Questões

Filtrar por:

limpar filtros

Foram encontradas 14 questões.
[A voz da natureza]

A natureza diz a todos os homens: fiz todos vós fracos e ignorantes, para vegetarem alguns minutos na terra e para adubaremna com vossos cadáveres. Como sois fracos, socorrei-vos; como sois ignorantes, esclarecei-vos e tolerai-vos. Quando tiverdes todos a mesma opinião, o que certamente não acontecerá jamais, quando houver um único homem de opinião contrária, deveríeis perdoálo: afinal sou eu que o faço pensar como ele pensa.

Eu vos dei braços para cultivar a terra e uma pequena luz de razão para vos conduzir; coloquei em vossos corações um germe de compaixão para que uns ajudem os outros a suportar a vida. Não abafeis esse germe, não o corrompais, aprendei que ele é divino, e não substituais a voz da natureza pelos miseráveis furores da escola.

Sou apenas eu que ainda vos une, sem que o desconfieis, por vossas necessidades mútuas, mesmo em vossas guerras cruéis tão ligeiramente empreendidas, teatro eterno dos erros, dos acasos e das infelicidades. Sou apenas eu que, em uma nação, impede as sequências funestas da divisão interminável entre a nobreza e a magistratura, entre esses dois corpos e o do clero, entre o burguês e o cultivador. (...) Parai, afastai esses destroços funestos que são vossa obra e continuai comigo em paz no edifício inabalável que é o meu.

(Adaptado de: VOLTAIRE, op. cit. Trad. Ana Luiza Reis Bedê. São Paulo: Martin Claret, 2017, p. 98-99)

Transpondo-se para o discurso indireto o primeiro período do texto e observando-se rigorosamente as normas da língua culta, obtém-se a seguinte sequência:
  • A: fizemo-nos fracos e ignorantes, para vegetarmos alguns minutos na terra e para a adubarmos com nossos cadáveres.
  • B: ela fez de nós fracos e ignorantes, para que vegetemos alguns minutos na terra para que lhe adubássemos com nossos cadáveres.
  • C: fez-lhes fracos e ignorantes, para vegetar alguns minutos na terra e adubar-lhe, com seus cadáveres.
  • D: os fizera fracos e ignorantes, para que vegetassem alguns minutos na terra, que adubariam-na com seus cadáveres.
  • E: os fez fracos e ignorantes para que vegetem alguns minutos na terra e a adubem com seus cadáveres.

Amanhã irei ao cinema com este amigo a meu lado.

Transforme essa frase de discurso direto em uma frase de discurso indireto, começando-a por “Ele disse que” e assinale a opção que apresenta a forma correta.
  • A: Ele disse que amanhã iria ao cinema com esse amigo a seu lado.
  • B: Ele disse que no dia seguinte iria ao cinema com este amigo a meu lado.
  • C: Ele disse que no dia seguinte iria ao cinema com aquele amigo do lado dele.
  • D: Ele disse que amanhã irá ao cinema com aquele amigo a seu lado.
  • E: Ele disse que amanhã iria ao cinema com este amigo a seu lado.

Verifica-se a ocorrência de discurso indireto livre no seguinte trecho:
  • A: – Bonita canoa! – Antes assim! – Como obedece bem aos remos do homem! – O certo é que eles estão no Céu! (3o parágrafo)
  • B: – Vejam como Deus escreve direito por linhas tortas, pensa ele. (2o parágrafo)
  • C: Rubião fitava a enseada, – eram oito horas da manhã. (1o parágrafo)
  • D: Cotejava o passado com o presente. Que era, há um ano? Professor. Que é agora? Capitalista. (1o parágrafo)
  • E: Se mana Piedade tem casado com Quincas Borba, apenas me daria uma esperança colateral. (2o parágrafo)

– Não é preciso – objetou o meu amigo. – Posso esperar perfeitamente aqui mesmo. (7o parágrafo)

Ao ser transposto para o discurso indireto, o trecho acima assume a seguinte redação:
  • A: O meu amigo objetou que não era preciso, que podia esperar perfeitamente lá mesmo.
  • B: O meu amigo objetou: – Não era preciso. Podia esperar perfeitamente lá mesmo.
  • C: O meu amigo objetou que não foi preciso, que poderia esperar perfeitamente lá mesmo.
  • D: O meu amigo objetou: – Não preciso. Posso esperar perfeitamente aqui mesmo.
  • E: O meu amigo objetou que não precisaria, que esperaria perfeitamente aqui mesmo.

