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Os que podem ver mais alto
Escrevi, há dias, sobre crítica, arte, cultura. Dizia, em meio a outras coisas, que sem crítica não se pode desenvolver um gosto, pois que ele é uma construção. Em outras palavras: ausente o espírito crítico, passa a valer tudo – inclusive as empulhações do nosso tempo, como a promoção da subliteratura, o horror musical, a infâmia generalizada na área das artes plásticas etc. E, dias depois, li um livro – “A literatura e os deuses” – que me iluminou particularmente sobre essas questões.

A falta de crítica (portanto, de uma educação bem fundamentada) impede, entre outras coisas, uma clara visão da cultura e da arte. Ficamos meio cegos, incapazes de perceber seja o que for acima da mediocridade. E aqui entra o livro a que me referi, abordando episódio contado por Apolônio de Rodes sobre os argonautas.

Então eles, os heróis, chegaram a uma ilha deserta chamada Tinis, ao alvorecer. Estenderam‐se na praia para descansar – e eis que surge o deus Apolo: “Áureos cachos flutuavam, enquanto avançava; na mão esquerda segurava um arco de prata, às costas levava uma aljava; e, sob os seus pés, toda a ilha fremia, e as ondas se agigantavam na praia.” Quando o deus se vai, voando sobre o oceano, os heróis, por sugestão de Orfeu, consagram‐lhe a ilha e oferecem‐lhe um sacrifício.

Comenta o autor do livro: “Todos têm a mesma visão, todos sentem idêntico terror, todos colaboram na construção do santuário. Mas o que ocorre se não existem argonautas, se não existem mais testemunhas de tal experiência?”

Os heróis puderam ver Apolo porque tinham seus espíritos preparados para o que está além do terrestre e imediato. Apolo é o patrono das artes, o deus da inspiração, entre outras coisas. Em terra de gente que lê sem ler, que ouve sem ouvir, que vê sem ver, ele costuma permanecer invisível. Como no Brasil, cujos gestores e políticos promovem apenas o entretenimento vazio, relegando ao ostracismo a Educação e as Artes – temerosos de que o eleitor venha a ser um dia capaz de olhares altos e lúcidos como os dos argonautas…

* Argonauta: tripulante lendário da nau mitológica Argo.

* Ostracismo: exclusão, banimento
(RUY ESPINHEIRA FILHO. ADAPTADO)
Comenta o autor do livro: ‘Todos têm a mesma visão, todos sentem idêntico terror, todos colaboram na construção do santuário. Mas o que ocorre se não existem argonautas, se não existem mais testemunhas de tal experiência?’”

Com relação à pergunta formulada no fragmento acima, é correto afirmar que

 

 
  • A: ela não é respondida no texto.
  • B: ela é respondida pelo próprio autor da pergunta.
  • C: ela é respondida pelo autor do texto.
  • D: ela não possui resposta possível.

Os que podem ver mais alto
Escrevi, há dias, sobre crítica, arte, cultura. Dizia, em meio a outras coisas, que sem crítica não se pode desenvolver um gosto, pois que ele é uma construção. Em outras palavras: ausente o espírito crítico, passa a valer tudo – inclusive as empulhações do nosso tempo, como a promoção da subliteratura, o horror musical, a infâmia generalizada na área das artes plásticas etc. E, dias depois, li um livro – “A literatura e os deuses” – que me iluminou particularmente sobre essas questões.

A falta de crítica (portanto, de uma educação bem fundamentada) impede, entre outras coisas, uma clara visão da cultura e da arte. Ficamos meio cegos, incapazes de perceber seja o que for acima da mediocridade. E aqui entra o livro a que me referi, abordando episódio contado por Apolônio de Rodes sobre os argonautas.

Então eles, os heróis, chegaram a uma ilha deserta chamada Tinis, ao alvorecer. Estenderam‐se na praia para descansar – e eis que surge o deus Apolo: “Áureos cachos flutuavam, enquanto avançava; na mão esquerda segurava um arco de prata, às costas levava uma aljava; e, sob os seus pés, toda a ilha fremia, e as ondas se agigantavam na praia.” Quando o deus se vai, voando sobre o oceano, os heróis, por sugestão de Orfeu, consagram‐lhe a ilha e oferecem‐lhe um sacrifício.

