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Nas falas do primeiro quadrinho “Atrasado de novo?” e “Tô com meu tênis novo!”, a palavra “novo” está empregada, correta e respectivamente, em uma

 





  • A: locução adverbial com valor de tempo e como adjetivo.
  • B: locução adjetiva e como advérbio.
  • C: locução adverbial com valor de modo e como substantivo.
  • D: locução adjetiva e como substantivo.
  • E: locução adverbial com valor de afirmação e como adjetivo.




                                                                   ‘Me corrige’, pede o pronome



                                                    Uma das principais marcas do português brasileiro



                                                                   permanece alijada da escrita







 

 






        Me parece cada vez mais claro que o pronome átono em início de frase, como o que acabo de cometer, será o último dos últimos tabus normativos a ser quebrado pelo inexorável abrasileiramento da língua que se entende e se pratica como nossa norma culta.
        É claro que me refiro à língua escrita. Sabe-se que, falando, a maior parte dos brasileiros iniciaria assim esta frase: “Se sabe que...”. Isso inclui pessoas de alta escolaridade e não exclui situações em que a comunicação prevê certa cerimônia.
        No livro “Oficina de Texto”, um guia de redação sensatamente equilibrado entre tradição e modernidade, o linguista Carlos Alberto Faraco e o romancista Cristovão Tezza, colunista da Folha, escrevem o seguinte: “Resta praticamente uma única regra universal na colocação de pronomes da língua-padrão escrita: jamais comece uma sentença com pronome átono”.
        Logo em seguida reconhecem que talvez esse não seja bem o único mandamento restante. Para poupar dor de cabeça com revisores e corretores de provas, dizem, vale a pena seguir também a regra “bastante duvidosa” das tais palavras atrativas, como “que”, “quando” e “não”, que sempre puxariam o pronome átono para junto de si.
        No mais, Faraco e Tezza dão ao leitor a bússola de colocação pronominal que julgo definitiva: “Prefira a forma que soar melhor”. Se você é brasileiro, isso exclui quase certamente a mesóclise, além de limitar a lusitana ênclise. Nossa inclinação é naturalmente proclítica.
        O gramático Manuel Said Ali (1861-1953) foi um pioneiro defensor da colocação de pronomes à moda da casa, contra o lusocentrismo dominante em sua época e ainda hoje presente na gramática normativa.
        Argumentava que “a pronúncia brasileira diversifica da lusitana; daí resulta que a colocação pronominal em nosso falar espontâneo não coincide perfeitamente com a do falar dos portugueses”.
        Tudo isso é lindo, mas convém ter sempre em mente o último tabu. Me faça o favor de contrariar sua fala e escrever “Faça-me o favor”, a menos que queira marcar uma posição. Se prepare, nesse caso, para as consequências.
                                                     (Sérgio Rodrigues, “‘Me corrige’, pede o pronome”. Em: Folha de S.Paulo, 02.08.2018. Adaptado)



Ao analisar a questão de colocação pronominal, o autor deixa claro que



  • A: Brasil e Portugal, apesar das diferenças de usos, seguem as mesmas regras no caso dos pronomes.
  • B: o uso brasileiro tende a ser o pronome antes do verbo, diferente do que ocorre com o uso lusitano.
  • C: a similaridade entre a pronúncia brasileira e a portuguesa faz com que as pessoas se confundam com os pronomes.
  • D: o brasileiro emprega melhor os pronomes, porque foge de regras duvidosas, ao contrário dos portugueses.
  • E: os portugueses e os brasileiros tendem a manter a tradição no uso dos pronomes, desprezando a modernidade.




