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1. A ideia do triunfo da democracia ficou associada à obra de Francis Fukuyama. Em controverso ensaio publicado nos anos 1980, Fukuyama afirmava que o encerramento da Guerra Fria levaria à “universalização da democracia liberal ocidental como forma definitiva de governo humano”. O triunfo da democracia, proclamou numa frase que veio a condensar o otimismo de 1989, marcaria o “fim da história”.
2. Muitos criticaram Fukuyama por sua suposta ingenuidade. Alguns alegavam que a democracia liberal estava longe de ser implementada em larga escala, porquanto muitos países se mostrariam resistentes a essa ideia importada do Ocidente. Outros afirmavam que era cedo para prever que tipo de avanço a engenhosidade humana seria capaz de conceber: talvez a democracia liberal fosse apenas o prelúdio de outras formas de governo, mais justas e esclarecidas.
3. A despeito das críticas sofridas, o pressuposto fundamental de Fukuyama se revelou de enorme influência. A maioria dos cientistas políticos acreditava que a democracia liberal permaneceria inabalável em certos redutos, ainda que o sistema não triunfasse no mundo todo. Na verdade, a maior parte dos cientistas políticos, embora evitando fazer grandes generalizações sobre o fim da história, chegou mais ou menos à mesma conclusão de Fukuyama.
4. Impressionados com a estabilidade das democracias ricas, cientistas políticos começaram a conceber a história do pós-guerra como um processo de consolidação democrática. Para sustentar uma democracia duradoura, o país devia atingir níveis altos de riqueza e educação. Tinha de construir uma sociedade civil forte e assegurar a neutralidade de instituições de Estado fundamentais. Todos esses objetivos frequentemente se revelaram fugidios. Mas a recompensa que acenava no horizonte era tão valiosa quanto perene. A consolidação democrática, segundo essa visão, era uma via de mão única.
(Adaptado de: MOUNK, Yascha. O povo contra a democracia. Trad. Cássio de Arantes Leite e Débora Landsberg. São Paulo: Companhia das Letras, 2018, edição digital.)
Está correta a redação do seguinte comentário:
  • A: Tem se revelado estáveis em diferentes regiões do mundo, democracias consolidadas com o fim da Segunda Guerra Mundial.
  • B: Acompanham períodos de estabilidade democrática, um rápido aumento no padrão de vida, o que alimenta nos cidadãos a esperança de um futuro promissor.
  • C: Alguns questionam se a deterioração de determinadas condições econômicas colocam em risco as conquistas demo cráticas de uma nação.
  • D: Cientistas políticos questionam, se a estabilidade pregressa da democracia teria sido ocasionada por certas condições que atualmente já não se vê.
  • E: Observam-se, desde o advento das democracias modernas, melhorias crescentes nas condições socioeconômicas da população.

