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A astrônoma Jocelyn Bell Burnell disse sobre Ron Drever: “Ele realmente curtia ser tão engenhoso”. Ela tinha ido da Irlanda do Norte para Glasgow para estudar física e Drever foi arbitrariamente designado para ser seu supervisor. Ele contava ao grupo de seus poucos orientandos as ideias mais interessantes que surgiam em sua mente, inclusive as que levaram ao experimento de Hughes-Drever (embora ela não tivesse se dado conta de que ele o realizara no quintal da propriedade rural de sua família), mas nenhuma que os ajudasse a passar nos exames. Após a frustração inicial, ao ver que ele não ia ajudá-la em seu dever de casa de física de estado sólido, ela acabou admirando seu profundo entendimento de física fundamental e seu notável talento como pesquisador.

Drever, por sua vez, seria influenciado pelas iminentes e vitais descobertas de sua ex-aluna de graduação. A respeito de Bell Burnell, disse: “Ela também era obviamente melhor do que a maioria deles… então cheguei a conhecê-la muito bem”. Drever escreveu uma carta de recomendação para apoiar o pedido de emprego dela à principal instalação de radioastronomia na Inglaterra, em meados da década de 60, Jodrell Bank. Mas, ele continua, “não a admitiram, e a história conta que foi porque era mulher. Mas isso não é oficial, você sabe. Ela ficou muito desapontada”. Drever acrescenta, esperando que se reconheça a obviedade daquele absurdo: “Sua segunda opção era ir para Cambridge. Vê como são as coisas?”. Ele considerou isso uma reviravolta muito feliz. “Então ela foi para Cambridge e descobriu pulsares. Vê como são as coisas?”, ele diz, rindo.
Janna Levin. A música do universo: ondas gravitacionais e a maior descoberta científica dos últimos cem anos. São Paulo, Cia. das Letras, 2016, p. 103-104 (com adaptações).

No texto, é abordada a relação entre Bell Burnell e Ron Drever, a qual começa em uma estrutura hierárquica, mas se desenvolve em admiração mútua.
  • A: CERTO
  • B: ERRADO

Depois que vê a garota ele corre se olhar no espelho: não pode negar, meio feio? quase feio? Numa palavra, feio. Dia seguinte desiste do bigode ralo. Quem sabe costeleta ou cavanhaque? A menina o enfeitiça. Possuído, sim. Febrícula, sonho delirante, falta de ar, sede mas não de água. Ela surge enrolada no garfo do suculento espaguete à bolonhesa. De sainha xadrez na primeira tarde, ó deliciosa bolacha Maria com geleia de uva. Formigas de fogo mordem sob a camisa quando ela vem na rua, brincando com o arco-íris na ponta dos dedos.

Consegue afinal apertar-lhe a mãozinha na luva de crochê, ri (descuidoso de ser feio) dentro de seus olhos glaucos. Discutem o narizinho, quem sabe arrebitado, segundo ela. E para ele, nada mais bonito que tal narizinho. Meio do sono acorda, olho arregalado no escuro. A sua imagem o percorre, impetuoso vento por uma casa de portas abertas. Ninguém por perto, fala sozinho. A mãe o acha mais magro. Quem dera ser o terceiro motociclista do Globo da Morte.

Em guarda no portão, as mãos suadas, fumando. Ela aparece: um caramanchão florido de glicínia azul. Olhinho esquivo que fixa e foge. O sorriso (uma virgem fatal?) na pequena boca fresca. Um dentinho ectópico no lado esquerdo, onde a palavra tiau esbarra quando sai. Ah, se ela deixar, passa o resto da vida adorando esse dentinho. Espera outras vezes, fumando aflito, um cigarro aceso no outro. Ele mesmo um cigarro em chamas. A mocinha não quer lhe dar a mão. Como pode, uma santinha disfarçada na terra? Depois, deu.

