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Enganos

Difícil quem nunca passou por algum engano nesta vida. Dos pequenos, bizarros, aos mais cruéis – ciladas; enganos da avaliação errada, distorcida, conduzida pela ingenuidade ou pela miopia, quando faltam sagacidade, apuração, conhecimento. E dá na tal história: “pensei que era joia rara, era bijuteria”.

E vai da melancia que alguém disse ser doce, ao profissional que se consultou, passando por amizades, relacionamentos amorosos, negócios em sociedade e uma fieira infinita de eteceteras. Algum dia você é enganado!

Melhor do que enganar, sabia? Por piores que sejam os danos, as perdas, os males, melhor, bem melhor será o resgate daquele que foi enganado do que o fim do usurpador. Mesmo com uma justiça tão injusta, humana e falha, mesmo assim, melhor é não estar no balcão dos malfeitores.

Baltasar Gracián y Morales, importante prosador do séc. XVII, escreveu: “ninguém mais fácil de enganar que um homem honesto, muito confia quem nunca engana”. E é assim mesmo. Quem tem a honestidade como primícia enxerga o outro da mesma forma, com as lentes do seu bom coração, da ética, de valores corretos e verdades.

O fato é que enganos são astúcias de um inimigo muito bem preparado. O sacerdote inglês Charles Caleb Colton deixou a seguinte pérola: “há enganos tão bem elaborados que seria estupidez não ser enganado por eles”.

Encerro com o filósofo Ralph Waldo Emerson. Numa carta de 1854, para a filha Ellen, ele escreveu linda e bondosamente: “Termine cada dia e esteja contente com ele. Você fez o que pôde. Alguns enganos e tolices se infiltraram indubitavelmente; esqueça-os tão logo você consiga. Amanhã é um novo dia; comece-o bem e serenamente com um espírito elevado demais para ser incomodado pelas tolices do passado.”

Então, houve enganos? Perdoe-os e perdoe-se e siga em frente!

(Elma E. Bassan Mendes, Diário da Região, 21.01.2023. Adaptado)

Assinale a alternativa que substitui os trechos destacados na passagem – ... melhor, bem melhor será o resgate daquele que foi enganado do que o fim do usurpador. –, com sentido compatível e de acordo com a norma-padrão de emprego da preposição.
  • A: preferível ... ao
  • B: mais adequado ... ante o
  • C: mais justo ... contra o
  • D: muito correto ... desde o
  • E: bem positivo ... perante o

José Dias tratava-me com extremos de mãe e atenções de servo. A primeira cousa que consegui, logo que comecei a andar fora, foi dispensar-me o pajem; fez-se pajem, ia comigo à rua. Cuidava dos meus arranjos em casa, dos meus livros, dos meus sapatos, da minha higiene e da minha prosódia. Aos oito anos os meus plurais careciam, alguma vez, da desinência exata, ele a corrigia, meio sério para dar autoridade à lição, meio risonho para obter o perdão da emenda. Ajudava assim o mestre de primeiras letras. Mais tarde, quando o Padre Cabral me ensinava latim, doutrina e história sagrada, ele assistia às lições, fazia reflexões eclesiásticas, e, no fim, perguntava ao padre: “Não é verdade que o nosso jovem amigo caminha depressa?” Chamava-me “um prodígio”; dizia a minha mãe ter conhecido outrora meninos muito inteligentes, mas que eu excedia a todos esses, sem contar que, para a minha idade, possuía já certo número de qualidades morais sólidas. Eu, posto não avaliasse todo o valor deste outro elogio, gostava do elogio; era um elogio.

(Machado de Assis, Dom Casmurro)

José Dias, sentindo-se apto _________ pajear o garoto, passou a zelar, inclusive, ________ sua prosódia. À mãe do menino disse que este era possuidor ________ certo número de qualidades morais.