                                                                   ‘Me corrige’, pede o pronome



                                                    Uma das principais marcas do português brasileiro



                                                                   permanece alijada da escrita







 

 






        Me parece cada vez mais claro que o pronome átono em início de frase, como o que acabo de cometer, será o último dos últimos tabus normativos a ser quebrado pelo inexorável abrasileiramento da língua que se entende e se pratica como nossa norma culta.
        É claro que me refiro à língua escrita. Sabe-se que, falando, a maior parte dos brasileiros iniciaria assim esta frase: “Se sabe que...”. Isso inclui pessoas de alta escolaridade e não exclui situações em que a comunicação prevê certa cerimônia.
        No livro “Oficina de Texto”, um guia de redação sensatamente equilibrado entre tradição e modernidade, o linguista Carlos Alberto Faraco e o romancista Cristovão Tezza, colunista da Folha, escrevem o seguinte: “Resta praticamente uma única regra universal na colocação de pronomes da língua-padrão escrita: jamais comece uma sentença com pronome átono”.
        Logo em seguida reconhecem que talvez esse não seja bem o único mandamento restante. Para poupar dor de cabeça com revisores e corretores de provas, dizem, vale a pena seguir também a regra “bastante duvidosa” das tais palavras atrativas, como “que”, “quando” e “não”, que sempre puxariam o pronome átono para junto de si.
        No mais, Faraco e Tezza dão ao leitor a bússola de colocação pronominal que julgo definitiva: “Prefira a forma que soar melhor”. Se você é brasileiro, isso exclui quase certamente a mesóclise, além de limitar a lusitana ênclise. Nossa inclinação é naturalmente proclítica.
        O gramático Manuel Said Ali (1861-1953) foi um pioneiro defensor da colocação de pronomes à moda da casa, contra o lusocentrismo dominante em sua época e ainda hoje presente na gramática normativa.
        Argumentava que “a pronúncia brasileira diversifica da lusitana; daí resulta que a colocação pronominal em nosso falar espontâneo não coincide perfeitamente com a do falar dos portugueses”.
        Tudo isso é lindo, mas convém ter sempre em mente o último tabu. Me faça o favor de contrariar sua fala e escrever “Faça-me o favor”, a menos que queira marcar uma posição. Se prepare, nesse caso, para as consequências.
                                                     (Sérgio Rodrigues, “‘Me corrige’, pede o pronome”. Em: Folha de S.Paulo, 02.08.2018. Adaptado)

Nas frases “Uma das principais marcas do português brasileiro permanece alijada da escrita” e “e não exclui situações em que a comunicação prevê certa cerimônia”, os termos destacados significam, correta e respectivamente,






  • A: reforçada e etiqueta.
  • B: natural e popularidade.
  • C: negada e formalidade.
  • D: harmonizada e dignidade.
  • E: desnecessária e polidez




                                                                   ‘Me corrige’, pede o pronome



                                                    Uma das principais marcas do português brasileiro



                                                                   permanece alijada da escrita







 

 






        Me parece cada vez mais claro que o pronome átono em início de frase, como o que acabo de cometer, será o último dos últimos tabus normativos a ser quebrado pelo inexorável abrasileiramento da língua que se entende e se pratica como nossa norma culta.
        É claro que me refiro à língua escrita. Sabe-se que, falando, a maior parte dos brasileiros iniciaria assim esta frase: “Se sabe que...”. Isso inclui pessoas de alta escolaridade e não exclui situações em que a comunicação prevê certa cerimônia.
        No livro “Oficina de Texto”, um guia de redação sensatamente equilibrado entre tradição e modernidade, o linguista Carlos Alberto Faraco e o romancista Cristovão Tezza, colunista da Folha, escrevem o seguinte: “Resta praticamente uma única regra universal na colocação de pronomes da língua-padrão escrita: jamais comece uma sentença com pronome átono”.
        Logo em seguida reconhecem que talvez esse não seja bem o único mandamento restante. Para poupar dor de cabeça com revisores e corretores de provas, dizem, vale a pena seguir também a regra “bastante duvidosa” das tais palavras atrativas, como “que”, “quando” e “não”, que sempre puxariam o pronome átono para junto de si.
        No mais, Faraco e Tezza dão ao leitor a bússola de colocação pronominal que julgo definitiva: “Prefira a forma que soar melhor”. Se você é brasileiro, isso exclui quase certamente a mesóclise, além de limitar a lusitana ênclise. Nossa inclinação é naturalmente proclítica.
        O gramático Manuel Said Ali (1861-1953) foi um pioneiro defensor da colocação de pronomes à moda da casa, contra o lusocentrismo dominante em sua época e ainda hoje presente na gramática normativa.
        Argumentava que “a pronúncia brasileira diversifica da lusitana; daí resulta que a colocação pronominal em nosso falar espontâneo não coincide perfeitamente com a do falar dos portugueses”.
        Tudo isso é lindo, mas convém ter sempre em mente o último tabu. Me faça o favor de contrariar sua fala e escrever “Faça-me o favor”, a menos que queira marcar uma posição. Se prepare, nesse caso, para as consequências.
                                                     (Sérgio Rodrigues, “‘Me corrige’, pede o pronome”. Em: Folha de S.Paulo, 02.08.2018. Adaptado)
As informações textuais permitem afirmar que