Brava, ainda mais linda. Toda rosa, o lenço no pescoço, gatinha na janela depois do banho. A curva altaneira da testa, os cachos loiros arrepiados ao vento. Ai, não, uma pérola na orelha. A pérola da orelha. Uma divina orelhinha esquerda, sabe o que é? A voz meio rouca: Adivinhe o que eu tenho na mão? “Bem, pode ser tanta coisa.” Bala de mel, seu bobo. Pra você que não merece. Já esquecido de timidez e feiura: “Sabe o que eu mais quero? É embalar você no colo.” Pronto, ofendida, lhe negaceou o rosto. De mal, até amanhã. Amanhã nosso herói vai cultivar uma barbicha.
(TREVISAN, Dalton. Namorada. Adaptado de: https://www.bpp.pr.gov.br/Candido/Pagina/Namorada).

Considerando o contexto, o termo “ectópico” (3º parágrafo) poderia ser substituído por
  • A: tacanho.
  • B: débil.
  • C: saliente.
  • D: côncavo.
  • E: vazio.

Depois que vê a garota ele corre se olhar no espelho: não pode negar, meio feio? quase feio? Numa palavra, feio. Dia seguinte desiste do bigode ralo. Quem sabe costeleta ou cavanhaque? A menina o enfeitiça. Possuído, sim. Febrícula, sonho delirante, falta de ar, sede mas não de água. Ela surge enrolada no garfo do suculento espaguete à bolonhesa. De sainha xadrez na primeira tarde, ó deliciosa bolacha Maria com geleia de uva. Formigas de fogo mordem sob a camisa quando ela vem na rua, brincando com o arco-íris na ponta dos dedos.

Consegue afinal apertar-lhe a mãozinha na luva de crochê, ri (descuidoso de ser feio) dentro de seus olhos glaucos. Discutem o narizinho, quem sabe arrebitado, segundo ela. E para ele, nada mais bonito que tal narizinho. Meio do sono acorda, olho arregalado no escuro. A sua imagem o percorre, impetuoso vento por uma casa de portas abertas. Ninguém por perto, fala sozinho. A mãe o acha mais magro. Quem dera ser o terceiro motociclista do Globo da Morte.

Em guarda no portão, as mãos suadas, fumando. Ela aparece: um caramanchão florido de glicínia azul. Olhinho esquivo que fixa e foge. O sorriso (uma virgem fatal?) na pequena boca fresca. Um dentinho ectópico no lado esquerdo, onde a palavra tiau esbarra quando sai. Ah, se ela deixar, passa o resto da vida adorando esse dentinho. Espera outras vezes, fumando aflito, um cigarro aceso no outro. Ele mesmo um cigarro em chamas. A mocinha não quer lhe dar a mão. Como pode, uma santinha disfarçada na terra? Depois, deu.

Brava, ainda mais linda. Toda rosa, o lenço no pescoço, gatinha na janela depois do banho. A curva altaneira da testa, os cachos loiros arrepiados ao vento. Ai, não, uma pérola na orelha. A pérola da orelha. Uma divina orelhinha esquerda, sabe o que é? A voz meio rouca: Adivinhe o que eu tenho na mão? “Bem, pode ser tanta coisa.” Bala de mel, seu bobo. Pra você que não merece. Já esquecido de timidez e feiura: “Sabe o que eu mais quero? É embalar você no colo.” Pronto, ofendida, lhe negaceou o rosto. De mal, até amanhã. Amanhã nosso herói vai cultivar uma barbicha.
(TREVISAN, Dalton. Namorada. Adaptado de: https://www.bpp.pr.gov.br/Candido/Pagina/Namorada).

A palavra que possui o mesmo processo de formação de “descuidoso” é:
  • A: antemão.
  • B: descobrimento.
  • C: amistoso.
  • D: impaciente.
  • E: aguardente.

Depois que vê a garota ele corre se olhar no espelho: não pode negar, meio feio? quase feio? Numa palavra, feio. Dia seguinte desiste do bigode ralo. Quem sabe costeleta ou cavanhaque? A menina o enfeitiça. Possuído, sim. Febrícula, sonho delirante, falta de ar, sede mas não de água. Ela surge enrolada no garfo do suculento espaguete à bolonhesa. De sainha xadrez na primeira tarde, ó deliciosa bolacha Maria com geleia de uva. Formigas de fogo mordem sob a camisa quando ela vem na rua, brincando com o arco-íris na ponta dos dedos.

