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Considere as passagens do quarto parágrafo:
• Cidadão é, pois, o natural de uma cidade, sujeito de direitos políticos e que, ao exercê-los, intervém no governo.
• O fato de ser cidadão propicia a cidadania, que é a condição jurídica que podem ostentar as pessoas físicas e que, por expressar o vínculo entre o Estado e seus membros, implica submissão à autoridade e ao exercício de direito.
Os trechos destacados expressam, correta e respectivamente, relações de sentido de:
  • A: conclusão e causa.
  • B: explicação e restrição.
  • C: conclusão e comparação.
  • D: explicação e finalidade.
  • E: adversidade e causa.

      Quem assiste a “Tempo de Amar” já reparou no português extremamente culto e correto que é falado pelos personagens da novela. Com frases que parecem retiradas de um romance antigo, mesmo nos momentos mais banais, os personagens se expressam de maneira correta e erudita.



      Ao UOL, o autor da novela, Alcides Nogueira, diz que o linguajar de seus personagens é um ponto que leva a novela a se destacar. “Não tenho nada contra a linguagem coloquial, ao contrário. Acho que a língua deve ser viva e usada em sintonia com o nosso tempo. Mas colocar um português bastante culto torna a narrativa mais coerente com a época da trama. Fora isso, é uma oportunidade de o público conhecer um pouco mais dessa sintaxe poucas vezes usada atualmente”.


      O escritor, que assina o texto da novela das 18h ao lado de Bia Corrêa do Lago, conta que a decisão de imprimir um português erudito à trama foi tomada por ele e apoiada pelo diretor artístico, Jayme Monjardim. Ele revela que toma diversos cuidados na hora de escrever o texto, utilizando, inclusive, o dicionário. “Muitas vezes é preciso recorrer às gramáticas. No início, o uso do coloquial era tentador. Aos poucos, a escrita foi ficando mais fácil”, afirma Nogueira, que também diz se inspirar em grandes escritores da literatura brasileira e portuguesa, como Machado de Assis e Eça de Queiroz.


      Para o autor, escutar os personagens falando dessa forma ajuda o público a mergulhar na época da trama de modo profundo e agradável. Compartilhou-lhe o sentimento Jayme Monjardim, que também explica que a estética delicada da novela foi pensada para casar com o texto. “É uma novela que se passa no fim dos anos 1920, então tudo foi pensado para que o público entrasse junto com a gente nesse túnel do tempo. Acho que isso é importante para que o telespectador consiga se sentir em outra época”, diz.


                                                                              (Guilherme Machado. UOL. https://tvefamosos.uol.com.br. 15.11.2017. Adaptado)
De acordo com o texto, entende-se que as formas linguísticas empregadas na novela




  • A: correspondem a um linguajar que, apesar de ser antigo, continua em amplo uso na linguagem atual.
  • B: divergem dos usos linguísticos atuais, caracterizados pela adoção de formas mais coloquiais.
  • C: estão associadas ao coloquial, o que dá mais vivacidade à linguagem e desperta o interesse do público.
  • D: harmonizam-se com a linguagem dos dias atuais porque deixam de lado os usos corretos e formais.
  • E: constituem usos comuns na linguagem moderna, porém a maior parte das pessoas não os entende.

      Quem assiste a “Tempo de Amar” já reparou no português extremamente culto e correto que é falado pelos personagens da novela. Com frases que parecem retiradas de um romance antigo, mesmo nos momentos mais banais, os personagens se expressam de maneira correta e erudita.


      Ao UOL, o autor da novela, Alcides Nogueira, diz que o linguajar de seus personagens é um ponto que leva a novela a se destacar. “Não tenho nada contra a linguagem coloquial, ao contrário. Acho que a língua deve ser viva e usada em sintonia com o nosso tempo. Mas colocar um português bastante culto torna a narrativa mais coerente com a época da trama. Fora isso, é uma oportunidade de o público conhecer um pouco mais dessa sintaxe poucas vezes usada atualmente”.


