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Texto 1 – Orgânico por um bom motivo

Chico Junior, O Globo, 25/11/2017 (fragmento)
O mundo caminha para um consumo cada vez maior de alimento orgânico. A Dinamarca, por exemplo, começou há 25 anos uma política agrícola-ambiental que vai torná-la, até 2020, o primeiro país do mundo a ter sua produção de alimentos 100% orgânica. Está conseguindo isso graças a um forte trabalho de conscientização e por intermédio de subsídios aos pequenos agricultores.
Resumidamente, o alimento orgânico também pode ser chamado de agroecológico – a agroecologia pode ser definida como o estudo da agricultura a partir de uma perspectiva ecológica. É aquele produzido de forma sustentável, respeitando-se e não agredindo o meio ambiente e não utilizando fertilizantes químicos e, muito menos, os defensivos agrícolas químicos, os chamados agrotóxicos. Diga-se de passagem que o Brasil é o país que mais usa agrotóxico no mundo, inclusive vários que são proibidos em diversas partes do planeta, banidos da Europa e dos Estados Unidos.
A produção e consumo de orgânicos se dão por duas razões básicas: aumento do que chamamos de consciência ecológica e o desejo de se consumirem alimentos mais saudáveis.
No Brasil caminha-se ainda lentamente, mas caminha-se, o que faz com que os produtos ainda sejam caros e fora do alcance da maioria. Mas o fato é que a produção vem aumentando ano a ano e os preços, de maneira geral, diminuindo.
Ao dizer que “O mundo caminha para um consumo cada vez maior de alimento orgânico”, o autor do texto 1 apela para um tipo de figura de linguagem caracterizada pela:
  • A: personificação de seres inanimados;
  • B: utilização de um todo significando uma parte;
  • C: comparação entre um termo real e um figurado;
  • D: repetição enfática de termos;
  • E: presença de termos de significação oposta.

Para responder às questões de números 6 a 10, baseie-se no texto abaixo.

 

Os sons de antigamente
Conta-se na família que quando meu pai comprou nossa casa em Cachoeiro do Itapemirim esse relógio já estava na parede da sala e que o vendedor o deixou lá, porque naquele tempo não ficava bem levar.
Há poucos anos trouxe o relógio para minha casa em Ipanema. Mais velho do que eu, não é de admirar que ele tresande um pouco. Há uma corda para fazer andar os ponteiros e outra para fazer bater as horas. A primeira é forte, e faz o relógio se adiantar; de vez em quando alguém me chama a atenção para isso. Eu digo que essa é a hora de Cachoeiro. É comum o relógio marcar, digamos, duas e meia, e bater solenemente nove horas.
Na verdade, essa defasagem não me aborrece nada: há muito desanimei de querer as coisas deste mundo todas certinhas, e prefiro deixar que o velho relógio badale a seu bel-prazer. Sua batida é suave, como costumam ser as desses senhores antigos; e esse som me carrega para as noites mais antigas da infância. Às vezes tenho a ilusão de ouvir, no fundo, o murmúrio distante e querido do meu Itapemirim.
Pois me satisfaz a batida desse velho relógio, que marcou a morte de meu pai e, vinte anos depois, a de minha mãe; e que eu morra às quatro e quarenta da manhã, com ele marcando cinco e batendo onze, não faz mal nenhum; até é capaz de me cair bem.
(Adaptado de BRAGA, Rubem. Casa dos Braga. Rio de Janeiro: Record, 1997, p. 115/117)
A confissão tão pessoal de que essa defasagem não me aborrece nada (3º parágrafo) tem como justificativa o que se expressa em
  • A: esse relógio já estava na parede da sala.
  • B: não é de admirar que ele tresande um pouco.
  • C: Sua batida é suave
  • D: há muito desanimei de querer as coisas deste mundo todas certinhas
  • E: marcou a morte de meu pai e, vinte anos depois, a de minha mãe.

Para responder às questões de números 1 a 5, baseie-se no texto abaixo.