1. A ideia do triunfo da democracia ficou associada à obra de Francis Fukuyama. Em controverso ensaio publicado nos anos 1980, Fukuyama afirmava que o encerramento da Guerra Fria levaria à “universalização da democracia liberal ocidental como forma definitiva de governo humano”. O triunfo da democracia, proclamou numa frase que veio a condensar o otimismo de 1989, marcaria o “fim da história”.
2. Muitos criticaram Fukuyama por sua suposta ingenuidade. Alguns alegavam que a democracia liberal estava longe de ser implementada em larga escala, porquanto muitos países se mostrariam resistentes a essa ideia importada do Ocidente. Outros afirmavam que era cedo para prever que tipo de avanço a engenhosidade humana seria capaz de conceber: talvez a democracia liberal fosse apenas o prelúdio de outras formas de governo, mais justas e esclarecidas.
3. A despeito das críticas sofridas, o pressuposto fundamental de Fukuyama se revelou de enorme influência. A maioria dos cientistas políticos acreditava que a democracia liberal permaneceria inabalável em certos redutos, ainda que o sistema não triunfasse no mundo todo. Na verdade, a maior parte dos cientistas políticos, embora evitando fazer grandes generalizações sobre o fim da história, chegou mais ou menos à mesma conclusão de Fukuyama.
4. Impressionados com a estabilidade das democracias ricas, cientistas políticos começaram a conceber a história do pós-guerra como um processo de consolidação democrática. Para sustentar uma democracia duradoura, o país devia atingir níveis altos de riqueza e educação. Tinha de construir uma sociedade civil forte e assegurar a neutralidade de instituições de Estado fundamentais. Todos esses objetivos frequentemente se revelaram fugidios. Mas a recompensa que acenava no horizonte era tão valiosa quanto perene. A consolidação democrática, segundo essa visão, era uma via de mão única.
(Adaptado de: MOUNK, Yascha. O povo contra a democracia. Trad. Cássio de Arantes Leite e Débora Landsberg. São Paulo: Companhia das Letras, 2018, edição digital.)
Quanto à pontuação e ao emprego de crase, está plenamente correta a frase que se encontra em:
  • A: O fim da Guerra Fria traria como forma definitiva de governo, à universalização da democracia liberal ocidental.
  • B: Atrelada às necessidades de construir uma sociedade civil forte, havia a necessidade de assegurar a neutralidade de instituições de Estado fundamentais.
  • C: O sistema político se estabilizava, à medida que, um país passava a ser rico e, ao mesmo tempo, democrático.
  • D: Cientistas políticos, impressionados com à estabilidade sem paralelo das democracias ricas viram no pós-guerra um período de consolidação democrática.
  • E: A controversa obra de Francis Fukuyama associou-se, no pensamento político, à ideais do triunfo da democracia.

1. A ideia do triunfo da democracia ficou associada à obra de Francis Fukuyama. Em controverso ensaio publicado nos anos 1980, Fukuyama afirmava que o encerramento da Guerra Fria levaria à “universalização da democracia liberal ocidental como forma definitiva de governo humano”. O triunfo da democracia, proclamou numa frase que veio a condensar o otimismo de 1989, marcaria o “fim da história”.
2. Muitos criticaram Fukuyama por sua suposta ingenuidade. Alguns alegavam que a democracia liberal estava longe de ser implementada em larga escala, porquanto muitos países se mostrariam resistentes a essa ideia importada do Ocidente. Outros afirmavam que era cedo para prever que tipo de avanço a engenhosidade humana seria capaz de conceber: talvez a democracia liberal fosse apenas o prelúdio de outras formas de governo, mais justas e esclarecidas.
3. A despeito das críticas sofridas, o pressuposto fundamental de Fukuyama se revelou de enorme influência. A maioria dos cientistas políticos acreditava que a democracia liberal permaneceria inabalável em certos redutos, ainda que o sistema não triunfasse no mundo todo. Na verdade, a maior parte dos cientistas políticos, embora evitando fazer grandes generalizações sobre o fim da história, chegou mais ou menos à mesma conclusão de Fukuyama.
4. Impressionados com a estabilidade das democracias ricas, cientistas políticos começaram a conceber a história do pós-guerra como um processo de consolidação democrática. Para sustentar uma democracia duradoura, o país devia atingir níveis altos de riqueza e educação. Tinha de construir uma sociedade civil forte e assegurar a neutralidade de instituições de Estado fundamentais. Todos esses objetivos frequentemente se revelaram fugidios. Mas a recompensa que acenava no horizonte era tão valiosa quanto perene. A consolidação democrática, segundo essa visão, era uma via de mão única.
(Adaptado de: MOUNK, Yascha. O povo contra a democracia. Trad. Cássio de Arantes Leite e Débora Landsberg. São Paulo: Companhia das Letras, 2018, edição digital.)
Considerado o contexto, exprime noção de finalidade o segmento que se encontra em:
  • A: Para sustentar uma democracia duradoura... (4º parágrafo)
  • B: ... ainda que o sistema não triunfasse no mundo todo... (3º parágrafo)
  • C: A despeito das críticas sofridas... (3º parágrafo)
  • D: ... porquanto muitos países se mostrariam resistentes a essa ideia... (2º parágrafo)
  • E: ... embora evitando fazer grandes generalizações sobre o fim da história... (3º parágrafo)

