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Mesopotâmia*
Perto de minha casa um rio
seguia rumoroso e pobre,
mas sempre havia quem buscasse
um seixo,um peixe, uma lembrança.
Eram meninos e eram homens
muito mais pobres do que ele,
curvados sobre a água escura
mesmo sob o sol de dezembro.
Pequenos caracóis, viscosos
abrigos de um destino só
na infância, a percorrer as léguas
de schistosoma e solidão.
À noite, eu pensava que o mundo
era composto só de rios
e de crianças que tentavam
a todo custo atravessá-los.
E ninguém me explicava nunca
que na verdade, em minha vida,
apenas um riozinho de águas,
sempre escassas, corria perto.
*Mesopotâmia: região entre os rios Tigre e Eufrates, considerada o berço da civilização.
(MELO, Alberto da Cunha. Poesia completa. Rio de Janeiro, Record, 2017)
No contexto do poema, as águas escassas simbolizam
  • A: a falta de identidade de uma população que não se organiza em prol do bem comum.
  • B: a pobreza do sujeito poético, que se revolta contra a subserviência de seus pares.
  • C: a ascensão social dos cidadãos capazes de se desprender de suas origens.
  • D: a precariedade de recursos de uma comunidade negligenciada pelo poder público.
  • E: o exotismo de uma região pouco explorada em termos socioeconômicos.


Com relação a aspectos linguísticos do texto CB2A1-I, julgue o item que se segue.
A substituição de “o que exigiu” (linha 18) por exigindo manteria a correção gramatical e os sentidos do texto.
  • A: Certo
  • B: Errado



Com relação a aspectos linguísticos do texto CB2A1-I, julgue o item que se segue.
O isolamento da expressão “de forma muito rápida” (linha 15) por vírgulas preservaria a coesão e a correção gramatical do texto.

  • A: Certo
  • B: Errado




Com relação a aspectos linguísticos do texto CB2A1-I, julgue o item que se segue.

A correção gramatical e o sentido original do texto seriam mantidos se o trecho “A revolução (...) para o atual” (linhas 7 a 10) fosse reescrito da seguinte forma: A revolução nas comunicações, na produção de alimentos, na diversificação de máquinas, nos equipamentos e na sofisticação da medicina atestam avanços extraordinários alcançados pela sociedade, na transição do século XX para o atual.

  • A: Certo
  • B: Errado



Com relação a aspectos linguísticos do texto CB2A1-I, julgue o item que se segue.
Mantendo-se o sentido e a correção gramatical do texto, a expressão “dia a dia” (linha 6) poderia ser substituída por cotidiano.

  • A: Certo
  • B: Errado

Todas as palavras estão grafadas corretamente em:
  • A: Talvez restem poucas reminiscências no imaginário coletivo dos males de algumas doenças evitadas pela vacinação.
  • B: Os médicos reinvindicam uma maior aderencia dos pacientes às campanhas esclarecedoras sobre a vacinação.
  • C: O medo de que as vacinas façam mau às crianças tem levado o Ministério da Saúde a rever suas estrategias.
  • D: A ignorancia quanto aos riscos das vacinas se extende das camadas mais pobres às mais abastadas da população.
  • E: O ideal é que os responsáveis vacinem seus filhos expontaneamente, visando protege-los e colaborando com o coletivo.

Atende às regras de concordância da norma-padrão a seguinte frase:
  • A: Os cidadãos são bombardeado com notícias falsas com o propósito de dissuadi-las de vacinar suas crianças.
  • B: Notícias falsas é o que tem deixado alarmado quanto à vacinação grande parte da população.
  • C: As pessoas tornam improdutivo o esforço governamental de proteger os brasileiros de doenças evitáveis.
  • D: Quando a criança não é vacinada contra determinada doença, sua saúde fica gravemente comprometido.
  • E: Nos últimos anos, tem sido registrado uma queda na cobertura vacinal de crianças menores de dois anos.



De acordo com as ideias do texto CB2A1-I,
a ausência de apoio financeiro à pesquisa científica brasileira foi atribuída pelo setor de ciência e tecnologia à “limitação e instabilidade no fluxo dos recursos” (linha 29) e à “percepção de que pouco uso é feito dos conhecimentos gerados” (linhas 30 e 31).