Comenta o autor do livro: “Todos têm a mesma visão, todos sentem idêntico terror, todos colaboram na construção do santuário. Mas o que ocorre se não existem argonautas, se não existem mais testemunhas de tal experiência?”

Os heróis puderam ver Apolo porque tinham seus espíritos preparados para o que está além do terrestre e imediato. Apolo é o patrono das artes, o deus da inspiração, entre outras coisas. Em terra de gente que lê sem ler, que ouve sem ouvir, que vê sem ver, ele costuma permanecer invisível. Como no Brasil, cujos gestores e políticos promovem apenas o entretenimento vazio, relegando ao ostracismo a Educação e as Artes – temerosos de que o eleitor venha a ser um dia capaz de olhares altos e lúcidos como os dos argonautas…

* Argonauta: tripulante lendário da nau mitológica Argo.

* Ostracismo: exclusão, banimento
(RUY ESPINHEIRA FILHO. ADAPTADO)
Segundo o final do texto, a falta de cultura do povo brasileiro

 
  • A: ocorre como consequência das dificuldades econômicas.
  • B: é fruto de uma política perversa dos governantes.
  • C: decorre da falta de preparo das autoridades educacionais.
  • D: acontece em função da própria ignorância de nosso povo.

Os que podem ver mais alto
Escrevi, há dias, sobre crítica, arte, cultura. Dizia, em meio a outras coisas, que sem crítica não se pode desenvolver um gosto, pois que ele é uma construção. Em outras palavras: ausente o espírito crítico, passa a valer tudo – inclusive as empulhações do nosso tempo, como a promoção da subliteratura, o horror musical, a infâmia generalizada na área das artes plásticas etc. E, dias depois, li um livro – “A literatura e os deuses” – que me iluminou particularmente sobre essas questões.

A falta de crítica (portanto, de uma educação bem fundamentada) impede, entre outras coisas, uma clara visão da cultura e da arte. Ficamos meio cegos, incapazes de perceber seja o que for acima da mediocridade. E aqui entra o livro a que me referi, abordando episódio contado por Apolônio de Rodes sobre os argonautas.

Então eles, os heróis, chegaram a uma ilha deserta chamada Tinis, ao alvorecer. Estenderam‐se na praia para descansar – e eis que surge o deus Apolo: “Áureos cachos flutuavam, enquanto avançava; na mão esquerda segurava um arco de prata, às costas levava uma aljava; e, sob os seus pés, toda a ilha fremia, e as ondas se agigantavam na praia.” Quando o deus se vai, voando sobre o oceano, os heróis, por sugestão de Orfeu, consagram‐lhe a ilha e oferecem‐lhe um sacrifício.

Comenta o autor do livro: “Todos têm a mesma visão, todos sentem idêntico terror, todos colaboram na construção do santuário. Mas o que ocorre se não existem argonautas, se não existem mais testemunhas de tal experiência?”

Os heróis puderam ver Apolo porque tinham seus espíritos preparados para o que está além do terrestre e imediato. Apolo é o patrono das artes, o deus da inspiração, entre outras coisas. Em terra de gente que lê sem ler, que ouve sem ouvir, que vê sem ver, ele costuma permanecer invisível. Como no Brasil, cujos gestores e políticos promovem apenas o entretenimento vazio, relegando ao ostracismo a Educação e as Artes – temerosos de que o eleitor venha a ser um dia capaz de olhares altos e lúcidos como os dos argonautas…

* Argonauta: tripulante lendário da nau mitológica Argo.