De acordo com a norma-padrão, as lacunas do enunciado devem ser preenchidas, respectivamente, com:
  • A: a ... de ... de
  • B: em ... sobre ... a
  • C: de ... pela ... de
  • D: a ... com ... com
  • E: para ... em ... em

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Flor-de-maio

Entre tantas notícias do jornal – o crime de Sacopã, o disco voador em Bagé, a nova droga antituberculosa, o andaime que caiu, o homem que matou outro com machado e com foice, o possível aumento do pão – há uma pequenina nota de três linhas, que nem todos os jornais publicaram. É assinada pelo senhor diretor do Jardim Botânico, e diz que a partir do dia 27 vale a pena visitar o Jardim, porque a planta chamada “flor-de-maio” está, efetivamente, em flor.

Meu primeiro movimento, ao ler esse delicado convite, foi deixar a mesa da redação e me dirigir ao Jardim Botânico, contemplar a flor e cumprimentar a administração do horto pelo feliz evento. Mas havia ainda muita coisa para ler e escrever, telefonemas a dar, providências a tomar.

Suspiro e digo comigo mesmo – que amanhã acordarei cedo e irei. Digo, mas não acredito, ou pelo menos desconfio que esse impulso que tive ao ler a notícia ficará no que foi – um impulso de fazer uma coisa boa e simples, que se perde no meio da pressa e da inquietação dos minutos que voam.

No fundo, a minha secreta esperança é de que estas linhas sejam lidas por alguém – uma pessoa melhor do que eu, alguma criatura correta e simples que tire dessa crônica a sua substância, a informação precisa e preciosa: no dia 27 em diante as “flores-de-maio” do Jardim Botânico estão gloriosamente em flor. E que utilize essa informação saindo de casa e indo diretamente ao Jardim Botânico ver a “flor-de-maio”.

Ir só, no fim da tarde, ver a “flor-de-maio”; aproveitar a única notícia boa de um dia inteiro de jornal, fazer a coisa mais bela e emocionante de um dia inteiro da cidade imensa. Se entre vós houver essa criatura, e ela souber por mim a notícia, e for, então eu vos direi que nem tudo está perdido; que a humanidade possivelmente ainda poderá ser salva, e que às vezes ainda vale a pena escrever uma crônica.

(Rubem Braga. Para gostar de ler. São Paulo: Ática, 1992, Adaptado)

Em – Se entre vós houver essa criatura, e ela souber por mim a notícia... (5º parágrafo) –, o vocábulo foi empregado com o mesmo sentido que possui na frase:
  • A: Ele ficou admirando as flores do Jardim Botânico por muito tempo.
  • B: O diretor foi premiado por seu trabalho na administração do parque.
  • C: Ficou emocionado por ver a flor-de-maio com suas pétalas cor-de-rosa.
  • D: É importante que as pessoas se informem por algum jornal da cidade.
  • E: Soube que ela fora visitar o Jardim Botânico e ficou feliz por ela.

Assinale a frase em que a preposição para tem valor semântico diferente do das demais frases.
  • A: Eu gosto do trabalho. Ele me fascina. Posso sentar e olhar para ele por horas.
  • B: Os turistas caminharam para a catedral da cidade, famosa por suas pinturas.
  • C: Para o ministro, a luta contra as injustiças sociais deve ser o principal do programa presidencial.
  • D: A solução para resolver os problemas da pesquisa era ir para a biblioteca.
  • E: Um casal deve caminhar sempre para a mesma meta.

Foi prevenido aos candidatos deste concurso que as informações gramaticais do conteúdo programático seriam consideradas sob o ponto de vista textual.

Nesse caso, assinale a opção em que a preposição “a” tem seu papel textual corretamente identificado
  • A: Introduzir um objeto direto preposicionado: Amar a Deus sobre todas as coisas.
  • B: Introduzir um objeto indireto: Chegar à eternidade na flor da idade.
  • C: Preceder um complemento nominal: Decidiu entregar à sorte a sua decisão.
  • D: Introduzir um adjunto adverbial: Deu bom-dia a todos os presentes.
  • E: Evitar a ambiguidade na frase: O turista cumprimentou a todos os presentes.

“Estudo revela novo alvo para busca de terapias contra doença de Parkinson” (Texto 1, Título)

No título do texto 1, a preposição “de” introduz um complemento nominal.
Em todas as alternativas abaixo, está sublinhado um termo introduzido pela preposição “de”.

