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Observe o seguinte texto de Pascal, que discute a distinção entre demonstrar e agradar: “Ninguém ignora que há dois caminhos por onde as opiniões são recebidas na alma, que são o entendimento e a vontade. O mais natural é o do entendimento, porque não deveríamos aceitar jamais a não ser as verdades demonstradas; mas o mais comum, embora contra a natureza, é o caminho da vontade porque todos os homens são levados sempre a crer não pela prova, mas pelo prazer. Esse caminho é baixo, indigno e estranho: assim todos o desaprovam”.

O segmento abaixo que se utiliza dos dois caminhos referidos por Pascal a fim de convencer o leitor é:
  • A: A partir desta semana as crianças já podem ser vacinadas contra a Covid, pois tanto a Anvisa como o Ministério da Saúde autorizaram essa vacinação, fundamentados em pesquisas e na experiência de outros países, o que deixa, em alguns casos, os pais tranquilos quanto à saúde dos filhos;
  • B: No livro A cidade e as serras, o romancista português Eça de Queiroz procura mostrar a superioridade destas sobre aquela, apoiado na tranquilidade do campo, na solidariedade dos habitantes do interior e em seu conservadorismo pacífico;
  • C: Todos os verbetes deste dicionário estão dispostos em ordem alfabética e contêm informações gramaticais, etimológicas e enciclopédicas, todas elas magnificamente embasadas em obras de nome consagrado;
  • D: O laudo da autópsia no corpo do artista, vítima de um acidente de trânsito em pleno centro da cidade de São Paulo, trazia a causa da morte como politraumatismo, em função da grande velocidade do veículo no momento da ocorrência;
  • E: Se você viajar a Portugal, não deixe de visitar o Santuário de Fátima, pois, mesmo para os que não possuem crença religiosa, as demonstrações de fé, sobretudo das pessoas mais humildes, emocionam a todos.

Em muitos momentos de nossa vida profissional, temos que apresentar uma ideia e defendê-la. Observe o texto a seguir, publicado há alguns anos, como mostra o tema da discussão:

“Frequentemente ouve-se dizer que a causa principal da distância dos jovens em relação à leitura é a televisão. Não vamos insistir aqui sobre os problemas que esse aparelho apresenta para a leitura e o estudo, mas desejo acrescentar duas reflexões: primeiro, que já Rousseau, no século XVIII, qualificava a leitura como ‘o castigo da juventude’, o que indica que, mesmo quando não havia televisão, ler também podia ser uma atividade pouco atrativa para muitos jovens. Em segundo lugar, que, apesar do que sempre se diz sobre a pouca leitura, nunca se leu tanto quanto agora e, às vezes, a televisão, ainda que pareça mentira, usada racionalmente, pode ajudar a ler. Assim, é frequente que as séries televisivas de mais audiência façam disparar a venda dos livros nos que se baseiam, como ocorreu com a série ‘Senhor dos Anéis’. Pode ser que esse cinema doméstico não ajude a promover a leitura, já que é mais passivo que o livro, exige menos esforço mental, é mais atrativo para os pequenos, mas em nenhum caso é a principal razão de que hoje em dia não se leia”.
Para defender sua ideia, o autor do texto apela para uma série de recursos argumentativos; a opção em que o recurso indicado está exemplificado adequadamente é:
  • A: o argumentador se refere a uma obra célebre, cuja alusão esteja a serviço da tese defendida: “Assim, é frequente que as séries televisivas de mais audiência façam disparar a venda dos livros nos que se baseiam, como ocorreu com a série ‘Senhor dos Anéis’”;
  • B: o argumentador, para facilitar a compreensão, relaciona dois domínios diferentes, apelando para uma analogia: “Assim, é frequente que as séries televisivas de mais audiência façam disparar a venda dos livros nos que se baseiam...”;
  • C: o argumentador introduz um outro ponto de vista na tese adversa: “Em segundo lugar, que, apesar do que sempre se diz sobre a pouca leitura, nunca se leu tanto quanto agora e, às vezes, a televisão, ainda que pareça mentira, usada racionalmente, pode ajudar a ler”;
  • D: o argumentador cita fatos, um testemunho, um caso particular, apresentados como provas: “Pode ser que esse cinema doméstico não ajude a promover a leitura, já que é mais passivo que o livro, exige menos esforço mental, é mais atrativo para os pequenos...”;
  • E: o argumentador apela para valores predominantes numa dada sociedade: “Não vamos insistir aqui sobre os problemas que esse aparelho apresenta para a leitura e o estudo...”.

