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A expressão “consonância elucidativa” (linha 10) significa no contexto sentido mais claro, mais acurado.
  • A: Certo
  • B: Errado









           A “sociedade do espetáculo” mostrou seu caráter de sensacionalidade. […] Hoje, não somos mais apenas regidos por imagens, mas verdadeiramente dominados em nosso corpo, por meio de sensações que nos atingem de fora para dentro. […]

 







           O capitalismo descobriu o mundo da sensação e passou a reger a vida em sociedade, por meio da administração dos sentidos, de táticas de excitação. Vivemos, como ratos de laboratório, frangos criados sob lâmpadas, excitados peio cinema e pela televisão que nos capturam e acomodam ao seu sistema. Em termos bem simples, vivemos ansiosos, nervosos, […] e, sobretudo, loucos por emoções. Nas telas de celular, cultuamos a comunicação vazia, vivemos a emissão de expressão deturpada. Viciados em telinhas à mão, coisa que aprendemos com as grandes telas de cinema e televisão, sem consciência de que a excitação cura a excitação. A substância que nos tira a paz é a mesma que nos traz a paz, como nos ensina qualquer vício. Estresse digital será a doença do futuro.

 





           A “sociedade fissurada”, em sentido filosófico, se define pela relação com o absoluto que se dá tanto por meio das drogas como substâncias físicas, quanto com Deus e outras idéias que se apresentam como substâncias metafísicas. Nesse contexto, estamos todos “chapados” porque, se estamos fissurados, isso quer dizer que, se havia algo, ele escapa pela fissura. Não temos como “reter” alguma coisa; por exemplo, nosso eu. Chapados, somos uma superfície plana quando antes éramos um organismo com alguma coisa dentro, quem sabe a alma.

 








           O preconceito tem a estrutura de nossa relação com a substância, dependemos dele, ficamos como que viciados em idéias e discursos prontos que não passam pelo crivo da reflexão. Repetimos compulsivamente idéias prontas como quem busca o incomparável prazer da primeira vez. O prazer da linguagem que, desacompanhado de pensamento, não existe. Caímos no uso abusivo da linguagem como se ela não gerasse comprometimentos e responsabilidades. […]

 




           Como um grande platô por onde tudo escorrega, a sociedade atual tem um caráter chapado reproduzido em seus indivíduos. As “platitudes” fazem sucesso como mercadoria e serviços: da autoajuda às músicas e filmes da indústria cultural que nada dizem, todos estão apaixonados, emocionados com clichês. O procedimento de copy-paste é o que comanda o mundo da linguagem sem idéias que sustenta as redes sociais e a televisão. O sujeito da sociedade chapada é sem fundo e sem relevo, sem dobras nem reentrâncias. Um sujeito do “irrelevante” transformado em capital. A intimidade, a interioridade, a alma, que dependiam da ideia de profundidade, tornaram-se assuntos caducos. Só o estilo, o fashion, o cool definem seu sentido. Desatentos a esses acontecimentos, nos tornamos escorregadios. Deixamos para trás o caráter que, na era anterior, foi forjado a duras penas.

 





           O consumismo torna-se o padrão de toda ação, até dos atos de fala. A reprodutibilidade sem fim de pensamentos vazios, de emoções e ações cuja função é apenas perpetuar o sistema, tudo o que possa evitar o questionamento – ele mesmo um perfurador de superfícies – é o que nos resta.

 







                                         TIBURI, Mareia. Chapados: sobre o uso abusivo da linguagem. Disponível em . Acesso em 05 nov, 2018. Com adaptações.

 












 Fissura –
1. pequena abertura longitudinal em fenda, rachadura, sulco.
2. Ter grande apego ou paixão por; ficar apaixonado por. copy-paste – copiar e colar, cool – legal, bacana. Platô-





1 – Palco de um teatro.
2 – Estúdio de cinema ou de televisão.
3 – Planalto.

