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A perda da privacidade

Um dos problemas do nosso tempo, uma obsessão mais ou menos generalizada, é a privacidade. Para dizer de maneira muito, mas muito simples, significa que cada um tem o direito de tratar da própria vida sem que todos fiquem sabendo. Por isso, é preocupante que, através dos nossos cartões de crédito, alguém possa ficar sabendo o que compramos, em que hotel ficamos e onde jantamos.

Parece, portanto, que a privacidade é um bem que todos querem defender a qualquer custo.

Mas a pergunta é: as pessoas realmente se importam tanto com a privacidade? Antes, a ameaça à privacidade era a fofoca, e o que temíamos na fofoca era o atentado à nossa reputação pública. No entanto, talvez por causa da chamada sociedade líquida, na qual todos estão em crise de identidade e de valores e não sabem onde buscar os pontos de referência para definir-se, o único modo de adquirir reconhecimento social é “mostrar-se” – a qualquer custo.

E assim, os cônjuges que antigamente escondiam zelosamente suas divergências participam de programas de gosto duvidoso para interpretar tanto o papel do adúltero quanto o do traído, para delírio do público.

Foi publicado recentemente um artigo de Zygmunt Bauman revelando que as redes sociais, que representam um instrumento de vigilância de pensamentos e emoções alheios, são realmente usadas pelos vários poderes com funções de controle, graças também à contribuição entusiástica de seus usuários. Bauman fala de “sociedade confessional que eleva a autoexposição pública à categoria de prova eminente e mais acessível, além de verossimilmente mais eficaz, de existência social”. Em outras palavras, pela primeira vez na história da humanidade, os espionados colaboram com os espiões, facilitando o trabalho destes últimos, e esta rendição é para eles um motivo de satisfação porque afinal são vistos por alguém enquanto levam a vida – e não importa se às vezes vivam como criminosos ou como imbecis.

A verdade também é que, já que todos podem saber tudo de todos, o excesso de informação não pode produzir nada além de confusão, rumor e silêncio. Mas, para os espionados, parece ótimo que eles mesmos e seus segredos mais íntimos sejam conhecidos pelo menos pelos amigos, vizinhos, e possivelmente até pelos inimigos, pois este é o único modo de sentirem-se vivos, parte ativa do corpo social.
(Umberto Eco. Pape satàn aleppe: Crônicas de uma sociedade líquida. Editora Record, Rio de Janeiro: 2017. Adaptado)

O termo destacado na frase “... os cônjuges que antigamente escondiam zelosamente suas divergências...” exprime circunstância de
  • A: modo, podendo ser substituído por “diligentemente”.
  • B: dúvida, podendo ser substituído por “rigorosamente”.
  • C: negação, podendo ser substituído por “obstinadamente”.
  • D: afirmação, podendo ser substituído por “cautelosamente”.
  • E: intensidade, podendo ser substituído por “indiferentemente”.

A perda da privacidade

Um dos problemas do nosso tempo, uma obsessão mais ou menos generalizada, é a privacidade. Para dizer de maneira muito, mas muito simples, significa que cada um tem o direito de tratar da própria vida sem que todos fiquem sabendo. Por isso, é preocupante que, através dos nossos cartões de crédito, alguém possa ficar sabendo o que compramos, em que hotel ficamos e onde jantamos.

Parece, portanto, que a privacidade é um bem que todos querem defender a qualquer custo.

Mas a pergunta é: as pessoas realmente se importam tanto com a privacidade? Antes, a ameaça à privacidade era a fofoca, e o que temíamos na fofoca era o atentado à nossa reputação pública. No entanto, talvez por causa da chamada sociedade líquida, na qual todos estão em crise de identidade e de valores e não sabem onde buscar os pontos de referência para definir-se, o único modo de adquirir reconhecimento social é “mostrar-se” – a qualquer custo.

E assim, os cônjuges que antigamente escondiam zelosamente suas divergências participam de programas de gosto duvidoso para interpretar tanto o papel do adúltero quanto o do traído, para delírio do público.

Foi publicado recentemente um artigo de Zygmunt Bauman revelando que as redes sociais, que representam um instrumento de vigilância de pensamentos e emoções alheios, são realmente usadas pelos vários poderes com funções de controle, graças também à contribuição entusiástica de seus usuários. Bauman fala de “sociedade confessional que eleva a autoexposição pública à categoria de prova eminente e mais acessível, além de verossimilmente mais eficaz, de existência social”. Em outras palavras, pela primeira vez na história da humanidade, os espionados colaboram com os espiões, facilitando o trabalho destes últimos, e esta rendição é para eles um motivo de satisfação porque afinal são vistos por alguém enquanto levam a vida – e não importa se às vezes vivam como criminosos ou como imbecis.

