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Atenção: Para responder à questão, baseie-se no texto abaixo.


[Acerca da “Igualdade”]

“Liberdade, Igualdade, Fraternidade” foi o grito de guerra da Revolução Francesa. Hoje há disciplinas inteiras − ramos da filosofia, da ciência política e dos estudos jurídicos − que têm a “igualdade” como tema central de estudos. Todos concordam que a igualdade é um valor; ninguém parece concordar quanto ao que se refere o termo. Igualdade de oportunidades? Igualdade de condições? Igualdade formal perante a lei?
Estaremos falando de uma ideologia, a crença de que todos na sociedade deveriam ser iguais − claro que não em todos os aspectos, mas nos mais importantes? Ou será uma sociedade em que as pessoas são efetivamente iguais? O que isso significaria de fato, na prática, em ambos os casos? Que todos os membros da sociedade têm igual acesso à terra, ou tratam uns aos outros com igual dignidade, ou são igualmente livres para expor suas opiniões em assembleias públicas?
A igualdade seria o apagamento do indivíduo ou a celebração do indivíduo? Numa sociedade, por exemplo, em que os mais poderosos são tratados como divindades e tomam as decisões mais importantes, é possível falar em igualdade? E as relações de gênero? Muitas sociedades tratadas como “igualitárias” na verdade têm seu igualitarismo restrito aos homens adultos. Em casos assim, podemos falar em igualdade de gêneros?
Como não existe nenhuma resposta clara e consensual a questões desse tipo, o uso do termo “igualitário” tem levado a discussões infindáveis. Para alguns teóricos do século XVII, a igualdade se manifestava no estado da Natureza. Igualdade, pois, seria um termo definido por omissão: identificaria uma humanidade que pudesse estar livre depois de removidas todas as armadilhas da civilização. Povos “igualitários” seriam, pois, aqueles sem príncipes, sem juízes, sem inspetores, sem sacerdotes, possivelmente sem cidades, sem escrita ou sequer agricultura. Seriam sociedades de iguais apenas no sentido estrito de que estariam ausentes todos os sinais mais evidentes de desigualdade.
Não há dúvida, pensando-se sempre no ideal de “igualdade”, de que algo deu muito errado no mundo. Uma ínfima parte da população controla o destino de quase todos os outros, e de uma maneira cada vez mais desastrosa.


(Adaptado de: GRAEBER, David, e WENGROW, David. O despertar de tudo − Uma nova história da humanidade. Trad. Denise Bottmann e Claudio Marcondes. São Paulo: Companhia das Letras, 2022, p. 91 a 94, passim)

Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento do texto em:
  • A: têm a “igualdade” como tema central de estudos (1º parágrafo) = trabalham de modo igualitário um conceito essencial
  • B: tratam uns aos outros com igual dignidade (2º parágrafo) = fazem-se dignos do mesmo tratamento
  • C: igualitarismo restrito aos homens adultos (3º parágrafo) = restrição de igualdade entre os mais bem formados
  • D: resposta clara e consensual a questões desse tipo (4º parágrafo) = solução límpida para as dissensões de tal ordem
  • E: estariam ausentes todos os sinais mais evidentes (4º parágrafo) = não se apresentariam os traços mais visíveis

As normas de concordância verbal estão plenamente observadas na frase:
  • A: Não correspondem aos conceitos defendidos pelos revolucionários franceses nenhuma prática moderna plenamente objetiva.
  • B: Restam aos que ainda se proponham a bem definir o que seja igualdade o desafio de comprová-la nas vivência sociais.
  • C: Não deve satisfazer a um defensor intransigente da igualdade entre os homens as convicções abstratas dos idealistas.
  • D: Por mais dúvidas que se coloquem diante do conceito de igualdade, não se apaga o ânimo dos humanistas esperançosos.
  • E: Deverá sobrevir como efeito imediato do fim das práticas autoritárias as práticas possíveis de um real igualitarismo.

Transpondo-se para a voz ativa a frase os mais poderosos são tratados como divindades, a forma verbal obtida deverá ser
  • A: tratam-se
  • B: tratam
  • C: devem ser tratados
  • D: tratar-se-ão
  • E: podem tratar-se

É plenamente adequada a pontuação da seguinte frase:
  • A: Diga-me, então: se você acha de fato pertinente esse quadro de definições, do termo “igualdade”.
  • B: Eu desejaria saber qual a dificuldade, que se apresenta, desde sempre para se definir o que é igualdade?
  • C: Sem dúvida não há consenso: devido ao fato de um conceito como este ser, dúbio já na raiz.
  • D: Há ainda os que esperam, apesar de tudo, que um dia se estabeleça, como prática real, um efetivo igualitarismo.
  • E: O conceito de igualitarismo, desde sempre vacilante aguarda, que sua prática, enfim venha a se dar, entre os que nele confiam.

A frase o uso do termo “igualitáriotem levado a discussões infindáveis permanecerá gramaticalmente correta caso se substitua o elemento sublinhado por
  • A: tem sido propiciado de
  • B: vem ensejando
  • C: abrange-se em
  • D: investe-se para
  • E: conclama à essas

Atenção: Para responder à questão, baseie-se no texto abaixo.