  • A: as regras duvidosas surgiram porque os autores consideram que se pode usar a forma que soa melhor na comunicação.
  • B: Faraco e Tezza asseveram que inexistem regras para a colocação de pronomes no português brasileiro.
  • C: o uso de pronome átono em início de oração é informal e contraria a língua-padrão escrita.
  • D: revisores e corretores de prova preferem avaliar o uso de pronomes sem usar a ideia de palavras atrativas.
  • E: a colocação pronominal se limita a uma regra universal, seja para o português do Brasil seja para o de Portugal.




                                                                   ‘Me corrige’, pede o pronome



                                                    Uma das principais marcas do português brasileiro



                                                                   permanece alijada da escrita







 

 






        Me parece cada vez mais claro que o pronome átono em início de frase, como o que acabo de cometer, será o último dos últimos tabus normativos a ser quebrado pelo inexorável abrasileiramento da língua que se entende e se pratica como nossa norma culta.
        É claro que me refiro à língua escrita. Sabe-se que, falando, a maior parte dos brasileiros iniciaria assim esta frase: “Se sabe que...”. Isso inclui pessoas de alta escolaridade e não exclui situações em que a comunicação prevê certa cerimônia.
        No livro “Oficina de Texto”, um guia de redação sensatamente equilibrado entre tradição e modernidade, o linguista Carlos Alberto Faraco e o romancista Cristovão Tezza, colunista da Folha, escrevem o seguinte: “Resta praticamente uma única regra universal na colocação de pronomes da língua-padrão escrita: jamais comece uma sentença com pronome átono”.
        Logo em seguida reconhecem que talvez esse não seja bem o único mandamento restante. Para poupar dor de cabeça com revisores e corretores de provas, dizem, vale a pena seguir também a regra “bastante duvidosa” das tais palavras atrativas, como “que”, “quando” e “não”, que sempre puxariam o pronome átono para junto de si.
        No mais, Faraco e Tezza dão ao leitor a bússola de colocação pronominal que julgo definitiva: “Prefira a forma que soar melhor”. Se você é brasileiro, isso exclui quase certamente a mesóclise, além de limitar a lusitana ênclise. Nossa inclinação é naturalmente proclítica.
        O gramático Manuel Said Ali (1861-1953) foi um pioneiro defensor da colocação de pronomes à moda da casa, contra o lusocentrismo dominante em sua época e ainda hoje presente na gramática normativa.
        Argumentava que “a pronúncia brasileira diversifica da lusitana; daí resulta que a colocação pronominal em nosso falar espontâneo não coincide perfeitamente com a do falar dos portugueses”.
        Tudo isso é lindo, mas convém ter sempre em mente o último tabu. Me faça o favor de contrariar sua fala e escrever “Faça-me o favor”, a menos que queira marcar uma posição. Se prepare, nesse caso, para as consequências.
                                                     (Sérgio Rodrigues, “‘Me corrige’, pede o pronome”. Em: Folha de S.Paulo, 02.08.2018. Adaptado)


Assinale a alternativa em que o termo destacado está empregado em sentido figurado.




