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Texto 02

Inquilinos

1. Ninguém é responsável pelo funcionamento do mundo. Nenhum de nós precisa acordar cedo para acender as caldeiras e checar se a Terra está girando em torno do seu próprio eixo na velocidade apropriada e em torno do Sol, de modo a garantir a correta sucessão das estações. Como num prédio bem administrado, os serviços básicos do planeta são providenciados sem que se enxergue o síndico − e sem taxa de administração. Imagine se coubesse à humanidade, com sua conhecida tendência ao desleixo e à improvisação, manter a Terra na sua órbita e nos seus horários, ou se − coroando o mais delirante dos sonhos liberais − sua gerência fosse entregue a uma empresa privada, com poderes para remanejar os ventos e suprimir correntes marítimas, encurtar ou alongar dias e noites, e até mudar de galáxia, conforme as conveniências de mercado, e ainda por cima sujeita a decisões catastróficas, fraudes e falência.
2. É verdade que, mesmo sob o atual regime impessoal, o mundo apresenta falhas na distribuição dos seus benefícios, favorecendo alguns andares do prédio metafórico e martirizando outros, tudo devido ao que só pode ser chamado de incompetência administrativa. Mas a responsabilidade não é nossa. A infraestrutura já estava pronta quando nós chegamos. Apesar de tentativas como a construção de grandes obras que afetam o clima e redistribuem as águas, há pouco que podemos fazer para alterar as regras do seu funcionamento.
3. Podemos, isto sim, é colaborar na manutenção da Terra. Todos os argumentos conservacionistas e ambientalistas teriam mais força se conseguissem nos convencer de que somos inquilinos no mundo. E que temos as mesmas obrigações de qualquer inquilino, inclusive a de prestar contas por cada arranhão no fim do contrato. A escatologia cristã deveria substituir o Salvador que virá pela segunda vez para nos julgar por um Proprietário que chegará para retomar seu imóvel. E o Juízo Final, por um cuidadoso inventário em que todos os estragos que fizemos no mundo seriam contabilizados e cobrados.
4. − Cadê a floresta que estava aqui? − perguntaria o Proprietário. − Valia uma fortuna.
5. E:
6. − Este rio não está como eu deixei…
7. E, depois de uma contagem minuciosa:
8. − Estão faltando cento e dezessete espécies.
9. A Humanidade poderia tentar negociar. Apontar as benfeitorias − monumentos, parques, áreas férteis onde outrora existiam desertos − para compensar a devastação. O Proprietário não se impressionaria.
10. − Para que eu quero o Taj Mahal? Sete Quedas era muito mais bonita.
11. − E a Catedral de Chartres? Fomos nós que construímos. Aumentou o valor do terreno em…
12. − Fiquem com todas as suas catedrais, represas, cidades e shoppings, quero o mundo como eu o entreguei.
13. Não precisamos de uma mentalidade ecológica. Precisamos de uma mentalidade de locatários. E do terror da indenização.

(Adaptado de: VERISSIMO, Luis Fernando. O mundo é bárbaro e o que nós temos a ver com isso. Rio de Janeiro: Objetiva, 2010, p. 19-22)

De acordo com o Texto 02, o título Inquilinos refere-se
  • A: a qualquer pessoa desejosa de alugar um imóvel em boas condições.
  • B: a alguém responsável por investir no mercado imobiliário.
  • C: a qualquer pessoa que deve acordar cedo, para garantir o funcionamento das estações.
  • D: aos seres humanos que deverão manter a Terra na sua órbita.
  • E: aos que deverão ser convencidos de que estão apenas de passagem na Terra.