Encenação da morte

A vida nos quer, a morte nos quer. Somos o resultado da tensão ocasionada pelas duas forças que nos puxam. Esse equilíbrio não é estável. Amplo, diverso e elástico é o campo de força da vida, e vale a mesma coisa para o campo da morte. Se ficamos facilmente deprimidos ou exaltados é em razão das oscilações de intensidade desses dois campos magnéticos, sendo o tédio o relativo equilíbrio entre os dois.
Às vezes é mais intensa a pressão da vida, outras vezes é mais intensa a pressão da morte. Não se quer dizer com isso que a exaltação seja a morte e a depressão seja a vida. Há exaltações e exultações que se polarizam na morte, assim como há sistemas de depressão que gravitam em torno da vida. O estranho, do ponto de vista biológico, é que somos medularmente solitários com ambos os estados de imantação mais intensa, os da vida e os da morte. Não aproveitamos apenas a vida, mas usufruímos também as experiências da morte, desde que essas não nos matem.
Ganhei várias vezes da morte, isto é, inúmeras vezes os papéis que a morte representou para mim não chegaram a ser convincentes ou não chegaram a fazer grande sucesso. Matei várias mortes. (...) Mas outro dia dei dentro de mim com uma morte tão madura, tão forte, tão irrespondível, tão parecida comigo que fiquei no mais confuso dos sentimentos. Esta eu não posso matar, esta é a minha morte. O Vinícius de Moraes, que entende muito de morte, disse que nesse terreno há sempre margem de erro, e que talvez eu tenha ainda de andar um bocado mais antes de encontrar a minha morte. Pode ser. Não sei. Quem sabe?


(Adaptado de CAMPOS, Paulo Mendes. Os sabiás da crônica. Antologia. Org. Augusto Massi. Belo Horizonte: Autêntica, 2021, p. 246-248, passim)

Ao situar especificamente a tensão ocasionada pelas duas forças que nos puxam, no início do texto, o cronista está se referindo a um fenômeno que expressará em outro lugar como
  • A: estados de imantação mais intensa.
  • B: diverso e elástico é o campo da vida.
  • C: somos medularmente solitários.
  • D: há sempre uma margem de erro.
  • E: talvez eu tenha ainda de andar um bocado.

Atenção: Para responder à questão, baseie-se no texto abaixo.


Encenação da morte

A vida nos quer, a morte nos quer. Somos o resultado da tensão ocasionada pelas duas forças que nos puxam. Esse equilíbrio não é estável. Amplo, diverso e elástico é o campo de força da vida, e vale a mesma coisa para o campo da morte. Se ficamos facilmente deprimidos ou exaltados é em razão das oscilações de intensidade desses dois campos magnéticos, sendo o tédio o relativo equilíbrio entre os dois.
Às vezes é mais intensa a pressão da vida, outras vezes é mais intensa a pressão da morte. Não se quer dizer com isso que a exaltação seja a morte e a depressão seja a vida. Há exaltações e exultações que se polarizam na morte, assim como há sistemas de depressão que gravitam em torno da vida. O estranho, do ponto de vista biológico, é que somos medularmente solitários com ambos os estados de imantação mais intensa, os da vida e os da morte. Não aproveitamos apenas a vida, mas usufruímos também as experiências da morte, desde que essas não nos matem.
Ganhei várias vezes da morte, isto é, inúmeras vezes os papéis que a morte representou para mim não chegaram a ser convincentes ou não chegaram a fazer grande sucesso. Matei várias mortes. (...) Mas outro dia dei dentro de mim com uma morte tão madura, tão forte, tão irrespondível, tão parecida comigo que fiquei no mais confuso dos sentimentos. Esta eu não posso matar, esta é a minha morte. O Vinícius de Moraes, que entende muito de morte, disse que nesse terreno há sempre margem de erro, e que talvez eu tenha ainda de andar um bocado mais antes de encontrar a minha morte. Pode ser. Não sei. Quem sabe?


(Adaptado de CAMPOS, Paulo Mendes. Os sabiás da crônica. Antologia. Org. Augusto Massi. Belo Horizonte: Autêntica, 2021, p. 246-248, passim)

Ao afirmar Matei várias mortes, o cronista está sugerindo que
  • A: superou bravamente todos os riscos de morrer.
  • B: encenou a própria morte para sentir como seria.
  • C: venceu os desafios de uma ilusória fatalidade.
  • D: imaginou morrer quando nada o ameaçava.
  • E: supôs ter morrido num estado de delírio.

Atenção: Para responder à questão, baseie-se no texto abaixo.


