Questões

Filtrar por:

limpar filtros

Foram encontradas 24771 questões.


Explicação da eternidade










Devagar, o tempo transforma tudo em tempo.

O ódio transforma-se em tempo, o amor

transforma-se em tempo, a dor transforma-se

em tempo.

Os assuntos que julgamos mais profundos,

mais impossíveis, mais permanentes e imutáveis,

transformam-se devagar em tempo.

Por si só, o tempo não é nada.

A idade de nada é nada.

A eternidade não existe.

No entanto, a eternidade existe.

Os instantes dos teus olhos parados sobre mim eram eternos.

Os instantes do teu sorriso eram eternos.

Os instantes do teu corpo de luz eram eternos.

Foste eterna até ao fim.


                                                                                       José Luís Peixoto. In: A Casa, a Escuridão. Editora: Livros Quetzal, 2002.





De acordo com o texto, entende-se que o eu lírico
  • A: acredita que, com o passar do tempo, seu amor eterno torna-se algo enfadonho, por isso chega ao fim.
  • B: sabe que a eternidade não existe, porque todas as coisas estão limitadas às mudanças operadas pelo tempo.
  • C: utiliza uma história pessoal para chegar à conclusão de que o tempo muda tudo, mas os assuntos imutáveis permanecem.
  • D: reconhece que os sentimentos passam, mas os momentos vividos com a pessoa amada são eternos em sua memória.
  • E: está iludido com a realidade da vida e, partindo de ideias genéricas,deduz que sua concepção de tempo será questionada.



Explicação da eternidade










Devagar, o tempo transforma tudo em tempo.

O ódio transforma-se em tempo, o amor

transforma-se em tempo, a dor transforma-se

em tempo.

Os assuntos que julgamos mais profundos,

mais impossíveis, mais permanentes e imutáveis,

transformam-se devagar em tempo.

Por si só, o tempo não é nada.

A idade de nada é nada.

A eternidade não existe.

No entanto, a eternidade existe.

Os instantes dos teus olhos parados sobre mim eram eternos.

Os instantes do teu sorriso eram eternos.

Os instantes do teu corpo de luz eram eternos.

Foste eterna até ao fim.


                                                                                       José Luís Peixoto. In: A Casa, a Escuridão. Editora: Livros Quetzal, 2002.




 
O verso que evidencia a quem se dirige o eu lírico é
  • A: foste eterna até ao fim.
  • B: a idade de nada é nada.
  • C: por si só, o tempo não é nada.
  • D: no entanto, a eternidade existe.
  • E: o amor transforma-se em tempo.



Explicação da eternidade










Devagar, o tempo transforma tudo em tempo.

O ódio transforma-se em tempo, o amor

transforma-se em tempo, a dor transforma-se

em tempo.

Os assuntos que julgamos mais profundos,

mais impossíveis, mais permanentes e imutáveis,

transformam-se devagar em tempo.

Por si só, o tempo não é nada.

A idade de nada é nada.

A eternidade não existe.

No entanto, a eternidade existe.

Os instantes dos teus olhos parados sobre mim eram eternos.

Os instantes do teu sorriso eram eternos.

Os instantes do teu corpo de luz eram eternos.

Foste eterna até ao fim.


                                                                                       José Luís Peixoto. In: A Casa, a Escuridão. Editora: Livros Quetzal, 2002.



Nos versos, em que há estruturas formadas por “verbo+se”, qual a função da partícula “se”?


  • A: Índice de indeterminação do sujeito.
  • B: Pronome reflexivo recíproco.
  • C: Parte integrante de verbo.
  • D: Pronome apassivador.
  • E: Palavra expletiva.



Explicação da eternidade










Devagar, o tempo transforma tudo em tempo.

O ódio transforma-se em tempo, o amor

transforma-se em tempo, a dor transforma-se

em tempo.

Os assuntos que julgamos mais profundos,

mais impossíveis, mais permanentes e imutáveis,

transformam-se devagar em tempo.

Por si só, o tempo não é nada.

A idade de nada é nada.

A eternidade não existe.

No entanto, a eternidade existe.

Os instantes dos teus olhos parados sobre mim eram eternos.

Os instantes do teu sorriso eram eternos.

Os instantes do teu corpo de luz eram eternos.

Foste eterna até ao fim.