Texto 02

Inquilinos

1. Ninguém é responsável pelo funcionamento do mundo. Nenhum de nós precisa acordar cedo para acender as caldeiras e checar se a Terra está girando em torno do seu próprio eixo na velocidade apropriada e em torno do Sol, de modo a garantir a correta sucessão das estações. Como num prédio bem administrado, os serviços básicos do planeta são providenciados sem que se enxergue o síndico − e sem taxa de administração. Imagine se coubesse à humanidade, com sua conhecida tendência ao desleixo e à improvisação, manter a Terra na sua órbita e nos seus horários, ou se − coroando o mais delirante dos sonhos liberais − sua gerência fosse entregue a uma empresa privada, com poderes para remanejar os ventos e suprimir correntes marítimas, encurtar ou alongar dias e noites, e até mudar de galáxia, conforme as conveniências de mercado, e ainda por cima sujeita a decisões catastróficas, fraudes e falência.
2. É verdade que, mesmo sob o atual regime impessoal, o mundo apresenta falhas na distribuição dos seus benefícios, favorecendo alguns andares do prédio metafórico e martirizando outros, tudo devido ao que só pode ser chamado de incompetência administrativa. Mas a responsabilidade não é nossa. A infraestrutura já estava pronta quando nós chegamos. Apesar de tentativas como a construção de grandes obras que afetam o clima e redistribuem as águas, há pouco que podemos fazer para alterar as regras do seu funcionamento.
3. Podemos, isto sim, é colaborar na manutenção da Terra. Todos os argumentos conservacionistas e ambientalistas teriam mais força se conseguissem nos convencer de que somos inquilinos no mundo. E que temos as mesmas obrigações de qualquer inquilino, inclusive a de prestar contas por cada arranhão no fim do contrato. A escatologia cristã deveria substituir o Salvador que virá pela segunda vez para nos julgar por um Proprietário que chegará para retomar seu imóvel. E o Juízo Final, por um cuidadoso inventário em que todos os estragos que fizemos no mundo seriam contabilizados e cobrados.
4. − Cadê a floresta que estava aqui? − perguntaria o Proprietário. − Valia uma fortuna.
5. E:
6. − Este rio não está como eu deixei…
7. E, depois de uma contagem minuciosa:
8. − Estão faltando cento e dezessete espécies.
9. A Humanidade poderia tentar negociar. Apontar as benfeitorias − monumentos, parques, áreas férteis onde outrora existiam desertos − para compensar a devastação. O Proprietário não se impressionaria.
10. − Para que eu quero o Taj Mahal? Sete Quedas era muito mais bonita.
11. − E a Catedral de Chartres? Fomos nós que construímos. Aumentou o valor do terreno em…
12. − Fiquem com todas as suas catedrais, represas, cidades e shoppings, quero o mundo como eu o entreguei.
13. Não precisamos de uma mentalidade ecológica. Precisamos de uma mentalidade de locatários. E do terror da indenização.

(Adaptado de: VERISSIMO, Luis Fernando. O mundo é bárbaro e o que nós temos a ver com isso. Rio de Janeiro: Objetiva, 2010, p. 19-22)

Imagine se coubesse à humanidade, com sua conhecida tendência ao desleixo e à improvisação, manter a Terra na sua órbita e nos seus horários, ou se − coroando o mais delirante dos sonhos liberais − sua gerência fosse entregue a uma empresa privada, com poderes para remanejar os ventos e suprimir correntes marítimas, encurtar ou alongar dias e noites, e até mudar de galáxia, conforme as conveniências de mercado, e ainda por cima sujeita a decisões catastróficas, fraudes e falência (1º parágrafo).

Considerando os diferentes tipos de gêneros textuais, predomina no trecho acima a tipologia
  • A: narrativa
  • B: descritiva
  • C: argumentativa
  • D: injuntiva
  • E: instrutiva

Atenção: Leia os Textos 01 e 02 para responder à questão.

