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O preço da justiça

Vós, que trabalhais na reforma das leis, pensai, assim como grande jurisconsulto Beccaria, se é racional que, para ensinar os homens a detestar o homicídio, os magistrados sejam homicidas e matem um homem em grande aparato.
Vede se é necessário matá-lo quando é possível puni-lo de outra maneira, e se cabe empregar um de vossos compatriotas para massacrar habilmente outro compatriota. [...] Em qualquer circunstância, condenai o criminoso a viver para ser útil: que ele trabalhe continuamente para seu país, porque ele prejudicou o seu país. É preciso reparar o prejuízo; a morte não repara nada.
Talvez alguém vos diga: “O senhor Beccaria está enganado: a preferência que ele dá a trabalhos penosos e úteis, que durem toda a vida, baseia-se apenas na opinião de que essa longa e ignominiosa pena é mais terrível que a morte, pois esta só é sentida por um momento”.
Não se trata de discutir qual é a punição mais suave, porém a mais útil. O grande objetivo, como já dissemos em outra passagem, é servir o público; e, sem dúvida, um homem votado todos os dias de sua vida a preservar uma região da inundação por meio de diques, ou a abrir canais que facilitem o comércio, ou a drenar pântanos infestados, presta mais serviços ao Estado que um esqueleto a pendular de uma forca numa corrente de ferro, ou desfeito em pedaços sobre uma roda de carroça.
(VOLTAIRE. O preço da justiça. Trad. Ivone Castilho Benedetti. São Paulo: Martins Fontes, 2001, p. 18-20).

As formas verbais em vós que trabalhais, pensai e vede, uma vez flexionadas na 2a pessoa do singular, ficarão, respectivamente:
  • A: tu que trabalha, pense, veja.
  • B: tu que trabalhas, pensa, vê.
  • C: tu que trabalhas, pensas, vejas.
  • D: tu que trabalhes, penses, vês.
  • E: tu que trabalhe, pense, vê.

O preço da justiça

Vós, que trabalhais na reforma das leis, pensai, assim como grande jurisconsulto Beccaria, se é racional que, para ensinar os homens a detestar o homicídio, os magistrados sejam homicidas e matem um homem em grande aparato.
Vede se é necessário matá-lo quando é possível puni-lo de outra maneira, e se cabe empregar um de vossos compatriotas para massacrar habilmente outro compatriota. [...] Em qualquer circunstância, condenai o criminoso a viver para ser útil: que ele trabalhe continuamente para seu país, porque ele prejudicou o seu país. É preciso reparar o prejuízo; a morte não repara nada.
Talvez alguém vos diga: “O senhor Beccaria está enganado: a preferência que ele dá a trabalhos penosos e úteis, que durem toda a vida, baseia-se apenas na opinião de que essa longa e ignominiosa pena é mais terrível que a morte, pois esta só é sentida por um momento”.
Não se trata de discutir qual é a punição mais suave, porém a mais útil. O grande objetivo, como já dissemos em outra passagem, é servir o público; e, sem dúvida, um homem votado todos os dias de sua vida a preservar uma região da inundação por meio de diques, ou a abrir canais que facilitem o comércio, ou a drenar pântanos infestados, presta mais serviços ao Estado que um esqueleto a pendular de uma forca numa corrente de ferro, ou desfeito em pedaços sobre uma roda de carroça.
(VOLTAIRE. O preço da justiça. Trad. Ivone Castilho Benedetti. São Paulo: Martins Fontes, 2001, p. 18-20).

Voltaire acusa o sentido contraditório de um determinado posicionamento ao referir-se a ele nestes segmentos:
  • A: massacrar habilmente um compatriota / detestar o homicídio
  • B: matem um homem / em grande aparato
  • C: Beccaria está enganado / o grande objetivo é servir o público
  • D: presta mais serviços ao Estado / trabalhos penosos e úteis
  • E: servir ao público / preservar uma região da inundação

