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A doçura como virtude

Rosely Sayao

     Muita gente já observou e comentou a respeito do clima tenso e até violento dos comentários na internet. Um xinga de cá, outro devolve num tom acima de lá. Um texto opinativo suscita desafetos e serve de motivo para ataques a quem o escreveu. Uma posição política não partidária dificilmente passa ilesa, e assim por diante.
     Acontece que esse clima duro, agressivo e hostil que encontramos na rede tem se manifestado também nos relacionamentos interpessoais na realidade. Em muitas empresas, funcionários reclamam da maneira áspera com que são tratados por colegas e chefes, e também dos gritos que ouvem quando cometem alguma falha ou deslize. Nunca se soube de tantos gritos, palavrões e choros em ambientes organizacionais.
    Nos relacionamentos impessoais, que ocorrem nos espaços públicos entre pessoas que não se conhecem, acontece a mesma coisa. O trânsito, talvez, seja o exemplo mais didático sobre tal clima. Até parece que motoristas e pedestres são inimigos entre si e uns dos outros e, em estado de guerra, andam sempre armados e prontos para rebater o que consideram desaforo. Uma única barbeiragem ou indecisão é suficiente para provocar uma saraivada de impropérios.
     Os relacionamentos pessoais e afetivos também têm sofrido dessa dureza na convivência: amigos se destratam por motivos banais e demoram para perdoar uns aos outros; casais, quando enfrentam conflitos e desavenças, perdem o controle de seus impulsos e usam tom e palavras que provocam intenso sofrimentos a ambos.
     E nas famílias ,claro, isso se repete. Muitas mães e pais, que vivem declarando amor incondicional aos filhos, quando precisam usar a firmeza para dar uma bronca, chamar a atenção ou mesmo cobrar algo deles, perdem a delicadeza e se tornam demasiadamente ásperos. Entre as crianças percebemos com clareza o resultado dessas lições que elas têm aprendido com os adultos: à medida que crescem, cresce também a hostilidade que manifestam a seus pares na convivência. Tem faltado doçura nos relacionamentos interpessoais e no trato com as crianças.
     A doçura é uma virtude. Ela, portanto, pode – e deve – ser ensinada. Não é grande, porém, o número de pais que se ocupam com os ensinamentos de virtudes a seus filhos. Muitas, hoje, são confundidas com fraqueza e, por esse motivo, muitos pais hesitam em ensiná-las aos filhos. A própria doçura é uma delas! Já ouvi um pai reclamar com o filho de pouco mais de nove anos por ele não ter respondido em tom agressivo a uma provocação de um colega, dizendo: “Você tem sangue de barata!”.
     É possível ensinar o que for preciso aos filhos com doçura. Mesmo em situações estressantes – quando os filhos desobedecem, transgridem, agridem, desrespeitam, fazem manha, birra e tudo o mais que eles sabem muito bem fazer – é possível ter e manter a calma, o que possibilita que o que for preciso ser dito seja feito com suavidade e doçura. Mesmo os pais que se identificam como “muito chatos” com os filhos ou bem rigorosos na educação que praticam podem manifestar ternura em seus atos.
    As reclamações sobre os estilos dos relacionamentos nesse mundo são tantas, que muitos pais tentam proteger seus filhos, colocando-os em verdadeiras “redomas” que, no entanto, se arrebentam quando os filhos chegam à adolescência. Talvez seja mais efetivo se esforçarem, com o uso e o ensinamento das virtudes – hoje, da doçura em especial – para que essa realidade mude.

Adaptado de http://www1.folha.uol.com.br/colunas/roselysayao/2015/02/1590810-



Em “Ela, portanto, pode – e deve – ser ensinada.”, o termo destacado expressa 
  • A: adversidade.
  • B: explicação.
  • C: alternância.
  • D: conclusão.
  • E: finalidade.

A vírgula está empregada de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa em:
  • A: A acessibilidade é a possibilidade que as pessoas, têm de atingir o destino desejado.
  • B: A mobilidade urbana tem, forte impacto, sobre o espaço e os recursos naturais.
  • C: As políticas públicas, devem priorizar os meios de transporte coletivo, nas cidades.
  • D: Como alertam os pesquisadores, é preciso discutir estratégias de mobilidade urbana.
  • E: Nos últimos anos aumentou, a insatisfação das pessoas com os engarrafamentos.