      O escritor, que assina o texto da novela das 18h ao lado de Bia Corrêa do Lago, conta que a decisão de imprimir um português erudito à trama foi tomada por ele e apoiada pelo diretor artístico, Jayme Monjardim. Ele revela que toma diversos cuidados na hora de escrever o texto, utilizando, inclusive, o dicionário. “Muitas vezes é preciso recorrer às gramáticas. No início, o uso do coloquial era tentador. Aos poucos, a escrita foi ficando mais fácil”, afirma Nogueira, que também diz se inspirar em grandes escritores da literatura brasileira e portuguesa, como Machado de Assis e Eça de Queiroz.


      Para o autor, escutar os personagens falando dessa forma ajuda o público a mergulhar na época da trama de modo profundo e agradável. Compartilhou-lhe o sentimento Jayme Monjardim, que também explica que a estética delicada da novela foi pensada para casar com o texto. “É uma novela que se passa no fim dos anos 1920, então tudo foi pensado para que o público entrasse junto com a gente nesse túnel do tempo. Acho que isso é importante para que o telespectador consiga se sentir em outra época”, diz.


                                                                              (Guilherme Machado. UOL. https://tvefamosos.uol.com.br. 15.11.2017. Adaptado)
As informações textuais permitem afirmar corretamente que



  • A: a proximidade entre a literatura e as novelas exige que haja um senso estético aguçado em relação à linguagem, por isso essas artes primam pelo erudito.
  • B: a linguagem coloquial atrai sobremaneira os autores de novelas, como é o caso de Alcides Nogueira, que desconhecia o emprego de formas eruditas.
  • C: a linguagem erudita deixa de ser empregada na novela quando há necessidade de retratar os momentos mais banais vividos pelas personagens.
  • D: a opção por escrever uma novela de época implica a transposição de elementos visuais e linguísticos para o tempo presente, modernizando-os.
  • E: a harmonização entre a linguagem e a estética da novela contribui para que a caracterização de uma época seja mais bem entendida pelo público.





      Quem assiste a “Tempo de Amar” já reparou no português extremamente culto e correto que é falado pelos personagens da novela. Com frases que parecem retiradas de um romance antigo, mesmo nos momentos mais banais, os personagens se expressam de maneira correta e erudita.


      Ao UOL, o autor da novela, Alcides Nogueira, diz que o linguajar de seus personagens é um ponto que leva a novela a se destacar. “Não tenho nada contra a linguagem coloquial, ao contrário. Acho que a língua deve ser viva e usada em sintonia com o nosso tempo. Mas colocar um português bastante culto torna a narrativa mais coerente com a época da trama. Fora isso, é uma oportunidade de o público conhecer um pouco mais dessa sintaxe poucas vezes usada atualmente”.


      O escritor, que assina o texto da novela das 18h ao lado de Bia Corrêa do Lago, conta que a decisão de imprimir um português erudito à trama foi tomada por ele e apoiada pelo diretor artístico, Jayme Monjardim. Ele revela que toma diversos cuidados na hora de escrever o texto, utilizando, inclusive, o dicionário. “Muitas vezes é preciso recorrer às gramáticas. No início, o uso do coloquial era tentador. Aos poucos, a escrita foi ficando mais fácil”, afirma Nogueira, que também diz se inspirar em grandes escritores da literatura brasileira e portuguesa, como Machado de Assis e Eça de Queiroz.


      Para o autor, escutar os personagens falando dessa forma ajuda o público a mergulhar na época da trama de modo profundo e agradável. Compartilhou-lhe o sentimento Jayme Monjardim, que também explica que a estética delicada da novela foi pensada para casar com o texto. “É uma novela que se passa no fim dos anos 1920, então tudo foi pensado para que o público entrasse junto com a gente nesse túnel do tempo. Acho que isso é importante para que o telespectador consiga se sentir em outra época”, diz.


