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Foram encontradas 597 questões.
Marque a alternativa que contém período composto somente por coordenação.
  • A: “Artur fechou a carta, selou o lacre com um anel que trazia no dedo.” (Álvares de Azevedo)
  • B: “Fechei os olhos, já não me envergonhava das lágrimas, já não me envergonhava de mais nada.” (Lygia Fagundes Telles)
  • C: “Não era um homem rico. Nem era um homem pobre. Era um homem, apenas. E esse homem teve um sonho.” (Marina Colasanti)
  • D: “O avião já havia chegado a São Paulo, mas estava fazendo a sua ronda dentro de um nevoeiro fechado, à espera de ordem para pousar.” (Rubem Braga)

Atenção: Leia um trecho da crônica “O Risadinha”, de Paulo Mendes Campos, para responder à questão.

1. Seria melhor dizer que ele [Risadinha] não teve infância. Mas não é verdade. Eu o conheci menino, trepando às árvores, armando alçapão para canários-da-terra, bodoqueando1 as rolinhas, rolando pneu velho pelas ruas, pegando traseira de bonde, chamando o professor Asdrúbal de Jaburu. Foi este último um dos mais divertidos e perigosos brinquedos da nossa infância: o velho corria atrás da gente brandindo a bengala, seus bastos bigodes amarelos fremindo sob as ventas vulcânicas.
2. Nestor, em suma, teve a meninice normal de um filho de funcionário público em nosso tempo, tempo incerto, pois os recursos da Fazenda na província eram magros, e os pagamentos se atrasavam, enervando a população.
3. Seus companheiros talvez nem soubessem que se chamasse Nestor; era para todos o Risadinha. Falava pouco e ria muito, um riso de fato diminutivo, nascido de reservados solilóquios, quase sempre extemporâneo. Certa feita, na aula de francês, quando entoávamos em coro o presente do subjuntivo do verbo s`en aller, Risadinha pespegou uma bólide de papel bem na ponta do nariz do professor, que era muito branco, pedante a capricho e tinha o nome de Demóstenes. O rosto do mestre passou do pálido ao rubro das suas tremendas cóleras. Um dos seus prazeres, sendo-lhe vetado por lei castigar-nos com o bastão, era desfiar em cima do culpado uma série de insultos preciosos, que ele ia escandindo um por um, sem pressa e com ódio.
4. − Levante-se, seu Nestor! Sa-cri-pan-ta! Ne-gli-gen-te! Si-co-fan-ta! Tu-nan-te! Man-dri-ão! Ca-la-cei-ro! Pan-di-lha! Bil-tre! Tram-po-lei-ro! Bar-gan-te! Es-troi-na! Val-de-vi-nos! Va-ga-bun-do!...
5. Pegando a deixa da única palavra inteligível, Risadinha erguia o dedo no ar e protestava, com ar ofendido:
6. − Vagabundo, não, professor.
7. Era um artista do cinismo, e sua momice de inocência era de tal arte que até mesmo seu Demóstenes não conseguia conter o riso. Como também somente ele já arrancara uma gargalhada do padre-prefeito, um alemão da altura da catedral de Colônia, num dia em que vinha caminhando lento e distraído, fora de forma.
8. − Por que o senhorrr não está na forma? − perguntou-lhe rosnando o padre, como se estivesse de promotor da Inquisição, diante de um herege horripilante.
9. − É porque estou com meu pezinho machucado, respondeu com doçura o Risadinha.
10. − E por que o senhorrr não está mancando?
11. Risadinha olhou com espanto para os seus próprios pés, começando a mancar vistosamente:
12. − Desculpe, seu padre, é porque eu tinha esquecido.
13. Foi um precursor de Cantinflas2 e, a despeito da opinião do leitor, nós lhe achávamos uma graça de doer a barriga.

(Adaptado de: CAMPOS, Paulo Mendes. Primeiras leituras: crônicas. São Paulo: Boa companhia, 2012)

1bodoquear: atirar pedra com estilingue.
2Cantinflas: nome artístico do humorista mexicano Fortino Mario Alfonso Moreno Reyes (1911-1993)

Em o velho corria atrás da gente (1º parágrafo), a expressão sublinhada exerce a mesma função sintática do elemento sublinhado em:
  • A: seu Demóstenes não conseguia conter o riso (7º parágrafo).
  • B: ele [Risadinha] não teve infância (1º parágrafo).
  • C: Eu o conheci menino (1º parágrafo).
  • D: Levante-se, seu Nestor! (4º parágrafo).
  • E: perguntou-lhe rosnando o padre (8º parágrafo).

Atenção: Leia o conto “Casos de baleias”, de Carlos Drummond de Andrade, para responder à questão.