1. La Lettre − O centésimo aniversário de Claude Lévi-Strauss e a grande atenção que suscita revelam a posição excepcional que ocupa o autor de Tristes trópicos, uma das grandes figuras do pensamento do século XX. Qual é o papel de Lévi-Strauss?
2. Eduardo Viveiros de Castro − Lévi-Strauss é um intelectual que excede amplamente o quadro de sua disciplina, embora tenha sempre se preocupado em só falar como antropólogo. Lévi-Strauss é uma referência de seu tempo.
3. La Lettre − Tristes trópicos se apresenta como um testemunho nostálgico de um mundo que está em via de desaparecer, uma vez que a assim chamada civilização destrói a diversidade cultural e os biótopos.
4. Eduardo Viveiros de Castro − Lévi-Strauss parece pensar que a espécie está vivendo seus últimos séculos, visto que causa danos irreversíveis ao meio ambiente. Nossa espécie já enfrentou situações piores. Contudo, há motivo para inquietação. Como gerir a expansão demográfica neste momento em que a superpopulação oferece um perigo para nós mesmos? Talvez estejamos diante de um impasse antropológico, que é também biológico. A distinção entre natureza e cultura se apagou: se havia dúvida sobre o fato de essas duas “ordens” estarem imbricadas, agora não há mais. Vemos que a cultura é uma força natural, e que a natureza está envolvida em redes culturais. Portanto, é absurdo tentar distingui-las. Talvez sejamos a única espécie em risco de se extinguir sabendo disso de antemão. Concomitantemente, no campo da ficção científica vai se desenvolvendo todo um imaginário em torno da salvação da espécie. A ficção científica é a metafísica popular do nosso tempo, nossa nova mitologia.
Lévi-Strauss insistia na convergência entre o pensamento selvagem e a vanguarda da ciência. Parece que o mais primitivo e o mais avançado se juntam desde o auge da modernidade.
(Trecho adaptado de entrevista com Eduardo Viveiros de Castro. Disponível em: www.scielo.br)
Está clara e correta a redação deste livre comentário:
  • A: Existe sociedades cuja atitude em relação a história é muito diferente daquela considerada correta pela ocidental.
  • B: Não há por que supor que todas as sociedades entendam os conceitos de natureza e cultura da mesma maneira.
  • C: Obras de ficção científica tem sido considerado um recurso facilitador para o ensino de ciências.
  • D: Costuma ser associado à avanços tecnológicos do século XX o aumento elevado e incessante da população.
  • E: É provável que todos intuam de que a perda de sustentabilidade em ambientes naturais podem se tornar irreversíveis.