O único caso em que esse termo NÃO funciona como complemento nominal é:
  • A: “[...] pode limitar a perda de capacidade motora e a morte neuronal”;
  • B: “uma toxina indutora de sintomas semelhantes aos da doença de Parkinson”;
  • C: “[...] o que sugere que a micróglia pode ser responsável pela modulação da expressão de genes”;
  • D: “[...] um tipo de célula imunológica do sistema nervoso”;
  • E: “[...] além de propor terapias que consistem na manipulação deles”.

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Perto do apagão
________a falta de chuvas nos últimos dois meses, inferiores ao padrão já escasso do mesmo período de 2020, ficou mais evidente a ameaça ________ a geração de energia se mostre insuficiente para manter o fornecimento até novembro, quando se encerra o período seco.
Novas simulações do Operador Nacional do Sistema (ONS) mostram agravamento, com destaque para a região Sul, onde o nível dos reservatórios até 24 de agosto caiu para 30,7% – a projeção anterior apontava para 50% no fechamento do mês.
Mesmo no cenário mais favorável, que pressupõe um amplo conjunto de medidas, como acionamento de grande capacidade de geração térmica, importação de energia e postergação de manutenção de equipamentos, o país chegaria ________ novembro praticamente sem sobra de potência, o que amplia a probabilidade de apagões.
Embora se espere que tais medidas sejam suficientes para evitar racionamento neste ano, não se descartam sobressaltos pontuais, no contexto da alta demanda ________ o sistema será submetido.
Se o regime de chuvas no verão não superar a média dos últimos anos, a margem de manobra para 2022 será ainda menor. Calcula-se que, nesse quadro, a geração térmica, mais cara, tenha de permanecer durante todo o período úmido, o que seria algo inédito.
Desde já o país precisa considerar os piores cenários e agir com toda a prudência possível, com foco em investimentos na geração, modernização de turbinas em hidrelétricas antigas e planejamento para ampliar a resiliência do sistema.
(Editorial. Folha de S.Paulo, 27.08.2021. Adaptado)

Em conformidade com a norma-padrão, as lacunas do texto devem ser preenchidas, respectivamente, com:
  • A: Com ... de que ... a ... a que
  • B: Sob ... que ... em ... que
  • C: Devido ... que ... a ... com que
  • D: Sobre ... que ... em ... de que
  • E: Perante ... que ... à ... em que

Texto 1
“A Estrada de Ferro Mauá é a primeira ferrovia do Brasil e uma das principais estradas de ferro antigas. Implementada em 1852 e com início das operações, 2 anos depois, em 1854, a ferrovia teve papel essencial para o avanço econômico para o país, que viveria uma transição para se tornar uma república.
A estrada tinha a função de ligar o Porto de Mauá, em Magé (RJ), até o município de Fragoso. Na época, foi construída com uma capacidade de 14,5 km de extensão.
Essa ferrovia, que faz parte do quadro de estradas de ferro antigas, e é uma das mais importantes, justamente por dar início às operações desse setor, foi construída por Irineu Evangelista de Sousa, o Barão de Mauá.
O setor ferroviário já se apresentava como uma importante solução em outros países, principalmente na Europa e nos Estados Unidos. Justamente por isso é que o empresário Irineu decidiu implementar esse novo negócio, trazendo uma nova perspectiva para a produção nacional, visto que a partir disso se tornou possível levar os insumos produzidos com mais facilidade.
A Estrada de Ferro Mauá seguia um trajeto específico: abastecia os trens nas plantações de café no Vale do Paraíba, seguindo até a cidade de Magé. A partir daí, os produtos eram posicionados em embarcações para chegar até a cidade do Rio de Janeiro.
Essa prática facilitou muito o transporte do café, que era o principal produto do mercado interno e externo nacional. Antes, esse transporte era feito por tração animal, demorando muito tempo e enfrentando dificuldades maiores do que nas estradas de ferro antigas.
A operação da Estrada de Ferro Mauá durou até o fim do período imperial, em meados de 1888, já tendo perdido a sua importância.” (Massa, 23/06/2021)