Texto 01

(Disponível em: https://site.sabesp.com.br/site/interna/)

Texto 02

Inquilinos

1. Ninguém é responsável pelo funcionamento do mundo. Nenhum de nós precisa acordar cedo para acender as caldeiras e checar se a Terra está girando em torno do seu próprio eixo na velocidade apropriada e em torno do Sol, de modo a garantir a correta sucessão das estações. Como num prédio bem administrado, os serviços básicos do planeta são providenciados sem que se enxergue o síndico − e sem taxa de administração. Imagine se coubesse à humanidade, com sua conhecida tendência ao desleixo e à improvisação, manter a Terra na sua órbita e nos seus horários, ou se − coroando o mais delirante dos sonhos liberais − sua gerência fosse entregue a uma empresa privada, com poderes para remanejar os ventos e suprimir correntes marítimas, encurtar ou alongar dias e noites, e até mudar de galáxia, conforme as conveniências de mercado, e ainda por cima sujeita a decisões catastróficas, fraudes e falência.
2. É verdade que, mesmo sob o atual regime impessoal, o mundo apresenta falhas na distribuição dos seus benefícios, favorecendo alguns andares do prédio metafórico e martirizando outros, tudo devido ao que só pode ser chamado de incompetência administrativa. Mas a responsabilidade não é nossa. A infraestrutura já estava pronta quando nós chegamos. Apesar de tentativas como a construção de grandes obras que afetam o clima e redistribuem as águas, há pouco que podemos fazer para alterar as regras do seu funcionamento.
3. Podemos, isto sim, é colaborar na manutenção da Terra. Todos os argumentos conservacionistas e ambientalistas teriam mais força se conseguissem nos convencer de que somos inquilinos no mundo. E que temos as mesmas obrigações de qualquer inquilino, inclusive a de prestar contas por cada arranhão no fim do contrato. A escatologia cristã deveria substituir o Salvador que virá pela segunda vez para nos julgar por um Proprietário que chegará para retomar seu imóvel. E o Juízo Final, por um cuidadoso inventário em que todos os estragos que fizemos no mundo seriam contabilizados e cobrados.
4. − Cadê a floresta que estava aqui? − perguntaria o Proprietário. − Valia uma fortuna.
5. E:
6. − Este rio não está como eu deixei…
7. E, depois de uma contagem minuciosa:
8. − Estão faltando cento e dezessete espécies.
9. A Humanidade poderia tentar negociar. Apontar as benfeitorias − monumentos, parques, áreas férteis onde outrora existiam desertos − para compensar a devastação. O Proprietário não se impressionaria.
10. − Para que eu quero o Taj Mahal? Sete Quedas era muito mais bonita.
11. − E a Catedral de Chartres? Fomos nós que construímos. Aumentou o valor do terreno em…
12. − Fiquem com todas as suas catedrais, represas, cidades e shoppings, quero o mundo como eu o entreguei.
13. Não precisamos de uma mentalidade ecológica. Precisamos de uma mentalidade de locatários. E do terror da indenização. (Adaptado de: VERISSIMO, Luis Fernando. O mundo é bárbaro e o que nós temos a ver com isso. Rio de Janeiro: Objetiva, 2010, p. 19-22)

(Adaptado de: VERISSIMO, Luis Fernando. O mundo é bárbaro e o que nós temos a ver com isso. Rio de Janeiro: Objetiva, 2010, p. 19-22)



De acordo com as ideias apresentadas nos Textos 01 e 02, com relação à questão do meio ambiente:
I. os rios e florestas estão sendo destruídos. II. o meio ambiente oferece tudo que precisamos. III. as benfeitorias do homem compensam a devastação do meio ambiente.
Está correto o que se afirma em:
  • A: I e II, apenas.
  • B: I, II e III.
  • C: II e III, apenas.
  • D: II, apenas.
  • E: I, apenas.

Atenção: Leia os Textos 01 e 02 para responder à questão.