 

Darwin nos trópicos
Ao desembarcar no litoral brasileiro em 1832, na baía de Todos os Santos, o grande cientista Darwin deslumbrou-se com a natureza nos trópicos e registrou em seu diário: “Creio, depois do que vi, que as descrições gloriosas de Humboldt* são e sempre serão inigualáveis: mas mesmo ele ficou aquém da realidade”. Mas a paisagem humana, ao contrário, causou-lhe asco e perplexidade: “Hospedei-me numa casa onde um jovem escravo era diariamente xingado, surrado e perseguido de um modo que seria suficiente para quebrar o espírito do mais reles animal.”
O mais surpreendente, contudo, é que a revolta não o impediu de olhar ao redor de si com olhos capazes de ver e constatar que, não obstante a opressão a que estavam submetidos, a vitalidade e a alegria de viver dos africanos no Brasil traziam em si a chama de uma irrefreável afirmação da vida. Darwin chegou mesmo a desejar que o Brasil seguisse o exemplo da rebelião escrava do Haiti. Frustrou-se esse desejo de uma rebelião ao estilo haitiano, mas confirmou-se sua impressão: a África salva o Brasil
*Alexander von Humboldt (1769-1859): geógrafo, naturalista e explorador prussiano.

(Adaptado de: GIANETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 2016, p. 167/168) 
Respeitando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento do texto em:
  • A: descrições gloriosas (1o parágrafo) = impressões empenhadas.
  • B: causou-lhe asco e perplexidade (1o parágrafo) = submeteu-o a relutantes sentimentos.
  • C: suficiente para quebrar o espírito (1o paragrafo) = disponível para aquebrantar o humor.
  • D: olhos capazes de ver e constatar (2o parágrafo) = olhos dispostos a analisar e discorrer.
  • E: chama de uma irrefreável afirmação (2o parágrafo) = ardor de uma incontida positivação.

A frase abaixo em que houve troca indevida entre parônimos ou homônimos é:




  • A: "A evolução da técnica chegou ao ponto de tornar-nos inermes diante da técnica” / inertes;
  • B: “Quem aspira a grandes coisas também deve sofrer muito” / expira;
  • C: “Aquele que não deixa nada ao acaso raramente fará coisas de modo errado, mas fará pouquíssimas coisas” / ocaso;
  • D: “Fala como sábio a um ignorante e este te dirá que tens pouco bom senso” / censo;
  • E: “Ao entrar em um restaurante, todo cliente espera satisfazer desejos de ordem física e emocional. Os cardápios devem vir de encontro a essas necessidades” / ao encontro de.

Texto

Uma carta e o Natal
Este será o primeiro Natal que enfrentaremos, pródigos e lúcidos. Até o ano passado conseguimos manter o mistério — e eu amava o brilho de teus olhos quando, manhã ainda, vinhas cambaleando de sono em busca da árvore que durante a noite brotara embrulhos e coisas. Havia um rito complicado e que começava na véspera, quando eu te mostrava a estrela de onde Papai Noel viria, com seu trenó e suas renas, abarrotado de brinquedos e presentes.
Tu ias dormir e eu velava para que dormisses bem e profundamente. Tua irmã, embora menor, creio que ela me embromava: na realidade, ela já devia pressentir que Papai Noel era um mito que nós fazíamos força para manter em nós mesmos. Ela não fazia força para isso, e desde que a árvore amanhecesse florida de pacotes e coisas, tudo dava na mesma. Contigo era diferente. Tu realmente acreditavas em mim e em Papai Noel.
Na escola te corromperam. Disseram que Papai Noel era eu — e eu nem posso repelir a infâmia e o falso testemunho. De qualquer forma, pediste um acordeão e uma caneta — e fomos juntos, de mãos dadas, escolher o acordeão.
O acordeão veio logo, e hoje, quando o encontrar na árvore, já vai saber o preço, o prazo da garantia, o fabricante. Não será o mágico brinquedo de outros Natais.
Quanto à caneta, também a compramos juntos. Escolheste a cor e o modelo, e abasteceste de tinta, para “já estar pronta” no dia de Natal. Sim, a caneta estava pronta. Arrumamos juntos os presentes em volta da árvore. Foste dormir, eu quedei sozinho e desesperado.
E apanhei a caneta. Escrevi isto. Não sei, ainda, se deixarei esta carta junto com os demais brinquedos. Porque nisso tudo o mais roubado fui eu. Meu Natal acabou e é triste a gente não poder mais dar água a um velhinho cansado das chaminés e tetos do mundo.
Carlos Heitor Cony, Folha de São Paulo, 31/12/2017.
Assinale a opção que apresenta o segmento do texto que exemplifica um tipo de linguagem figurada denominada ironia.
  • A: “Na escola te corromperam. Disseram que Papai Noel era eu — e eu nem posso repelir a infâmia e o falso testemunho.”
  • B: “De qualquer forma, pediste um acordeão e uma caneta— e fomos juntos, de mãos dadas, escolher o acordeão."
  • C: “O acordeão veio logo, e hoje, quando o encontrar na árvore, já vai saber o preço, o prazo da garantia, o fabricante.”
  • D: “Não será o mágico brinquedo de outros Natais."
  • E: “...ela já devia pressentir que Papai Noel era um mito que nós fazíamos força para manter em nós mesmos.”