Consegue afinal apertar-lhe a mãozinha na luva de crochê, ri (descuidoso de ser feio) dentro de seus olhos glaucos. Discutem o narizinho, quem sabe arrebitado, segundo ela. E para ele, nada mais bonito que tal narizinho. Meio do sono acorda, olho arregalado no escuro. A sua imagem o percorre, impetuoso vento por uma casa de portas abertas. Ninguém por perto, fala sozinho. A mãe o acha mais magro. Quem dera ser o terceiro motociclista do Globo da Morte.

Em guarda no portão, as mãos suadas, fumando. Ela aparece: um caramanchão florido de glicínia azul. Olhinho esquivo que fixa e foge. O sorriso (uma virgem fatal?) na pequena boca fresca. Um dentinho ectópico no lado esquerdo, onde a palavra tiau esbarra quando sai. Ah, se ela deixar, passa o resto da vida adorando esse dentinho. Espera outras vezes, fumando aflito, um cigarro aceso no outro. Ele mesmo um cigarro em chamas. A mocinha não quer lhe dar a mão. Como pode, uma santinha disfarçada na terra? Depois, deu.

Brava, ainda mais linda. Toda rosa, o lenço no pescoço, gatinha na janela depois do banho. A curva altaneira da testa, os cachos loiros arrepiados ao vento. Ai, não, uma pérola na orelha. A pérola da orelha. Uma divina orelhinha esquerda, sabe o que é? A voz meio rouca: Adivinhe o que eu tenho na mão? “Bem, pode ser tanta coisa.” Bala de mel, seu bobo. Pra você que não merece. Já esquecido de timidez e feiura: “Sabe o que eu mais quero? É embalar você no colo.” Pronto, ofendida, lhe negaceou o rosto. De mal, até amanhã. Amanhã nosso herói vai cultivar uma barbicha.
(TREVISAN, Dalton. Namorada. Adaptado de: https://www.bpp.pr.gov.br/Candido/Pagina/Namorada).

Leia as seguintes afirmações:
I. Em Consegue afinal apertar-lhe a mãozinha na luva de crochê, o termo “lhe” exerce a função sintática de adjunto adnominal.

II. Em Pronto, ofendida, lhe negaceou o rosto, o “lhe” atua como objeto direto.

III. Em A mocinha não quer lhe dar a mão, o termo “lhe” exerce a função de objeto indireto.

Está correto o que se afirma APENAS em
  • A: II e III.
  • B: III.
  • C: I e II.
  • D: II.
  • E: I e III.

Depois que vê a garota ele corre se olhar no espelho: não pode negar, meio feio? quase feio? Numa palavra, feio. Dia seguinte desiste do bigode ralo. Quem sabe costeleta ou cavanhaque? A menina o enfeitiça. Possuído, sim. Febrícula, sonho delirante, falta de ar, sede mas não de água. Ela surge enrolada no garfo do suculento espaguete à bolonhesa. De sainha xadrez na primeira tarde, ó deliciosa bolacha Maria com geleia de uva. Formigas de fogo mordem sob a camisa quando ela vem na rua, brincando com o arco-íris na ponta dos dedos.

Consegue afinal apertar-lhe a mãozinha na luva de crochê, ri (descuidoso de ser feio) dentro de seus olhos glaucos. Discutem o narizinho, quem sabe arrebitado, segundo ela. E para ele, nada mais bonito que tal narizinho. Meio do sono acorda, olho arregalado no escuro. A sua imagem o percorre, impetuoso vento por uma casa de portas abertas. Ninguém por perto, fala sozinho. A mãe o acha mais magro. Quem dera ser o terceiro motociclista do Globo da Morte.