A verdade também é que, já que todos podem saber tudo de todos, o excesso de informação não pode produzir nada além de confusão, rumor e silêncio. Mas, para os espionados, parece ótimo que eles mesmos e seus segredos mais íntimos sejam conhecidos pelo menos pelos amigos, vizinhos, e possivelmente até pelos inimigos, pois este é o único modo de sentirem-se vivos, parte ativa do corpo social.
(Umberto Eco. Pape satàn aleppe: Crônicas de uma sociedade líquida. Editora Record, Rio de Janeiro: 2017. Adaptado)

Conforme o autor, a obsessão mais ou menos generalizada pela privacidade
  • A: tem aumentado o temor das pessoas quanto à forma como empresas que dispõem de dados pessoais lidam com eles.
  • B: é condizente com a tendência de abandono à exposição em redes sociais e de maior cuidado com a reputação pública.
  • C: destoa do objetivo das redes sociais, que lucram justamente quando usuários se expõem a um público cada vez maior.
  • D: obriga as redes sociais a buscarem novos meios para que os usuários voltem a sentir satisfação em expor sua vida pessoal.
  • E: vai de encontro à predisposição das pessoas para expor a própria intimidade em busca de reconhecimento social.

Assinale a alternativa em que, na frase redigida a partir do texto, o uso do acento indicativo da crase está em conformidade com a norma-padrão.
  • A: O uso do telefone fixo tem sido reduzido à um número cada vez menor de pessoas.
  • B: Em geral, integrar-se às novas tecnologias de comunicação é algo bastante natural.
  • C: Parece ainda haver muita resistência em aderir à algumas formas de comunicação digital.
  • D: Algumas pessoas têm voltado à se comunicar empregando meios antigos como cartas.
  • E: Atualmente, a internet é uma ferramenta acessível à todas as pessoas que queiram usá-la.

Assinale a alternativa em que o termo em destaque expressa ideia de causa.
  • A: ... ainda veem nela uma alternativa aos programas de auditório...
  • B: ... amigos com quem continuei mais ou menos em contato pelos canais convencionais...
  • C: Faz tempo que, por falta de ofertas, não compro um CD ou DVD.
  • D: ... ainda tenho milhares, mas não sei até quando existirá equipamento para tocá-los...
  • E: Há pouco, na rua, perguntei as horas a uma jovem com um relógio de pulso...

A frase “O telefone fixo, por sua vez, já é um fóssil paleozoico contemporâneo.” é empregada pelo autor para expressar a ideia de que, no tempo atual,
  • A: as pessoas ainda apreciam o telefone fixo.
  • B: a dependência do telefone fixo persiste.
  • C: o telefone fixo é um objeto antiquado.
  • D: o telefone fixo conseguiu reinventar-se.
  • E: o fim do uso do telefone fixo é injustificável.

No texto, o autor trata
  • A: da obsolescência da TV aberta, que vem perdendo direito de transmissão inclusive de programas de auditório.
  • B: do avanço da tecnologia, destacando a forma como tal evolução o reaproximou de antigos amigos.
  • C: da opção pessoal por adotar a tecnologia em substituição ao antigo hábito de se comunicar por cartas.
  • D: das mudanças no que diz respeito à forma como nos relacionamos com objetos de uso cotidiano.
  • E: do descaso com que pessoas sem habilidade com a tecnologia são tratadas, especialmente pelos mais jovens.

Substituindo-se a expressão destacada por um pronome, a frase “A China também não tem ganhado tantos prêmios Nobel...” atende à norma-padrão de uso e de colocação dos pronomes em:
  • A: A China também não os tem ganhado...”
  • B: A China também não tem-lhes ganhado...”
  • C: A China também não tem ganhado-lhes...”
  • D: A China também não tem ganhado-os...”
  • E: A China também não lhes tem ganhado...”

A forma verbal destacada na frase “Mas não dá para descartar a hipótese de que os institucionalistas estejam errados” exprime a ideia de possibilidade, assim como a forma verbal destacada em:
  • A: Pela primeira vez, a China superou os EUA em produção científica.
  • B: ... o que faz supor que, nas áreas mais relevantes, os americanos liderem.
  • C: Isso ocorre porque a prosperidade duradoura depende de um fluxo constante de inovações...
  • D: ... não asseguram a liberdade necessária para que ciência e tecnologia se desenvolvam.
  • E: Já vimos ditaduras colapsarem porque ficaram para trás na corrida tecnológica.

Para o autor, a posição defendida por economistas de que a ausência de instituições políticas livres compromete a prosperidade econômica
  • A: mostra-se acertada, dada a dificuldade que a China já demonstra para conseguir manter o crescimento vigoroso de sua economia.
  • B: é refutável, já que as barreiras ao progresso científico são da mesma natureza em ditaduras e em nações em que se tem liberdade.
  • C: é equivocada, ao vaticinar que, via de regra, a prosperidade econômica de uma nação demandaria inovação científica permanente.
  • D: despreza o fato de que, justamente por se tratar de regimes fechados, os dados econômicos de tais países não refletem a realidade.
  • E: é discutível, sendo possível a um governo conceder liberdades apenas o suficiente para manter a produção econômica e científica

A expressão destacada em negrito na passagem do segundo parágrafo “A China tem uma população quatro vezes maior que a americana, de modo que a produção per capita dos EUA ainda é superior.” estabelece relação com sentido de
  • A: consequência.
  • B: comparação.
  • C: proporção.
  • D: condição.
  • E: oposição.

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