* Ostracismo: exclusão, banimento
(RUY ESPINHEIRA FILHO. ADAPTADO)
Todas as expressões abaixo foram extraídas do texto. Marque a alternativa em que a expressão sublinhada tem função diferente das demais:

 
  • A: terra de gente
  • B: falta de crítica
  • C: sugestão de Orfeu
  • D: incapazes de perceber

Os que podem ver mais alto”. A forma de reescrever‐se o título dado ao texto que não altera o seu sentido original é:

 
  • A: Aos mais altos que podem ver.
  • B: Os que podem ver de mais alto.
  • C: Aqueles que têm a possibilidade mais alta de ver.
  • D: Aqueles que mais alto podem ver.

Assinale alternativa em que a forma verbal sublinhada funciona como substantivo.

 
  • A: “Estenderam‐se na praia para descansar
  • B: “Ficamos meio cegos, incapazes de perceber seja o que for acima da mediocridade”
  • C: “Então eles, os heróis, chegaram a uma ilha deserta chamada Tinis, ao alvorecer
  • D: “Em terra de gente que lê sem ler





                                          Para se alfabetizar de verdade,
                              Brasil deve se livrar de algumas ideias tortas



 




          Meses atrás, quando falei aqui do livro de Zinsser, um leitor deixou o seguinte comentário: “É de uma pretensão sem tamanho, a vaidade elevada ao maior grau, o sujeito se meter a querer ensinar os outros a escrever”.


          Pois é. Muita gente acredita que, ao contrário de todas as demais atividades humanas, da música à mecânica de automóveis, do macramê à bocha, a escrita não pode ser ensinada. Por quê?


          Porque é especial demais, elevada demais, dizem alguns. É o caso do leitor citado, que completou seu comentário com esta pérola: “Saber escrever é uma questão de talento, quem não tem, não vai nunca aprender…”


          Há os que chegam à mesma conclusão pelo lado oposto, a ilusão de que toda pessoa alfabetizada domina a escrita, e o resto é joguinho de poder espúrio.


          Talento literário é raro mesmo, mas não se trata disso. Também não estamos falando só de correção gramatical e ortográfica, aspecto que será cada vez mais delegado à inteligência artificial.


           Estamos falando de pensamento. Escrever com clareza e precisão, sem matar o leitor de confusão ou tédio, é uma riqueza que deve ser distribuída de forma igualitária por qualquer sociedade que se pretenda civilizada e justa.
                                                                                                              (Sérgio Rodrigues. Folha de S.Paulo, 07.12.2017)
Nas orações “quando falei aqui do livro de Zinsser” (1° parágrafo) e “mas não se trata disso” (5° parágrafo), as conjunções destacadas estabelecem, correta e respectivamente, relações de sentido de










  • A: comparação e adição.
  • B: tempo e oposição.
  • C: conclusão e consequência.
  • D: tempo e adição.
  • E: comparação e oposição.





                                          Para se alfabetizar de verdade,
                              Brasil deve se livrar de algumas ideias tortas



 




          Meses atrás, quando falei aqui do livro de Zinsser, um leitor deixou o seguinte comentário: “É de uma pretensão sem tamanho, a vaidade elevada ao maior grau, o sujeito se meter a querer ensinar os outros a escrever”.


          Pois é. Muita gente acredita que, ao contrário de todas as demais atividades humanas, da música à mecânica de automóveis, do macramê à bocha, a escrita não pode ser ensinada. Por quê?


          Porque é especial demais, elevada demais, dizem alguns. É o caso do leitor citado, que completou seu comentário com esta pérola: “Saber escrever é uma questão de talento, quem não tem, não vai nunca aprender…”


          Há os que chegam à mesma conclusão pelo lado oposto, a ilusão de que toda pessoa alfabetizada domina a escrita, e o resto é joguinho de poder espúrio.


          Talento literário é raro mesmo, mas não se trata disso. Também não estamos falando só de correção gramatical e ortográfica, aspecto que será cada vez mais delegado à inteligência artificial.