Em guarda no portão, as mãos suadas, fumando. Ela aparece: um caramanchão florido de glicínia azul. Olhinho esquivo que fixa e foge. O sorriso (uma virgem fatal?) na pequena boca fresca. Um dentinho ectópico no lado esquerdo, onde a palavra tiau esbarra quando sai. Ah, se ela deixar, passa o resto da vida adorando esse dentinho. Espera outras vezes, fumando aflito, um cigarro aceso no outro. Ele mesmo um cigarro em chamas. A mocinha não quer lhe dar a mão. Como pode, uma santinha disfarçada na terra? Depois, deu.

Brava, ainda mais linda. Toda rosa, o lenço no pescoço, gatinha na janela depois do banho. A curva altaneira da testa, os cachos loiros arrepiados ao vento. Ai, não, uma pérola na orelha. A pérola da orelha. Uma divina orelhinha esquerda, sabe o que é? A voz meio rouca: Adivinhe o que eu tenho na mão? “Bem, pode ser tanta coisa.” Bala de mel, seu bobo. Pra você que não merece. Já esquecido de timidez e feiura: “Sabe o que eu mais quero? É embalar você no colo.” Pronto, ofendida, lhe negaceou o rosto. De mal, até amanhã. Amanhã nosso herói vai cultivar uma barbicha.
(TREVISAN, Dalton. Namorada. Adaptado de: https://www.bpp.pr.gov.br/Candido/Pagina/Namorada).

A expressão em destaque mantém no texto o seu sentido denotativo em:
  • A: Ele mesmo um cigarro em chamas.
  • B: Toda rosa, o lenço no pescoço, gatinha na janela depois do banho.
  • C: Formigas de fogo mordem sob a camisa.
  • D: não pode negar, meio feio?
  • E: brincando com o arco-íris na ponta dos dedos.

Depois que vê a garota ele corre se olhar no espelho: não pode negar, meio feio? quase feio? Numa palavra, feio. Dia seguinte desiste do bigode ralo. Quem sabe costeleta ou cavanhaque? A menina o enfeitiça. Possuído, sim. Febrícula, sonho delirante, falta de ar, sede mas não de água. Ela surge enrolada no garfo do suculento espaguete à bolonhesa. De sainha xadrez na primeira tarde, ó deliciosa bolacha Maria com geleia de uva. Formigas de fogo mordem sob a camisa quando ela vem na rua, brincando com o arco-íris na ponta dos dedos.

Consegue afinal apertar-lhe a mãozinha na luva de crochê, ri (descuidoso de ser feio) dentro de seus olhos glaucos. Discutem o narizinho, quem sabe arrebitado, segundo ela. E para ele, nada mais bonito que tal narizinho. Meio do sono acorda, olho arregalado no escuro. A sua imagem o percorre, impetuoso vento por uma casa de portas abertas. Ninguém por perto, fala sozinho. A mãe o acha mais magro. Quem dera ser o terceiro motociclista do Globo da Morte.

Em guarda no portão, as mãos suadas, fumando. Ela aparece: um caramanchão florido de glicínia azul. Olhinho esquivo que fixa e foge. O sorriso (uma virgem fatal?) na pequena boca fresca. Um dentinho ectópico no lado esquerdo, onde a palavra tiau esbarra quando sai. Ah, se ela deixar, passa o resto da vida adorando esse dentinho. Espera outras vezes, fumando aflito, um cigarro aceso no outro. Ele mesmo um cigarro em chamas. A mocinha não quer lhe dar a mão. Como pode, uma santinha disfarçada na terra? Depois, deu.

Brava, ainda mais linda. Toda rosa, o lenço no pescoço, gatinha na janela depois do banho. A curva altaneira da testa, os cachos loiros arrepiados ao vento. Ai, não, uma pérola na orelha. A pérola da orelha. Uma divina orelhinha esquerda, sabe o que é? A voz meio rouca: Adivinhe o que eu tenho na mão? “Bem, pode ser tanta coisa.” Bala de mel, seu bobo. Pra você que não merece. Já esquecido de timidez e feiura: “Sabe o que eu mais quero? É embalar você no colo.” Pronto, ofendida, lhe negaceou o rosto. De mal, até amanhã. Amanhã nosso herói vai cultivar uma barbicha.
(TREVISAN, Dalton. Namorada. Adaptado de: https://www.bpp.pr.gov.br/Candido/Pagina/Namorada).

