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Grandes companhias e produtores do abacate dão espaço _____ fruta em anúncios publicitários. Em fevereiro, uma propaganda de apenas 30 segundos, vista por 130 milhões de espectadores, chegou _____ custar US$ 5 milhões. Não é _____ toa que se investe tanto na divulgação do produto.

De acordo com a norma-padrão, as lacunas do enunciado devem ser preenchidas, respectivamente, com:
  • A: à … à … à
  • B: a … à … a
  • C: à … a … à
  • D: a … a … a
  • E: à … à … a



             CIDADE DO MÉXICO, 13 MAR. O abacate está se convertendo no novo “ouro” do México, ultrapassando o petróleo como produto de exportação que mais gera lucros para o país, de acordo com os números mais recentes divulgados pelo Ministério da Economia do Estado. No entanto, ecologistas se queixam de que o crescimento na demanda do fruto, abundante em vitamina E, está causando um grande estrago ao meio-ambiente mexicano. A polpa do fruto costuma ser usada como acompanhamento dos principais “snacks” dos norte-americanos em competições esportivas, como o Super Bowl. Durante os intervalos da partida, aliás, grandes companhias e produtoras da fruta difundem anúncios publicitários. No dia 5 de fevereiro, por exemplo, o custo de uma propaganda de apenas 30 segundos no estádio, que foi vista por 130 milhões de espectadores, chegou a US$ 5 milhões. A Associação de Produtores e Empacotadores de Abacate do México (Apeam) é a encarregada de financiar essa mensagem, transmitida pela emissora de televisão Fox, na qual são exaltados os benefícios do abacate mexicano. Estima-se que cerca de 100 mil toneladas do popular molho “guacamole”, que é feito com a fruta, são consumidas apenas durante esse jogo de futebol americano. A maioria do abacate que se consome nos Estados Unidos é produzido nos campos do estado de Michoacán, o que é criticado por ecologistas, que acreditam que o “boom” da produção do fruto no país está causando danos ao meio ambiente, já que muitas terras florestais estão sendo dizimadas para ampliar os campos de abacate, mais rentáveis.
(https://istoe.com.br. Adaptado)



Assinale a alternativa que atende à norma-padrão de concordância nominal.
  • A: Durante os intervalos do Super Bowl, anúncios publicitários são difundido para exaltar os benefícios do abacate.
  • B: Os ecologistas mantêm-se alerta quanto à dizimação de terras florestais para ampliar os campos de abacate.
  • C: Os ecologistas querem que menas áreas florestais sejam utilizadas para a produção do abacate no México.
  • D: O abacate e o petróleo junto movimentam a economia do México, gerando lucros para o país.
  • E: Grandes quantidade de abacate são consumidas durante um jogo de futebol americano, como o Super Bowl.



            CIDADE DO MÉXICO, 13 MAR. O abacate está se convertendo no novo “ouro” do México, ultrapassando o petróleo como produto de exportação que mais gera lucros para o país, de acordo com os números mais recentes divulgados pelo Ministério da Economia do Estado. No entanto, ecologistas se queixam de que o crescimento na demanda do fruto, abundante em vitamina E, está causando um grande estrago ao meio-ambiente mexicano. A polpa do fruto costuma ser usada como acompanhamento dos principais “snacks” dos norte-americanos em competições esportivas, como o Super Bowl. Durante os intervalos da partida, aliás, grandes companhias e produtoras da fruta difundem anúncios publicitários. No dia 5 de fevereiro, por exemplo, o custo de uma propaganda de apenas 30 segundos no estádio, que foi vista por 130 milhões de espectadores, chegou a US$ 5 milhões. A Associação de Produtores e Empacotadores de Abacate do México (Apeam) é a encarregada de financiar essa mensagem, transmitida pela emissora de televisão Fox, na qual são exaltados os benefícios do abacate mexicano. Estima-se que cerca de 100 mil toneladas do popular molho “guacamole”, que é feito com a fruta, são consumidas apenas durante esse jogo de futebol americano. A maioria do abacate que se consome nos Estados Unidos é produzido nos campos do estado de Michoacán, o que é criticado por ecologistas, que acreditam que o “boom” da produção do fruto no país está causando danos ao meio ambiente, já que muitas terras florestais estão sendo dizimadas para ampliar os campos de abacate, mais rentáveis.
(https://istoe.com.br. Adaptado)



Assinale a alternativa que atende à norma-padrão de regência.
  • A: Os snacks de que os norte-americanos são fãs costumam ser servidos com o popular molho guacamole.
  • B: Dados divulgados pelo Ministério da Economia do Estado revelam de que houve muito lucro com o abacate.
  • C: Grandes companhias e produtoras de abacate têm consciência que é lucrativo investir em propaganda do produto.
  • D: Os ecologistas acreditam de que não se deve dizimar área de florestas para ampliação dos campos de abacate.
  • E: Os mexicanos não têm dúvidas que os campos de abacate poderão gerar muitos lucros ao seu país.