  • A: No mais, Faraco e Tezza dão ao leitor a bússola de colocação pronominal... (5° parágrafo)
  • B: Para poupar dor de cabeça com revisores e corretores de provas... (4°parágrafo)
  • C: No livro “Oficina de Texto”, um guia de redação sensatamente equilibrado... (3° parágrafo)
  • D: Isso inclui pessoas de alta escolaridade... (2° parágrafo)
  • E: Me parece cada vez mais claro que o pronome átono em início de frase... (1° parágrafo)




                                                                   ‘Me corrige’, pede o pronome



                                                    Uma das principais marcas do português brasileiro



                                                                   permanece alijada da escrita







 

 






        Me parece cada vez mais claro que o pronome átono em início de frase, como o que acabo de cometer, será o último dos últimos tabus normativos a ser quebrado pelo inexorável abrasileiramento da língua que se entende e se pratica como nossa norma culta.
        É claro que me refiro à língua escrita. Sabe-se que, falando, a maior parte dos brasileiros iniciaria assim esta frase: “Se sabe que...”. Isso inclui pessoas de alta escolaridade e não exclui situações em que a comunicação prevê certa cerimônia.
        No livro “Oficina de Texto”, um guia de redação sensatamente equilibrado entre tradição e modernidade, o linguista Carlos Alberto Faraco e o romancista Cristovão Tezza, colunista da Folha, escrevem o seguinte: “Resta praticamente uma única regra universal na colocação de pronomes da língua-padrão escrita: jamais comece uma sentença com pronome átono”.
        Logo em seguida reconhecem que talvez esse não seja bem o único mandamento restante. Para poupar dor de cabeça com revisores e corretores de provas, dizem, vale a pena seguir também a regra “bastante duvidosa” das tais palavras atrativas, como “que”, “quando” e “não”, que sempre puxariam o pronome átono para junto de si.
        No mais, Faraco e Tezza dão ao leitor a bússola de colocação pronominal que julgo definitiva: “Prefira a forma que soar melhor”. Se você é brasileiro, isso exclui quase certamente a mesóclise, além de limitar a lusitana ênclise. Nossa inclinação é naturalmente proclítica.
        O gramático Manuel Said Ali (1861-1953) foi um pioneiro defensor da colocação de pronomes à moda da casa, contra o lusocentrismo dominante em sua época e ainda hoje presente na gramática normativa.
        Argumentava que “a pronúncia brasileira diversifica da lusitana; daí resulta que a colocação pronominal em nosso falar espontâneo não coincide perfeitamente com a do falar dos portugueses”.
        Tudo isso é lindo, mas convém ter sempre em mente o último tabu. Me faça o favor de contrariar sua fala e escrever “Faça-me o favor”, a menos que queira marcar uma posição. Se prepare, nesse caso, para as consequências.
                                                     (Sérgio Rodrigues, “‘Me corrige’, pede o pronome”. Em: Folha de S.Paulo, 02.08.2018. Adaptado)


Considere as passagens:

• Se você é brasileiro, isso exclui quase certamente a mesóclise, além de limitar a lusitana ênclise. (5° parágrafo)

• Tudo isso é lindo, mas convém ter sempre em mente o último tabu. (8°parágrafo)

As expressões em destaque recuperam, correta e respectivamente, as seguintes informações textuais:





  • A: colocar os pronomes à moda da casa; comunicar-se de forma bastante cerimoniosa.
  • B: preferir a forma que soa melhor; pronome átono em início de frase.
  • C: falar em situações cerimoniosas; aproximar a pronúncia brasileira da portuguesa.
  • D: eliminar os pronomes em próclise dos enunciados; optar pelo uso de pronomes de forma proclítica.
  • E: abster-se de usar pronome como os portugueses; estar preparado para as consequências.




                                                                   ‘Me corrige’, pede o pronome



                                                    Uma das principais marcas do português brasileiro



                                                                   permanece alijada da escrita







 

 