Texto 01

(Disponível em: https://site.sabesp.com.br/site/interna/)

Texto 02

Inquilinos

1. Ninguém é responsável pelo funcionamento do mundo. Nenhum de nós precisa acordar cedo para acender as caldeiras e checar se a Terra está girando em torno do seu próprio eixo na velocidade apropriada e em torno do Sol, de modo a garantir a correta sucessão das estações. Como num prédio bem administrado, os serviços básicos do planeta são providenciados sem que se enxergue o síndico − e sem taxa de administração. Imagine se coubesse à humanidade, com sua conhecida tendência ao desleixo e à improvisação, manter a Terra na sua órbita e nos seus horários, ou se − coroando o mais delirante dos sonhos liberais − sua gerência fosse entregue a uma empresa privada, com poderes para remanejar os ventos e suprimir correntes marítimas, encurtar ou alongar dias e noites, e até mudar de galáxia, conforme as conveniências de mercado, e ainda por cima sujeita a decisões catastróficas, fraudes e falência.
2. É verdade que, mesmo sob o atual regime impessoal, o mundo apresenta falhas na distribuição dos seus benefícios, favorecendo alguns andares do prédio metafórico e martirizando outros, tudo devido ao que só pode ser chamado de incompetência administrativa. Mas a responsabilidade não é nossa. A infraestrutura já estava pronta quando nós chegamos. Apesar de tentativas como a construção de grandes obras que afetam o clima e redistribuem as águas, há pouco que podemos fazer para alterar as regras do seu funcionamento.
3. Podemos, isto sim, é colaborar na manutenção da Terra. Todos os argumentos conservacionistas e ambientalistas teriam mais força se conseguissem nos convencer de que somos inquilinos no mundo. E que temos as mesmas obrigações de qualquer inquilino, inclusive a de prestar contas por cada arranhão no fim do contrato. A escatologia cristã deveria substituir o Salvador que virá pela segunda vez para nos julgar por um Proprietário que chegará para retomar seu imóvel. E o Juízo Final, por um cuidadoso inventário em que todos os estragos que fizemos no mundo seriam contabilizados e cobrados.
4. − Cadê a floresta que estava aqui? − perguntaria o Proprietário. − Valia uma fortuna.
5. E:
6. − Este rio não está como eu deixei…
7. E, depois de uma contagem minuciosa:
8. − Estão faltando cento e dezessete espécies.
9. A Humanidade poderia tentar negociar. Apontar as benfeitorias − monumentos, parques, áreas férteis onde outrora existiam desertos − para compensar a devastação. O Proprietário não se impressionaria.
10. − Para que eu quero o Taj Mahal? Sete Quedas era muito mais bonita.
11. − E a Catedral de Chartres? Fomos nós que construímos. Aumentou o valor do terreno em…
12. − Fiquem com todas as suas catedrais, represas, cidades e shoppings, quero o mundo como eu o entreguei.
13. Não precisamos de uma mentalidade ecológica. Precisamos de uma mentalidade de locatários. E do terror da indenização.

(Adaptado de: VERISSIMO, Luis Fernando. O mundo é bárbaro e o que nós temos a ver com isso. Rio de Janeiro: Objetiva, 2010, p. 19-22)

Acerca dos trechos em destaque, está INCORRETO o que consta de:
  • A: Em Ninguém é responsável pelo funcionamento do mundo, os termos essenciais da oração estão dispostos em ordem direta.
  • B: Em Nós precisamos acordar cedo para acender as caldeiras, tem-se um sujeito composto.
  • C: Em Os serviços básicos do planeta são providenciados sem que se enxergue o síndico, tem-se um exemplo de sujeito plural.
  • D: Em se coubesse à humanidade (...) manter a Terra na sua órbita, tem-se um verbo no subjuntivo.
  • E: Em O mundo apresenta falhas na distribuição dos seus benefícios, tem-se uma oração com um verbo no indicativo seguido de objeto direto.

Atenção: Leia os Textos 01 e 02 para responder à questão.

