criaturas culturais. Desde o seu início e ao longo de toda a sua longa história, o motor da cultura foi a necessidade de preencher o abismo que separa o transitório do eterno, o finito do infinito, a vida mortal da imortal; o impulso para construir uma ponte para passar de um lado para outro do precipício; o instinto de permitir que nós, mortais, tenhamos incidência sobre a eternidade, deixando nela um sinal imortal da nossa passagem, embora fugaz.

Tudo isso, naturalmente, não significa que as fontes do medo, o lugar que ele ocupa na existência e o ponto focal das reações que ele evoca sejam imutáveis. Ao contrário, todo tipo de sociedade e toda época histórica têm os seus próprios medos, específicos desse tempo e dessa sociedade. Se é incauto divertir-se com a possibilidade de um mundo alternativo “sem medo”, em vez disso, descrever com precisão os traços distintivos do medo na nossa época e na nossa sociedade é condição indispensável para a clareza dos fins e para o realismo das propostas. [...]

(Adaptado de http://www.ihu.unisinos.br/563878-os-medos-que-o -poder-transforma-em-mercadoria-politica-e-comercial-artigo-dezygmunt-bauman - Acesso em 26/03/2018)

Em relação ao texto I, assinale a alternativa correta.
  • A: Em “Foi precisamente a consciência de ter que morrer, da inevitável brevidade do tempo, da possibilidade de que os projetos fiquem incompletos [...]”, todos os elementos em destaque são exigidos pela regência da palavra “consciência”.
  • B: Em “Desde o seu início e ao longo de toda a sua longa história, o motor da cultura foi a necessidade de preencher o abismo que separa o transitório do eterno [...]” (4º parágrafo), o pronome em destaque faz referência à “consciência de ter que morrer”.
  • C: Em “[...] para limitar ou para eliminar totalmente as ameaças devidas à casualidade da Natureza, à fraqueza física e à inimizade do próximo [...]”, o uso da crase é facultativo antes de “fraqueza” e antes de “inimizade”, tendo em vista que tais termos sã
  • D: Em “[...] todo tipo de sociedade e toda época histórica têm os seus próprios medos [...]”, há um sujeito composto que justifica o uso do acento circunflexo no verbo destacado, marcando a flexão de número.
  • E: Em “[...] as nossas capacidades estão bem longe de apagar a ‘mãe de todos os medos’ [...]”, o termo “mãe de todos os medos” está entre aspas para destacar uma citação direta de outrem, trazendo ao texto outras vozes para comprovar o ponto de vista do aut


No excerto “[…] jamais avise a estranhos que você não estará em casa.”, será obrigatório o uso do sinal indicativo da crase, no caso de o termo em destaque ser substituído por





  • A: vizinhos da rua.
  • B: vizinhança toda.
  • C: entregadores.
  • D: cobradores.
  • E: quem quer que seja.

Substituindo-se o verbo destacado na primeira frase pelo substantivo correspondente na segunda, qual desses substantivos apresenta ERRO quanto à ortografia?
  • A: Cuidado para não exceder o limite de velocidade permitido. / O excesso de velocidade custou-lhe uma multa.
  • B: Os economistas concordam que é preciso conter os gastos. / A contenção dos gastos já se faz por parte de muitos empresários.
  • C: Não devemos reprimir os manifestantes sem antes ouvi-los. / A repressão aos manifestantes, sempre que possível, deve ser evitada.
  • D: Ele foi incapaz de catequizar aqueles menores de rua. / Infelizmente, a catequeze daqueles menores de rua não ocorreu.
  • E: Ninguém conseguia compreender o comportamento agressivo do colega. / Levou horas para a compreensão de tal atitude ofensiva.

 

 


Em “...mudar o plano da minha TV por assinatura para passar a receber...” (L. 1-2), a palavra “para” apresenta o mesmo valor semântico-gramatical com que ocorre em:
  • A: Eu vou para Salvador em 2011 a fim de passar as férias
  • B: Para receber o diploma, é necessário estudar.
  • C: Para as capitais brasileiras, há sempre voo direto.
  • D: Não há motivo para que você se aborreça.
  • E: Na fritada feita para as crianças, ponha pouco óleo.

Estabelece relação de hiperonímia/hiponímia, nessa ordem, o seguinte par de palavras:
  • A: estrondo – ruído.
  • B: pescador – trabalhador.
  • C: pista – aeroporto.
  • D: piloto – comissário.
  • E: aeronave – jatinho.

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