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Assinale a alternativa em que o uso do acento indicativo da crase está em conformidade com a norma-padrão.
  • A: O relatório da Agência Nacional de Águas alude à várias barragens que estão vulneráveis.
  • B: Chegou à 19 o número total de mortes na localidade de Bento Rodrigues, em Minas Gerais.
  • C: Após à tragédia, deram início a medidas usuais: instalaram-se as comissões para tratar do assunto.
  • D: Polícia Federal e Ministério Público começaram à investigar as causas e identificar os culpados.
  • E: Coube à Justiça determinar o bloqueio de bilhões de reais para garantir reparação de danos.



Assinale a alternativa em que o termo destacado está empregado em sentido figurado.
  • A: Algumas lições preliminares, entretanto, já podem ser extraídas desse lamentável desastre.
  • B: ... pelo colapso de uma barragem da Samarco, que varreu do mapa a localidade de Bento Rodrigues (MG).
  • C: A não ser, por óbvio, as suspeitas medidas usuais: instalaram-se comissões para tratar do assunto.
  • D: Segundo relatório da Agência Nacional de Águas, ao menos 45 barragens estão vulneráveis no país.
  • E: ... Polícia Federal e Ministério Público mostram-se empenhados em investigar as causas e identificar os culpados.

O Clube dos Suicidas
A senhora – o que foi que tomou mesmo? Comprimidos. Não sabe que comprimidos? Gardenal. Tomou Gardenal. Muitos? Cuidado, não pise no fio do microfone. Dez comprimidos. E o que foi que sentiu? Uma tontura gostosa! Vejam só, uma tontura gostosa! Não é notável? Uma tontura gostosa. E foi por causa de quem? Olha o fio. Do marido. O marido bebia. Batia também? Batia. Voltava bêbado e batia. Quebrava toda a louça. Agora prometeu se regenerar. E ela não vai mais tomar Gardenal. Palmas. Olha o fio. Fica ali, à esquerda. Ali, junto com as outras. Depois recebe o brinde. Aproveito este breve intervalo para anunciar que a moça loira da semana passada – lembram, aquela que tomou ri-do--rato? Morreu. Morreu ontem. A família veio aqui me avisar. Foi uma dura lição, infelizmente ela não poderá aproveitar. Outros o farão. E a senhora? Ah, não foi a senhora, foi a menina. Que idade tem ela? Dez. Tomou querosene? Por que a senhora bateu nela? A senhora não bate mais, ouviu? E tu não toma mais querosene, menina. A propósito, que tal o gosto? Ruim. Não tomou com guaraná? Ontem esteve aqui uma que tomou com guaraná. Diz que melhorou o gosto. Não sei, nunca provei. De qualquer modo, bem-vinda ao nosso Clube. Fica ali, junto com as outras. Cuidado com o fio. Olha um homem! Homem é raro aqui. O que foi que houve? A mulher lhe deixou? Miserável. Ah, não foi a mulher. Perdeu o emprego. Também não é isto. Fala mais alto! Está desenganado. É câncer? Não sabe o que é. Quem foi que desenganou? Os doutores às vezes se enganam. Fica ali à esquerda e aguarde o brinde. E esta moça? Foi Flit? Tu pensas que é barata,  minha filha? Vai ali para a esquerda. Olha o fio, olha o fio. E esta senhora, tão velhinha – já me disseram que a senhora quis se enforcar. É verdade? Com o fio do ferro elétrico, quem diria! E dá? Mostra para nós como é que foi. Pode usar o fio do microfone. (Moacyr Scliar, Os melhores contos, 1996)
Observe as frases:

• Dez comprimidos. E o que foi que sentiu? Uma tontura gostosa! Vejam só, uma tontura gostosa! Não é notável?
• Que idade tem ela? Dez. Tomou querosene?
Por que a senhora bateu nela? A senhora não bate mais, ouviu?

No contexto em que estão empregadas, as orações interrogativas revelam as seguintes intenções comunicativas ou reações do entrevistador, respectivamente:
  • A: busca de uma informação; espanto; advertência.
  • B: crítica; bom humor; confirmação de uma informação.
  • C: humor; indignação; confirmação de uma informação.
  • D: advertência; busca de uma informação; busca de uma informação.
  • E: ironia; confirmação de uma informação; busca de uma informação.