Texto 01

(Disponível em: https://site.sabesp.com.br/site/interna/)

Texto 02

Inquilinos

1. Ninguém é responsável pelo funcionamento do mundo. Nenhum de nós precisa acordar cedo para acender as caldeiras e checar se a Terra está girando em torno do seu próprio eixo na velocidade apropriada e em torno do Sol, de modo a garantir a correta sucessão das estações. Como num prédio bem administrado, os serviços básicos do planeta são providenciados sem que se enxergue o síndico − e sem taxa de administração. Imagine se coubesse à humanidade, com sua conhecida tendência ao desleixo e à improvisação, manter a Terra na sua órbita e nos seus horários, ou se − coroando o mais delirante dos sonhos liberais − sua gerência fosse entregue a uma empresa privada, com poderes para remanejar os ventos e suprimir correntes marítimas, encurtar ou alongar dias e noites, e até mudar de galáxia, conforme as conveniências de mercado, e ainda por cima sujeita a decisões catastróficas, fraudes e falência.
2. É verdade que, mesmo sob o atual regime impessoal, o mundo apresenta falhas na distribuição dos seus benefícios, favorecendo alguns andares do prédio metafórico e martirizando outros, tudo devido ao que só pode ser chamado de incompetência administrativa. Mas a responsabilidade não é nossa. A infraestrutura já estava pronta quando nós chegamos. Apesar de tentativas como a construção de grandes obras que afetam o clima e redistribuem as águas, há pouco que podemos fazer para alterar as regras do seu funcionamento.
3. Podemos, isto sim, é colaborar na manutenção da Terra. Todos os argumentos conservacionistas e ambientalistas teriam mais força se conseguissem nos convencer de que somos inquilinos no mundo. E que temos as mesmas obrigações de qualquer inquilino, inclusive a de prestar contas por cada arranhão no fim do contrato. A escatologia cristã deveria substituir o Salvador que virá pela segunda vez para nos julgar por um Proprietário que chegará para retomar seu imóvel. E o Juízo Final, por um cuidadoso inventário em que todos os estragos que fizemos no mundo seriam contabilizados e cobrados.
4. − Cadê a floresta que estava aqui? − perguntaria o Proprietário. − Valia uma fortuna.
5. E:
6. − Este rio não está como eu deixei…
7. E, depois de uma contagem minuciosa:
8. − Estão faltando cento e dezessete espécies.
9. A Humanidade poderia tentar negociar. Apontar as benfeitorias − monumentos, parques, áreas férteis onde outrora existiam desertos − para compensar a devastação. O Proprietário não se impressionaria.
10. − Para que eu quero o Taj Mahal? Sete Quedas era muito mais bonita.
11. − E a Catedral de Chartres? Fomos nós que construímos. Aumentou o valor do terreno em…
12. − Fiquem com todas as suas catedrais, represas, cidades e shoppings, quero o mundo como eu o entreguei.
13. Não precisamos de uma mentalidade ecológica. Precisamos de uma mentalidade de locatários. E do terror da indenização.

(Adaptado de: VERISSIMO, Luis Fernando. O mundo é bárbaro e o que nós temos a ver com isso. Rio de Janeiro: Objetiva, 2010, p. 19-22)

As formas verbais precisamos (Texto 01, primeiro quadrinho) e precisamos (Texto 02, 13º parágrafo) estão empregadas, respectivamente, no
  • A: pretérito perfeito e no futuro do pretérito.
  • B: futuro do presente e no presente.
  • C: presente e no presente.
  • D: imperativo e no pretérito imperfeito.
  • E: pretérito imperfeito e no presente.

Na frase A infraestrutura já estava pronta quandonós chegamos, a palavra sublinhada introduz uma oração com ideia de
  • A: tempo.
  • B: concessão.
  • C: causa.
  • D: condição.
  • E: proporção.

O pronome "o", em quero o mundo como eu o entreguei, exerce a mesma função sintática que o pronome sublinhado em:
  • A: João ofereceu-lhe uma taça de vinho durante a festa.
  • B: Por favor, não esqueça de me deixar o dinheiro!
  • C: As pessoas a viram saindo da festa furtivamente.
  • D: Maria me ofertou o livro.
  • E: Pareceu-lhe que estava chorando.