O preço da justiça

Vós, que trabalhais na reforma das leis, pensai, assim como grande jurisconsulto Beccaria, se é racional que, para ensinar os homens a detestar o homicídio, os magistrados sejam homicidas e matem um homem em grande aparato.
Vede se é necessário matá-lo quando é possível puni-lo de outra maneira, e se cabe empregar um de vossos compatriotas para massacrar habilmente outro compatriota. [...] Em qualquer circunstância, condenai o criminoso a viver para ser útil: que ele trabalhe continuamente para seu país, porque ele prejudicou o seu país. É preciso reparar o prejuízo; a morte não repara nada.
Talvez alguém vos diga: “O senhor Beccaria está enganado: a preferência que ele dá a trabalhos penosos e úteis, que durem toda a vida, baseia-se apenas na opinião de que essa longa e ignominiosa pena é mais terrível que a morte, pois esta só é sentida por um momento”.
Não se trata de discutir qual é a punição mais suave, porém a mais útil. O grande objetivo, como já dissemos em outra passagem, é servir o público; e, sem dúvida, um homem votado todos os dias de sua vida a preservar uma região da inundação por meio de diques, ou a abrir canais que facilitem o comércio, ou a drenar pântanos infestados, presta mais serviços ao Estado que um esqueleto a pendular de uma forca numa corrente de ferro, ou desfeito em pedaços sobre uma roda de carroça.
(VOLTAIRE. O preço da justiça. Trad. Ivone Castilho Benedetti. São Paulo: Martins Fontes, 2001, p. 18-20).

Ao posicionar-se contra a aplicação da pena de morte, o argumento central de Voltaire é de caráter
  • A: religioso, deixando entrever sua formação piedosa e seu empenho no amar ao próximo.
  • B: moral, baseado na tese de que todos os deslizes humanos merecem compreensão.
  • C: jurídico, na medida em que o pleno direito à defesa é um caminho seguro para a absolvição.
  • D: pragmático, pela possibilidade de que a reparação do erro seja socialmente útil.
  • E: político, uma vez que muitas condenações se fazem por conveniências de poder.

O estranho ofício de escrever

Crônica? Nunca a célebre definição de Mário de Andrade (sobre o conto) veio tão a propósito: crônica é tudo aquilo que chamamos de crônica.
Nunca me esqueço do dia em que o Carlos Castello Branco me disse, a propósito das crônicas que eu escrevia no falecido Diário Carioca, já se vão muitos anos:
− Eu, se fosse você, parava um pouco. Essa sua última crônica estava de amargar.
Parei dois anos por causa disso. Quando recomecei, como todo cronista que se preza, vez por outra recauchutava um escrito antigo, à falta de coisa melhor, confiante no ineditismo que o tempo lhe conferia. Até que chegou o dia em que no meu estoque não restava senão uma, aquela que o Castellinho havia estigmatizado com seu implacável juízo crítico. Vai essa mesmo – decidi, tapando o nariz e escondendo a cara de vergonha.
Pois não vem o mesmo Castellinho me dizer, efusivo, a propósito da mesmíssima crônica:
− É das melhores coisas que você já escreveu.
Havia-se esquecido, o mandrião. E por causa dele eu passara dois anos no estaleiro. Quando lhe acusei a distração, ele não se perturbou:
− Agora achei boa. Ou a crônica melhorou, ou eu é que piorei.
(Adaptado de: SABINO, Fernando. In: Os sabiás da crônica. Antologia. Org. de Augusto Massi. Belo Horizonte: Autêntica, 2021, p. 152).

Há emprego da voz passiva e adequada correlação entre os tempos verbais na frase:
  • A: O amigo Castellinho revelara-se muito rigoroso quando viesse a julgar a crônica que Fernando Sabino havia escrito
  • B: Fernando Sabino espantara-se quando o amigo elogiaria uma crônica que já tivesse recriminado
  • C: Não se pode esperar que um cronista pudesse ter escrito todos os dias crônicas de valor incontestável.
  • D: Quando passam a se criticar mutuamente, alguns cronistas terão manifestado um rigor que jamais aplicassem a si mesmos.
  • E: Tantas crônicas já foram escritas que não seria possível reconhecer em todas o mesmo grau de excelência.