O Clube dos Suicidas
A senhora – o que foi que tomou mesmo? Comprimidos. Não sabe que comprimidos? Gardenal. Tomou Gardenal. Muitos? Cuidado, não pise no fio do microfone. Dez comprimidos. E o que foi que sentiu? Uma tontura gostosa! Vejam só, uma tontura gostosa! Não é notável? Uma tontura gostosa. E foi por causa de quem? Olha o fio. Do marido. O marido bebia. Batia também? Batia. Voltava bêbado e batia. Quebrava toda a louça. Agora prometeu se regenerar. E ela não vai mais tomar Gardenal. Palmas. Olha o fio. Fica ali, à esquerda. Ali, junto com as outras. Depois recebe o brinde. Aproveito este breve intervalo para anunciar que a moça loira da semana passada – lembram, aquela que tomou ri-do--rato? Morreu. Morreu ontem. A família veio aqui me avisar. Foi uma dura lição, infelizmente ela não poderá aproveitar. Outros o farão. E a senhora? Ah, não foi a senhora, foi a menina. Que idade tem ela? Dez. Tomou querosene? Por que a senhora bateu nela? A senhora não bate mais, ouviu? E tu não toma mais querosene, menina. A propósito, que tal o gosto? Ruim. Não tomou com guaraná? Ontem esteve aqui uma que tomou com guaraná. Diz que melhorou o gosto. Não sei, nunca provei. De qualquer modo, bem-vinda ao nosso Clube. Fica ali, junto com as outras. Cuidado com o fio. Olha um homem! Homem é raro aqui. O que foi que houve? A mulher lhe deixou? Miserável. Ah, não foi a mulher. Perdeu o emprego. Também não é isto. Fala mais alto! Está desenganado. É câncer? Não sabe o que é. Quem foi que desenganou? Os doutores às vezes se enganam. Fica ali à esquerda e aguarde o brinde. E esta moça? Foi Flit? Tu pensas que é barata,  minha filha? Vai ali para a esquerda. Olha o fio, olha o fio. E esta senhora, tão velhinha – já me disseram que a senhora quis se enforcar. É verdade? Com o fio do ferro elétrico, quem diria! E dá? Mostra para nós como é que foi. Pode usar o fio do microfone. (Moacyr Scliar, Os melhores contos, 1996)
Assinale a alternativa que atende à norma-padrão de regência.
  • A: A família da moça que tomou ri-do-rato avisou o apresentador que ela morreu.
  • B: A mulher discordava com a atitude do marido, que a agredia quando bebia.
  • C: O homem confiou do diagnóstico dos médicos e, assim, nem anseia mais de se curar.
  • D: As pessoas que vão ao Clube dão seu depoimento e estão aptas a ganhar um brinde.
  • E: O apresentador está convicto que a menina tomou querosene porque apanhou sem razão.


. Considere as passagens do texto:

•  Há apenas três anos o país consternou-se diante das 19 mortes e da incrível devastação... (2º parágrafo)
•  Diante da nova catástrofe consumada, o Ibama multou a Vale... (6º parágrafo)
•  Tais iniciativas, porém, serão inúteis se perderem ímpeto com o tempo. (7º parágrafo)

No contexto em que estão empregados, os termos destacados significam, correta e respectivamente:
  • A: abateu-se; planejada; emoção.
  • B: chocou-se; prevista; objetivo.
  • C: paralisou-se; completada; brandura.
  • D: escandalizou-se; aproximada; segurança.
  • E: entristeceu-se; concluída; força.