Apresenta predicado semelhante ao observado em destaque no trecho: Espera outras vezes, fumando aflito, um cigarro aceso no outro:
  • A: O dedicado professor ensinou o amigo a estudar gramática.
  • B: A atriz estava decepcionada com o diretor.
  • C: No último ano, o escritor dedicou o romance à sua amada esposa.
  • D: O contador preparou o documento ansioso.
  • E: Certos alunos escrevem cartas a seus melhores professores.

Depois que vê a garota ele corre se olhar no espelho: não pode negar, meio feio? quase feio? Numa palavra, feio. Dia seguinte desiste do bigode ralo. Quem sabe costeleta ou cavanhaque? A menina o enfeitiça. Possuído, sim. Febrícula, sonho delirante, falta de ar, sede mas não de água. Ela surge enrolada no garfo do suculento espaguete à bolonhesa. De sainha xadrez na primeira tarde, ó deliciosa bolacha Maria com geleia de uva. Formigas de fogo mordem sob a camisa quando ela vem na rua, brincando com o arco-íris na ponta dos dedos.

Consegue afinal apertar-lhe a mãozinha na luva de crochê, ri (descuidoso de ser feio) dentro de seus olhos glaucos. Discutem o narizinho, quem sabe arrebitado, segundo ela. E para ele, nada mais bonito que tal narizinho. Meio do sono acorda, olho arregalado no escuro. A sua imagem o percorre, impetuoso vento por uma casa de portas abertas. Ninguém por perto, fala sozinho. A mãe o acha mais magro. Quem dera ser o terceiro motociclista do Globo da Morte.

Em guarda no portão, as mãos suadas, fumando. Ela aparece: um caramanchão florido de glicínia azul. Olhinho esquivo que fixa e foge. O sorriso (uma virgem fatal?) na pequena boca fresca. Um dentinho ectópico no lado esquerdo, onde a palavra tiau esbarra quando sai. Ah, se ela deixar, passa o resto da vida adorando esse dentinho. Espera outras vezes, fumando aflito, um cigarro aceso no outro. Ele mesmo um cigarro em chamas. A mocinha não quer lhe dar a mão. Como pode, uma santinha disfarçada na terra? Depois, deu.

Brava, ainda mais linda. Toda rosa, o lenço no pescoço, gatinha na janela depois do banho. A curva altaneira da testa, os cachos loiros arrepiados ao vento. Ai, não, uma pérola na orelha. A pérola da orelha. Uma divina orelhinha esquerda, sabe o que é? A voz meio rouca: Adivinhe o que eu tenho na mão? “Bem, pode ser tanta coisa.” Bala de mel, seu bobo. Pra você que não merece. Já esquecido de timidez e feiura: “Sabe o que eu mais quero? É embalar você no colo.” Pronto, ofendida, lhe negaceou o rosto. De mal, até amanhã. Amanhã nosso herói vai cultivar uma barbicha.
(TREVISAN, Dalton. Namorada. Adaptado de: https://www.bpp.pr.gov.br/Candido/Pagina/Namorada).

Já esquecido de timidez e feiura: “Sabe o que eu mais quero? É embalar você no colo.”

O período acima poderia ser reescrito em discurso indireto da seguinte forma:

Já esquecido de timidez e feiura, ele perguntou para ela
  • A: para que soubera o que ele mais quis. E respondeu que poderia ser embalar você no colo.
  • B: se soubesse o que ele mais queria. E respondeu que é embalá-la no colo.
  • C: para que soubesse o que ele mais queria. E respondeu que era embalá-la no colo.
  • D: se soube o que ele mais quis. E respondeu que seria embalar você no colo.
  • E: se sabia o que ele mais queria. E respondeu que era embalá-la no colo.