O estranho ofício de escrever

Crônica? Nunca a célebre definição de Mário de Andrade (sobre o conto) veio tão a propósito: crônica é tudo aquilo que chamamos de crônica.
Nunca me esqueço do dia em que o Carlos Castello Branco me disse, a propósito das crônicas que eu escrevia no falecido Diário Carioca, já se vão muitos anos:
− Eu, se fosse você, parava um pouco. Essa sua última crônica estava de amargar.
Parei dois anos por causa disso. Quando recomecei, como todo cronista que se preza, vez por outra recauchutava um escrito antigo, à falta de coisa melhor, confiante no ineditismo que o tempo lhe conferia. Até que chegou o dia em que no meu estoque não restava senão uma, aquela que o Castellinho havia estigmatizado com seu implacável juízo crítico. Vai essa mesmo – decidi, tapando o nariz e escondendo a cara de vergonha.
Pois não vem o mesmo Castellinho me dizer, efusivo, a propósito da mesmíssima crônica:
− É das melhores coisas que você já escreveu.
Havia-se esquecido, o mandrião. E por causa dele eu passara dois anos no estaleiro. Quando lhe acusei a distração, ele não se perturbou:
− Agora achei boa. Ou a crônica melhorou, ou eu é que piorei.
(Adaptado de: SABINO, Fernando. In: Os sabiás da crônica. Antologia. Org. de Augusto Massi. Belo Horizonte: Autêntica, 2021, p. 152).

O segmento Pois não vem o mesmo Castellinho me dizer (5º parágrafo) pode ser substituído, sem prejuízo para o sentido do contexto, por:
  • A: E não é então que o próprio Castellinho me disse
  • B: Não teria vindo me dizer o Castellinho, ele mesmo
  • C: E portanto o Castellinho mesmo, me haveria de dizer
  • D: Ainda que assim mesmo tivesse me dito o Castellinho
  • E: Foi pela mesma razão que o Castellinho teria me dito

O estranho ofício de escrever

Crônica? Nunca a célebre definição de Mário de Andrade (sobre o conto) veio tão a propósito: crônica é tudo aquilo que chamamos de crônica.
Nunca me esqueço do dia em que o Carlos Castello Branco me disse, a propósito das crônicas que eu escrevia no falecido Diário Carioca, já se vão muitos anos:
− Eu, se fosse você, parava um pouco. Essa sua última crônica estava de amargar.
Parei dois anos por causa disso. Quando recomecei, como todo cronista que se preza, vez por outra recauchutava um escrito antigo, à falta de coisa melhor, confiante no ineditismo que o tempo lhe conferia. Até que chegou o dia em que no meu estoque não restava senão uma, aquela que o Castellinho havia estigmatizado com seu implacável juízo crítico. Vai essa mesmo – decidi, tapando o nariz e escondendo a cara de vergonha.
Pois não vem o mesmo Castellinho me dizer, efusivo, a propósito da mesmíssima crônica:
− É das melhores coisas que você já escreveu.
Havia-se esquecido, o mandrião. E por causa dele eu passara dois anos no estaleiro. Quando lhe acusei a distração, ele não se perturbou:
− Agora achei boa. Ou a crônica melhorou, ou eu é que piorei.
(Adaptado de: SABINO, Fernando. In: Os sabiás da crônica. Antologia. Org. de Augusto Massi. Belo Horizonte: Autêntica, 2021, p. 152)

Estão plenamente observadas as normas de concordância verbal na frase:
  • A: Não se esperem dos cronistas de jornal que nos brindem sempre com sua originalidade.
  • B: Ao cronista Fernando Sabino não haveriam de faltar meios para reativar crônicas antigas.
  • C: Por vezes destacam-se entre as melhores crônicas a que já considerou como medíocre.
  • D: A quem, senão aos bons leitores, cabem julgar as reais qualidades de um texto?
  • E: Teria faltado ao Castellinho, leitor rigoroso, critérios para um julgamento mais coerente?

O estranho ofício de escrever

Crônica? Nunca a célebre definição de Mário de Andrade (sobre o conto) veio tão a propósito: crônica é tudo aquilo que chamamos de crônica.
Nunca me esqueço do dia em que o Carlos Castello Branco me disse, a propósito das crônicas que eu escrevia no falecido Diário Carioca, já se vão muitos anos:
− Eu, se fosse você, parava um pouco. Essa sua última crônica estava de amargar.
Parei dois anos por causa disso. Quando recomecei, como todo cronista que se preza, vez por outra recauchutava um escrito antigo, à falta de coisa melhor, confiante no ineditismo que o tempo lhe conferia. Até que chegou o dia em que no meu estoque não restava senão uma, aquela que o Castellinho havia estigmatizado com seu implacável juízo crítico. Vai essa mesmo – decidi, tapando o nariz e escondendo a cara de vergonha.
Pois não vem o mesmo Castellinho me dizer, efusivo, a propósito da mesmíssima crônica:
− É das melhores coisas que você já escreveu.
Havia-se esquecido, o mandrião. E por causa dele eu passara dois anos no estaleiro. Quando lhe acusei a distração, ele não se perturbou:
− Agora achei boa. Ou a crônica melhorou, ou eu é que piorei.
(Adaptado de: SABINO, Fernando. In: Os sabiás da crônica. Antologia. Org. de Augusto Massi. Belo Horizonte: Autêntica, 2021, p. 152)