O Clube dos Suicidas
A senhora – o que foi que tomou mesmo? Comprimidos. Não sabe que comprimidos? Gardenal. Tomou Gardenal. Muitos? Cuidado, não pise no fio do microfone. Dez comprimidos. E o que foi que sentiu? Uma tontura gostosa! Vejam só, uma tontura gostosa! Não é notável? Uma tontura gostosa. E foi por causa de quem? Olha o fio. Do marido. O marido bebia. Batia também? Batia. Voltava bêbado e batia. Quebrava toda a louça. Agora prometeu se regenerar. E ela não vai mais tomar Gardenal. Palmas. Olha o fio. Fica ali, à esquerda. Ali, junto com as outras. Depois recebe o brinde. Aproveito este breve intervalo para anunciar que a moça loira da semana passada – lembram, aquela que tomou ri-do--rato? Morreu. Morreu ontem. A família veio aqui me avisar. Foi uma dura lição, infelizmente ela não poderá aproveitar. Outros o farão. E a senhora? Ah, não foi a senhora, foi a menina. Que idade tem ela? Dez. Tomou querosene? Por que a senhora bateu nela? A senhora não bate mais, ouviu? E tu não toma mais querosene, menina. A propósito, que tal o gosto? Ruim. Não tomou com guaraná? Ontem esteve aqui uma que tomou com guaraná. Diz que melhorou o gosto. Não sei, nunca provei. De qualquer modo, bem-vinda ao nosso Clube. Fica ali, junto com as outras. Cuidado com o fio. Olha um homem! Homem é raro aqui. O que foi que houve? A mulher lhe deixou? Miserável. Ah, não foi a mulher. Perdeu o emprego. Também não é isto. Fala mais alto! Está desenganado. É câncer? Não sabe o que é. Quem foi que desenganou? Os doutores às vezes se enganam. Fica ali à esquerda e aguarde o brinde. E esta moça? Foi Flit? Tu pensas que é barata,  minha filha? Vai ali para a esquerda. Olha o fio, olha o fio. E esta senhora, tão velhinha – já me disseram que a senhora quis se enforcar. É verdade? Com o fio do ferro elétrico, quem diria! E dá? Mostra para nós como é que foi. Pode usar o fio do microfone. (Moacyr Scliar, Os melhores contos, 1996)
Nos trechos “Cuidado, não pise no fio do microfone.”, “Fica ali, à esquerda.” e “Mostra para nós como é que foi.”, o apresentador emprega o verbo no imperativo, respectivamente, com as seguintes finalidades:
  • A: advertência, solicitação e ordem.
  • B: solicitação, pedido e pedido.
  • C: pedido, orientação e ordem.
  • D: advertência, orientação e pedido.
  • E: ordem, solicitação e orientação.


No trecho – o Ibama multou a Vale – a conferir se a penalidade será paga... (6º parágrafo) –, a informação em destaque sugere que
  • A: o Ibama isentará a Vale da multa.
  • B: a multa poderá deixar de ser paga.
  • C: o pagamento da multa será rápido.
  • D: a Vale deverá concordar com a multa.
  • E: o pagamento da multa é optativo.

O Clube dos Suicidas
A senhora – o que foi que tomou mesmo? Comprimidos. Não sabe que comprimidos? Gardenal. Tomou Gardenal. Muitos? Cuidado, não pise no fio do microfone. Dez comprimidos. E o que foi que sentiu? Uma tontura gostosa! Vejam só, uma tontura gostosa! Não é notável? Uma tontura gostosa. E foi por causa de quem? Olha o fio. Do marido. O marido bebia. Batia também? Batia. Voltava bêbado e batia. Quebrava toda a louça. Agora prometeu se regenerar. E ela não vai mais tomar Gardenal. Palmas. Olha o fio. Fica ali, à esquerda. Ali, junto com as outras. Depois recebe o brinde. Aproveito este breve intervalo para anunciar que a moça loira da semana passada – lembram, aquela que tomou ri-do--rato? Morreu. Morreu ontem. A família veio aqui me avisar. Foi uma dura lição, infelizmente ela não poderá aproveitar. Outros o farão. E a senhora? Ah, não foi a senhora, foi a menina. Que idade tem ela? Dez. Tomou querosene? Por que a senhora bateu nela? A senhora não bate mais, ouviu? E tu não toma mais querosene, menina. A propósito, que tal o gosto? Ruim. Não tomou com guaraná? Ontem esteve aqui uma que tomou com guaraná. Diz que melhorou o gosto. Não sei, nunca provei. De qualquer modo, bem-vinda ao nosso Clube. Fica ali, junto com as outras. Cuidado com o fio. Olha um homem! Homem é raro aqui. O que foi que houve? A mulher lhe deixou? Miserável. Ah, não foi a mulher. Perdeu o emprego. Também não é isto. Fala mais alto! Está desenganado. É câncer? Não sabe o que é. Quem foi que desenganou? Os doutores às vezes se enganam. Fica ali à esquerda e aguarde o brinde. E esta moça? Foi Flit? Tu pensas que é barata,  minha filha? Vai ali para a esquerda. Olha o fio, olha o fio. E esta senhora, tão velhinha – já me disseram que a senhora quis se enforcar. É verdade? Com o fio do ferro elétrico, quem diria! E dá? Mostra para nós como é que foi. Pode usar o fio do microfone. (Moacyr Scliar, Os melhores contos, 1996)
Observe as passagens:

• Tomou querosene? [...] Ontem esteve aqui uma que tomou com guaraná. Diz que melhorou o gosto. Não sei, nunca provei.
• Olha um homem! Homem é raro aqui. [...] Está desenganado. É câncer? Não sabe o que é. Quem foi que desenganou?