 A vida em sociedade

 1º de março 2011

Ao contrário do que muitos podem imaginar, o homem não é o único a viver em sociedade, E essa discussão aparece no episódio “A Cultura e a Casca de Banana”, dirigido por Toni Venturi. Durante a conversa no zoológico, o homem tenta provar ao macaco os benefícios que ele tem sobre todos os outros animais e o benefício principal: o de viver em sociedade.

O macaco discorda totalmente e conta ao homem, como um primeiro exemplo, sobre a sociedade das formigas. Ela é organizada em sociedade, mantém no topo do formigueiro a rainha, que põe os ovos, depois vêm as trabalhadoras que alimentam a chefe, e os machos são a terceira casta, não trabalham e a sua função se resume apenas em acasalar com as rainhas.

Outros exemplos da vida organizada em sociedade ficam por conta de cupins, abelhas e pinguins. A abelha, por exemplo, é incapaz de viver sozinha. Suas colmeias são um exemplo de organização social, com as rainhas na função de colocar os ovos, os zangões, que as fecundam, e as operárias, que cuidam de todas as tarefas.

Os cupins repartem todas as tarefas, trabalham juntos na construção de casas enormes e resolvem problemas complicados de moradia, como ventilação e drenagem. Já os pinguins, que também vivem em sociedade, dividem tarefa entre macho e fêmea. Ambos se revezam para chocar os filhotes, que se reúnem em creches e são supervisionados por adultos enquanto os pais saem em busca de comida. Os casais ficam juntos no verão para cuidar dos filhotes e, para identificar os membros de sua família, possuem cantos e danças próprios.

Fonte: http://www.soinos1so.com.br/2011/03/01/a-v ida-em-sociedade/. Texto adaptado.



Em “Já os pinguins, que também vivem em sociedade, dividem tarefa entre macho e fêmea. Ambos se revezam para chocar os filhotes, reúnem -se em creches e são supervisionados por adultos enquanto os pais saem em busca de comida", a expressão em destaque 
  • A: expressa ideia de finalidade, pois, para os pais saírem em busca de comida, precisam deixar seus filhotes sob a supervisão de adultos.
  • B: expressa ideia de conseqüência, pois primeiro os pais deixam seus filhos sob a supervisão de adultos, para, depois, buscarem alimento.
  • C: expressa ideia de tempo simultâneo, pois, enquanto os pais saem em busca de comida, outros adultos supervisionam seus filhotes.
  • D: expressa ideia de tempo simultâneo, pois, enquanto os pais saem em busca de alimento, as mães se reúnem para supervisionarem seus filhotes.
  • E: expressa ideia de tempo sequencial, pois os pais deixam seus filhos para serem supervisionados para depois irem à busca de comida.

O segredo das amizades que duram

                                                                                           Ana Carolina Prado

O que faz com que as pessoas virem amigas? E por que algumas amizades duram e outras não? Um artigo do site Psychology Todayreuniu alguns estudos que trazem bons esclarecimentos sobre o tema. Os pontos principais, bem práticos, estão listados a seguir:

Condições para começar uma amizade

Além de alguns fatores básicos, como ter contato com a pessoa com alguma regularidade (afinal, assim temos mais chance de conhecê-la melhor e aprofundar nossos laços) e ter coisas em comum, dois aspectos são fundamentais para que se passe do posto de conhecido para o de amigo:

1. Disposição de se abrir.

Segundo Beverley Fehr, pesquisadora da Universidade de Winnipeg e autora do livro “Friendship Processes”, o que determina que passemos de meros conhecidos a amigos é a disposição de se abrir e revelar coisas mais pessoais ao outro – e isso precisa vir dos dois lados. “Nos estágios iniciais da amizade, isso tende a ser um processo gradual. Uma pessoa aceita o risco de revelar uma informação pessoal e ‘testa’ se a outra faz o mesmo”, diz ela. Aqui, a reciprocidade é essencial para a coisa funcionar, porque leva a outra condição importante:

2. Intimidade.

De acordo com a pesquisa de Fehr, pessoas com boas amizades envolvendo o mesmo sexo têm uma boa compreensão do que envolve a intimidade: elas sabem se abrir e expressar suas emoções, sabem o que dizer quando o amigo lhes conta algo e respeitam os limites – entendem, por exemplo, que sinceridade não significa falar tudo o que lhes vêm à cabeça, especialmente no que se refere a opiniões sobre a vida e os gostos do outro. Até porque outras condições apontadas foram aceitação, lealdade e confiança. Essas qualidades foram consideradas mais importantes do que ajudas práticas, como emprestar dinheiro.