        Me parece cada vez mais claro que o pronome átono em início de frase, como o que acabo de cometer, será o último dos últimos tabus normativos a ser quebrado pelo inexorável abrasileiramento da língua que se entende e se pratica como nossa norma culta.
        É claro que me refiro à língua escrita. Sabe-se que, falando, a maior parte dos brasileiros iniciaria assim esta frase: “Se sabe que...”. Isso inclui pessoas de alta escolaridade e não exclui situações em que a comunicação prevê certa cerimônia.
        No livro “Oficina de Texto”, um guia de redação sensatamente equilibrado entre tradição e modernidade, o linguista Carlos Alberto Faraco e o romancista Cristovão Tezza, colunista da Folha, escrevem o seguinte: “Resta praticamente uma única regra universal na colocação de pronomes da língua-padrão escrita: jamais comece uma sentença com pronome átono”.
        Logo em seguida reconhecem que talvez esse não seja bem o único mandamento restante. Para poupar dor de cabeça com revisores e corretores de provas, dizem, vale a pena seguir também a regra “bastante duvidosa” das tais palavras atrativas, como “que”, “quando” e “não”, que sempre puxariam o pronome átono para junto de si.
        No mais, Faraco e Tezza dão ao leitor a bússola de colocação pronominal que julgo definitiva: “Prefira a forma que soar melhor”. Se você é brasileiro, isso exclui quase certamente a mesóclise, além de limitar a lusitana ênclise. Nossa inclinação é naturalmente proclítica.
        O gramático Manuel Said Ali (1861-1953) foi um pioneiro defensor da colocação de pronomes à moda da casa, contra o lusocentrismo dominante em sua época e ainda hoje presente na gramática normativa.
        Argumentava que “a pronúncia brasileira diversifica da lusitana; daí resulta que a colocação pronominal em nosso falar espontâneo não coincide perfeitamente com a do falar dos portugueses”.
        Tudo isso é lindo, mas convém ter sempre em mente o último tabu. Me faça o favor de contrariar sua fala e escrever “Faça-me o favor”, a menos que queira marcar uma posição. Se prepare, nesse caso, para as consequências.
                                                     (Sérgio Rodrigues, “‘Me corrige’, pede o pronome”. Em: Folha de S.Paulo, 02.08.2018. Adaptado)



De acordo com a norma-padrão, quanto à concordância nominal e verbal, assinale a alternativa correta.



  • A: Pessoas de alta escolaridade tende a usar os pronomes de forma abrasileirada, algumas dela informal.
  • B: Embora hajam várias regras de colocação pronominal, Faraco e Tezza afirmam que resta praticamente uma única.
  • C: Pode ser que ainda exista vários tabus normativos a ser quebrado que não apenas o da colocação pronominal.
  • D: As línguas brasileira e portuguesa parecem diferir no que diz respeito à colocação dos pronomes átonos na sentença.
  • E: As consequências decorrente da intenção de marcar uma posição está relacionado com a ideia do último tabu.




                                                                   ‘Me corrige’, pede o pronome



                                                    Uma das principais marcas do português brasileiro



                                                                   permanece alijada da escrita







 

 






        Me parece cada vez mais claro que o pronome átono em início de frase, como o que acabo de cometer, será o último dos últimos tabus normativos a ser quebrado pelo inexorável abrasileiramento da língua que se entende e se pratica como nossa norma culta.
        É claro que me refiro à língua escrita. Sabe-se que, falando, a maior parte dos brasileiros iniciaria assim esta frase: “Se sabe que...”. Isso inclui pessoas de alta escolaridade e não exclui situações em que a comunicação prevê certa cerimônia.
        No livro “Oficina de Texto”, um guia de redação sensatamente equilibrado entre tradição e modernidade, o linguista Carlos Alberto Faraco e o romancista Cristovão Tezza, colunista da Folha, escrevem o seguinte: “Resta praticamente uma única regra universal na colocação de pronomes da língua-padrão escrita: jamais comece uma sentença com pronome átono”.
        Logo em seguida reconhecem que talvez esse não seja bem o único mandamento restante. Para poupar dor de cabeça com revisores e corretores de provas, dizem, vale a pena seguir também a regra “bastante duvidosa” das tais palavras atrativas, como “que”, “quando” e “não”, que sempre puxariam o pronome átono para junto de si.
        No mais, Faraco e Tezza dão ao leitor a bússola de colocação pronominal que julgo definitiva: “Prefira a forma que soar melhor”. Se você é brasileiro, isso exclui quase certamente a mesóclise, além de limitar a lusitana ênclise. Nossa inclinação é naturalmente proclítica.
        O gramático Manuel Said Ali (1861-1953) foi um pioneiro defensor da colocação de pronomes à moda da casa, contra o lusocentrismo dominante em sua época e ainda hoje presente na gramática normativa.
        Argumentava que “a pronúncia brasileira diversifica da lusitana; daí resulta que a colocação pronominal em nosso falar espontâneo não coincide perfeitamente com a do falar dos portugueses”.
        Tudo isso é lindo, mas convém ter sempre em mente o último tabu. Me faça o favor de contrariar sua fala e escrever “Faça-me o favor”, a menos que queira marcar uma posição. Se prepare, nesse caso, para as consequências.
                                                     (Sérgio Rodrigues, “‘Me corrige’, pede o pronome”. Em: Folha de S.Paulo, 02.08.2018. Adaptado)