Considerando o emprego e a colocação de pronomes, em conformidade com a norma-padrão, as frases em destaque podem ser assim reescritas, respectivamente:
  • A: Não sei, nunca lhe provei. / Quem foi que desenganou você?
  • B: Não sei, nunca o provei. / Quem foi que o desenganou?
  • C: Não sei, nunca provei-o. / Quem foi que desenganou-lhe?
  • D: Não sei, nunca provei ele. / Quem foi que desenganou ele?
  • E: Não sei, nunca provei-lhe. / Quem foi que desenganou-lhe?



É coerente com as informações do texto a ideia de que
  • A: a tragédia em Bento Rodrigues foi um acontecimento único no país, uma vez que os documentos mostram que as barragens brasileiras são seguras.
  • B: a instalação de comissões para tratar dos desastres ambientais permite que os auxílios às vítimas sejam garantidos com maior rapidez e menos burocracia.
  • C: a punição severa aos reais culpados pelos estragos causados com as catástrofes ambientais decorre da revolta que normalmente acomete a população.
  • D: a efetividade das ações para punir os responsáveis pelos desastres ambientais depende da rapidez nas investigações e da identificação dos culpados.
  • E: Brumadinho entrou nos noticiários do Brasil como a localidade onde ocorreu uma tragédia inédita com o rompimento de uma barragem vista como segura

O Clube dos Suicidas
A senhora – o que foi que tomou mesmo? Comprimidos. Não sabe que comprimidos? Gardenal. Tomou Gardenal. Muitos? Cuidado, não pise no fio do microfone. Dez comprimidos. E o que foi que sentiu? Uma tontura gostosa! Vejam só, uma tontura gostosa! Não é notável? Uma tontura gostosa. E foi por causa de quem? Olha o fio. Do marido. O marido bebia. Batia também? Batia. Voltava bêbado e batia. Quebrava toda a louça. Agora prometeu se regenerar. E ela não vai mais tomar Gardenal. Palmas. Olha o fio. Fica ali, à esquerda. Ali, junto com as outras. Depois recebe o brinde. Aproveito este breve intervalo para anunciar que a moça loira da semana passada – lembram, aquela que tomou ri-do--rato? Morreu. Morreu ontem. A família veio aqui me avisar. Foi uma dura lição, infelizmente ela não poderá aproveitar. Outros o farão. E a senhora? Ah, não foi a senhora, foi a menina. Que idade tem ela? Dez. Tomou querosene? Por que a senhora bateu nela? A senhora não bate mais, ouviu? E tu não toma mais querosene, menina. A propósito, que tal o gosto? Ruim. Não tomou com guaraná? Ontem esteve aqui uma que tomou com guaraná. Diz que melhorou o gosto. Não sei, nunca provei. De qualquer modo, bem-vinda ao nosso Clube. Fica ali, junto com as outras. Cuidado com o fio. Olha um homem! Homem é raro aqui. O que foi que houve? A mulher lhe deixou? Miserável. Ah, não foi a mulher. Perdeu o emprego. Também não é isto. Fala mais alto! Está desenganado. É câncer? Não sabe o que é. Quem foi que desenganou? Os doutores às vezes se enganam. Fica ali à esquerda e aguarde o brinde. E esta moça? Foi Flit? Tu pensas que é barata,  minha filha? Vai ali para a esquerda. Olha o fio, olha o fio. E esta senhora, tão velhinha – já me disseram que a senhora quis se enforcar. É verdade? Com o fio do ferro elétrico, quem diria! E dá? Mostra para nós como é que foi. Pode usar o fio do microfone. (Moacyr Scliar, Os melhores contos, 1996)
Há palavra ou expressão empregada em sentido figurado na passagem:
  • A: Foi uma dura lição, infelizmente ela não poderá aproveitar. Outros o farão.
  • B: E esta senhora, tão velhinha – já me disseram que a senhora quis se enforcar.
  • C: E tu não toma mais querosene, menina. A propósito, que tal o gosto?
  • D: Do marido. O marido bebia. Batia também? Batia. Voltava bêbado e batia.
  • E: Os doutores às vezes se enganam. Fica ali à esquerda e aguarde o brinde.

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