“Essa prática facilitou muito o transporte do café, que era o principal produto do mercado interno e externo nacional. Antes, esse transporte era feito por tração animal, demorando muito tempo e enfrentando dificuldades maiores do que nas estradas de ferro antigas. A operação da Estrada de Ferro Mauá durou até o fim do período imperial, em meados de 1888, já tendo perdido a sua importância.” Todos os segmentos do texto 1 sublinhados acima são introduzidos pela preposição DE; o exemplo em que essa preposição é uma exigência de um termo anterior é:
  • A: do café;
  • B: do mercado interno;
  • C: de ferro antigas;
  • D: da Estrada de Ferro Mauá;
  • E: do período imperial.

VERSIGNASSI, A. A palavra salário vem mesmo de “sal”? VC S/A, São Paulo: Abril, p. 67, Jun. 2021. Adaptado.

O período em que a palavra ou a expressão em destaque NÃO está empregada de acordo com a norma-padrão é:
  • A: As professoras de que falamos são ótimas.
  • B: A folha em que deve ser feita a prova é essa.
  • C: A argumentação onde é provado o crime foi dele.
  • D: O aluno cujo pai chegou é Pedro.
  • E: As meninas que querem cortar os cabelos são aquelas.

Leia o texto para responder à questão.

Flor-de-maio

Entre tantas notícias do jornal – o crime de Sacopã, o disco voador em Bagé, a nova droga antituberculosa, o andaime que caiu, o homem que matou outro com machado e com foice, o possível aumento do pão – há uma pequenina nota de três linhas, que nem todos os jornais publicaram. É assinada pelo senhor diretor do Jardim Botânico, e diz que a partir do dia 27 vale a pena visitar o Jardim, porque a planta chamada “flor-de-maio” está, efetivamente, em flor.

Meu primeiro movimento, ao ler esse delicado convite, foi deixar a mesa da redação e me dirigir ao Jardim Botânico, contemplar a flor e cumprimentar a administração do horto pelo feliz evento. Mas havia ainda muita coisa para ler e escrever, telefonemas a dar, providências a tomar.

Suspiro e digo comigo mesmo – que amanhã acordarei cedo e irei. Digo, mas não acredito, ou pelo menos desconfio que esse impulso que tive ao ler a notícia ficará no que foi – um impulso de fazer uma coisa boa e simples, que se perde no meio da pressa e da inquietação dos minutos que voam.

No fundo, a minha secreta esperança é de que estas linhas sejam lidas por alguém – uma pessoa melhor do que eu, alguma criatura correta e simples que tire dessa crônica a sua substância, a informação precisa e preciosa: no dia 27 em diante as “flores-de-maio” do Jardim Botânico estão gloriosamente em flor. E que utilize essa informação saindo de casa e indo diretamente ao Jardim Botânico ver a “flor-de-maio”.

Ir só, no fim da tarde, ver a “flor-de-maio”; aproveitar a única notícia boa de um dia inteiro de jornal, fazer a coisa mais bela e emocionante de um dia inteiro da cidade imensa. Se entre vós houver essa criatura, e ela souber por mim a notícia, e for, então eu vos direi que nem tudo está perdido; que a humanidade possivelmente ainda poderá ser salva, e que às vezes ainda vale a pena escrever uma crônica.

(Rubem Braga. Para gostar de ler. São Paulo: Ática, 1992, Adaptado)

Em – Se entre vós houver essa criatura, e ela souber por mim a notícia... (5º parágrafo) –, o vocábulo foi empregado com o mesmo sentido que possui na frase:
  • A: Ele ficou admirando as flores do Jardim Botânico por muito tempo.
  • B: Ele ficou admirando as flores do Jardim Botânico por muito tempo.
  • C: Ficou emocionado por ver a flor-de-maio com suas pétalas cor-de-rosa.
  • D: É importante que as pessoas se informem por algum jornal da cidade.
  • E: Soube que ela fora visitar o Jardim Botânico e ficou feliz por ela.

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