 






Que opção apresenta uma palavra que substitui o termo destacado no trecho “Um sujeito do '‘irrelevante” transformado em capital.” (5°§), sem alterar o sentido?
 



  • A: Dispensável.
  • B: Impertinente.
  • C: Incoerente.
  • D: Escasso.
  • E: Instigante.










Acerca das ideias e dos sentidos do texto 1A12-I, julgue o seguinte item.

A palavra “espinhosa” (l.11) foi empregada no texto com o sentido de árdua, difícil.

  • A: Certo
  • B: Errado










No que concerne aos aspectos linguísticos e aos sentidos do texto 1A1-I, julgue o seguinte item.

A palavra “ligeiro” (l.8) foi empregada no texto com o sentido de brando.

  • A: Certo
  • B: Errado

As palavras “extático” (1º parágrafo) e “brete” (15º parágrafo) significam, respectivamente:
  • A: parado e local onde se vacina o gado.
  • B: em êxtase, local onde se cria o gado.
  • C: absorto, local onde se cria o gado.
  • D: parado e local onde se mata o gado.
  • E: absorto, local onde se abate o gado.








Assinale a alternativa cuja palavra ou expressão entre parênteses NÃO substitui corretamente a anterior a ela.
  • A: “O movimento, seguramente (certamente), não é homogêneo (uniforme): possui tendências mais ou menos politizadas...” (ℓ. 72 a 74)
  • B: “O rap de caráter mais comercial passou então (desse modo) a ser amplamente difundido (divulgado) pelo país...” (ℓ. 60 a 62)
  • C:Por volta de (Em meados de) 1982, o rap chegou ao Brasil, fixando-se, sobretudo (exclusivamente) em São Paulo.” (ℓ. 56 e 57)
  • D: “E outra ainda, talvez hegemônica (predominante), já assimilada (absorvida) pelo mercado, que reproduz o modelo de comportamento...” (ℓ. 77 a 79)

[Valores da propaganda]
 


          Na sociedade moderna, a mesma voz que prega sobre as coisas superiores da vida, tais como a arte, a amizade ou a religião, exorta o ouvinte a escolher uma determinada marca de sabão. Os panfletos sobre como melhorar a linguagem, como compreender a música, como ajudar-se etc. são escritos no mesmo estilo de propaganda que exalta as vantagens de um laxativo. Na verdade, um redator hábil pode ter escrito qualquer um deles.


          Na altamente desenvolvida divisão de trabalho, a expressão tornou-se um instrumento utilizado pelos técnicos a serviço do mercado. Um romance é escrito tendo-se em mente as suas possibilidades de filmagem, uma sinfonia ou poema são compostos com um olho no seu valor de propaganda. Outrora pensava-se que cada expressão, palavra, grito ou gesto tivesse um significado intrínseco; hoje é apenas um incidente em busca de visibilidade.


                             (Adaptado de: HORKHEIMER, Max. Eclipse da razão. Trad. Sebastião Uchoa Leite. Rio de Janeiro: Editorial Labor do Brasil, 1976, p. 112)


No contexto, relacionam-se numa oposição de sentido os segmentos:

  • A: exorta o ouvinte / exalta as vantagens (1º parágrafo).
  • B: as coisas superiores da vida / como melhorar a linguagem (1º parágrafo).
  • C: Um romance é escrito / uma sinfonia ou poema são compostos (2º parágrafo).
  • D: instrumento utilizado pelos técnicos / valor de propaganda (2º parágrafo).
  • E: um significado intrínseco / um incidente em busca de visibilidade (2º parágrafo).

Educação familiar
 


           A família cumpre cada vez menos a sua função de instituição de aprendizagem e educação. Ouve-se dizer hoje, repetidamente, o mesmo a respeito dos filhos de famílias das camadas superiores da sociedade, “nada trouxeram de casa”. Os professores universitários comprovam até que ponto é escassa a formação substancial, realmente experimentada pelos jovens, que possa ser considerada como pré-adquirida.