“______________ redes de comida mexicana que não ______________ somente a modalidade doce. Ana Maria Braga falou dez minutos sobre abacate em seu programa; há quem ______________ como maionese, de maneira mais elaborada. É uma fruta muito versátil.”

(https://noticias.bol.uol.com.br. Adaptado)

De acordo com a norma-padrão, as lacunas do texto devem ser preenchidas, respectivamente, com:
  • A: Há … usa … o use
  • B: Há … usam … use ele
  • C: Têm … usa … lhe use
  • D: Existe … usa … use-o
  • E: Existem … usam … o use

Hostil mundo novo
            Você já passou por isso. Nas últimas semanas, tenho sido torturado por computadores que ligam e desligam sozinhos, mouses travados, “reiniciações” lentas e outras deliciosas avarias. Ligo para o técnico e ele me instrui a ligar e desligar este ou aquele botão da torre, “usar o aplicativo” ou ficar de quatro, meter-me debaixo da mesa e desplugar tudo da parede, esperar cinco minutos e plugar de novo. Naturalmente, não dá certo.
            Nem pode dar. Em jovem, sobrevivi aos zeros em matemática, física, estatística e outras ciências do diabo, e me concentrei apenas no que me interessava: português, história e línguas. Desde então, passei a vida profissional a bordo de um único veículo – a palavra. Com ela, tenho me virado em jornais, revistas, editoras de livros, rádios, TVs, auditórios, salas de aula e outros cenários onde a palavra seja chamada a dirimir dúvidas ou dinamitar certezas.
            De repente, várias eras geológicas depois, em idade de não querer aprender mais nada, a tecnologia exige que eu me torne engenheiro eletrônico.
            Cada vez mais funções dispensam o papel, a ida pessoal ao banco ou a conversa “presencial”. Para reinstalar a internet no computador, tenho de ligar um cabo enfiado na televisão. Desbloquear um cartão de crédito exige saber extrair uma raiz quadrada. A vida agora é online e cabe no bolso, mas, diante daquele inferno de teclas, plugues e botões sem sentido, pode-se perder tudo se digitar algo errado.
            A tecnologia tornou o mundo hostil para os que não conseguem acompanhá-la. É verdade que ela não pode parar por causa de meia dúzia de macróbios incapazes de se atualizar. Acontece que, nós, os macróbios, não somos meia dúzia. Somos milhões e, graças à ciência e a nós mesmos, estamos ameaçados de viver até os cem anos. Pois, se for para chegar lá, que seja para continuar usando algo mais nobre do que apenas os polegares.
(Ruy Castro. Folha de S. Paulo. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/ruycastro/ 2018/10/ hostil-mundo-novo.shtml. Publicado em 28.10.2018)
A afirmação do autor, no último parágrafo, de que se reconhece como um macróbio é motivada pelo fato de ele
  • A: ter se dedicado apenas em seus interesses pessoais, como português, história e línguas.
  • B: ter sobrevivido às disciplinas escolares de matemática, física, estatística e outras ciências.
  • C: ter optado pela vida profissional permeada por palavras, ocupando salas de aulas, auditórios, TVs, rádios e editoras de livros.
  • D: não ter conseguido se tornar um engenheiro eletrônico para aprender como lidar com a tecnologia no dia a dia.
  • E: ter dificuldade para relacionar-se com as novas tecnologias e com os seus dispositivos eletrônicos complexos.