1. La Lettre − O centésimo aniversário de Claude Lévi-Strauss e a grande atenção que suscita revelam a posição excepcional que ocupa o autor de Tristes trópicos, uma das grandes figuras do pensamento do século XX. Qual é o papel de Lévi-Strauss?
2. Eduardo Viveiros de Castro − Lévi-Strauss é um intelectual que excede amplamente o quadro de sua disciplina, embora tenha sempre se preocupado em só falar como antropólogo. Lévi-Strauss é uma referência de seu tempo.
3. La Lettre − Tristes trópicos se apresenta como um testemunho nostálgico de um mundo que está em via de desaparecer, uma vez que a assim chamada civilização destrói a diversidade cultural e os biótopos.
4. Eduardo Viveiros de Castro − Lévi-Strauss parece pensar que a espécie está vivendo seus últimos séculos, visto que causa danos irreversíveis ao meio ambiente. Nossa espécie já enfrentou situações piores. Contudo, há motivo para inquietação. Como gerir a expansão demográfica neste momento em que a superpopulação oferece um perigo para nós mesmos? Talvez estejamos diante de um impasse antropológico, que é também biológico. A distinção entre natureza e cultura se apagou: se havia dúvida sobre o fato de essas duas “ordens” estarem imbricadas, agora não há mais. Vemos que a cultura é uma força natural, e que a natureza está envolvida em redes culturais. Portanto, é absurdo tentar distingui-las. Talvez sejamos a única espécie em risco de se extinguir sabendo disso de antemão. Concomitantemente, no campo da ficção científica vai se desenvolvendo todo um imaginário em torno da salvação da espécie. A ficção científica é a metafísica popular do nosso tempo, nossa nova mitologia.
Lévi-Strauss insistia na convergência entre o pensamento selvagem e a vanguarda da ciência. Parece que o mais primitivo e o mais avançado se juntam desde o auge da modernidade.
(Trecho adaptado de entrevista com Eduardo Viveiros de Castro. Disponível em: www.scielo.br)
Nossa espécie já enfrentou situações piores. Contudo, há motivo para inquietação.
Mantendo-se as relações de sentido, as frases acima articulam-se com correção, em um único período, do seguinte modo:
  • A: Não haveria motivo, para inquietação, caso já não tivessem enfrentado situações piores.
  • B: Como nossa espécie já enfrentara situações piores, há motivo para inquietação.
  • C: Apesar de nossa espécie já ter enfrentado situações piores, há motivo para inquietação.
  • D: Há motivo para inquietação, eis que situações piores já enfrentaram nossa espécie.
  • E: Há motivo para inquietação, por conseguinte, nossa espécie já enfrentou situações piores.


Assinale a opção que apresenta uma expressão temporal que marca fato anterior aos acontecimentos da narrativa do texto 1A2-II.
  • A: “dez da manhã” (linha 3)
  • B: “aos sessenta e quatro anos” (linha 7)
  • C: “doze anos” (linha 12)
  • D: "até a morte” (linha 29)
  • E: “de repente” (linha 30)



Assinale a opção que reproduz trecho do texto 1A2-II em que predomina a tipologia descrição.
  • A: “Ninguém é obrigado a parecer velho” (linha 4)
  • B: “Neide considerou que, aos sessenta e quatro anos, até que não parecia velha. Mexeu o creme com mais vigor” (linhas 6 a 8)
  • C: “Alguns estudos afirmam que a velhice começa aos trinta e seis anos de idade” (linhas 9 e 10)
  • D: “Foi bem na hora em que João Carlos entrou na cozinha: estava com sede” (linhas 31 e 32)
  • E: “a barriga do marido esgarçava as casas dos dois últimos botões” (linhas 35 e 36)


A afirmação “A dermatologista deu aparte:” (linha 8) do texto 1A2-II foi empregada para informar que a especialista apresentaria um(a)
  • A: reflexão.
  • B: advertência.
  • C: repreensão.
  • D: aviso.
  • E: comentário.


No último parágrafo do texto 1A2-II, os dois-pontos, em suas duas ocorrências, introduzem, nos períodos em que ocorrem,
  • A: opiniões da personagem Neide sobre a personagem João Carlos.
  • B: esclarecimentos do narrador sobre a personagem João Carlos e sobre a visão de Neide diante do marido.
  • C: impressões do narrador e da personagem Neide sobre a personagem João Carlos.
  • D: constatações do narrador e da personagem Neide sobre a personagem João Carlos.
  • E: suposições do narrador e da personagem Neide sobre a personagem João Carlos.



Depreende-se do texto 1A2-II que a personagem Neide, ao assistir ao programa de tevê,
  • A: teve certeza de que a sua aparência não correspondia a sua idade.
  • B: compreendeu que havia começado a envelhecer aos trinta e seis anos de idade.
  • C: surpreendeu-se ao saber que a ciência constatara que a velhice começa aos trinta e seis anos de idade.
  • D: refletiu sobre as circunstâncias que a impulsionaram a se tornar, desde jovem, arrimo de família.
  • E: constatou que os rumos de sua vida independiam das suas escolhas.

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