Observe o texto a seguir.

Os nutricionistas acham que a alimentação humana precisa de uma modificação radical. Primeiro, porque é sumamente importante incentivar o consumo de legumes e frutas, que está em baixa. Se só fosse isso, o controle nutricional no ambiente familiar seria suficiente, mas ocorre também o alto consumo de alimentos industrializados, motivado pela pressa e pela falta das já antigas empregadas domésticas. E o consumo de carne, como fica? Ela também é necessária ou não? A alimentação é uma
questão de educação, centralizada no equilíbrio.

Esse é um texto argumentativo. Sobre a sua estruturação, a afirmação correta é:
  • A: os argumentos apresentados na defesa da tese adversária são parcialmente admitidos pelo argumentador, que deseja refutá-los;
  • B: os exemplos podem funcionar como argumentos, como acontece neste texto;
  • C: o texto começa pela exposição da tese contrária, que o autor deseja combater;
  • D: as perguntas inseridas no meio do texto funcionam como propostas de reflexão para o próprio autor;
  • E: as perguntas inseridas no meio do texto funcionam como propostas de reflexão para o próprio autor;

Muitos que escrevem exploram a riqueza da polissemia, ou seja, a possibilidade de um vocábulo mostrar mais de um significado.

A frase abaixo em que a polissemia NÃO está presente é:
  • A: Os espelhos fariam muito bem em refletir um pouco antes de reenviar as imagens;
  • B: Dentro das cápsulas de viagens interplanetárias, o espaço é cada vez maior;
  • C: Nos exames finais, o mestre teve uma prova do pouco estudo do aluno;
  • D: Muitas das aldeias portuguesas estão quase desabitadas;
  • E: O ator declarava que a sua vida tinha sido um teatro.

O objetivo do discurso argumentativo, como sabemos, é o de defender ou atacar um ponto de vista qualquer. A escolha de uma estratégia argumentativa é determinada em função da situação comunicativa global.
Observe, por exemplo, o texto a seguir.

É uma questão grave para os pais o estabelecimento de um limite de liberdade na educação dos filhos. Se os mais liberais dizem que a liberdade total é bastante educativa, os menos radicais defendem que o controle os prepara melhor para a vida futura. Se argumentamos que é triste o grande número de menores desajustados, a resposta é a de que eles são problemas menos graves do que os perfeitamente ajustados, mas infelizes.
Nesse caso, a estratégia argumentativa utilizada é:
  • A: a concessão, ou seja, aceitar um aspecto da tese contrária, seja para mostrar adesão parcial, seja para antecipar uma eventual objeção;
  • B: a refutação, que consiste em examinar cada um dos argumentos de uma tese, contestando o principal deles;
  • C: a adesão, que consiste em aderir completamente a uma tese apresentada;
  • D: a confrontação, que compara dois argumentos, mostrando pontos de divergência ou convergência;
  • E: o exame crítico, que revê os principais argumentos que defendem uma tese, mostrando seus pontos fortes e fracos.

O filósofo Pascal escreveu certa vez: “O tempo cura as dores e as queixas, porque nós nos modificamos, não somos sempre a mesma pessoa. Nem o ofensor, nem o ofendido, são os mesmos. É como um povo que foi maltratado e que é reencontrado após duas gerações. São ainda os franceses, mas não os mesmos”.

