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Texto CB2A2


No caso de uma criança com menos de dez anos — entenda-se aqui o nível de maturidade, e não a idade —, o professor deve preocupar-se principalmente para que ela não seja importunada no seu brincar e nas suas experiências. Ensiná-la não faz sentido, pois, nessa idade narcisista, ela responde a cada interferência fugindo da realização da atividade. Nessa idade, desenhar e pintar são os seus principais meios de expressão.

A partir dos 10 anos, a criança começa a ficar insatisfeita com seus modos de expressão; o ambiente mais amplo ganha sentido para ela — não mais como aquele que existia em sua fantasia, mas como é na realidade —, e só então pode ser instaurado o “ensino da forma”, que não deve, porém, encobrir a sua espontaneidade expressiva. As técnicas de desenho e pintura devem ser apresentadas à criança conforme suas necessidades. Tamanhos, relações entre tamanhos (proporção), ritmo, claro, escuro, escultura, espaço, cor e o valor de expressão do exagero, da sutileza e da composição. Os elementos com os quais a criança opera são por natureza os mesmos da “grande arte” e levam a criança, por si mesma, a ter consciência deles, abrindo o caminho da “grande arte” para ela.


Friederike Brandeis. O desenhar das crianças.
In: Cadernos CEDES, v. 42, n.º 116, 2022, p. 122 (com adaptações).

Cada uma das opções a seguir apresenta um vocábulo retirado do texto CB2A2 seguido de uma proposta de separação silábica. Assinale a opção em que a forma de separação silábica do vocábulo indicado está correta.
  • A: “narcisista”: nar-ci-si-sta
  • B: “mais”: ma-is
  • C: “consciência”: cons-ci-ên-ci-a
  • D: “espontaneidade”: es-pon-ta-ne-i-da-de
  • E: “necessidades”: ne-ce-ssi-da-des

O valor da fofoca
Walcyr Carrasco

Dos aspectos negativos da fofoca, todos sabemos. Em Os miseráveis, Victor Hugo conta a história de Fantine, que se torna prostituta. Quem só viu o filme ou só assistiu ao musical não sabe muito bem como ela vai para as ruas. O livro conta: fofoca! Fantine é operária. Mas tem uma filha, sendo solteira, em época de moral rígida. Paga uma família para cuidar da menina, Cosette. Mas não sabe ler. Para enviar os pagamentos e pedir notícias, usa os trabalhos de um homem, que escreve e envia o dinheiro. As amigas desconfiam. Especulam. O homem não conta, mas uma consegue ver o endereço numa carta. E se dá ao trabalho de ir até o local onde vive Cosette. Volta com a história completa e conta às amigas. A história chega à direção da fábrica e Fantine é demitida por ser mãe solteira. Vende os dentes, os cabelos, torna-se prostituta, morre no hospital. Jean Valjean, que se esconde da polícia, era o dono da fábrica. Culpa-se pela insensibilidade, busca Cosette e a cria. Mas a questão é que a pobre Fantine teve de vender os dentes e se prostituir devido à avidez da fofoca. Hoje, em tempos menos rígidos, a intimidade de uma pessoa, confidenciada entre lágrimas, pode virar piada no próximo jantar de amigos. Ou seja: longe de mim defender a fofoca em si. Mas ela tem seu valor, psicológico e criativo.

Simples. A fofoca é uma forma de criar.

Sempre digo que as pessoas têm tanta necessidade de ficção na vida como do ar que respiram. Por isso precisam ler romances, assistir a filmes, novelas. Até mesmo conferir revistas sobre celebridades, uma forma de exercitar a imaginação, já que a vida real é muito mais árdua do que aparece nas reportagens. Criar também faz parte da natureza humana. Alguns se contentam botando posts no Instagram, inventando uma vida que não têm, com a taça de vinho emprestada de alguém, num hotel onde não se hospedaram. Outras preferem criar sobre a vida alheia. Aquela mulher que conta à outra sobre uma terceira, colega de escritório.

– Sabe que ela está saindo com um rapaz 20 anos mais jovem? E sustenta!

Pode ser verdade. Ou ela apenas viu a moça com o sobrinho, saindo do trabalho. O resto, inventou. Nem todo mundo é escritor, mas todo mundo pode criar ficção. Eu mesmo aprendi muito com a fofoca. Morava em um prédio onde vivia uma mulher já madura. De dia, recebia um, que a sustentava, dava carro, conforto material. De noite, recebia outro, que amava. Era a fofoca do prédio.