                                                                              (Guilherme Machado. UOL. https://tvefamosos.uol.com.br. 15.11.2017. Adaptado)



Sem prejuízo de sentido ao texto, as passagens “Quem assiste a ‘Tempo de Amar’ já reparou no português extremamente culto...” (1° parágrafo) e “Aos poucos, a escrita foi ficando mais fácil”… (3° parágrafo) estão corretamente reescritas em:




  • A: Quem assiste a “Tempo de Amar” já corrigiu o português excepcionalmente culto... / Seguramente, a escrita foi ficando mais fácil.
  • B: Quem assiste a “Tempo de Amar” já se deu conta do português agudamente culto... / Rapidamente, a escrita foi ficando mais fácil.
  • C: Quem assiste a “Tempo de Amar” já percebeu o português muitíssimo culto... / Paulatinamente, a escrita foi ficando mais fácil.
  • D: Quem assiste a “Tempo de Amar” já reconheceu o português ocasionalmente culto... / Curiosamente, a escrita foi ficando mais fácil.
  • E: Quem assiste a “Tempo de Amar” já se aborreceu com o português sagazmente culto... / Lentamente, a escrita foi ficando mais fácil.

Se determinado efeito, lógico ou artístico, mais fortemente se obtém do emprego de um substantivo masculino apenso a substantivo feminino, não deve o autor hesitar em fazê-lo. Quis eu uma vez dar, em uma só frase, a ideia – pouco importa se vera ou falsa – de que Deus é simultaneamente o Criador e a Alma do mundo. Não encontrei melhor maneira de o fazer do que tornando transitivo o verbo “ser”; e assim dei à voz de Deus a frase:


      – Ó universo, eu sou-te,


      em que o transitivo de criação se consubstancia com o intransitivo de identificação.


      Outra vez, porém em conversa, querendo dar incisiva, e portanto concentradamente, a noção verbal de que certa senhora tinha um tipo de rapaz, empreguei a frase “aquela rapaz”, violando deliberadamente e justissimamente a lei fundamental da concordância.


      A prosódia, já alguém o disse, não é mais que função do estilo.


      A linguagem fez-se para que nos sirvamos dela, não para que a sirvamos a ela.


                                                                                                    (Fernando Pessoa. A língua portuguesa, 1999. Adaptado)
No texto, o autor defende que





  • A: a transformação das formas de comunicação está restrita à linguagem oral, normalmente menos formal que a escrita.
  • B: a linguagem deve atender às necessidades comunicativas das pessoas, nem que para isso suas regras tenham de ser violadas.
  • C: o estilo dos escritores rompe com a tradição da linguagem, o que implica que eles, cada vez mais, estão submissos a ela.
  • D: os discursos lógicos e artísticos, para serem mais coerentes, têm evitado as violações linguísticas a que poderiam recorrer.
  • E: a forma como muitas pessoas se comunicam cotidianamente tem deturpado a essência da língua, comprometendo-lhe a clareza.



















      Se determinado efeito, lógico ou artístico, mais fortemente se obtém do emprego de um substantivo masculino apenso a substantivo feminino, não deve o autor hesitar em fazê-lo. Quis eu uma vez dar, em uma só frase, a ideia – pouco importa se vera ou falsa – de que Deus é simultaneamente o Criador e a Alma do mundo. Não encontrei melhor maneira de o fazer do que tornando transitivo o verbo “ser”; e assim dei à voz de Deus a frase:


      – Ó universo, eu sou-te,


      em que o transitivo de criação se consubstancia com o intransitivo de identificação.


      Outra vez, porém em conversa, querendo dar incisiva, e portanto concentradamente, a noção verbal de que certa senhora tinha um tipo de rapaz, empreguei a frase “aquela rapaz”, violando deliberadamente e justissimamente a lei fundamental da concordância.


      A prosódia, já alguém o disse, não é mais que função do estilo.


      A linguagem fez-se para que nos sirvamos dela, não para que a sirvamos a ela.


                                                                                                    (Fernando Pessoa. A língua portuguesa, 1999. Adaptado)



Assinale a alternativa que atende à norma-padrão de colocação pronominal.
 





















  • A: A prosódia, já disse-o alguém, não é mais que função do estilo.
  • B: Se consubstancia o transitivo de criação com o intransitivo de identificação na frase: – Ó universo, eu sou-te.
  • C: Tendo referido-me a Deus simultaneamente como o Criador e a Alma do mundo, recorri à frase: – Ó universo, eu sou-te.
  • D: Sirvamo-nos da linguagem para quaisquer efeitos, sejam eles lógicos ou artísticos.
  • E: Para expressar minha ideia, juntariam-se o transitivo de criação com o intransitivo de identificação na frase.