Considerando o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento do texto em:
  • A: Nunca a célebre definição [...] veio tão a propósito (1o parágrafo) = Jamais a popular observação pareceu tão proposital
  • B: Essa sua última crônica estava de amargar (3o parágrafo) = Esse seu artigo derradeiro estava por demais ácido.
  • C: vez por outra recauchutava um escrito antigo (4o parágrafo) = amiúde descartava uma velha crônica.
  • D: confiante no ineditismo que o tempo lhe conferia (4o parágrafo) = convencido da novidade de que ela se revestia com o passar do tempo.
  • E: me dizer, efusivo, a propósito da mesmíssima crônica (5o parágrafo) = me manifestar, perspicaz, a respeito da mesmice daquela crônica.

O estranho ofício de escrever

Crônica? Nunca a célebre definição de Mário de Andrade (sobre o conto) veio tão a propósito: crônica é tudo aquilo que chamamos de crônica.
Nunca me esqueço do dia em que o Carlos Castello Branco me disse, a propósito das crônicas que eu escrevia no falecido Diário Carioca, já se vão muitos anos:
− Eu, se fosse você, parava um pouco. Essa sua última crônica estava de amargar.
Parei dois anos por causa disso. Quando recomecei, como todo cronista que se preza, vez por outra recauchutava um escrito antigo, à falta de coisa melhor, confiante no ineditismo que o tempo lhe conferia. Até que chegou o dia em que no meu estoque não restava senão uma, aquela que o Castellinho havia estigmatizado com seu implacável juízo crítico. Vai essa mesmo – decidi, tapando o nariz e escondendo a cara de vergonha.
Pois não vem o mesmo Castellinho me dizer, efusivo, a propósito da mesmíssima crônica:
− É das melhores coisas que você já escreveu.
Havia-se esquecido, o mandrião. E por causa dele eu passara dois anos no estaleiro. Quando lhe acusei a distração, ele não se perturbou:
− Agora achei boa. Ou a crônica melhorou, ou eu é que piorei.
(Adaptado de: SABINO, Fernando. In: Os sabiás da crônica. Antologia. Org. de Augusto Massi. Belo Horizonte: Autêntica, 2021, p. 152).

No centro dessa crônica de Fernando Sabino está
  • A: o rigor do julgamento literário que se costuma aplicar aos simples artigos de periódicos.
  • B: a inconstância própria dos escritores que frequentam um gênero que não dominam.
  • C: a disparidade de juízos despertados por um mesmo objeto em momentos distintos.
  • D: a influência que pode ter um cronista criativo no aprimoramento do gosto dos leitores
  • E: o descaso com que o leitor comum costuma tratar as publicações em jornal.

Considere as seguintes afirmações:

I. O físico nuclear expôs sua tese.
II. Sua tese confia no poder da ciência.
III. O autor questiona esse poder.

Essas três afirmações integram-se com clareza, correção e coerência neste período único:
  • A: Apesar de confiar no poder da ciência, o físico nuclear expôs sua tese em que o autor questiona.
  • B: O autor questiona o poder da ciência no qual o físico nuclear, ao expor sua tese, mostra-se confiante.
  • C: Ao questionar seu poder, o autor não confia na tese de que o físico nuclear expõe com confiança na ciência.
  • D: A tese em que confia no poder da ciência, é questionada pelo autor, diante da tese exposta pelo confiante físico nuclear.
  • E: Uma vez exposta sua tese, o físico nuclear mostra-se confiante do poder da ciência de que o autor prefere questionar.

Está plenamente correta, quanto à coesão de seus elementos, a construção da frase:
  • A: Sua tese formulada, se aceita de bom grado, Nicolas Bohr considera-a precisa.
  • B: A ciência não explicará, de vez que os mistérios do mundo sejam trivialidades.
  • C: Muitos cientistas não imaginam, a ciência por vezes está longe de alcançar.
  • D: Embora não se esclareça o mistério final, nem as trivialidades se explicam.
  • E: Ao se imaginar que tudo se esclareceu, eis que subsiste o mistério essencial.

Exibindo de 21 até 30 de 53 questões.