           Estamos falando de pensamento. Escrever com clareza e precisão, sem matar o leitor de confusão ou tédio, é uma riqueza que deve ser distribuída de forma igualitária por qualquer sociedade que se pretenda civilizada e justa.
                                                                                                              (Sérgio Rodrigues. Folha de S.Paulo, 07.12.2017)












Assinale a alternativa correta quanto à colocação pronominal, de acordo com a norma-padrão.
  • A: Talento literário é raro mesmo, e onde vivemos é comum ouvir que dificilmente encontramo-lo por aí.
  • B: Escrever com clareza e precisão é uma riqueza e esta deve-se distribuir de forma igualitária numa sociedade.
  • C: Me disse um leitor que eu tinha pretensão sem tamanho, ao comentar o que falei sobre o livro de Zinsser.
  • D: Hoje se entende que só correção gramatical e ortográfica não são qualidades suficientes para uma boa escrita.
  • E: Poderia-se dizer que a escrita, ao contrário de todas as demais atividades humanas, não pode ser ensinada?



                                          Para se alfabetizar de verdade,
                              Brasil deve se livrar de algumas ideias tortas



 




          Meses atrás, quando falei aqui do livro de Zinsser, um leitor deixou o seguinte comentário: “É de uma pretensão sem tamanho, a vaidade elevada ao maior grau, o sujeito se meter a querer ensinar os outros a escrever”.


          Pois é. Muita gente acredita que, ao contrário de todas as demais atividades humanas, da música à mecânica de automóveis, do macramê à bocha, a escrita não pode ser ensinada. Por quê?


          Porque é especial demais, elevada demais, dizem alguns. É o caso do leitor citado, que completou seu comentário com esta pérola: “Saber escrever é uma questão de talento, quem não tem, não vai nunca aprender…”


          Há os que chegam à mesma conclusão pelo lado oposto, a ilusão de que toda pessoa alfabetizada domina a escrita, e o resto é joguinho de poder espúrio.


          Talento literário é raro mesmo, mas não se trata disso. Também não estamos falando só de correção gramatical e ortográfica, aspecto que será cada vez mais delegado à inteligência artificial.


           Estamos falando de pensamento. Escrever com clareza e precisão, sem matar o leitor de confusão ou tédio, é uma riqueza que deve ser distribuída de forma igualitária por qualquer sociedade que se pretenda civilizada e justa.
                                                                                                               (Sérgio Rodrigues. Folha de S.Paulo, 07.12.2017)



De acordo com a norma-padrão, o acento indicativo da crase está corretamente empregado em:





  • A: O leitor aludiu à escrita como se ela fosse questão de talento: quem não tem, não vai nunca aprender.
  • B: A escrita deve levar o texto à uma riqueza, marcada pela clareza e precisão, afastando o leitor da confusão ou tédio.
  • C: De parte à parte, o texto precisa organizar-se como um tecido coeso e claro, instigando, assim, o leitor.
  • D: Existem aquelas pessoas que chegam à conclusões semelhantes, no entanto elas seguem pelo lado oposto.
  • E: Também não estamos falando só de correção gramatical e ortográfica. Estamos nos referindo à pensamento.

Leia o trecho abaixo e marque a alternativa incorreta a respeito da substituição dos elementos linguísticos com correção gramatical, coerência e sentido.

A falta de crítica (portanto, de uma educação bem fundamentada) impede, entre outras coisas, uma clara visão da cultura e da arte. Ficamos meio cegos, incapazes de perceber seja o que for acima da mediocridade. E aqui entra o livro a que me referi, abordando episódio contado por Apolônio de Rodes sobre os argonautas.

 
  • A: Os parênteses podem ser substituídos por travessões.
  • B: A expressão “a que” pode ser substituída por “ao qual”.
  • C: A expressão “sobre os” pode ser substituída por “a cerca dos”
  • D: O vocábulo “meio” pode ser substituído por “um pouco”.

Assinale a alternativa em que o termo sublinhado foi substituído de forma adequada.

 
  • A: “E aqui entra o livro a que me referi” / neste ponto.
  • B: “Estenderam‐se na praia para descansar” / onde.
  • C: “Áureos cachos flutuavam, enquanto avançava” / ainda que.
  • D: “e, sob os seus pés, toda a ilha fremia, e as ondas se agigantavam na praia” / por causa de.

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