Depois que vê a garota ele corre se olhar no espelho: não pode negar, meio feio? quase feio? Numa palavra, feio. Dia seguinte desiste do bigode ralo. Quem sabe costeleta ou cavanhaque? A menina o enfeitiça. Possuído, sim. Febrícula, sonho delirante, falta de ar, sede mas não de água. Ela surge enrolada no garfo do suculento espaguete à bolonhesa. De sainha xadrez na primeira tarde, ó deliciosa bolacha Maria com geleia de uva. Formigas de fogo mordem sob a camisa quando ela vem na rua, brincando com o arco-íris na ponta dos dedos.

Consegue afinal apertar-lhe a mãozinha na luva de crochê, ri (descuidoso de ser feio) dentro de seus olhos glaucos. Discutem o narizinho, quem sabe arrebitado, segundo ela. E para ele, nada mais bonito que tal narizinho. Meio do sono acorda, olho arregalado no escuro. A sua imagem o percorre, impetuoso vento por uma casa de portas abertas. Ninguém por perto, fala sozinho. A mãe o acha mais magro. Quem dera ser o terceiro motociclista do Globo da Morte.

Em guarda no portão, as mãos suadas, fumando. Ela aparece: um caramanchão florido de glicínia azul. Olhinho esquivo que fixa e foge. O sorriso (uma virgem fatal?) na pequena boca fresca. Um dentinho ectópico no lado esquerdo, onde a palavra tiau esbarra quando sai. Ah, se ela deixar, passa o resto da vida adorando esse dentinho. Espera outras vezes, fumando aflito, um cigarro aceso no outro. Ele mesmo um cigarro em chamas. A mocinha não quer lhe dar a mão. Como pode, uma santinha disfarçada na terra? Depois, deu.

Brava, ainda mais linda. Toda rosa, o lenço no pescoço, gatinha na janela depois do banho. A curva altaneira da testa, os cachos loiros arrepiados ao vento. Ai, não, uma pérola na orelha. A pérola da orelha. Uma divina orelhinha esquerda, sabe o que é? A voz meio rouca: Adivinhe o que eu tenho na mão? “Bem, pode ser tanta coisa.” Bala de mel, seu bobo. Pra você que não merece. Já esquecido de timidez e feiura: “Sabe o que eu mais quero? É embalar você no colo.” Pronto, ofendida, lhe negaceou o rosto. De mal, até amanhã. Amanhã nosso herói vai cultivar uma barbicha.
(TREVISAN, Dalton. Namorada. Adaptado de: https://www.bpp.pr.gov.br/Candido/Pagina/Namorada).

Depreende-se do texto que a garota
  • A: faz parte do imaginário da vida do menino, compondo apenas elementos de um sonho.
  • B: é uma boneca de crochê, personificada pelo menino como objeto de desejo e contentamento.
  • C: demonstra interesse pelo menino, envolvendo-se por meio de uma espécie de jogo amoroso.
  • D: desconhece os planos do menino, sentindo-se ofendida por suas investidas.
  • E: controla seus desejos pelo menino, sem trocar olhares e contatos físicos.

As redes sociais se apresentam como uma espécie de “praça pública virtual”, na qual indivíduos interagem e empresas anunciam seus produtos. Entretanto, ao contrário do espaço público tradicional (físico), plataformas de redes sociais moldam quem e o que encontraremos durante a conexão. A lógica por trás disso é que tenhamos um espaço customizado, no qual nos deparemos com aqueles que conosco se assemelham e com produtos que almejamos. Conectar-se de forma sadia às redes sociais demanda alguns cuidados. O primeiro deles, é saber como a maior parte das redes sociais funciona. Não ignorar que cada um de nós é o verdadeiro produto pode nos garantir experiência saudável nesse ambiente. Desconsiderar esse ponto é o atalho para vivenciar aquilo que se pode definir como conectividade tóxica.

Um segundo aspecto, decorrente do anterior, diz respeito às pessoas, às notícias e aos produtos com os quais nos deparamos. Nosso histórico de acessos na internet permite que as plataformas direcionem conteúdo sob medida a cada um de nós. Isso inclui sugestões de amizade, apresentação de notícias e, claro, publicidade. A depender das configurações de nossos aparelhos eletrônicos, falas simples, mesmo enquanto não usamos tais dispositivos, podem ser captadas por mecanismos de inteligência artificial e transformadas em material que chega às nossas telas sem que nada busquemos. Um terceiro aspecto consiste em não nos deixarmos levar pelo aparente conforto que as redes propiciam. Com o uso frequente, permitimos que as plataformas criem nossa “própria bolha”.

