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Foram encontradas 26 questões.
O texto machadiano abaixo que NÃO mostra uma quebra de paralelismo semântico é:
  • A: Minha mãe era uma senhora fraca; temente às trovoadas e ao marido;
  • B: O Vilaça levava nos olhos umas chispas de vinho e de volúpia;
  • C: Viviam do amor e da bolsa do pai, inesgotáveis ambos;
  • D: Vivia de lembranças e saudades por todo o ano;
  • E: Marcela amou-me durante quinze dias e onze contos de réis.

Assinale a opção em que ocorre paralelismo sintático.
  • A: As palavras são a mágica da mente; comida, a do corpo, e a música é a mágica da alma.
  • B: As coisas não acontecem simplesmente, elas são feitas para acontecer.
  • C: Prefiro a mente aberta por um milagre do que a mente fechada por uma crença.
  • D: Os dez mandamentos são bem conhecidos, bem compreendidos, mas mal vividos.
  • E: Diga “sim” sempre que possível e “não” quando necessário.

As frases a seguir mostram termos sublinhados que retomam termos anteriores. Assinale a frase em que o tipo de retomada está corretamente identificado.
  • A: Luís Filipe acaba de comprar três esferográficas, dois lápis e folhas de papel pautado. Ele necessita desses artigos para suas anotações arqueológicas. / Sinônimo.
  • B: Cristiane comprou recentemente novos patins. Os seus velhos já não cabiam mais. / Hiperônimo.
  • C: Desde alguns anos, nos foram indicados vários produtos para substituírem a aspirina. Entretanto esse medicamento permanece eficaz em muitas circunstâncias. / Grupo nominal.
  • D: A mulher ocupa mais e mais seu lugar em nossa sociedade. Não é raro ver mulheres ocupando cargos de chefia. / Repetição de termos com flexão diferente.

Texto 1 A9-I



A situação carcerária é uma das questões mais complexas da realidade social brasileira. O retrato das prisões no Brasil desafia o sistema de justiça penal, a política criminal e a política de segurança pública. O equacionamento de seus problemas exige, necessariamente, o envolvimento dos três Poderes da República, em todos os níveis de Federação, além de se relacionar diretamente com o que a sociedade espera do Estado como agente de pacificação social.

Diante dessa complexidade, parece acertado descartar qualquer solução que se apresente como uma panaceia, seja no âmbito legislativo, seja no administrativo, seja no judicial. No entanto, isso não significa que nada possa ser feito. Ao contrário, a magnitude do problema exige que os operadores jurídicos, os gestores públicos e os legisladores intensifiquem seus esforços na busca conjunta de soluções e estratégias inteligentes, e não reducionistas, aptas a nos conduzir à construção de horizontes mais alentadores.

Os problemas do sistema penitenciário que se concretizam em nosso país devem nos conduzir a profundas reflexões, sobretudo em uma conjuntura em que o perfil das pessoas presas é majoritariamente de jovens negros, de baixa escolaridade e de baixa renda. Além da necessidade de construção de vagas para o sistema prisional, é preciso analisar a "qualidade" das prisões efetuadas e o perfil das pessoas que têm sido encarceradas, para que seja possível problematizar a "porta de entrada" e as práticas de gestão dos serviços penais. desde a baixa aplicação de medida cautelares e de alternativas penais até a organização das diversas rotinas do cotidiano das unidades prisionais.

A necessária busca por alternativas penais tão ou mais eficazes que o encarceramento é um desafio de alta complexidade que depende de estreita articulação entre os órgãos do sistema de justiça criminal. Nesse sentido, têm sido extremamente interessantes os resultados da implantação das audiências de custódia, objeto de acordo de cooperação entre o Ministério da Justiça e o Conselho Nacional de Justiça, que consistem na garantia da rápida apresentação da pessoa presa a um juiz no caso de prisão em flagrante. Na audiência, são ouvidas as manifestações do Ministério Público, da Defensoria Pública ou do advogado da pessoa presa. Além de analisar a legalidade e a necessidade da prisão, o juiz pode verificar eventuais ocorrências de tortura ou de maus-tratos.

A humanização das condições carcerárias depende da promoção de um modelo intersetorial de políticas públicas de saúde, de educação, de trabalho, de cultura, de esporte, de assistência social e de acesso à justiça. Para que esses serviços alcancem as pessoas que se encontram nos presídios brasileiros, as políticas devem ser implementadas pelos gestores estaduais especializados nas diferentes temáticas sociais governamentais. Já se sabe que é inadequado o modelo de “instituição total”, que desafia unicamente o gestor prisional a improvisar arranjos de serviços para o ambiente intramuros, de forma frágil e desconectada das políticas sociais do Estado. Esse passo parece ser decisivo para reconhecermos, de fato, a pessoa privada de liberdade e o egresso como sujeitos de direitos.