Por que algumas amizades duram e outras não?

Ok, entendemos o que dá aquele pontapé inicial às amizades. Mas há outro fator, descoberto pelas psicólogas sociais Carolyn Weisz e Lisa F. Wood, da Universidade de Puget Sound, em Tacoma, Washington, que é fundamental para fazer com que as nossas relações durem: o apoio à nossa identidade social. Em outras palavras, procuramos amigos que entendam e validem a ideia que temos sobre nós mesmos e sobre o nosso papel na sociedade ou grupo de que fazemos parte – o que pode estar associado à religião, etnia, profissão ou mesmo participação em algum clube.

Para chegar a essa conclusão, elas acompanharam um grupo de estudantes universitários por anos durante toda a sua graduação, sempre pedindo a eles que descrevessem níveis de proximidade, contato, apoio geral e apoio à identidade social que sentiam em relação a amigos do mesmo sexo. A conclusão foi que todos esses fatores ajudaram a predizer se a amizade seria mantida ou não. Mas um único fator pôde predizer quem seria elevado à posição de melhor amigo: a pessoa, nesses casos, era parte de um mesmo grupo (fraternidade, time etc.) ou pelo menos apoiava e reafirmava o papel do amigo dentro desse grupo. Um cristão podia ter como melhor amigo alguém que não tivesse religião, desde que esse amigo apoiasse sua identidade como cristão. E, como temos vários papéis na vida, é mais provável que nosso melhor amigo esteja ligado ao papel que é mais importante para nós, que melhor representa a nossa identidade.

Por que escolhemos assim os amigos? Segundo o estudo, além de isso estar relacionado a níveis maiores de intimidade e compreensão, também envolve o aumento da autoestima. Esse senso de identidade que influencia até o comportamento de viciados em drogas. Outro estudo de Weisz concluiu que as pessoas eram mais propensas a se livrar de seus vícios depois de três meses quando sentiam que seus papéis sociais e senso de identidade entravam em conflito com o uso de drogas.

“Nossas identidades sociais são tão importantes para nós que estamos dispostos a ficar com as pessoas que apoiam a nossa identidade social e nos afastar daqueles que não fazem isso. Podemos até mudar de amigos, quando os antigos não apoiam nossa visão atual de nós mesmos”, diz o artigo do Psychology Today. “A sabedoria popular diz que escolhemos os amigos por causa de quem eles são. Mas acontece que nós realmente os amamos por causa da maneira como eles apoiam quem nós somos.”

Como manter a amizade

De acordo com Debra Oswald, psicóloga da Universidade de Marquette (em Wisconsin, EUA), que estudou o relacionamento entre voluntários que estavam no ensino médio e seus melhores amigos, há quatro comportamentos básicos necessários para manter o vínculo – que valem para todo mundo, não importa se você tem 15 ou 70 anos.

Os dois primeiros são pontos que exploramos bastante até agora: tomar a iniciativa de se abrir e apoiar nossos amigos. O terceiro ponto é a interação. Não importa se o amigo é seu vizinho ou mora em outro continente: você precisa estar em contato com ele, seja escrevendo, conversando ao telefone, visitando. Felizmente, com a internet, a proximidade física tem pouco efeito sobre nossa capacidade de manter uma amizade.

Por fim, é importante ser positivo. Precisamos nos abrir com nossos amigos, mas isso não significa que está tudo bem ficar choramingando por horas e só ver o lado negativo de tudo. É claro que faz parte de ser amigo segurar a onda durante os perrengues da vida, mas, no final das contas, a intimidade que faz com que uma amizade prospere deve ser algo agradável e que faça bem para os dois lados.

Disponível em:<http://super.abril.com.br/blogs/como-pessoas-funcionam/o-segredo-das-amizades-que-duram/> . Acesso em: 26 jul. 2015.  




Em “[...] há quatro comportamentos básicos necessários para manter o vínculo – que valem para todo mundo, não importa se você tem 15 ou 70 anos.”, a palavra em destaque funciona como





  • A: pronome relativo e pode ser substituída por “o qual”.
  • B: conjunção integrante e não pode ser substituída.
  • C: pronome relativo e pode ser substituída por “os quais”.
  • D: pronome relativo e pode ser substituída por “a qual”.