Acontece que era feia. Garanto, feia de verdade. Os dois senhores, pavorosos. Aliás, o que ela amava, um velho bem mais feio que o outro, o rico. Eu, que tinha certo preconceito estético, aprendi que beleza não é o mais importante. Havia amor, dinheiro e paixão naquela história de pessoas maduras. A fofoca me fez entender mais da vida. Em outra época, soube que o filho da vizinha não era filho, mas neto. Filho da moça que considerava irmã, mãe solteira. Toda a vila onde morava sabia, menos o menino. Isso me fez entender mais sobre os pais, que são capazes de acolher, dar solidariedade num momento difícil. Suponho que o garoto deve ter levado um susto quando soube. Mas é outra história.

Minha mãe, quando eu era criança, tinha um bazar. Pequeno, típico de interior, em Marília. Era o centro de informações sobre a vida alheia do bairro. Todas as mulheres passavam, comentavam. Eu tentava ouvir. Mamãe me punha para fora quando a história era mais pesada. Isso me ajudou a desenvolver um certo talento. Quando fiz faculdade de jornalismo, e mais tarde trabalhei no ramo, era ótimo com as perguntas ao entrevistar. Destemido. Fiz sucesso com colunas, jornalismo comportamental. Isso me ajuda até hoje. Quando vou construir uma história, falo com pessoas, converso. Extraio segredos. Conto por meio dos personagens. Vejam que ligação bonita saber da vida alheia tem com o ato de criar.

O que é uma grande biografia, a não ser a vida de alguém? Uma fofoca autenticada, impressa e aplaudida pela crítica?

Há um porém: a fofoca, mesmo real, passa pelo crivo de quem conta. Pelo meu, pelo seu, pelo nosso olhar. É a velha história – alguém me oferece meio copo de suco de laranja e posso dizer.

– Adorei, ganhei meio copo de suco refrescante.

– Odiei, imagine, me dar só meio copo? Era resto!

Quando ouvir uma fofoca, abra as orelhas. O que alguém diz sobre o outro revela mais sobre quem fala do que sobre o alvo em questão. Uma fofoca, como todo ato de criação, tira a máscara do criador.

Disponível em: https://epoca.globo.com/sociedade/walcyr-carrasco/noticia/2017/10/o-valor-da-fofoca.html. Acesso em: 08 maio 2018.

A divisão silábica está correta, EXCETO em:
  • A: a.lhei.o
  • B: con.fi.den.ci.a.da
  • C: cri.a.dor
  • D: so.li.da.rie.da.de

A divisão silábica está correta, EXCETO em:
  • A: re.ins.ta.la.ção
  • B: pro.po.si.tal.men.te
  • C: per.nós.ti.co
  • D: exas.pe.ra.da.men.te

A divisão silábica está correta,EXCETO em:
  • A: ad.qui.ri.do
  • B: com.pro.mis.sa.dos
  • C: fer.ra.men.tas
  • D: ine.ren.te.men.te

A divisão silábica está correta, EXCETO em:
  • A: cor ren tes
  • B: cri pto gra fi a
  • C: ga fa nho to
  • D: im pres cin dí veis

Assinale a alternativa INCORRETA tendo em vista a divisão silábica:
  • A: Re-ssur-gir.
  • B: Pig-meu.
  • C: Ab-di-ca-ção.
  • D: Vô-o.

São palavras trissílabas extraídas da tirinha:
  • A: Use – compre.
  • B: Beba – coma.
  • C: Prove – pensam.
  • D: Malditos – sabemos.

Com base nas sílabas, analise:

Toda sílaba possui um núcleo ou ápice de sonoridade, que, em português, é necessariamente uma vogal.”

                                        (Fonte adaptada: BEZERRA, R. – Nova Gramática da Língua Portuguesa para Concursos>).

Dessa forma, classifica-se em sílaba aberta quando:
  • A: Termina por vogal.
  • B: Termina por consoante.
  • C: Apresenta apenas uma consoante.
  • D: Apresenta mais de uma consoante.
  • E: Apresenta uma só vogal.

As sílabas estão corretas EXCETO.
  • A: me-sa.
  • B: ca-chor-ro.
  • C: cor- da.
  • D: ga-to.
  • E: ca-rro-ça.

Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto está citado na questão.



Considerando a palavra “receio” (l. 33), analise as assertivas a seguir e assinale V, se verdadeiras, ou F, se falsas.

( ) Trata-se de substantivo abstrato e tem como sinônimo a palavra “medo”.
( ) O vocábulo destacado é uma paroxítona e possui duas sílabas.
( ) A grafia do verbo formado a partir dessa palavra é “receiar”.

A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:
  • A: V – F – V.
  • B: V – F – F.
  • C: V – V – F.
  • D: F – F – V.
  • E: F – V – F.

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