                                                            Ai, Gramática. Ai, vida.
                                                     O que a gente deve aos professores!
 




      Este pouco de gramática que eu sei, por exemplo, foram Dona Maria de Lourdes e Dona Nair Freitas que me ensinaram. E vocês querem coisa mais importante do que gramática? La grammaire qui sait régenter jusqu’aux rois – dizia Molière: a gramática que sabe reger até os reis, e Montaigne: La plus part des ocasions des troubles du monde sont grammairiens – a maior parte de confusão no mundo vem da gramática.


     Há quem discorde. Oscar Wilde, por exemplo, dizia de George Moore: escreveu excelente inglês, até que descobriu a gramática. (A propósito, de onde é que eu tirei tantas citações? Simples: tenho em minha biblioteca três livros contendo exclusivamente citações. Para enfeitar uma crônica, não tem coisa melhor. Pena que os livros são em inglês. Aliás, inglês eu não aprendi na escola. Foi lendo as revistas MAD e outras que vocês podem imaginar).


     Discordâncias à parte, gramática é um negócio importante e gramática se ensina na escola – mas quem, professoras, nos ensina a viver? Porque, como dizia o Irmão Lourenço, no schola sed vita – é preciso aprender não para a escola, mas para a vida.


     Ora, dirão os professores, vida é gramática. De acordo. Vou até mais longe: vida é pontuação. A vida de uma pessoa é balizada por sinais ortográficos. Podemos acompanhar a vida de uma criatura, do nascimento ao túmulo, marcando as diferentes etapas por sinais de pontuação.


     Infância: a permanente exclamação:


     Nasceu! É um menino! Que grande! E como chora! Claro, quem não chora não mama!


     Me dá! É meu!


     Ovo! Uva! Ivo viu o ovo! Ivo viu a uva! O ovo viu a uva!


     Olha como o vovô está quietinho, mamãe!


     Ele não se mexe, mamãe! Ele nem fala, mamãe!


     Ama com fé e orgulho a terra em que nasceste! Criança – não verás nenhum país como este!


     Dá agora! Dá agora, se tu és homem! Dá agora, quero ver!
                                                                (Moacyr Scliar. Minha mãe não dorme enquanto eu não chegar, 1996. Adaptado)
 
No texto, o autor recorre a várias citações, com a finalidade de













  • A: discutir a falta de necessidade do ensino de gramática, uma vez que seu domínio não implica necessariamente saber usar a língua de forma adequada.
  • B: enfatizar as discrepâncias quanto à necessidade da gramática para a vida, concluindo que ela é inútil e só tem servido como atividade escolar.
  • C: propor a obrigatoriedade do ensino da gramática dentro e fora da escola, possibilitando que as pessoas usem melhor a língua materna.
  • D: questionar a fascinação que grandes personalidades têm em relação à gramática, a qual, na maioria das vezes, ultrapassa os limites do contexto escolar.
  • E: mostrar diferentes perspectivas em relação à gramática, concluindo que ela é relevante e que algumas de suas partes assemelham-se a fases da vida.

                                                            Ai, Gramática. Ai, vida.
                                                     O que a gente deve aos professores!
 




      Este pouco de gramática que eu sei, por exemplo, foram Dona Maria de Lourdes e Dona Nair Freitas que me ensinaram. E vocês querem coisa mais importante do que gramática? La grammaire qui sait régenter jusqu’aux rois – dizia Molière: a gramática que sabe reger até os reis, e Montaigne: La plus part des ocasions des troubles du monde sont grammairiens – a maior parte de confusão no mundo vem da gramática.


     Há quem discorde. Oscar Wilde, por exemplo, dizia de George Moore: escreveu excelente inglês, até que descobriu a gramática. (A propósito, de onde é que eu tirei tantas citações? Simples: tenho em minha biblioteca três livros contendo exclusivamente citações. Para enfeitar uma crônica, não tem coisa melhor. Pena que os livros são em inglês. Aliás, inglês eu não aprendi na escola. Foi lendo as revistas MAD e outras que vocês podem imaginar).