No vocábulo destacado na passagem "O não marca..." (l. 27) ocorre, morfologicamente, uma
  • A: adverbialização.
  • B: substantivação.
  • C: quantificação.
  • D: adjetivação.
  • E: pronominalização.


Mulheres cuidam mais da saúde do que homens 

    Segundo pesquisa, 71,2% dos entrevistados pelo IBGE haviam se consultado com um médico pelo menos uma vez no último ano. Entre elas, o índice foi de 78% - contra 63,9% deles.
    As mulheres brasileiras vão mais ao médico do que os homens. É o que mostra uma pesquisa divulgada nesta terça-feira, realizada em conjunto entre o Ministério da Saúde e o IBGE. A publicação revelou que 71,2% dos entrevistados haviam se consultado pelo menos uma vez nos 12 meses anteriores à entrevista. Entre as mulheres, o índice foi de 78%, contra 63,9% dos homens.
    Elas também são mais aplicadas nos cuidados com os dentes: 47,3% das brasileiras disseram terem ido ao dentista uma vez nos 12 meses anteriores, ante 41,3% dos homens. A diferença também aparece na questão da higiene bucal: 91,5% do público feminino pesquisado respondeu que escova os dentes duas vezes ao dia, ao passo que a taxa foi de 86,5% no masculino.
    A pesquisa também investigou o atendimento nos serviços de saúde, público e privado. De acordo com os resultados, 71% da população brasileira procura estabelecimentos públicos de saúde para atendimento. Destes, 47,9% afirmaram que utilizam as Unidades Básicas de Saúde como principal porta de entrada para atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS).
    Além disso, o levantamento mostrou ainda que os serviços públicos mais procurados depois das Unidades Básicas de Saúde são os de emergência, como as Unidades de Pronto Atendimento Público - com 11,3% da população - e hospitais e serviços especializados como ambulatórios, com 10,1% da população. Já os consultórios e clínicas particulares atraem 20,6% dos brasileiros e as
emergências privadas são procuradas por 4,9% deles.
    A Pesquisa Nacional de Saúde coletou informações em 64 000 residências brasileiras em 1 600 municípios entre agosto de 2013 e fevereiro de 2014.

(Com Estadão Conteúdo) Adaptado de: < http://veja.abril.com.br/noticia/ saude/mulheres-cuidam-mais-da-saude-do-que-homens> Acesso em 06 jun. 2015.




No excerto “Além disso, o levantamento mostrou ainda que os serviços públicos [...]", a expressão em destaque pode ser substituída, sem que haja mudança de sentido, por





  • A: por esse motivo.
  • B: por isso.
  • C: portanto.
  • D: ademais.
  • E: todavia.

Há três substantivos em
  • A: "... com sérias dificuldades financeiras." (L. 8)
  • B: "... não conseguiu prever nem a crise econômica atual." (L. 15-16)
  • C: "... vai tornar inúteis arquivos e bibliotecas)." (L. 24-25)
  • D: "... precisa da confirmação e do endosso do 'impresso'," (L. 34-35)
  • E: "Muitos dos blogs e sites mais influentes..." (L. 44-45)

 A CHAVE

                     Ela abre mais do que uma porta, inaugura um novo tempo

                                                                                                                               IVAN MARTINS

Certos objetos dão a exata medida de um relacionamento. A chave, por exemplo. Embora caiba no bolso, ela tem importância gigantesca na vida dos casais. O momento em que você oferece a chave da sua casa é aquele em que você renuncia à sua privacidade, por amor. Quando pede a chave de volta - ou troca a fechadura da porta - está retomando aquilo que havia oferecido, por que o amor acabou. O primeiro momento é de exaltação e esperança. O segundo é sombrio.

Quem já passou pela experiência sabe como é gostoso carregar no bolso - ou na bolsa - aquela cópia de cinco reais que vai dar início à nova vida. Carregada de expectativas e temores, a chave será entregue de forma tímida e casual, como se não fosse importante, ou pode vir embalada em vinho e flores, pondo violinos na ocasião. Qualquer que seja a cena, não cabe engano: foi dado um passo gigantesco. Alguém pôs na mão de outro alguém um totem de confiança.