Tatiana W. de Moura e Natália C. T. Ribeiro.

Levantamento nacional de informações penitenciárias (INFOPEN).

Ministério da Justiça, 2014 (com adaptações).

No texto 1 A9-I, o segmento "de soluções e estratégias inteligentes" (último período do segundo parágrafo) exerce a mesma função sintática que
  • A: "do Estado" (final do primeiro parágrafo).
  • B: "à construção de horizontes mais alentadores" (final do segundo parágrafo).
  • C: "das políticas sociais do Estado" (penúltimo período do último parágrafo).
  • D: “de estreita articulação” (primeiro período do quarto parágrafo).
  • E: “a improvisar arranjos de serviços” (penúltimo período do último parágrafo).

Texto CB1A1-I


Hoje, como outrora, o riso tem uma multidão de significações possíveis, que vão da zombaria sarcástica que exclui à complexidade amigável que censura. Ele pode ser bom, mau ou neutro. Como fenômeno natural, o riso parece ter evoluído pouco, a não ser no sentido de ter-se adquirido maior controle do espírito. Nós rimos mais baixo e de maneira menos desenfreada que nossos ancestrais, o que não surpreende ninguém.

Contudo, além dessas alterações de forma superficial, foi o lugar do riso, na vida e na sociedade, que mudou, assim como o discurso sobre o riso, a maneira como ele é interpretado, analisado, percebido. O fato de lhe terem consagrado numerosos tratados, em todas as épocas, demonstra, ao menos, que todas as sociedades lhe conferiram um lugar importante, e a maneira como ele foi percebido é reveladora das grandes variações de mentalidade.

Ao contrário do que sempre se escuta, os motivos de hilaridade quase não mudaram. Rimos hoje quase das mesmas coisas que antigamente. As técnicas variaram, mas sempre rimos para zombar de nós, para acalmar nosso medo, para manifestar nossa simpatia, para reforçar nossos vínculos e para excluir. O simples enunciado dos motivos mostra que o riso é plural. Os risos são muito diferentes e sempre o foram.


Georges Minois. História do riso e do escárnio. Tradução de Maria Elena Ortiz Assumpção. São Paulo: Editora UNESP, 2003, p. 629-630 (com adaptações).
Considerando os aspectos linguísticos do texto CB1A1-I, julgue o item que se segue.





No último período do primeiro parágrafo, a expressão “de maneira menos desenfreada” poderia ser substituída, sem prejuízo da correção gramatical e dos sentidos do texto, por menos desenfreado, mantendo-se, assim, o paralelismo sintático com o termo “baixo”.
  • A: Certo
  • B: Errado

Texto CG2A1-II


Estima-se que 12 bilhões de dias de trabalho são perdidos anualmente por causa da depressão e da ansiedade, custando à economia mundial quase 1 trilhão de dólares. Os dados são do relatório Diretrizes sobre Saúde Mental no Trabalho, publicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em setembro de 2022, e confirmam a necessidade de se trazer o debate ainda mais à tona. Na mesma época, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) publicou uma nota conjunta com a OMS, na qual as novas diretrizes são explicadas por meio de estratégias práticas para governos, empregadores, trabalhadores e suas organizações, nos setores públicos e privados. “De acordo com as diretrizes globais, 60% da população mundial trabalha e esse trabalho pode impactar a saúde mental tanto de forma positiva quando negativa. As diretrizes também apontam questões importantes referentes à inserção e à permanência de pessoas com problemas de saúde mental no mercado de trabalho. Além do estigma e das barreiras que essas pessoas vivenciam para ingressar no mercado de trabalho, a ausência de estruturas de suporte afeta a sustentação das atividades laborais”, explica a consultora nacional de saúde mental da OMS, Cláudia Braga.
De acordo com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), em 2022, 209.124 mil pessoas foram afastadas do trabalho por transtornos mentais, entre depressão, distúrbios emocionais e Alzheimer, enquanto, em 2021, foram registrados 200.244 afastamentos. “Esse cenário nos mostra a importância de discutirmos essas questões e esperamos que essas diretrizes possam nortear os debates sobre as responsabilidades dos diferentes atores, de modo a mobilizarmos esforços para prevenir os impactos negativos do trabalho na saúde mental, promover e proteger a saúde mental e o bem-estar dos trabalhadores e trabalhadoras, assim como dar suporte às pessoas com problemas de saúde mental para que tenham seus direitos garantidos”, afirma a consultora da OMS.