A baleia telegrafou ao superintendente da Pesca, queixando-se de que estava sendo caçada demais, e a continuar assim sua espécie desapareceria com prejuízo geral do meio ambiente e dos usuários.
O superintendente, em ofício, respondeu à baleia que não podia fazer nada senão recomendar que de duas baleias uma fosse poupada, e esta ganhasse número de registro para identificar-se.
Em face dessa resolução, todas as baleias providenciaram registro, e o obtiveram pela maneira como se obtêm essas coisas, à margem dos regulamentos. O mar ficou coalhado de números, que rabeavam alegremente, e o esguicho dos cetáceos, formando verdadeiros festivais no alto oceano, dava ideia de imenso jardim explodindo em repuxos, dourados de sol, ou prateados de lua.
Um inspetor da Superintendência, intrigado com o fato de que ninguém mais conseguia caçar baleia, pôs-se a examinar os livros e verificou que havia infinidade de números repetidos. Cancelou-se o registro, e os funcionários responsáveis pela fraude, jogados ao mar, foram devorados pelas baleias, que passaram a ser caçadas indiscriminadamente. A recomendação internacional para suspender a caça por tempo indeterminado só alcançará duas baleias vivas, escondidas e fantasiadas de rochedo, no litoral do Espírito Santo.

(ANDRADE, Carlos Drummond de. Contos plausíveis. São Paulo: Companhia das Letras, 2012)

O elemento sublinhado em “pela maneira como se obtêm essas coisas” (3º parágrafo) exerce a mesma função sintática daquele sublinhado em:
  • A: Em face dessa resolução, todas as baleias providenciaram registro (3º parágrafo).
  • B: Um inspetor da Superintendência [...] pôs-se a examinar os livros (4º parágrafo).
  • C: A baleia telegrafou ao superintendente da Pesca (1º parágrafo).
  • D: O superintendente [...] respondeu à baleia que não podia fazer nada (2º parágrafo).
  • E: o esguicho dos cetáceos [...] dava ideia de imenso jardim (3º parágrafo).

Atenção: Considere o poema de Fernando Pessoa para responder à questão.

Às vezes, em sonho triste

Nos meus desejos existe

Longinquamente um país

Onde ser feliz consiste

Apenas em ser feliz.



Vive-se como se nasce

Sem o querer nem saber.

Nessa ilusão de viver

O tempo morre e renasce

Sem que o sintamos correr.



O sentir e o desejar

São banidos dessa terra.

O amor não é amor

Nesse país por onde erra

Meu longínquo divagar.



Nem se sonha nem se vive:

É uma infância sem fim.

Parece que se revive

Tão suave é viver assim

Nesse impossível jardim.

(PESSOA, Fernando. Obra poética. Rio de Rio de Janeiro: Editora Nova Aguilar, 1997)

Exerce a função sintática de sujeito a expressão sublinhada em:
  • A: Onde ser feliz consiste / Apenas em ser feliz. (1ª estrofe).
  • B: Nos meus desejos existe / Longinquamente um país (1ª estrofe).
  • C: Nesse país por onde erra / Meu longínquo divagar. (3ª estrofe).
  • D: Vive-se como se nasce (2ª estrofe).
  • E: Tão suave é viver assim / Nesse impossível jardim. (4ª estrofe).

“Frequentemente tenho longas conversas comigo mesmo, e sou tão inteligente que às vezes não entendo uma palavra do que estou dizendo.” (Oscar Wilde)

O segmento sublinhado desempenha, em relação ao anterior, a mesma função que a seguinte oração destacada:
  • A: Sê breve em teus raciocínios, que a ninguém agrada seres longo.
  • B: A palavra foi dada ao homem para disfarçar o próprio pensamento.
  • C: Odeio os movimentos que ultrapassam as linhas.
  • D: Não há livro tão mau que não tenha algo de bom.
  • E: Grandes ideias são tão difíceis de serem reconhecidas, tão frágeis, que nunca são esquecidas.

Assinale a opção que apresenta a frase em que se identifica o autor da ação.
  • A: O banco foi roubado ontem à noite.
  • B: Uma vigem repentina deve ser feita.
  • C: Precisa-se de um ajudante de pedreiro.
  • D: Uma mala foi encontrada no aeroporto.
  • E: Os hospedes estrangeiros chegaram ao hotel.

Assinale a frase que não apresenta paralelismo sintático em sua estruturação.
  • A: “Quando se nega a alguém a oportunidade de tomar decisões importantes, ele começa a achar importantes as decisões que lhe permitem tomar.”
  • B: “Qualquer agência com 10 milhões a menos de faturamento do que a nossa é muito pequena para oferecer serviços bons; qualquer agência, com 10 milhões a mais, é muito grande para ser eficiente.”
  • C: “Não é a quantidade de dinheiro que você ganha, é a quantidade de dinheiro que você guarda.”
  • D: “Adquirimos dinheiro com trabalho, guardamo-lo com temor e perdemo-lo com grande dor.”
  • E: “Empresa privada é aquela que o governo controla, empresa estatal é aquela que ninguém controla.”