Não interessa se você dá ou ganha a chave, a sensação é a mesma. Ou quase.

Quem a recebe se enche de orgulho. No auge da paixão, e a pessoa que provoca seus melhores sentimentos (a pessoa mais legal do mundo, evidentemente) põe no seu chaveiro a cópia discreta que abre a casa dela. Você só nota mais tarde, quando chega à sua própria casa e vai abrir a porta. Primeiro, estranha a cor e o formato da chave nova, mas logo entende a delicadeza da situação. Percebe, com um sorriso nos lábios, que suas emoções são compartilhadas. Compreende que está sendo convidado a participar de outra vida. Sente, com enorme alívio, que foi aceito, e que uma nova etapa tem início, mais intensa e mais profunda que anterior. Aquela chave abre mais do que uma porta. Abre um novo tempo.

O momento de entregar a chave sempre foi para mim o momento de máximo otimismo.

[...]

Você tem certeza de que a outra pessoa ficará feliz e comovida, mas ao mesmo tempo teme, secretamente, ser recusado. Então vê nos olhos dela a alegria que havia antecipado e desejado. O rosto querido se abre num sorriso sem reservas, que você não ganharia se tivesse lhe dado uma joia ou uma aliança. (Uma não vale nada; para a outra ela não está pronta). Por isto ela esperava, e retribui com um olhar cheio de amor. Esse é um instante que viverá na sua alma para sempre. Nele, tudo parece perfeito. É como estar no início de um sonho em que nada pode dar errado. A gente se sente adulto e moderno, herdeiro dos melhores sonhos da adolescência, parte da espécie feliz dos adultos livres que são amados e correspondidos - os que acharam uma alma gêmea, aqueles que jamais estarão sozinhos.

Se as chaves de despedida parecem a pior coisa do mundo, não são.

[...]

A gente sabe que essas coisas, às vezes, são efêmeras, mas é tão bonito.

Pode ser que dentro de três meses ou três anos a chave inútil e esquecida seja encontrada no bolso de uma calça ou no fundo de uma bolsa. Ela já não abrirá porta alguma exceto a da memória, que poderá ser boa ou ruim. O mais provável é que o tato e a visão daquela ferramenta sem propósito provoquem um sorriso agridoce, grisalho de nostalgia. Essa chave do adeus não dói, ela constata e encerra.

Nestes tempos de arrogante independência, em que a solidão virou estandarte exibido como prova de força, a doação de chaves ganhou uma solenidade inesperada. Com ela, homens e mulheres sinalizam a disposição de renunciar a um pedaço da sua sagrada liberdade pessoal. Sugerem ao outro que precisam dele e o desejam próximo. Cedem o seu terreno, correm o risco. É uma forma moderna e eloquente de dizer “eu te amo”. E, assim como a outra, dispensa “eu também”. Oferece a chave quem está pronto, aceita a chave quem a deseja, reciproca, oferecendo a sua, quem sente que é o caso, verdadeiramente. Nada mais triste que uma chave falsa. Ela parece abrir uma esperança, mas abre somente uma ilusão.

Adaptado de http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/ivan-martins/noticia/2015/04/chave.html



Em “Não interessa se você dá ou ganha a chave...”, temos




  • A: um período composto apenas por coordenação.
  • B: um período simples.
  • C: um período composto apenas por subordinação.
  • D: um período composto por subordinação e coordenação.
  • E: dois períodos.

Os vocábulos destacados apresentam, respectivamente, a mesma classe das palavras "saber" e "especialista", nas expressões "proteger seu saber" (l. 5) e "alguns especialistas" (l. 10), em:
  • A: Uma forma de poder e prestígio é conhecer as leis e saber aplicá-las.
  • B: Um advogado ocasional possui várias outras atividades, independentes do Direito.
  • C: Os jovens patrícios começaram a conhecer de cor as leis das XII Tábuas.
  • D: O código romano não era de modo algum conhecido pelos plebeus.
  • E: O crescimento da população romana não tardou a demandar mais advogados.