Hostil mundo novo
            Você já passou por isso. Nas últimas semanas, tenho sido torturado por computadores que ligam e desligam sozinhos, mouses travados, “reiniciações” lentas e outras deliciosas avarias. Ligo para o técnico e ele me instrui a ligar e desligar este ou aquele botão da torre, “usar o aplicativo” ou ficar de quatro, meter-me debaixo da mesa e desplugar tudo da parede, esperar cinco minutos e plugar de novo. Naturalmente, não dá certo.
            Nem pode dar. Em jovem, sobrevivi aos zeros em matemática, física, estatística e outras ciências do diabo, e me concentrei apenas no que me interessava: português, história e línguas. Desde então, passei a vida profissional a bordo de um único veículo – a palavra. Com ela, tenho me virado em jornais, revistas, editoras de livros, rádios, TVs, auditórios, salas de aula e outros cenários onde a palavra seja chamada a dirimir dúvidas ou dinamitar certezas.
            De repente, várias eras geológicas depois, em idade de não querer aprender mais nada, a tecnologia exige que eu me torne engenheiro eletrônico.
            Cada vez mais funções dispensam o papel, a ida pessoal ao banco ou a conversa “presencial”. Para reinstalar a internet no computador, tenho de ligar um cabo enfiado na televisão. Desbloquear um cartão de crédito exige saber extrair uma raiz quadrada. A vida agora é online e cabe no bolso, mas, diante daquele inferno de teclas, plugues e botões sem sentido, pode-se perder tudo se digitar algo errado.
            A tecnologia tornou o mundo hostil para os que não conseguem acompanhá-la. É verdade que ela não pode parar por causa de meia dúzia de macróbios incapazes de se atualizar. Acontece que, nós, os macróbios, não somos meia dúzia. Somos milhões e, graças à ciência e a nós mesmos, estamos ameaçados de viver até os cem anos. Pois, se for para chegar lá, que seja para continuar usando algo mais nobre do que apenas os polegares.
(Ruy Castro. Folha de S. Paulo. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/ruycastro/ 2018/10/ hostil-mundo-novo.shtml. Publicado em 28.10.2018)
O autor do texto usa como argumento para justificar sua dificuldade em aderir à tecnologia
  • A: a falta de privacidade quanto a seus dados e arquivos armazenados no computador que podem ser acessados pelos técnicos de informática.
  • B: o excesso de problemas que os computadores apresentam que são resolvidos ao desplugá-los da tomada.
  • C: o receio de se tornar dependente dos aparelhos tecnológicos e não ser capaz de exercer sua profissão com êxito.
  • D: a sua preferência pela área de humanas e a sua dificuldade com a área das exatas durante toda a sua vida escolar.
  • E: a afirmação de que pode viver perfeitamente sem acesso à internet no computador ou nos dispositivos eletrônicos.

Hostil mundo novo
            Você já passou por isso. Nas últimas semanas, tenho sido torturado por computadores que ligam e desligam sozinhos, mouses travados, “reiniciações” lentas e outras deliciosas avarias. Ligo para o técnico e ele me instrui a ligar e desligar este ou aquele botão da torre, “usar o aplicativo” ou ficar de quatro, meter-me debaixo da mesa e desplugar tudo da parede, esperar cinco minutos e plugar de novo. Naturalmente, não dá certo.
            Nem pode dar. Em jovem, sobrevivi aos zeros em matemática, física, estatística e outras ciências do diabo, e me concentrei apenas no que me interessava: português, história e línguas. Desde então, passei a vida profissional a bordo de um único veículo – a palavra. Com ela, tenho me virado em jornais, revistas, editoras de livros, rádios, TVs, auditórios, salas de aula e outros cenários onde a palavra seja chamada a dirimir dúvidas ou dinamitar certezas.
            De repente, várias eras geológicas depois, em idade de não querer aprender mais nada, a tecnologia exige que eu me torne engenheiro eletrônico.
            Cada vez mais funções dispensam o papel, a ida pessoal ao banco ou a conversa “presencial”. Para reinstalar a internet no computador, tenho de ligar um cabo enfiado na televisão. Desbloquear um cartão de crédito exige saber extrair uma raiz quadrada. A vida agora é online e cabe no bolso, mas, diante daquele inferno de teclas, plugues e botões sem sentido, pode-se perder tudo se digitar algo errado.
            A tecnologia tornou o mundo hostil para os que não conseguem acompanhá-la. É verdade que ela não pode parar por causa de meia dúzia de macróbios incapazes de se atualizar. Acontece que, nós, os macróbios, não somos meia dúzia. Somos milhões e, graças à ciência e a nós mesmos, estamos ameaçados de viver até os cem anos. Pois, se for para chegar lá, que seja para continuar usando algo mais nobre do que apenas os polegares.
(Ruy Castro. Folha de S. Paulo. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/ruycastro/ 2018/10/ hostil-mundo-novo.shtml. Publicado em 28.10.2018)
De acordo com a opinião do autor, a tecnologia
  • A: impulsiona a valorização dos trabalhos realizados pelos técnicos de informática, através das soluções de problemas em computadores.
  • B: traz ameaças a uma grande massa da sociedade, fazendo com que pessoas se sintam hostilizadas por não saberem utilizar dispositivos tecnológicos.
  • C: estimula os jovens a estudarem disciplinas da área de exatas, fazendo com que as disciplinas de humanas se tornem secundárias no processo de formação.
  • D: aquece o mercado da engenharia eletrônica, fazendo com que a procura por cursos de engenharia aumente exponencialmente a cada dia.
  • E: faz com que processos de reinstalação de internet e de desbloqueio de cartão de crédito se tornem mais simples.