     Discordâncias à parte, gramática é um negócio importante e gramática se ensina na escola – mas quem, professoras, nos ensina a viver? Porque, como dizia o Irmão Lourenço, no schola sed vita – é preciso aprender não para a escola, mas para a vida.


     Ora, dirão os professores, vida é gramática. De acordo. Vou até mais longe: vida é pontuação. A vida de uma pessoa é balizada por sinais ortográficos. Podemos acompanhar a vida de uma criatura, do nascimento ao túmulo, marcando as diferentes etapas por sinais de pontuação.


     Infância: a permanente exclamação:


     Nasceu! É um menino! Que grande! E como chora! Claro, quem não chora não mama!


     Me dá! É meu!


     Ovo! Uva! Ivo viu o ovo! Ivo viu a uva! O ovo viu a uva!


     Olha como o vovô está quietinho, mamãe!


     Ele não se mexe, mamãe! Ele nem fala, mamãe!


     Ama com fé e orgulho a terra em que nasceste! Criança – não verás nenhum país como este!


     Dá agora! Dá agora, se tu és homem! Dá agora, quero ver!
                                                                (Moacyr Scliar. Minha mãe não dorme enquanto eu não chegar, 1996. Adaptado)
Observe as passagens do texto:
• O que a gente deve aos professores! (1° parágrafo) • ... mas quem, professoras, nos ensina a viver? (4° parágrafo)
Observando-se o contexto em que ocorrem e a pontuação nelas presentes, conclui-se que as frases apontam, correta e respectivamente, para os seguintes sentidos:














  • A: o narrador sente que está em dívida com os professores, por tudo o que aprendeu; o narrador acredita que o papel da gramática no cotidiano é incompreendido.
  • B: o narrador demonstra reconhecimento pelo que lhe foi ensinado pelos professores; o narrador questiona qual é o papel da gramática na vida cotidiana das pessoas.
  • C: o narrador ironiza a educação e os ensinamentos de seus professores; o narrador sugere que a gramática não tem importância nenhuma na vida das pessoas.
  • D: o narrador expressa certo descontentamento com o que os professores lhe ensinaram; o narrador tem plena certeza de que a gramática transforma a vida das pessoas.
  • E: o narrador questiona os ensinamentos gramaticais que recebeu dos professores; o narrador discorda da ideia de que a gramática seja a disciplina mais importante.

                                                            Ai, Gramática. Ai, vida.
                                                     O que a gente deve aos professores!
 




      Este pouco de gramática que eu sei, por exemplo, foram Dona Maria de Lourdes e Dona Nair Freitas que me ensinaram. E vocês querem coisa mais importante do que gramática? La grammaire qui sait régenter jusqu’aux rois – dizia Molière: a gramática que sabe reger até os reis, e Montaigne: La plus part des ocasions des troubles du monde sont grammairiens – a maior parte de confusão no mundo vem da gramática.


     Há quem discorde. Oscar Wilde, por exemplo, dizia de George Moore: escreveu excelente inglês, até que descobriu a gramática. (A propósito, de onde é que eu tirei tantas citações? Simples: tenho em minha biblioteca três livros contendo exclusivamente citações. Para enfeitar uma crônica, não tem coisa melhor. Pena que os livros são em inglês. Aliás, inglês eu não aprendi na escola. Foi lendo as revistas MAD e outras que vocês podem imaginar).


     Discordâncias à parte, gramática é um negócio importante e gramática se ensina na escola – mas quem, professoras, nos ensina a viver? Porque, como dizia o Irmão Lourenço, no schola sed vita – é preciso aprender não para a escola, mas para a vida.


     Ora, dirão os professores, vida é gramática. De acordo. Vou até mais longe: vida é pontuação. A vida de uma pessoa é balizada por sinais ortográficos. Podemos acompanhar a vida de uma criatura, do nascimento ao túmulo, marcando as diferentes etapas por sinais de pontuação.


     Infância: a permanente exclamação:


     Nasceu! É um menino! Que grande! E como chora! Claro, quem não chora não mama!


     Me dá! É meu!