Em Apesar de tentativas como a construção de grandes obras que afetam o clima e redistribuem as águas, há pouco que podemos fazer para alterar as regras do seu funcionamento, o trecho destacado expressa uma
  • A: finalidade.
  • B: restrição.
  • C: explicação.
  • D: concessão.
  • E: consequência.

Texto 02

Inquilinos

1. Ninguém é responsável pelo funcionamento do mundo. Nenhum de nós precisa acordar cedo para acender as caldeiras e checar se a Terra está girando em torno do seu próprio eixo na velocidade apropriada e em torno do Sol, de modo a garantir a correta sucessão das estações. Como num prédio bem administrado, os serviços básicos do planeta são providenciados sem que se enxergue o síndico − e sem taxa de administração. Imagine se coubesse à humanidade, com sua conhecida tendência ao desleixo e à improvisação, manter a Terra na sua órbita e nos seus horários, ou se − coroando o mais delirante dos sonhos liberais − sua gerência fosse entregue a uma empresa privada, com poderes para remanejar os ventos e suprimir correntes marítimas, encurtar ou alongar dias e noites, e até mudar de galáxia, conforme as conveniências de mercado, e ainda por cima sujeita a decisões catastróficas, fraudes e falência.
2. É verdade que, mesmo sob o atual regime impessoal, o mundo apresenta falhas na distribuição dos seus benefícios, favorecendo alguns andares do prédio metafórico e martirizando outros, tudo devido ao que só pode ser chamado de incompetência administrativa. Mas a responsabilidade não é nossa. A infraestrutura já estava pronta quando nós chegamos. Apesar de tentativas como a construção de grandes obras que afetam o clima e redistribuem as águas, há pouco que podemos fazer para alterar as regras do seu funcionamento.
3. Podemos, isto sim, é colaborar na manutenção da Terra. Todos os argumentos conservacionistas e ambientalistas teriam mais força se conseguissem nos convencer de que somos inquilinos no mundo. E que temos as mesmas obrigações de qualquer inquilino, inclusive a de prestar contas por cada arranhão no fim do contrato. A escatologia cristã deveria substituir o Salvador que virá pela segunda vez para nos julgar por um Proprietário que chegará para retomar seu imóvel. E o Juízo Final, por um cuidadoso inventário em que todos os estragos que fizemos no mundo seriam contabilizados e cobrados.
4. − Cadê a floresta que estava aqui? − perguntaria o Proprietário. − Valia uma fortuna.
5. E:
6. − Este rio não está como eu deixei…
7. E, depois de uma contagem minuciosa:
8. − Estão faltando cento e dezessete espécies.
9. A Humanidade poderia tentar negociar. Apontar as benfeitorias − monumentos, parques, áreas férteis onde outrora existiam desertos − para compensar a devastação. O Proprietário não se impressionaria.
10. − Para que eu quero o Taj Mahal? Sete Quedas era muito mais bonita.
11. − E a Catedral de Chartres? Fomos nós que construímos. Aumentou o valor do terreno em…
12. − Fiquem com todas as suas catedrais, represas, cidades e shoppings, quero o mundo como eu o entreguei.
13. Não precisamos de uma mentalidade ecológica. Precisamos de uma mentalidade de locatários. E do terror da indenização.
(Adaptado de: VERISSIMO, Luis Fernando. O mundo é bárbaro e o que nós temos a ver com isso. Rio de Janeiro: Objetiva, 2010, p. 19-22)

A escatologia cristã deveria substituir o Salvador que virá pela segunda vez para nos julgar por um Proprietário que chegará para retomar seu imóvel. E o Juízo Final, por um cuidadoso inventário em que todos os estragos que fizemos no mundo seriam contabilizados e cobrados. (3º parágrafo)

Os pronomes sublinhados acima referem-se, respectivamente, a:
  • A: escatologia cristã − imóvel − cuidadoso − todos
  • B: escatologia cristã − proprietário − Juízo Final − todos
  • C: escatologia cristã − proprietário − inventário − estragos
  • D: Salvador − proprietário − inventário − estragos
  • E: Salvador − imóvel − inventário − todos

