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Debaixo da ponte
Moravam debaixo da ponte. Oficialmente, não é lugar onde se more, porém eles moravam. Ninguém lhes cobrava aluguel, imposto predial, taxa de condomínio: a ponte é de todos, na parte de cima; de ninguém, na parte de baixo. Não pagavam conta de luz e gás porque luz e gás não consumiam. Não reclamavam da falta d’água, raramente observada por baixo de pontes. Problema de lixo não tinham; podia ser atirado em qualquer parte, embora não conviesse atirá-lo em parte alguma, se dele vinham muitas vezes o vestuário, o alimento, objetos de casa. Viviam debaixo da ponte, podiam dar esse endereço a amigos, receber amigos, fazer os amigos desfrutarem comodidades internas da ponte.
À tarde surgiu precisamente um amigo que morava nem ele mesmo sabia onde, mas certamente morava: nem só a ponte é lugar de moradia para quem não dispõe de outro rancho. Há bancos confortáveis nos jardins, muito disputados; a calçada, um pouco menos propícia; a cavidade na pedra, o mato. Até o ar é uma casa, se soubermos habitá-lo, principalmente o ar da rua. O que morava não se sabe onde vinha visitar os de debaixo da ponte e trazer-lhes uma grande posta de carne. (Carlos Drummond de Andrade. A bolsa e a vida. Adaptado)
 
É correto afirmar que, na passagem – Ninguém lhes cobrava aluguel, imposto predial, taxa de condomínio: a ponte é de todos, na parte de cima; de ninguém, na parte de baixo. –, os dois-pontos são empregados para introduzir uma
  • A: conclusão, podendo ser substituídos pela conjunção “portanto”.
  • B: condição, podendo ser substituídos pela conjunção “se”.
  • C: concessão, podendo ser substituídos pela conjunção “embora”.
  • D: explicação, podendo ser substituídos pela conjunção “pois”.
  • E: comparação, podendo ser substituídos pela conjunção “como”.


O Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa é responsável pelo direcionamento de grande parte da Ortografia Oficial. O TEXTO II, excerto de verbete extraído do Dicionário Houaiss, prevê um signo cuja ortografia foi modificada pelo Novo Acordo Ortográfico. Assinale a alternativa em que o signo também foi alterado pelo Novo Acordo.
  • A: oi (interjeição)
  • B: dói (presente do indicativo do verbo doer)
  • C: apóio (presente do indicativo do verbo apoiar)
  • D: apoio (substantivo)
  • E: destróier (substantivo)


O gênero textual verbete de dicionário, além de apresentar aspectos acerca da etimologia (origem da palavra), informa o leitor sobre a grafia e o significado dos signos linguísticos. O TEXTO I, trata-se de um verbete retirado do Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Nesse verbete, quando o leitor se inteira sobre o significado da palavra "sofisticado", ocorre
  • A: reação de estranhamento, em razão do valor semântico informado nos itens 1, 2, 3, 4 e 5 do verbete, tendo-se como base o senso comum.
  • B: quebra de expectativa, caso sejam observados apenas os itens 6, 7 e 8 do verbete, com base no senso comum.
  • C: quebra de expectativa, caso sejam observados apenas os itens 1, 7 e 8 do verbete, com base no senso comum.
  • D: reação de estranhamento, em razão do valor semântico informado nos itens 6, 7 e 8 do verbete, tendo-se como base o senso comum
  • E: quebra de expectativa, caso sejam observados apenas os itens 3, 5 e 8 do verbete, com base no senso comum.

Debaixo da ponte
Moravam debaixo da ponte. Oficialmente, não é lugar onde se more, porém eles moravam. Ninguém lhes cobrava aluguel, imposto predial, taxa de condomínio: a ponte é de todos, na parte de cima; de ninguém, na parte de baixo. Não pagavam conta de luz e gás porque luz e gás não consumiam. Não reclamavam da falta d’água, raramente observada por baixo de pontes. Problema de lixo não tinham; podia ser atirado em qualquer parte, embora não conviesse atirá-lo em parte alguma, se dele vinham muitas vezes o vestuário, o alimento, objetos de casa. Viviam debaixo da ponte, podiam dar esse endereço a amigos, receber amigos, fazer os amigos desfrutarem comodidades internas da ponte.
À tarde surgiu precisamente um amigo que morava nem ele mesmo sabia onde, mas certamente morava: nem só a ponte é lugar de moradia para quem não dispõe de outro rancho. Há bancos confortáveis nos jardins, muito disputados; a calçada, um pouco menos propícia; a cavidade na pedra, o mato. Até o ar é uma casa, se soubermos habitá-lo, principalmente o ar da rua. O que morava não se sabe onde vinha visitar os de debaixo da ponte e trazer-lhes uma grande posta de carne. (Carlos Drummond de Andrade. A bolsa e a vida. Adaptado)
 

A alternativa que substitui o trecho destacado na passagem – Oficialmente, não é lugar onde se more... – de acordo com a norma-padrão de regência é:
  • A: aonde se vá
  • B: em que se venha
  • C: em que se vá
  • D: aonde se esteja
  • E: aonde se viva