A frase em que está correto o emprego de um dos parônimos mandado/mandato é:
  • A: O mandado de senador dura 8 anos;
  • B: Impetrou mandato de segurança com pedido de liminar;
  • C: Não tinha mandado de busca para entrar na casa;
  • D: Todos desejavam que seu mandado de diretor acabasse;
  • E: O mandato de apreensão não havia sido expedido.

Muitas frases publicitárias ou poéticas utilizam repetições ou semelhanças fônicas a fim de melhorar o seu efeito; a frase em que essa utilização NÃO está presente é:
 
  • A: “Quem te viu, quem te vê”;
  • B: “Príncipe veste hoje o homem de amanhã”;
  • C: “O rato roeu a roupa do rei de Roma”;
  • D: “Air France: vá e volte voando”;
  • E: “Um rei fraco faz fraca a forte gente”.



O vocábulo resiliência, destacado no terceiro parágrafo, abarca o sentido de
  • A: amor incondicional que as mães têm por seus filhos.
  • B: cumplicidade partilhada por pessoas de uma mesma origem.
  • C: ressentimento que permanece após uma desilusão amorosa.
  • D: falta de amor-próprio que inibe o desenvolvimento das mulheres.
  • E: capacidade de se recompor após uma situação difícil.



Considere o seguinte trecho do primeiro parágrafo:
(1) O filme Roma está constantemente entre dois caminhos. (2) É pessoal e grandioso, popular e intelectual, tecnológico – rodado em 65 mm digital – e clássico – feito em preto e branco com a mesma ousadia dos movimentos cinematográficos das décadas de 1950 e 1960.
Um vocábulo que pode ser usado para qualificar a palavra caminhos, no sentido de explicitar a relação de sentido que se estabelece entre os períodos (1) e (2), é
  • A: contrários.
  • B: idênticos.
  • C: inviáveis.
  • D: irreais.
  • E: exagerados.

Leia o texto para responder às questões de números 03 a 07.
A arte mostra-se presente na história da humanidade desde os tempos mais remotos. Sem dúvida, ela pode ser considerada como sendo uma necessidade de expressão do ser humano, surgindo como fruto da relação homem/mundo. Por meio da arte a humanidade expressa suas necessidades, crenças, desejos, sonhos. Todos têm uma história, que pode ser individual ou coletiva. As representações artísticas nos oferecem elementos que facilitam a compreensão da história dos povos em cada período.
(Rosane K. Biesdorf e Marli F. Wandscheer. Arte, uma necessidade humana: função social e educativa. Itinerarius reflectionis.)
Está empregado com sentido figurado o vocábulo destacado no trecho
  • A: ... desde os tempos mais remotos.
  • B: ... surgindo como fruto da relação homem/mundo.
  • C: Todos têm uma história...
  • D: ... elementos que facilitam a compreensão...
  • E: ... compreensão da história dos povos...

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