           Mas isso depende do fato de que a formação cultural perdeu a sua utilidade prática. Mesmo que a família ainda se esforçasse por transmiti-la, a tentativa estaria condenada ao fracasso porque, com a certeza dos bens familiares hereditários, esvaziaram-se alguns motivos de insegurança e sentimento de desproteção. Por parte dos filhos, a tendência atual consiste em furtarem-se a essa educação, que se apresenta como uma introversão inoportuna, e em orientarem-se, de preferência, pelas exigências da chamada “vida real”.


          O momento específico da renúncia pessoal, que hoje mutila os indivíduos, impedindo a individuação, não é a proibição familiar, ou não o é inteiramente, mas a frieza, a indiferença tanto mais penetrante quanto mais desagregada e vulnerável a família se torna.


                               (Adaptado de: HORKHEIMER, Max, e ADORNO, Theodor (orgs.). Temas básicos da Sociologia. São Paulo: Cultrix, 1973, p. 143)


Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento em:


  • A: a sua função de instituição (1º parágrafo) = a sua identidade funcional
  • B: é escassa a formação substancial (1º parágrafo) = é substanciosa a escassez formativa
  • C: esvaziaram-se alguns motivos (2º parágrafo) = restringiram-se certos pretextos
  • D: consiste em furtarem-se (2º parágrafo) = reside em se esquivarem
  • E: impedindo a individuação (3º parágrafo) = expurgando o individualismo


Conversa entreouvida na antiga Atenas






           Ao ver Diógenes ocupado em limpar vegetais ao pé de um chafariz, o filósofo Platão aproximou-se do filósofo rival e alfinetou: “Se você fizesse corte (*) a Dionísio, rei de Siracusa, não precisaria lavar vegetais”. E Diógenes, no mesmo tom sereno, retorquiu: “É verdade, Platão, mas se você lavasse vegetais você não estaria fazendo a corte a Dionísio, rei de Siracusa.”

(*) fazer corte = cortejar, bajular, lisonjear



                                                                  (Adaptado de: GIANETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 2016, p. 92)

Platão alfinetou Diógenes, e este retorquiu com serenidade.

A frase acima manterá seu sentido básico caso se substituam os elementos sublinhados, respectivamente, por:





  • A: redarguiu − correspondeu − harmonia
  • B: provocou − replicou − tranquilidade
  • C: incitou − devolveu − presteza
  • D: recriminou − interpôs − dignidade
  • E: perturbou − rebateu − animosidade


                                                                       O paradoxo da promessa

 






          Em que circunstâncias alguém se exalta e defende com ardor uma opinião? “Ninguém sustenta fervorosamente que 7 x 8 = 56, pois se pode demonstrar que isso é uma verdade”, observa Bertrand Russel. O ânimo persuasivo só recrudesce e lança mão das artes e artimanhas da retórica apaixonada quando se trata de incutir opiniões que são duvidosas ou demonstravelmente falsas.


          O mesmo vale para o ato de prometer alguma coisa. O simples fato de que uma promessa precisa ser feita com toda a ênfase indica a existência de dúvida quanto à sua concretização. Só prometemos acerca do que exige um esforço extra da vontade. E quanto mais solene ou enfática a promessa – “Te juro, meu amor, agora é pra valer!” – mais duvidosa ela é: protesting too much (‘proclamar excessivo’), como dizem os ingleses. “Só os deuses podem prometer, porque são imortais”, adverte o poeta.






                                                                         (Adaptado de: GIANETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 2016, p. 26)



Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento do texto em:






  • A: se exalta e defende com ardor (1° parágrafo) = arrebata-se e sustenta com paixão.
  • B: ânimo persuasivo só recrudesce (1° parágrafo) = intenção retórica só se arrefece.
  • C: lança mão das artes e artimanhas (1° parágrafo) = exclui a força artesanal convincente.
  • D: dúvida quanto à sua concretização (2° parágrafo) = projeção da fé em sua efetividade.
  • E: quanto mais solene ou enfática (2° parágrafo) = tanto mais sincera quanto consciente.

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