O paralelismo sintático é uma das convenções estabelecidas para a escrita oficial. A frase cuja organização sintática está plenamente de acordo com essa convenção é:
  • A: É muito salutar que as pessoas se programem em relação à saúde e financeiramente.
  • B: O mundo financeiro, hoje, facilita o acesso ao crédito e leva ao endividamento progressivo.
  • C: Nossa vida financeira é saudável quando possibilita equilíbrio, segurança e que realizemos nossos sonhos.
  • D: A educação financeira orienta-nos na revisão de gastos excessivos e que comprometem nosso orçamento.
  • E: Os especialistas aconselham as escolas a promoverem momentos de discussão sobre educação financeira com os pais dos alunos e que ofereçam aulas sobre o tema para os alunos.

Relacionamento com o dinheiro

1 Desde cedo, começamos a lidar com uma série de situações ligadas ao dinheiro. Para tirar melhor proveito do seu dinheiro, é muito importante saber como utilizá-lo da forma mais favorável a você. O aprendizado e a aplicação de conhecimentos práticos de educação financeira podem contribuir para melhorar a gestão de nossas finanças pessoais, tornando nossas vidas mais tranquilas e equilibradas sob o ponto de vista financeiro.

2 Se pararmos para pensar, estamos sujeitos a um mundo financeiro muito mais complexo que o das gerações anteriores. No entanto, o nível de educação financeira da população não acompanhou esse aumento de complexidade. A ausência de educação financeira, aliada à facilidade de acesso ao crédito, tem levado muitas pessoas ao endividamento excessivo, privando-as de parte de sua renda em função do pagamento de prestações mensais que reduzem suas capacidades de consumir produtos que lhes trariam satisfação.

3 Infelizmente, não faz parte do cotidiano da maioria das pessoas buscar informações que as auxiliem na gestão de suas finanças. Para agravar essa situação, não há uma cultura coletiva, ou seja, uma preocupação da sociedade organizada em torno do tema. Nas escolas, pouco ou nada é falado sobre o assunto. As empresas, não compreendendo a importância de ter seus funcionários alfabetizados financeiramente, também não investem nessa área. Similar problema é encontrado nas famílias, nas quais não há o hábito de reunir os membros para discutir e elaborar um orçamento familiar. Igualmente entre os amigos, assuntos ligados à gestão financeira pessoal muitas vezes são considerados invasão de privacidade e pouco se conversa em torno do tema. Enfim, embora todos lidem diariamente com dinheiro, poucos se dedicam a gerir melhor seus recursos.

4 A educação financeira pode trazer diversos benefícios, entre os quais, possibilitar o equilíbrio das finanças pessoais, preparar para o enfrentamento de imprevistos financeiros e para a aposentadoria, qualificar para o bom uso do sistema financeiro, reduzir a possibilidade de o indivíduo cair em fraudes, preparar o caminho para a realização de sonhos, enfim, tornar a vida melhor.

BANCO CENTRAL DO BRASIL. Caderno de Educação Financeira – Gestão de Finanças Pessoais. Brasília: BCB, 2013. p. 12. Adaptado.

No trecho do parágrafo 3 “As empresas, não compreendendo a importância de ter seus funcionários alfabetizados financeiramente, também não investem nessa área”, a oração destacada tem valor semântico de
  • A: causa
  • B: proporção
  • C: alternância
  • D: comparação
  • E: consequência

Dentre as expressões destacadas, a que exerce a mesma função sintática do segmento sublinhado em “Stephanie Preston, professora de psicologia da Universidade de Michigan, nos EUA, acredita que a melhor maneira de validar as emoções é ‘apenas ouvi-las’.” é
  • A: “O psicólogo da saúde Antonio Rodellar, especialista em transtornos de ansiedade e hipnose clínica, prefere falar em ‘emoções desreguladas’ do que ‘negativas’.”.
  • B: “O psicólogo da saúde Antonio Rodellar, especialista em transtornos de ansiedade e hipnose clínica, prefere falar em ‘emoções desreguladas’ do que ‘negativas’.”.
  • C: “Para a terapeuta e psicóloga britânica Sally Baker, ‘o problema com a positividade tóxica é que ela é uma negação de todos os aspectos emocionais (...)’”.
  • D: “A paleta de cores emocionais engloba emoções desreguladas, como tristeza, frustração, raiva, ansiedade ou inveja.”.
  • E: “Gutiérrez acredita que houve um aumento do positivismo tóxico ‘nos últimos anos’, mas principalmente durante a pandemia.”.

Exibindo de 51 até 60 de 597 questões.
Atuo no ensino da Língua Portuguesa para concurso público desde 2000.
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