Levados pelo desejo, curvamo-nos à facilidade do consumo e tornamo-nos presas fáceis de golpes que prometem vantagens fantásticas e inverídicas. Diante de falsas notícias, que tendem a nos agradar ou atemorizar, abrimos mão da necessária reflexão, e preferimos compartilhá-las sem nem mesmo conferir se provêm de fonte confiável. Em ambos os casos, somos fantoches manipulados por interesses alheios.
(Adaptado de: AMARAL, Luiz Fernando. Conexão Sadia. Disponível em: Istoe.com.br/conexao − sadia).

Sintaticamente, o período Não ignorar que cada um de nós é o verdadeiro produto pode nos garantir experiência saudável nesse ambiente caracteriza-se pela presença de uma oração principal e
  • A: duas subordinadas, uma com função de sujeito e outra como complemento verbal.
  • B: duas subordinadas, ambas com função de sujeito.
  • C: uma subordinada com função de complemento verbal.
  • D: uma subordinada com função de sujeito.
  • E: duas subordinadas, uma com função de adjunto adnominal e outra como sujeito.

As redes sociais se apresentam como uma espécie de “praça pública virtual”, na qual indivíduos interagem e empresas anunciam seus produtos. Entretanto, ao contrário do espaço público tradicional (físico), plataformas de redes sociais moldam quem e o que encontraremos durante a conexão. A lógica por trás disso é que tenhamos um espaço customizado, no qual nos deparemos com aqueles que conosco se assemelham e com produtos que almejamos. Conectar-se de forma sadia às redes sociais demanda alguns cuidados. O primeiro deles, é saber como a maior parte das redes sociais funciona. Não ignorar que cada um de nós é o verdadeiro produto pode nos garantir experiência saudável nesse ambiente. Desconsiderar esse ponto é o atalho para vivenciar aquilo que se pode definir como conectividade tóxica.

Um segundo aspecto, decorrente do anterior, diz respeito às pessoas, às notícias e aos produtos com os quais nos deparamos. Nosso histórico de acessos na internet permite que as plataformas direcionem conteúdo sob medida a cada um de nós. Isso inclui sugestões de amizade, apresentação de notícias e, claro, publicidade. A depender das configurações de nossos aparelhos eletrônicos, falas simples, mesmo enquanto não usamos tais dispositivos, podem ser captadas por mecanismos de inteligência artificial e transformadas em material que chega às nossas telas sem que nada busquemos. Um terceiro aspecto consiste em não nos deixarmos levar pelo aparente conforto que as redes propiciam. Com o uso frequente, permitimos que as plataformas criem nossa “própria bolha”.

Levados pelo desejo, curvamo-nos à facilidade do consumo e tornamo-nos presas fáceis de golpes que prometem vantagens fantásticas e inverídicas. Diante de falsas notícias, que tendem a nos agradar ou atemorizar, abrimos mão da necessária reflexão, e preferimos compartilhá-las sem nem mesmo conferir se provêm de fonte confiável. Em ambos os casos, somos fantoches manipulados por interesses alheios.
(Adaptado de: AMARAL, Luiz Fernando. Conexão Sadia. Disponível em: Istoe.com.br/conexao − sadia).

O termo “se” está corretamente classificado em:
  • A: Conectar-se de forma sadia às redes sociais demanda alguns cuidados (partícula apassivadora)
  • B: preferimos compartilhá-las sem nem mesmo conferir se provêm de fonte confiável (conjunção integrante).
  • C: aquilo que se pode definir como conectividade tóxica (pronome reflexivo).
  • D: As redes sociais se apresentam como uma espécie de “praça pública virtual” (índice de indeterminação do sujeito).
  • E: aqueles que conosco se assemelham e com produtos que almejamos (partícula de realce).

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