Encenação da morte

A vida nos quer, a morte nos quer. Somos o resultado da tensão ocasionada pelas duas forças que nos puxam. Esse equilíbrio não é estável. Amplo, diverso e elástico é o campo de força da vida, e vale a mesma coisa para o campo da morte. Se ficamos facilmente deprimidos ou exaltados é em razão das oscilações de intensidade desses dois campos magnéticos, sendo o tédio o relativo equilíbrio entre os dois.
Às vezes é mais intensa a pressão da vida, outras vezes é mais intensa a pressão da morte. Não se quer dizer com isso que a exaltação seja a morte e a depressão seja a vida. Há exaltações e exultações que se polarizam na morte, assim como há sistemas de depressão que gravitam em torno da vida. O estranho, do ponto de vista biológico, é que somos medularmente solitários com ambos os estados de imantação mais intensa, os da vida e os da morte. Não aproveitamos apenas a vida, mas usufruímos também as experiências da morte, desde que essas não nos matem.
Ganhei várias vezes da morte, isto é, inúmeras vezes os papéis que a morte representou para mim não chegaram a ser convincentes ou não chegaram a fazer grande sucesso. Matei várias mortes. (...) Mas outro dia dei dentro de mim com uma morte tão madura, tão forte, tão irrespondível, tão parecida comigo que fiquei no mais confuso dos sentimentos. Esta eu não posso matar, esta é a minha morte. O Vinícius de Moraes, que entende muito de morte, disse que nesse terreno há sempre margem de erro, e que talvez eu tenha ainda de andar um bocado mais antes de encontrar a minha morte. Pode ser. Não sei. Quem sabe?


(Adaptado de CAMPOS, Paulo Mendes. Os sabiás da crônica. Antologia. Org. Augusto Massi. Belo Horizonte: Autêntica, 2021, p. 246-248, passim)

Considerando-se o contexto, um segmento do texto tem seu significado bem interpretado em:
  • A: Amplo, diverso e elástico é o campo de força da vida (1º parágrafo) = O campo de força da vida é previsível em sua singularidade.
  • B: nesse terreno há sempre margem de erro (3º parágrafo) = em assuntos como esse é fatal que nos equivoquemos.
  • C: há sistemas de depressão que gravitam em torno da vida (2º parágrafo) = sobrevém a depressão quando nos entregamos aos instintos de viver.
  • D: usufruímos também as experiências da morte (2º parágrafo) = gerenciamos sobretudo uma vivência da eternidade.
  • E: sendo o tédio o relativo equilíbrio entre os dois (1º parágrafo) = ocorre o tédio quando somos atraídos por ambos os campos.

Atenção: Para responder à questão, baseie-se no texto abaixo.


Encenação da morte

A vida nos quer, a morte nos quer. Somos o resultado da tensão ocasionada pelas duas forças que nos puxam. Esse equilíbrio não é estável. Amplo, diverso e elástico é o campo de força da vida, e vale a mesma coisa para o campo da morte. Se ficamos facilmente deprimidos ou exaltados é em razão das oscilações de intensidade desses dois campos magnéticos, sendo o tédio o relativo equilíbrio entre os dois.
Às vezes é mais intensa a pressão da vida, outras vezes é mais intensa a pressão da morte. Não se quer dizer com isso que a exaltação seja a morte e a depressão seja a vida. Há exaltações e exultações que se polarizam na morte, assim como há sistemas de depressão que gravitam em torno da vida. O estranho, do ponto de vista biológico, é que somos medularmente solitários com ambos os estados de imantação mais intensa, os da vida e os da morte. Não aproveitamos apenas a vida, mas usufruímos também as experiências da morte, desde que essas não nos matem.
Ganhei várias vezes da morte, isto é, inúmeras vezes os papéis que a morte representou para mim não chegaram a ser convincentes ou não chegaram a fazer grande sucesso. Matei várias mortes. (...) Mas outro dia dei dentro de mim com uma morte tão madura, tão forte, tão irrespondível, tão parecida comigo que fiquei no mais confuso dos sentimentos. Esta eu não posso matar, esta é a minha morte. O Vinícius de Moraes, que entende muito de morte, disse que nesse terreno há sempre margem de erro, e que talvez eu tenha ainda de andar um bocado mais antes de encontrar a minha morte. Pode ser. Não sei. Quem sabe?


(Adaptado de CAMPOS, Paulo Mendes. Os sabiás da crônica. Antologia. Org. Augusto Massi. Belo Horizonte: Autêntica, 2021, p. 246-248, passim)

Ao longo do texto o autor se vale de vários paradoxos, tal como o que ocorre na seguinte formulação:
  • A: Somos o resultado da tensão ocasionada pelas duas forças que nos puxam.
  • B: oscilações de intensidade desses dois campos magnéticos.
  • C: Às vezes é mais intensa a pressão da vida
  • D: usufruímos também as experiências da morte, desde que essas não nos matem.
  • E: O Vinícius de Moraes (...) disse que nesse terreno há sempre margem de erro.

Ao tratar da morte, o cronista atribui à morte um poder de imantação tal que acaba por identificar a morte como uma força que, paradoxalmente, exerce uma estranha atração até mesmo sobre os que temem a morte.

Evitam-se as viciosas repetições do período acima substituindo-se os elementos sublinhados, na ordem dada, por:
  • A: atribui-lhe − identificá-la − a temem
  • B: lhe atribui − identificar a ela − lhe temem
  • C: atribui-lhe − a identificar − temem-lhe
  • D: atribui nela − lhe identificar − temem-na
  • E: a atribui − identificar-lhe − a temem

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