Observe o seguinte segmento textual:
“Ele abriu e fechou várias vezes o grosso livro, cada uma dessas vezes acompanhada de um palavrão. Finalmente ele se recompôs, releu o parágrafo a consertar, gemeu. Bom, tudo bem, vamos lá!
– Vamos lá, falou em voz alta.
Levantou-se e saiu da sala”.

Nesse segmento de texto, o trecho que exemplifica o discurso indireto livre, é:
  • A: Ele abriu e fechou várias vezes o grosso livro;
  • B: ...cada uma dessas vezes acompanhada de um palavrão;
  • C: Bom, tudo bem, vamos lá!
  • D: Vamos lá, falou em voz alta;
  • E: Levantou-se e saiu da sala.

O dono do pequeno restaurante é amável, sem derrame, e a fregueses mais antigos oferece, antes do menu, o jornal do dia “facilitado”, isto é, com traços vermelhos cercando as notícias importantes. Vez por outra, indaga se a comida está boa, oferece cigarrinho, queixa-se do resfriado crônico e pergunta pelo nosso, se o temos; se não temos, por aquele regime começado em janeiro, e de que desistimos. Também pelos filmes de espionagem, que mexem com ele na alma.

Espetar a despesa não tem problema, em dia de barra pesada. Chega a descontar o cheque a ser recebido no mês que vem (“Falta só uma semana, seu Adelino”).

Além dessas delícias raras, seu Adelino faculta ao cliente dar palpites ao cozinheiro e beneficiar-se com o filé mais fresquinho, o palmito de primeira, a batata feita na hora, especialmente para os eleitos. Enfim, autêntico papo-firme.


Uma noite dessas, o movimento era pequeno, seu Adelino veio sentar-se ao lado da antiga freguesa. Era hora do jantar dele, também. O garçom estendeu-lhe o menu e esperou. Seu Adelino, calado, olhava para a lista inexpressiva dos pratos do dia. A inspiração não vinha. O garçom já tinha ido e voltado duas vezes, e nada. A freguesa resolveu colaborar:

− Que tal um fígado acebolado?

− Acabou, madame − atalhou o garçom.

− Deixe ver… Assada com coradas, está bem?

− Não, não tenho vontade disso − e seu Adelino sacudiu a cabeça.

− Bem, estou vendo aqui umas costeletas de porco com feijão-branco, farofa e arroz…

− Não é mau, mas acontece que ainda ontem comi uma carnezita de porco, e há dois dias que me servem feijão ao almoço − ponderou.

A freguesa de boa vontade virou-se para o garçom:

− Aqui no menu não tem, mas quem sabe se há um bacalhau a qualquer coisa? − pois seu Adelino (refletiu ela) é português, e como todo lusíada que se preza, há de achar isso a pedida.

Da cozinha veio a informação:

− Tem bacalhau à Gomes de Sá. Quer?

− Pode ser isso − concordou seu Adelino, sem entusiasmo.

Ao cabo de dez minutos, veio o garçom brandindo o Gomes de Sá. A freguesa olhou o prato, invejando-o, e, para estimular o apetite de seu Adelino:

− Está uma beleza!

− Não acho muito não − retorquiu, inapetente.

O prato foi servido, o azeite adicionado, e seu Adelino traçou o bacalhau, depois de lhe ser desejado bom apetite. Em silêncio.

Vendo que ele não se manifestava, sua leal conviva interpelou-o:

− Como é, está bom?

Com um risinho meio de banda, fez a crítica:

− Bom nada, madame. Isso não é bacalhau à Gomes de Sá nem aqui nem em Macau. É bacalhau com batatas. E vou lhe dizer: está mais para sem gosto do que com ele. A batata me sabe a insossa, e o bacalhau salgado em demasia, ai!

A cliente se lembrou, com saudade vera, daquele maravilhoso Gomes de Sá que se come em casa de d. Concessa. E foi detalhando:

− Lá em casa é que se prepara um legal, sabe? Muito tomate, pimentão, azeite de verdade, para fazer um molho pra lá de bom, e ainda acrescentam um ovo…

Seu Adelino emergiu da apatia, comoveu-se, os olhos brilhando, desta vez em sorriso aberto:

− Isso mesmo! Ovo cozido e ralado, azeitonas portuguesas, daquelas… Um santo, santíssimo prato!