Hostil mundo novo
            Você já passou por isso. Nas últimas semanas, tenho sido torturado por computadores que ligam e desligam sozinhos, mouses travados, “reiniciações” lentas e outras deliciosas avarias. Ligo para o técnico e ele me instrui a ligar e desligar este ou aquele botão da torre, “usar o aplicativo” ou ficar de quatro, meter-me debaixo da mesa e desplugar tudo da parede, esperar cinco minutos e plugar de novo. Naturalmente, não dá certo.
            Nem pode dar. Em jovem, sobrevivi aos zeros em matemática, física, estatística e outras ciências do diabo, e me concentrei apenas no que me interessava: português, história e línguas. Desde então, passei a vida profissional a bordo de um único veículo – a palavra. Com ela, tenho me virado em jornais, revistas, editoras de livros, rádios, TVs, auditórios, salas de aula e outros cenários onde a palavra seja chamada a dirimir dúvidas ou dinamitar certezas.
            De repente, várias eras geológicas depois, em idade de não querer aprender mais nada, a tecnologia exige que eu me torne engenheiro eletrônico.
            Cada vez mais funções dispensam o papel, a ida pessoal ao banco ou a conversa “presencial”. Para reinstalar a internet no computador, tenho de ligar um cabo enfiado na televisão. Desbloquear um cartão de crédito exige saber extrair uma raiz quadrada. A vida agora é online e cabe no bolso, mas, diante daquele inferno de teclas, plugues e botões sem sentido, pode-se perder tudo se digitar algo errado.
            A tecnologia tornou o mundo hostil para os que não conseguem acompanhá-la. É verdade que ela não pode parar por causa de meia dúzia de macróbios incapazes de se atualizar. Acontece que, nós, os macróbios, não somos meia dúzia. Somos milhões e, graças à ciência e a nós mesmos, estamos ameaçados de viver até os cem anos. Pois, se for para chegar lá, que seja para continuar usando algo mais nobre do que apenas os polegares.
(Ruy Castro. Folha de S. Paulo. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/ruycastro/ 2018/10/ hostil-mundo-novo.shtml. Publicado em 28.10.2018)
O termo destacado na frase “... onde a palavra seja chamada a dirimir dúvidas ou dinamitar certezas.” pode ser corretamente substituído, sem alteração do sentido do texto, por
  • A: identificar.
  • B: esclarecer.
  • C: polemizar.
  • D: despistar.
  • E: desorientar.

Hostil mundo novo
            Você já passou por isso. Nas últimas semanas, tenho sido torturado por computadores que ligam e desligam sozinhos, mouses travados, “reiniciações” lentas e outras deliciosas avarias. Ligo para o técnico e ele me instrui a ligar e desligar este ou aquele botão da torre, “usar o aplicativo” ou ficar de quatro, meter-me debaixo da mesa e desplugar tudo da parede, esperar cinco minutos e plugar de novo. Naturalmente, não dá certo.
            Nem pode dar. Em jovem, sobrevivi aos zeros em matemática, física, estatística e outras ciências do diabo, e me concentrei apenas no que me interessava: português, história e línguas. Desde então, passei a vida profissional a bordo de um único veículo – a palavra. Com ela, tenho me virado em jornais, revistas, editoras de livros, rádios, TVs, auditórios, salas de aula e outros cenários onde a palavra seja chamada a dirimir dúvidas ou dinamitar certezas.
            De repente, várias eras geológicas depois, em idade de não querer aprender mais nada, a tecnologia exige que eu me torne engenheiro eletrônico.
            Cada vez mais funções dispensam o papel, a ida pessoal ao banco ou a conversa “presencial”. Para reinstalar a internet no computador, tenho de ligar um cabo enfiado na televisão. Desbloquear um cartão de crédito exige saber extrair uma raiz quadrada. A vida agora é online e cabe no bolso, mas, diante daquele inferno de teclas, plugues e botões sem sentido, pode-se perder tudo se digitar algo errado.
            A tecnologia tornou o mundo hostil para os que não conseguem acompanhá-la. É verdade que ela não pode parar por causa de meia dúzia de macróbios incapazes de se atualizar. Acontece que, nós, os macróbios, não somos meia dúzia. Somos milhões e, graças à ciência e a nós mesmos, estamos ameaçados de viver até os cem anos. Pois, se for para chegar lá, que seja para continuar usando algo mais nobre do que apenas os polegares.
(Ruy Castro. Folha de S. Paulo. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/ruycastro/ 2018/10/ hostil-mundo-novo.shtml. Publicado em 28.10.2018)