                                                                                       José Luís Peixoto. In: A Casa, a Escuridão. Editora: Livros Quetzal, 2002.

 



A repetição da expressão “os instantes” na penúltima estrofe
  • A: é um recurso para estabelecer um maior vínculo com o leitor.
  • B: reforça a ideia de que para o eu lírico a eternidade não existe.
  • C: estabelece relação com a primeira estrofe, que destaca sentimentos.
  • D: enfatiza que foram diferentes momentos vividos com a pessoa amada.
  • E: torna a leitura cansativa, assim como o eu lírico considera a eternidade.










O bichinho afirmou que o amigo usou “poesia” porque

  • A: reconheceu que o amigo citou o trecho de um poema e assim não poderia vencer a competição.
  • B: associa a eternidade a elementos da natureza, muito utilizados nos poemas para criar imagens e sugerir emoções.
  • C: considerou a sua definição de infinito mais poética, por conseguir sensibilizar o outro por meio de metáforas e comparações.
  • D: o amigo associou eterno a um momento considerado poético, uma vez que poesia diz respeito a algo que comove e desperta sentimentos.
  • E: ao definir infinito, ele utiliza recursos para expressar a linguagem de forma especial e provocar diversos efeitos de sentido naqueles que recebem a mensagem.


Se a frase “Cada um luta com o que tem” fosse reescrita da seguinte forma: “Luta-se com o que tem”, quais alterações sintáticas ocorreriam?
  • A: Há transposição da voz ativa para voz passiva sintética, marcada pelo uso do pronome reflexivo “se”.
  • B: Na primeira oração, o termo “cada um” é o sujeito e, na oração reescrita, o sujeito é indeterminado.
  • C: A palavra “luta” muda de classificação gramatical, na primeira, é substantivo e na segunda, é verbo.
  • D: Há uma alteração da função sintática do termo “com o que tem”, de objeto indireto para complemento nominal.
  • E: Na oração original, o verbo “lutar” está flexionado no presente do indicativo e, na segunda oração, está no imperativo.

O apanhador de desperdícios
 

 

Uso a palavra para compor meus silêncios.

Não gosto das palavras fatigadas de informar.

Dou mais respeito

às que vivem de barriga no chão

tipo água pedra sapo.

Entendo bem o sotaque das águas

Dou respeito às coisas desimportantes

e aos seres desimportantes.

Prezo insetos mais que aviões.

Prezo a velocidade

das tartarugas mais que a dos mísseis.

Tenho em mim um atraso de nascença.

Eu fui aparelhado para gostar de passarinhos.

Tenho abundância de ser feliz por isso.

Meu quintal é maior do que o mundo.

Sou um apanhador de desperdícios:

Amo os restos

como as boas moscas.

Queria que a minha voz tivesse um formato

de canto.

Porque eu não sou da informática:

eu sou da invencionática.

Só uso a palavra para compor meus silêncios.


                                                                              BARROS, Manoel de. O apanhador de desperdícios. In. PINTO, Manuel da Costa. Antologia comentada da poesia brasileira do século 21. São Paulo: Publifolha, 2006. p. 73-74.



A palavra destacada em “Tenho abundância de ser feliz por isso” é formada pelo mesmo processo que em
  • A: Uso a palavra para compor meus silêncios.
  • B: Dou respeito às coisas desimportantes.
  • C: Tenho em mim um atraso de nascença.
  • D: Sou um apanhador de desperdícios.
  • E: Porque eu não sou da informática.

O apanhador de desperdícios
 

 

Uso a palavra para compor meus silêncios.

Não gosto das palavras fatigadas de informar.

Dou mais respeito

às que vivem de barriga no chão

tipo água pedra sapo.

Entendo bem o sotaque das águas

Dou respeito às coisas desimportantes

e aos seres desimportantes.

Prezo insetos mais que aviões.

Prezo a velocidade

das tartarugas mais que a dos mísseis.

Tenho em mim um atraso de nascença.

Eu fui aparelhado para gostar de passarinhos.

Tenho abundância de ser feliz por isso.

Meu quintal é maior do que o mundo.

Sou um apanhador de desperdícios:

Amo os restos

como as boas moscas.

Queria que a minha voz tivesse um formato

de canto.

Porque eu não sou da informática:

eu sou da invencionática.

Só uso a palavra para compor meus silêncios.