Erika Farias. Alertas globais chamam a atenção para o papel do trabalho na saúde mental. Internet: (com adaptações).
No que se refere a aspectos linguísticos do texto CG2A1-II, julgue o seguinte item.





A substituição da expressão “essas pessoas” (último período do primeiro parágrafo) por elas preservaria a coesão textual e a correção gramatical do parágrafo.
  • A: Certo
  • B: Errado

O paralelismo sintático é uma das convenções estabelecidas para a escrita oficial. A frase cuja organização sintática está plenamente de acordo com essa convenção é:
  • A: É muito salutar que as pessoas se programem em relação à saúde e financeiramente.
  • B: O mundo financeiro, hoje, facilita o acesso ao crédito e leva ao endividamento progressivo.
  • C: Nossa vida financeira é saudável quando possibilita equilíbrio, segurança e que realizemos nossos sonhos.
  • D: A educação financeira orienta-nos na revisão de gastos excessivos e que comprometem nosso orçamento.
  • E: Os especialistas aconselham as escolas a promoverem momentos de discussão sobre educação financeira com os pais dos alunos e que ofereçam aulas sobre o tema para os alunos.

E tinha a cabeça cheia deles

Todos os dias, ao primeiro sol da manhã, mãe e filha sentavam-se na soleira da porta. E deitada a cabeça da filha no colo da mãe, começava esta a catar-lhe piolhos.

Os dedos ágeis conheciam sua tarefa. Como se vissem, patrulhavam a cabeleira separando mechas, esquadrinhando entre os fios, expondo o claro azulado do couro. E na alternância ritmada de suas pontas macias, procuravam os minúsculos inimigos, levemente arranhando com as unhas, em carícia de cafuné.

Com o rosto metido no escuro pano da saia da mãe, vertidos os cabelos sobre a testa, a filha deixava-se ficar enlanguescida, enquanto a massagem tamborilada daqueles dedos parecia penetrar-lhe a cabeça, e o calor crescente da manhã lhe entrefechava os olhos.

Foi talvez devido à modorra que a invadia, entrega prazerosa de quem se submete a outros dedos, que nada percebeu naquela manhã – a não ser, talvez, uma leve pontada – quando a mãe, devassando gulosa o secreto reduto da nuca, segurou seu achado entre polegar e indicador e, puxando-o ao longo do fio negro e lustroso em gesto de vitória, extraiu-lhe o primeiro pensamento.

(COLASANTI, Marina. Contos de amor rasgados. Rio de Janeiro: Rocco, 1986.)

O termo em destaque tem sua relação semântica indevidamente identificada em:
  • A:Os dedos ágeis conheciam sua tarefa.” (2º§) – propriedade
  • B:Foi talvez devido à modorra que a invadia, [...]” (4º§) – possibilidade
  • C: “[...] mãe e filha sentavam-se na soleira da porta.” (1º§) – acrescentamento
  • D: “[...] levemente arranhando com as unhas, em carícia de cafuné.” (2º§) – finalidade
  • E: “[...] quando a mãe, devassando gulosa o secreto reduto da nuca, [...]” (4º§) – temporalidade

Observe a frase: “O pavão de hoje é o espanador de amanhã” (anônimo).
Assinale a frase que não repete a mesma relação semântica entre as palavras sublinhadas desse pensamento.
  • A: A árvore de hoje é o papel de amanhã.
  • B: O menor de hoje é o delinquente de amanhã.
  • C: O manuscrito de hoje é o livro de amanhã.
  • D: O leite de hoje é o queijo de amanhã.
  • E: O menino de hoje é o adulto de amanhã.

Assinale a alternativa que indica corretamente a relação sintático-semântica mantida entre as partes do texto.
  • A: “Não apenas porque o isolamento mina nossas forças / mas porque nunca estamos inteiramente sós”. (Consequência).
  • B: “O encontro com o outro pode confirmar nossas péssimas expectativas / mas também pode nos surpreender”. (Concessão).
  • C: “Quando o outro nos deixa / nos expõe a um dos maiores entraves de qualquer relação”. (Tempo).
  • D: “Se a intenção for dar conta da experiência da vida apoiado na capacidade de atribuir-lhe sentido / melhor enfiar a viola no saco”. (Adição).
  • E: “Vida sem sofrimento não tem / mas há formas piores e melhores de encará-lo” (Adição).

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