Para defender uma tese, o autor apela para diferentes tipos de raciocínio. O processo utilizado nesse pequeno texto é o de raciocínio:
  • A: dedutivo, que parte de uma ideia geral, de um princípio, para daí tirar uma consequência particular;
  • B: indutivo, que parte de vários fatos particulares, para daí tirar um princípio geral;
  • C: por oposição, em que se colocam duas situações contrárias;
  • D: pelo absurdo, em que se supõe uma ideia contrária à tese defendida para mostrar que essa última acaba por uma conclusão falsa ou absurdo;
  • E: por analogia, em que se utiliza uma comparação para a defesa da tese.

Abaixo aparecem pequenos textos publicitários; a opção em que o texto vem acompanhado de uma característica adequadamente identificada é:
  • A: Roupas Fax: um monstro de elegância / a formação de um superlativo por meio da significação de um substantivo;
  • B: Conhaque Barcelona: macio sabor / a indicação de uma qualidade estranha, que desperta curiosidade no consumidor;
  • C: Vinho Málaga: um vinho de anos que não tem hora / o emprego de uma expressão popular em uma frase com tom erudito;
  • D: Fanta, fantástico refrigerante / utilização de uma estratégia poética, que é a rima;
  • E: Rexona não te abandona / transposição de uma frase que estabelece discordância entre a expressão e o conteúdo.

Um dos problemas muito comuns na estruturação de um texto é a presença de ambiguidade sintática, ou seja, a possibilidade de mais de um entendimento para uma só frase.

A frase abaixo que está livre de qualquer ambiguidade é:
  • A: Foram à loja e escolheram um carro rápido;
  • B: O pai disse ao menino que podia decidir o que quisesse;
  • C: Não os aceitaram no clube pelos preconceitos;
  • D: Os meninos escolheram brinquedos que eram muito divertidos;
  • E: O síndico encontrou-se com o porteiro para diminuir a sua preocupação.

Uma das qualidades estruturais das frases que escrevemos é o respeito pelo paralelismo sintático.

A frase abaixo que emprega corretamente essa estratégia é:
  • A: Ela não só trabalha na fábrica como também é enfermeira;
  • B: Trata-se de uma lei que é dura e que pode dar jeito no setor;
  • C: Os deputados negaram estarem as comissões atrasadas em seus trabalhos e que eles tudo têm feito para um melhor desempenho;
  • D: Não se trata mais de verificar a seriedade das pesquisas ou que os jornais as tenham feito de forma apressada;
  • E: Foi solicitado o cancelamento de um jornalista e empresário conhecido, que tem dois dias para apresentar sua defesa.

Eis um exemplo de texto informativo:
Um adolescente de 16 anos sofreu um acidente na Avenida Central, em Cidade Bonita, tentou fugir da Polícia Militar que chegava para atender a ocorrência e bateu novamente em uma carreta, a cerca de 2 km do local onde ele se acidentou pela primeira vez, nessa quinta-feira (18). A vítima foi encaminhada ao hospital em estado grave.
A Polícia Militar informou que foi acionada para socorrer o motociclista que havia batido em uma carreta. Ao se aproximarem, depois de acionados para o socorro, os policiais encontraram o adolescente caído atrás da carreta e a moto dele estacionada no canteiro.


Abaixo estão algumas recomendações para a redação de textos informativos; a recomendação que foi desobedecida na formulação do texto acima é:
  • A: não se devem usar palavras familiares, nem vagas, nem muito menos indecorosas;
  • B: não se devem utilizar palavras eruditas, rebuscadas, pois sua finalidade primeira é que sejam compreensíveis; (C)
  • C: deve-se ter muita clareza; nada de metáforas poéticas, ditados populares, nem qualquer outro elemento que possa produzir duplas interpretações;
  • D: deve-se ter por objeto um fato real, daí que a fidelidade à realidade seja uma obrigação, não se criando fatos de ficção e ancorando os dados fornecidos;
  • E: deve-se evitar repetir algo que já tenha sido previamente explicado e pretende-se que a informação seja dada da forma mais clara possível.

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