                                                                              BARROS, Manoel de. O apanhador de desperdícios. In. PINTO, Manuel da Costa. Antologia comentada da poesia brasileira do século 21. São Paulo: Publifolha, 2006. p. 73-74.



Os versos “Não gosto das palavras / fatigadas de informar” fazem referência a uma linguagem presente principalmente em
  • A: crônicas.
  • B: editoriais.
  • C: resenhas.
  • D: romances.
  • E: reportagens.

O apanhador de desperdícios
 

 

Uso a palavra para compor meus silêncios.

Não gosto das palavras fatigadas de informar.

Dou mais respeito

às que vivem de barriga no chão

tipo água pedra sapo.

Entendo bem o sotaque das águas

Dou respeito às coisas desimportantes

e aos seres desimportantes.

Prezo insetos mais que aviões.

Prezo a velocidade

das tartarugas mais que a dos mísseis.

Tenho em mim um atraso de nascença.

Eu fui aparelhado para gostar de passarinhos.

Tenho abundância de ser feliz por isso.

Meu quintal é maior do que o mundo.

Sou um apanhador de desperdícios:

Amo os restos

como as boas moscas.

Queria que a minha voz tivesse um formato

de canto.

Porque eu não sou da informática:

eu sou da invencionática.

Só uso a palavra para compor meus silêncios.


                                                                              BARROS, Manoel de. O apanhador de desperdícios. In. PINTO, Manuel da Costa. Antologia comentada da poesia brasileira do século 21. São Paulo: Publifolha, 2006. p. 73-74.


 

No texto, a composição poética é marcada por
  • A: dualidades entre a percepção do eu lírico e da sociedade.
  • B: questionamentos do eu lírico sobre a percepção das pessoas.
  • C: conflitos existenciais do eu lírico que refletem no seu cotidiano.
  • D: reflexões sobre a simplicidade que marcou a infância do eu lírico.
  • E: incertezas presentes na vida do poeta e incompreendidas pelos demais.


 Vista cansada





      [...]


      Se eu morrer, morre comigo um certo modo de ver, disse o poeta. Um poeta é só isto: um certo modo de ver.


      [...]. Experimente ver pela primeira vez o que você vê todo dia, sem ver. Parece fácil, mas não é. O que nos cerca, o que nos é familiar, já não desperta curiosidade. O campo visual da nossa rotina é como um vazio.


      Você sai todo dia, por exemplo, pela mesma porta. Se alguém lhe perguntar o que é que você vê no seu caminho, você não sabe. De tanto ver, você não vê. Sei de um profissional que passou 32 anos a fio pelo mesmo hall do prédio do seu escritório. Lá estava sempre, pontualíssimo, o mesmo porteiro. Dava-lhe bom-dia e às vezes lhe passava um recado ou uma correspondência. Um dia o porteiro cometeu a descortesia de falecer.


      Como era ele? Sua cara? Sua voz? Como se vestia? Não fazia a mínima ideia. Em 32 anos, nunca o viu. Para ser notado, o porteiro teve que morrer. Se um dia no seu lugar estivesse uma girafa, cumprindo o rito, pode ser também que ninguém desse por sua ausência. O hábito suja os olhos e lhes baixa a voltagem. Mas há sempre o que ver. Gente, coisas, bichos. E vemos? Não, não vemos.


      Uma criança vê o que o adulto não vê. Tem olhos atentos e limpos para o espetáculo do mundo. O poeta é capaz de ver pela primeira vez o que, de fato, ninguém vê. Há pai que nunca viu o próprio filho. Marido que nunca viu a própria mulher, isso existe às pampas. Nossos olhos se gastam no dia a dia, opacos. É por aí que se instala no coração o monstro da indiferença.


                                                                      Adaptação do texto de Otto Lara Resende. “Folha de S. Paulo”,



Na crônica “Vista cansada” , o autor afirma que “O poeta é capaz de ver pela primeira vez o que, de fato, ninguém vê.” Identifique os versos que confirmam essa afirmação.







  • A: Amo os restos / como as boas moscas.
  • B: Não gosto das palavras / fatigadas de informar.
  • C: Eu fui aparelhado / para gostar de passarinhos.
  • D: Queria que a minha voz tivesse um formato / de canto.
  • E: Dou respeito às coisas desimportantes / e aos seres desimportantes.

Exibindo de 17961 até 17970 de 24771 questões.