     Terapeuta junta quase 40 livros de colorir e coleção vira objeto de estudo

     Os livros de colorir para adultos se tornaram um fenômeno de vendas, mas enquanto alguns não se tornam fãs tão adeptos, a terapeuta Simone Mascarenhas aproveitou a sua coleção pessoal para usá-la como objeto de estudo. Após ganhar o primeiro exemplar em abril deste ano, a moradora de Sorocaba (SP) já possui 40 livros do tipo. “Achei interessante. Fui comprando outros para colorir e estudar esse movimento com um foco mais sociológico.”
    Simone tem 46 anos e conta que dedica até duas horas diárias, geralmente à noite, para a atividade. Ela também busca por vídeos na internet que trazem ideias e inspiração para colorir. A mesa espaçosa com dezenas de lápis de cor organizados em potes mostram um gosto antigo que voltou a integrar a rotina da terapeuta. “Já fiz cursos de desenho e pintura, mas já faz uns 30 anos que estudei isso. Agora que retomei o hobby, estou relembrando as técnicas e até estudando de novo.”
    A febre dos livros de colorir chamou a atenção de Simone, não só pela retomada de uma atividade que lhe dava prazer, mas também pela mudança de comportamento que tem observado nas pessoas. “A partir do momento em que adotam esses livros de colorir como um hobby, as pessoas deixam um pouco de lado as redes sociais e param de se preocupar com a vida dos outros para prestar mais atenção em si mesmas, conhecer gente nova, desenvolver a criatividade e até despertar um lado artístico”, explica.
    Segundo a terapeuta, a atividade contribuiu para melhorar a qualidade das relações. “Melhorou a interação familiar porque os pais estão sentando com os filhos para pintar o livro. Tenho visto idosos pintando, se divertindo e achei isso muito bacana. Os temas dos desenhos tendem a despertar a vontade de pesquisar, aprender, conhecer e até viajar”, ressalta Simone.
    Os benefícios também puderam ser percebidos na rotina dela. “Na correria do dia a dia, a gente se esquece de prestar atenção em coisas novas. Agora eu sempre passo na livraria para ver e comprar as novidades que me agradam. Pintar me distrai e estimula minha curiosidade porque eu quero saber que flor é aquela, que lugar é aquele do desenho e ‘quebro a cabeça’ até achar os nomes para saber mais a respeito”.

Perfeccionismo
Os livros, lançados no Brasil no final de 2014, têm temas que vão desde a natureza até histórias em quadrinhos, mas são os que reproduzem mandalas que ficam entre os preferidos da terapeuta.
    Os materiais utilizados para pintar são os mais variados: lápis de cor, canetinhas, tintas e o que mais a criatividade permitir. “Já vi pessoas usando vários [materiais], como glitter e até maquiagem, algo que nunca pensei em usar para pintar. Sempre estou experimentando coisas novas também e misturo materiais no mesmo desenho. Mas sou perfeccionista, se erro uma parte, fico irritada”, revela Simone.

Livro próprio
   Entre a pintura de um jardim e outro, Simone plantou uma ideia na cabeça: a de criar seu próprio livro. Mas, por enquanto, o projeto ainda é apenas uma semente. Um sonho que, segundo ela, resolveria defeitos encontrados em alguns exemplares. “Alguns livros não têm papel de boa qualidade e poucos deles indicam quais são os materiais adequados para pintar. É frustrante quando estraga a página. Outra falha é que não trazem os nomes das flores, lugares e outras coisas”, aponta a terapeuta.
   Questionada sobre um possível tema, ela não hesita. “Por que não comidas, frutas coloridas? Percebo nos desenhos de alguns títulos que foram feitos com cuidado, tem amor e carinho no trabalho. Gostaria de criar um que fosse bem feito, que ajudasse as pessoas e informasse, evitando o consumismo exacerbado dos materiais porque, muitas vezes, o vendedor não sabe indicar o correto”, completa.

Fonte: http://g1.globo.com/sao-paulo/sorocaba-jundiai/noticia/2015/07/ terapeuta-junta-quase-40-livros-de-colorir-e-colecao-vira-objeto-de-estudo.html



Em “Ela também busca por vídeos na internet que trazem ideias e inspiração para colorir”, o termo em destaque 
  • A: retoma o termo antecedente “internet”
  • B: retoma o termo “vídeos”.
  • C: exerce função de conjunção integrante.
  • D: tem a mesma função morfossintática do “que” em: “Simone tem 46 anos e conta que dedica até duas horas diárias...”
  • E: tem a mesma função do “que” em: “Por que não comidas, frutas coloridas?”.

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