 
Assinale a alternativa cuja forma verbal em destaque expressa possibilidade de que um fato ou evento venha a se realizar.
  • A: Nas últimas semanas, tenho sido torturado por computadores que ligam e desligam sozinhos...
  • B: Naturalmente, não certo.
  • C: ... onde a palavra seja chamada a dirimir dúvidas ou dinamitar certezas.
  • D: Para reinstalar a internet no computador, tenho de ligar um cabo enfiado na televisão.
  • E: Em jovem, sobrevivi aos zeros em matemática, física, estatística e outras ciências do diabo...



Hostil mundo novo
            Você já passou por isso. Nas últimas semanas, tenho sido torturado por computadores que ligam e desligam sozinhos, mouses travados, “reiniciações” lentas e outras deliciosas avarias. Ligo para o técnico e ele me instrui a ligar e desligar este ou aquele botão da torre, “usar o aplicativo” ou ficar de quatro, meter-me debaixo da mesa e desplugar tudo da parede, esperar cinco minutos e plugar de novo. Naturalmente, não dá certo.
            Nem pode dar. Em jovem, sobrevivi aos zeros em matemática, física, estatística e outras ciências do diabo, e me concentrei apenas no que me interessava: português, história e línguas. Desde então, passei a vida profissional a bordo de um único veículo – a palavra. Com ela, tenho me virado em jornais, revistas, editoras de livros, rádios, TVs, auditórios, salas de aula e outros cenários onde a palavra seja chamada a dirimir dúvidas ou dinamitar certezas.
            De repente, várias eras geológicas depois, em idade de não querer aprender mais nada, a tecnologia exige que eu me torne engenheiro eletrônico.
            Cada vez mais funções dispensam o papel, a ida pessoal ao banco ou a conversa “presencial”. Para reinstalar a internet no computador, tenho de ligar um cabo enfiado na televisão. Desbloquear um cartão de crédito exige saber extrair uma raiz quadrada. A vida agora é online e cabe no bolso, mas, diante daquele inferno de teclas, plugues e botões sem sentido, pode-se perder tudo se digitar algo errado.
            A tecnologia tornou o mundo hostil para os que não conseguem acompanhá-la. É verdade que ela não pode parar por causa de meia dúzia de macróbios incapazes de se atualizar. Acontece que, nós, os macróbios, não somos meia dúzia. Somos milhões e, graças à ciência e a nós mesmos, estamos ameaçados de viver até os cem anos. Pois, se for para chegar lá, que seja para continuar usando algo mais nobre do que apenas os polegares.
(Ruy Castro. Folha de S. Paulo. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/ruycastro/ 2018/10/ hostil-mundo-novo.shtml. Publicado em 28.10.2018)



Assinale a alternativa em que o termo destacado é empregado no texto em sentido figurado.
  • A: Nas últimas semanas, tenho sido torturado por computadores que ligam e desligam sozinhos, mouses travados...
  • B: ... meter-me debaixo da mesa e desplugar tudo da parede, esperar cinco minutos e plugar de novo.
  • C: A tecnologia tornou o mundo hostil para os que não conseguem acompanhá-la.
  • D: ... a palavra seja chamada a dirimir dúvidas e dinamitar certezas.
  • E: ... que seja para continuar usando algo mais nobre do que apenas os polegares.

Exibindo de 19501 até 19510 de 24771 questões.