     Ovo! Uva! Ivo viu o ovo! Ivo viu a uva! O ovo viu a uva!


     Olha como o vovô está quietinho, mamãe!


     Ele não se mexe, mamãe! Ele nem fala, mamãe!


     Ama com fé e orgulho a terra em que nasceste! Criança – não verás nenhum país como este!


     Dá agora! Dá agora, se tu és homem! Dá agora, quero ver!
                                                                (Moacyr Scliar. Minha mãe não dorme enquanto eu não chegar, 1996. Adaptado)

Quando o autor diz que a vida é pontuação e associa a infância à exclamação, seu objetivo é mostrar que













  • A: o pleno encantamento marca esse período da vida, e as emoções tendem a mostrar-se com mais intensidade e espontaneidade.
  • B: a percepção exagerada das crianças não tem como se justificar na relação que elas estabelecem com os adultos e o mundo.
  • C: os adultos tendem a ficar incomodados com a forma como as crianças vão descobrindo os segredos do mundo.
  • D: os adultos têm dificuldade para atender o encantamento das crianças pelas suas descobertas com o mundo que as circunda.
  • E: as crianças normalmente descobrem o mundo sem reagir aos acontecimentos que marcam essa etapa de seu desenvolvimento.

                                                            Ai, Gramática. Ai, vida.
                                                     O que a gente deve aos professores!
 




      Este pouco de gramática que eu sei, por exemplo, foram Dona Maria de Lourdes e Dona Nair Freitas que me ensinaram. E vocês querem coisa mais importante do que gramática? La grammaire qui sait régenter jusqu’aux rois – dizia Molière: a gramática que sabe reger até os reis, e Montaigne: La plus part des ocasions des troubles du monde sont grammairiens – a maior parte de confusão no mundo vem da gramática.


     Há quem discorde. Oscar Wilde, por exemplo, dizia de George Moore: escreveu excelente inglês, até que descobriu a gramática. (A propósito, de onde é que eu tirei tantas citações? Simples: tenho em minha biblioteca três livros contendo exclusivamente citações. Para enfeitar uma crônica, não tem coisa melhor. Pena que os livros são em inglês. Aliás, inglês eu não aprendi na escola. Foi lendo as revistas MAD e outras que vocês podem imaginar).


     Discordâncias à parte, gramática é um negócio importante e gramática se ensina na escola – mas quem, professoras, nos ensina a viver? Porque, como dizia o Irmão Lourenço, no schola sed vita – é preciso aprender não para a escola, mas para a vida.


     Ora, dirão os professores, vida é gramática. De acordo. Vou até mais longe: vida é pontuação. A vida de uma pessoa é balizada por sinais ortográficos. Podemos acompanhar a vida de uma criatura, do nascimento ao túmulo, marcando as diferentes etapas por sinais de pontuação.


     Infância: a permanente exclamação:


     Nasceu! É um menino! Que grande! E como chora! Claro, quem não chora não mama!


     Me dá! É meu!


     Ovo! Uva! Ivo viu o ovo! Ivo viu a uva! O ovo viu a uva!


     Olha como o vovô está quietinho, mamãe!


     Ele não se mexe, mamãe! Ele nem fala, mamãe!


     Ama com fé e orgulho a terra em que nasceste! Criança – não verás nenhum país como este!


     Dá agora! Dá agora, se tu és homem! Dá agora, quero ver!
                                                                (Moacyr Scliar. Minha mãe não dorme enquanto eu não chegar, 1996. Adaptado)

O que Oscar Wilde afirma acerca de George Moore – escreveu excelente inglês, até que descobriu a gramática – significa que













  • A: George Moore passou a escrever em inglês popular somente depois que descobriu a riqueza da gramática.
  • B: a descoberta da gramática por George Moore surpreendeu a todos, pelo padrão de excelência de sua obra.
  • C: o fato de escrever com excelência em inglês não impediu George Moore de buscar linguagem mais contemporânea.
  • D: a gramática agiu, na obra de George Moore, para acentuar sua tendência a uma escrita de alta qualidade técnica.
  • E: o contato com a gramática ocasionou, na obra de George Moore, o comprometimento da qualidade de sua escrita.

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