Texto 02

Inquilinos

1. Ninguém é responsável pelo funcionamento do mundo. Nenhum de nós precisa acordar cedo para acender as caldeiras e checar se a Terra está girando em torno do seu próprio eixo na velocidade apropriada e em torno do Sol, de modo a garantir a correta sucessão das estações. Como num prédio bem administrado, os serviços básicos do planeta são providenciados sem que se enxergue o síndico − e sem taxa de administração. Imagine se coubesse à humanidade, com sua conhecida tendência ao desleixo e à improvisação, manter a Terra na sua órbita e nos seus horários, ou se − coroando o mais delirante dos sonhos liberais − sua gerência fosse entregue a uma empresa privada, com poderes para remanejar os ventos e suprimir correntes marítimas, encurtar ou alongar dias e noites, e até mudar de galáxia, conforme as conveniências de mercado, e ainda por cima sujeita a decisões catastróficas, fraudes e falência.
2. É verdade que, mesmo sob o atual regime impessoal, o mundo apresenta falhas na distribuição dos seus benefícios, favorecendo alguns andares do prédio metafórico e martirizando outros, tudo devido ao que só pode ser chamado de incompetência administrativa. Mas a responsabilidade não é nossa. A infraestrutura já estava pronta quando nós chegamos. Apesar de tentativas como a construção de grandes obras que afetam o clima e redistribuem as águas, há pouco que podemos fazer para alterar as regras do seu funcionamento.
3. Podemos, isto sim, é colaborar na manutenção da Terra. Todos os argumentos conservacionistas e ambientalistas teriam mais força se conseguissem nos convencer de que somos inquilinos no mundo. E que temos as mesmas obrigações de qualquer inquilino, inclusive a de prestar contas por cada arranhão no fim do contrato. A escatologia cristã deveria substituir o Salvador que virá pela segunda vez para nos julgar por um Proprietário que chegará para retomar seu imóvel. E o Juízo Final, por um cuidadoso inventário em que todos os estragos que fizemos no mundo seriam contabilizados e cobrados.
4. − Cadê a floresta que estava aqui? − perguntaria o Proprietário. − Valia uma fortuna.
5. E:
6. − Este rio não está como eu deixei…
7. E, depois de uma contagem minuciosa:
8. − Estão faltando cento e dezessete espécies.
9. A Humanidade poderia tentar negociar. Apontar as benfeitorias − monumentos, parques, áreas férteis onde outrora existiam desertos − para compensar a devastação. O Proprietário não se impressionaria.
10. − Para que eu quero o Taj Mahal? Sete Quedas era muito mais bonita.
11. − E a Catedral de Chartres? Fomos nós que construímos. Aumentou o valor do terreno em…
12. − Fiquem com todas as suas catedrais, represas, cidades e shoppings, quero o mundo como eu o entreguei.
13. Não precisamos de uma mentalidade ecológica. Precisamos de uma mentalidade de locatários. E do terror da indenização. (Adaptado de: VERISSIMO, Luis Fernando. O mundo é bárbaro e o que nós temos a ver com isso. Rio de Janeiro: Objetiva, 2010, p. 19-22)

(Adaptado de: VERISSIMO, Luis Fernando. O mundo é bárbaro e o que nós temos a ver com isso. Rio de Janeiro: Objetiva, 2010, p. 19-22)

No Texto 02, o cronista dirige-se explicitamente a seu leitor no seguinte trecho:
  • A: Ninguém é responsável pelo funcionamento do mundo (1º parágrafo).
  • B: o mundo apresenta falhas na distribuição dos seus benefícios (2º parágrafo).
  • C: O Proprietário não se impressionaria (9º parágrafo).
  • D: A Humanidade poderia tentar negociar (9º parágrafo).
  • E: Imagine se coubesse à humanidade (1º parágrafo).

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