  • A: Certo
  • B: Errado

Desde 2016, registra-se queda na cobertura vacinal de crianças menores de dois anos. Segundo o Ministério da Saúde, entre janeiro e agosto, nenhuma das nove principais vacinas bateu a meta estabelecida — imunizar 95% do público-alvo. O percentual alcançado oscila entre 50% e 70%.
As autoridades atribuem o desleixo a duas causas. Uma: notícias falsas alarmantes espalhadas pelas redes sociais. Segundo elas, vacinas seriam responsáveis pelo autismo e outras enfermidades. A outra: a população apagou da memória as imagens de pessoas acometidas por coqueluche, catapora, sarampo. Confirmar-se-ia, então, o dito de que o que os olhos não veem o coração não sente.
Trata-se de comportamento irresponsável que tem consequências. De um lado, ao impedir que o infante indefeso fique protegido contra determinada doença, os pais lhe comprometem a saúde (e até a vida). De outro, contribuem para que a enfermidade continue a se propagar pela população. Em bom português: apunhalam o individual e o coletivo. Põem a perder décadas de esforço governamental de proteger os brasileiros de doenças evitáveis.
O Brasil, vale lembrar, é citado como modelo pela Organização Mundial de Saúde. As campanhas de vacinação exigiram esforço hercúleo. Para cobrir o território nacional e cumprir o calendário, enfrentaram selvas, secas, tempestades. Tiveram êxito. Deixaram relegada para as páginas da história a revolta da vacina, protagonizada pela população do Rio de Janeiro que, no início do século passado, se rebelou contra a mobilização de Oswaldo Cruz para reduzir as mazelas do Rio de Janeiro. O médico quis resolver a tragédia da varíola com a Lei da Vacina Obrigatória.
Tal fato seria inaceitável hoje. A sociedade evoluiu e se educou. O calendário de vacinação tornou-se rotina. Graças ao salto civilizatório, o país conseguiu erradicar males que antes assombravam a infância. O retrocesso devolverá o Brasil ao século 19. Há que reverter o processo. Acerta, pois, o Ministério da Saúde ao deflagrar nova campanha de adesão para evitar a marcha rumo à barbárie. O reforço na equipe de agentes de imunização deve merecer atenção especial.
(Adaptado de: “Vacina: avanço civilizatório”. Diário de Pernambuco. Editorial. Disponível em: www.diariodeper-nambuco.com.br)
Para cobrir o território nacional e cumprir o calendário, enfrentaram selvas, secas, tempestades. (4º parágrafo)
Preservando-se o sentido e a correção gramatical, a expressão sublinhada estará corretamente substituída por
  • A: Em decorrência de cobrir...
  • B: Com vistas à cobrir...
  • C: No impeto a cobrir...
  • D: A despeito de cobrir...
  • E: A fim de cobrir...

Desde 2016, registra-se queda na cobertura vacinal de crianças menores de dois anos. Segundo o Ministério da Saúde, entre janeiro e agosto, nenhuma das nove principais vacinas bateu a meta estabelecida — imunizar 95% do público-alvo. O percentual alcançado oscila entre 50% e 70%.
As autoridades atribuem o desleixo a duas causas. Uma: notícias falsas alarmantes espalhadas pelas redes sociais. Segundo elas, vacinas seriam responsáveis pelo autismo e outras enfermidades. A outra: a população apagou da memória as imagens de pessoas acometidas por coqueluche, catapora, sarampo. Confirmar-se-ia, então, o dito de que o que os olhos não veem o coração não sente.
Trata-se de comportamento irresponsável que tem consequências. De um lado, ao impedir que o infante indefeso fique protegido contra determinada doença, os pais lhe comprometem a saúde (e até a vida). De outro, contribuem para que a enfermidade continue a se propagar pela população. Em bom português: apunhalam o individual e o coletivo. Põem a perder décadas de esforço governamental de proteger os brasileiros de doenças evitáveis.
O Brasil, vale lembrar, é citado como modelo pela Organização Mundial de Saúde. As campanhas de vacinação exigiram esforço hercúleo. Para cobrir o território nacional e cumprir o calendário, enfrentaram selvas, secas, tempestades. Tiveram êxito. Deixaram relegada para as páginas da história a revolta da vacina, protagonizada pela população do Rio de Janeiro que, no início do século passado, se rebelou contra a mobilização de Oswaldo Cruz para reduzir as mazelas do Rio de Janeiro. O médico quis resolver a tragédia da varíola com a Lei da Vacina Obrigatória.
Tal fato seria inaceitável hoje. A sociedade evoluiu e se educou. O calendário de vacinação tornou-se rotina. Graças ao salto civilizatório, o país conseguiu erradicar males que antes assombravam a infância. O retrocesso devolverá o Brasil ao século 19. Há que reverter o processo. Acerta, pois, o Ministério da Saúde ao deflagrar nova campanha de adesão para evitar a marcha rumo à barbárie. O reforço na equipe de agentes de imunização deve merecer atenção especial.
(Adaptado de: “Vacina: avanço civilizatório”. Diário de Pernambuco. Editorial. Disponível em: www.diariodeper-nambuco.com.br)
Levando em conta apenas os fragmentos dados, a alternativa em que os trechos estão corretamente reescritos, com a expressão sublinhada substituída pelo pronome é:
  • A: apagou da memória as imagens... /apagou-lhes da memória.
  • B: apunhalam o individual e o coletivo. / apunhalam-nos.
  • C: enfrentaram selvas, secas, tempestades.. / enfrentaram-lhes.
  • D: conseguiu erradicar males.... / conseguiu erradicar-nos.
  • E: evitar a marcha rumo à barbárie.. / evitar-lhe.

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