Debaixo da ponte
Moravam debaixo da ponte. Oficialmente, não é lugar onde se more, porém eles moravam. Ninguém lhes cobrava aluguel, imposto predial, taxa de condomínio: a ponte é de todos, na parte de cima; de ninguém, na parte de baixo. Não pagavam conta de luz e gás porque luz e gás não consumiam. Não reclamavam da falta d’água, raramente observada por baixo de pontes. Problema de lixo não tinham; podia ser atirado em qualquer parte, embora não conviesse atirá-lo em parte alguma, se dele vinham muitas vezes o vestuário, o alimento, objetos de casa. Viviam debaixo da ponte, podiam dar esse endereço a amigos, receber amigos, fazer os amigos desfrutarem comodidades internas da ponte.
À tarde surgiu precisamente um amigo que morava nem ele mesmo sabia onde, mas certamente morava: nem só a ponte é lugar de moradia para quem não dispõe de outro rancho. Há bancos confortáveis nos jardins, muito disputados; a calçada, um pouco menos propícia; a cavidade na pedra, o mato. Até o ar é uma casa, se soubermos habitá-lo, principalmente o ar da rua. O que morava não se sabe onde vinha visitar os de debaixo da ponte e trazer-lhes uma grande posta de carne. (Carlos Drummond de Andrade. A bolsa e a vida. Adaptado)
Observando-se a relação de sentido entre as orações da passagem – Não pagavam conta de luz e gás porque luz e gás não consumiam. –, pode-se afirmar, corretamente, que a oração destacada expressa, em relação à que a precede, a noção de
  • A: modo.
  • B: tempo.
  • C: lugar.
  • D: condição.
  • E: causa.

Debaixo da ponte
Moravam debaixo da ponte. Oficialmente, não é lugar onde se more, porém eles moravam. Ninguém lhes cobrava aluguel, imposto predial, taxa de condomínio: a ponte é de todos, na parte de cima; de ninguém, na parte de baixo. Não pagavam conta de luz e gás porque luz e gás não consumiam. Não reclamavam da falta d’água, raramente observada por baixo de pontes. Problema de lixo não tinham; podia ser atirado em qualquer parte, embora não conviesse atirá-lo em parte alguma, se dele vinham muitas vezes o vestuário, o alimento, objetos de casa. Viviam debaixo da ponte, podiam dar esse endereço a amigos, receber amigos, fazer os amigos desfrutarem comodidades internas da ponte.
À tarde surgiu precisamente um amigo que morava nem ele mesmo sabia onde, mas certamente morava: nem só a ponte é lugar de moradia para quem não dispõe de outro rancho. Há bancos confortáveis nos jardins, muito disputados; a calçada, um pouco menos propícia; a cavidade na pedra, o mato. Até o ar é uma casa, se soubermos habitá-lo, principalmente o ar da rua. O que morava não se sabe onde vinha visitar os de debaixo da ponte e trazer-lhes uma grande posta de carne. (Carlos Drummond de Andrade. A bolsa e a vida. Adaptado)
É correto afirmar que, em sua crônica, Drummond
  • A: trata de fatos não condizentes com a realidade dos agrupamentos urbanos.
  • B: descreve aspectos da vida de moradores de rua, expondo suas carências.
  • C: aponta soluções que podem dar conforto aos desabrigados no dia a dia.
  • D: faz uma crítica explícita à política de abandono dos moradores de rua.
  • E: comenta hábitos de desabrigados, desabonando-os, pelo desleixo.

Leia o excerto abaixo, retirado do capítulo segundo da obra Raízes do Brasil, escrita pelo sociólogo Sergio Buarque de Holanda, para responder às questões 12 e 13.
“A indolência é vício que partilhamos com naturais de algumas
terras quentes, mas não com qualquer outro povo do norte da
Europa”
Com base em seus conhecimentos sobre sintaxe de harmonia entre verbo e sujeito (concordância verbal), pode-se afirmar que o sujeito
  • A: do verbo “partilhamos” é o signo “vício”, razão pela qual há desvio de concordância no texto.
  • B: de “partilhamos” é o pronome relativo “que”, razão pela qual há desvio de concordância no texto
  • C: desinencial de “partilhamos” é o paradigma norteador da relação de concordância no excerto.
  • D: de “partilhamos’ é o signo linguístico “naturais”
  • E: de “partilhamos” é “outro povo do norte da Europa”.

Leia o excerto abaixo, retirado do capítulo segundo da obra Raízes do Brasil, escrita pelo sociólogo Sergio Buarque de Holanda, para responder às questões 12 e 13.
“A indolência é vício que partilhamos com naturais de algumas
terras quentes, mas não com qualquer outro povo do norte da
Europa”
Com base nos pressupostos linguísticos em significação das palavras, pode-se afirmar que o signo “indolência” significa, no texto apresentado,
  • A: ataraxia.
  • B: falsidade
  • C: ausência de patriotismo
  • D: deficiência física
  • E: pouca sensibilidade ao frio.



 
A associação dos signos linguísticos “Cola-Cola” e “Fanta” confirmam a pretensão comunicativa do gênero em questão. Para o entendimento desse texto, tal pretensão exige do leitor um conhecimento
  • A: pressuposto, ligado a conhecimento de mundo
  • B: profundo em análise sintática.
  • C: profundo em morfologia.
  • D: superficial em ciências da natureza.
  • E: profundo em pedagogia.


Na sentença linguística “tudo isso é um sublime louvor ao nosso ilustre finado” (linha 13), o elemento coesivo sublinhado possui natureza
  • A: dêitica.
  • B: anafórica.
  • C: catafórica.
  • D: expletiva.
  • E: exofórica.

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