Mas, encarando o concreto:

− Essa gente aqui não tem a ciência, não tem a ciência!

− Espera aí, seu Adelino, vamos ver no jornal se tem um bom filme de espionagem para o senhor se consolar.

Não tinha, infelizmente.



(Adaptado de: ANDRADE, Carlos Drummond de. 70 histórias. São Paulo: Companhia das Letras, 2016, p. 110-111)

Ao ser transposto para o discurso indireto , o trecho − Pode ser isso − concordou seu Adelino assume a seguinte redação:
  • A: Seu Adelino concordou que podia ser aquilo.
  • B: Seu Adelino concordou que pudera ser aquilo.
  • C: Seu Adelino concordou: − Podia ser isso.
  • D: Seu Adelino concordou que poderá ser aquilo.
  • E: Seu Adelino concordou: − Poderia ser isso.

Um relatório produzido em determinada seção do serviço público trazia, inadequadamente, uma série de frases em discurso direto.

O chefe da seção solicitou, então, ao funcionário autor do relatório que modificasse tais frases para o discurso indireto, o que foi imediatamente feito; a frase em que essa modificação solicitada foi realizada de forma adequada é:
  • A: O funcionário respondeu ao chefe: “Não cometi essa falha ocorrida ontem” / O funcionário respondeu ao chefe que não cometera aquela falha ocorrida no dia anterior;
  • B: O chefe retrucou: “Iremos terminar a tarefa e voltar para casa” / O chefe retrucou que irão terminar a tarefa e voltar para suas casas;
  • C: O cidadão explicou ao segurança: “Não estou preocupado, é que estou pensando” / O cidadão explicou ao segurança que não estava preocupado, era que estava pensando;
  • D: A funcionária pensava: “Como podes deixar que te usem?” / A funcionária pensava como podia deixar que a usem;
  • E: O funcionário explicou: “O relatório só ficará pronto depois de amanhã” / O funcionário explicou que o relatório só ficaria pronto depois de amanhã.

A opção em que a passagem do discurso direto para o indireto é feita de forma adequada é:
  • A: Maria acrescentou: “Eu sei agora que meu amigo partirá daqui em dois dias” / Maria acrescentou que ela sabia então que seu amigo partiria daqui dois dias mais tarde;
  • B: Seu professor lhe disse: “Refaça agora o trabalho” / Seu professor lhe disse que refizesse naquele momento o trabalho;
  • C: Baixando os olhos, Pedro disse: “É verdade que eu menti ontem” / Baixando os olhos, Pedro disse que era verdade que ele mentiu no dia anterior;
  • D: O operário confirmou: “Vou receber amanhã tudo o que mereço pelo meu trabalho” / O operário confirmou que vai receber no dia seguinte tudo o que merece pelo seu trabalho;
  • E: O menino explicou: “Eu estava aqui na sala quando minha irmã caiu e machucou o joelho” / O menino explicou que estava ali na sala quando a irmã dele tinha caído e tinha machucado o joelho.

A frase abaixo que mostra a presença do discurso indireto livre é:
  • A: Passageiros e parentes estavam na plataforma. Adeus, meu filho. O trem teve sua chegada anunciada pelo alto-falante;
  • B: Todos os passageiros carregavam malas e reclamavam bastante do calor;
  • C: O trem chegou buzinando de forma estridente. Todos se prepararam para entrar nos vagões;
  • D: Os vagões estavam vazios e muito bem limpos, não deixando espaço para reclamações;
  • E: A viagem transcorreu com tranquilidade e ouviam-se roncos de alguns que dormiam.

“Chamou Carlos e lhe disse: Amanhã irei ver você.”

Nesse segmento, “Amanhã irei ver você” é exemplo de discurso direto; colocando a frase em discurso indireto precedido da forma verbal “disse”, a forma adequada seria:
  • A: que irá vê-lo amanhã;
  • B: que iria vê-lo no dia seguinte;
  • C: que iria ver você amanhã;
  • D: que iria ver você no dia seguinte;
  • E: que irá ver você no dia seguinte.

Exibindo de 1 até 10 de 14 questões.