Questões

Comentário: A alternativa (A) está errada, pois a descrição não abrange uma sequência de momentos distintos, mas sim captura um momento único e detalhado da personagem sentada à mesa lendo o jornal. A descrição é estática, focando em detalhes específicos do momento e da aparência, sem uma sequência de eventos ou ações.

            A alternativa (B) está errada, pois o parágrafo concentra-se em aspectos físicos da personagem — como a roupa, a aparência do cabelo, a pele e a posição corporal. Não há informações sobre aspectos psíquicos ou emocionais da personagem, que seriam indicados por pensamentos, sentimentos ou estados mentais.

            A alternativa (C) está errada, pois a descrição não sugere que o observador esteja em movimento; ele parece estar observando a personagem de uma posição estática. A personagem descrita está em grande parte estática também (“Ficara sentada”), com exceção de movimentos menores, como o acariciar da orelha.

            A alternativa (D) é a correta, pois a menção à leitura do “Diário de Notícias” sugere um hábito da leitura de notícias pela manhã. Além disso, a referência ao "roupão de manhã" sugere o emprego de uma vestimenta normalmente utilizada pela manhã. Por fim, a referência ao “calor do travesseiro” sugere o momento após acordar.

Assim, tais expressões permitem a localização temporal do momento do dia em que a descrição é feita: pela manhã.

A alternativa (E) está errada, pois o roteiro estratégico que mostra o personagem de longe para perto deve claramente iniciar de uma visão geral e distante e ir aumentando o foco numa gradação até o ponto mais específico.

            O texto até começa com uma visão geral “Ficara sentada à mesa a ler o Diário de Notícias”, mas já em seguida vai a cada detalhe, como o "roupão de manhã de fazenda preta" e continua a detalhar outros aspectos físicos de maneira bastante específica e minuciosa desde o começo: “o cabelo louro”, “cabeça pequenina, de perfil bonito”, “a sua pele”, “cotovelo encostado”, “acariciava a orelha”, “dois anéis de rubis miudinhos davam cintilações escarlates”.

            Assim, não houve uma gradação do geral e distante ao mais perto.

Gabarito: D

Comentário: A alternativa (A) está correta, pois a expressão “onze horas” refere-se ao tempo, e a expressão “da sala de jantar” refere-se ao lugar.

            A alternativa (B) está correta, pois “Jorge” e “Luísa” são os únicos personagens apresentados neste fragmento inicial. Eles são encontrados nas seguintes orações “Jorge fechou o volume de Luís Figuier” e “— Tu não te vais vestir, Luísa?”.

            “Luís Figuier” é o nome do autor da obra que Jorge está lendo.

            A alternativa (C) está correta, pois a pergunta "Tu não te vais vestir, Luísa?" implica uma expectativa ou uma leve cobrança sobre o estado de prontidão de Luísa, sugerindo que talvez ela devesse estar pronta ou em processo de se vestir nesse momento.

            A alternativa (D) é a incorreta, pois a resposta de Luísa consiste apenas na palavra "Logo" e não fornece evidências suficientes para supor um aborrecimento na relação. Essa resposta pode ser interpretada simplesmente como uma afirmação de que ela se vestirá em breve, sem implicar necessariamente tensão ou descontentamento.

            A alternativa (E) está correta, pois esses verbos descrevem uma sequência de ações físicas e verbais que ocorrem uma após a outra, característica típica de uma narrativa ao descrever eventos em uma ordem específica.

Gabarito: D

Comentário: Dentre as alternativas, há quatro com a preposição “de” com valor de matéria, isto é, subentende-se a expressão “de que é feito”. Porém, uma é diferente.

          A alternativa (A) é a que devemos marcar, pois a preposição “de”, em “roupão de manhã”, indica um tipo de vestimenta usada pela manhã, isto é, qualifica o roupão em relação ao momento do dia, roupão de manhã.

           Na alternativa (B), a preposição “de” transmite sentido de matéria, de que é feito o roupão. A expressão "de fazenda preta" refere-se ao material e à cor do roupão. Fazenda é um tipo de tecido e preta descreve a cor deste tecido.

          Na alternativa (C), a expressão "de madrepérola" indica o material do qual os botões são feitos. Este uso é claramente uma indicação de composição material.

          Na alternativa (D), a expressão "de madeira" especifica o material de que é feito o teto. Este é um uso comum da preposição "de" para indicar constituição material.

           Na alternativa (E), a expressão "de cretone azulado" descreve o material (cretone é um tipo de tecido) e a cor ("azulado") das bambinelas. O uso da preposição "de" serve para especificar a composição material e a cor do objeto.

Gabarito: A

Comentário: A definição ou conceito apresenta um caráter objetivo, literal, sem demonstrar uma avaliação subjetiva do autor. O conceito, portanto, explica algo sem demonstração de emoção.

            Por isso, a alternativa (E) é a correta, pois há um conceito sobre a natureza, isto é, ela é entendida como o mundo material em que vive o ser humano. Não notamos qualquer sentimento ou emoção do autor do texto.

            Nas demais alternativas, percebemos o emprego de linguagem figurada, subjetiva.

            A alternativa (A) está errada, pois a frase “O meio ambiente é tudo que não sou eu.” é uma afirmação filosófica e poética que personifica o "eu" como oposto ao "meio ambiente". Ela não oferece uma definição técnica ou objetiva do que é o meio ambiente, mas uma perspectiva reflexiva sobre a relação entre o indivíduo e o ambiente ao seu redor.

            A alternativa (B) está errada, pois, na frase “A natureza é um imenso dicionário.”, houve apenas uma comparação, uma metáfora, que sugere que a natureza é rica em informações e significados, semelhante a um dicionário. Não é uma definição literal de "natureza", mas uma representação simbólica da complexidade e diversidade do mundo natural. Assim, tal frase é subjetiva e não é uma definição.

            A alternativa (C) está errada, pois, na frase “Os rios são caminhos que marcham por si sós.”, mais uma vez, encontramos uma metáfora. Descrever rios como "caminhos que marcham por si sós" é uma maneira poética de expressar a natureza autônoma e dinâmica dos rios. Não serve como uma definição precisa e prática do que são rios.

            A alternativa (D) está errada, pois a frase “O pavão de hoje é o espanador de amanhã.” também utiliza a metáfora e usa uma expressão figurada para comentar sobre a transitoriedade ou a transformação potencial de algo belo e majestoso (o pavão) em algo comum e utilitário (o espanador). É uma observação sobre a impermanência, não uma definição de "pavão".

Gabarito: E