Quanto ao sentido que expressa, o trecho “Isso inclui pessoas de alta escolaridade e não exclui situações em que a comunicação prevê certa cerimônia” pode ser reescrito da seguinte forma:



  • A: Isso inclui pessoas de alta escolaridade, portanto não exclui situações em que a comunicação prevê certa cerimônia.
  • B: Isso inclui pessoas de alta escolaridade, porque não exclui situações em que a comunicação prevê certa cerimônia.
  • C: Isso ou inclui pessoas de alta escolaridade ou não exclui situações em que a comunicação prevê certa cerimônia.
  • D: Isso não só inclui pessoas de alta escolaridade como também não exclui situações em que a comunicação prevê certa cerimônia.
  • E: Isso inclui pessoas de alta escolaridade tanto que não exclui situações em que a comunicação prevê certa cerimônia.

        Anuncia-se o assunto na introdução. Ao se receber uma visita, a primeira coisa é abrir-lhe a porta. Da mesma forma, na exposição, é preciso abrir o assunto.
        A introdução encerra, implicitamente, toda a exposição, dando ideia de como será desenvolvida. Para tal, ela precisa conter certa dose de entusiasmo. Não há por que se precipitar de chofre* sobre o assunto. Carece incitar, previamente, o auditório. Acender os flashes principais da exposição, prestando atenção para o ponto de partida. Preparar-se para a marcha inicial. Não se começa a viagem sem se saber o destino; fazem-se provisões e previsões; avisam-se os amigos e hotéis.
        A introdução é o espaço onde se anuncia, se coloca, se promete, se desperta... Introduzir é convidar. Mas para que se possa pensar “o que vou dizer” é preciso haver refletido sobre o assunto.
                                                                                                                               (Edivaldo Boaventura, Como ordenar as ideias. Adaptado)

* de chofre: repentinamente
Na introdução do texto lido, as informações organizam-se por meio de uma
  • A: oposição, recurso também presente na passagem: “Não há por que se precipitar de chofre sobre o assunto. Carece incitar, previamente, o auditório.”
  • B: comparação, recurso também presente na passagem: “Preparar-se para a marcha inicial. Não se começa a viagem sem se saber o destino”.
  • C: síntese, recurso também presente na passagem: “A introdução é o espaço onde se anuncia, se coloca, se promete, se desperta... Introduzir é convidar.”
  • D: explicação, recurso também presente na passagem: “A introdução encerra, implicitamente, toda a exposição, dando ideia de como será desenvolvida.”
  • E: hipótese, recurso também presente na passagem: “Mas para que se possa pensar “o que vou dizer” é preciso haver refletido sobre o assunto.”

        Anuncia-se o assunto na introdução. Ao se receber uma visita, a primeira coisa é abrir-lhe a porta. Da mesma forma, na exposição, é preciso abrir o assunto.
        A introdução encerra, implicitamente, toda a exposição, dando ideia de como será desenvolvida. Para tal, ela precisa conter certa dose de entusiasmo. Não há por que se precipitar de chofre* sobre o assunto. Carece incitar, previamente, o auditório. Acender os flashes principais da exposição, prestando atenção para o ponto de partida. Preparar-se para a marcha inicial. Não se começa a viagem sem se saber o destino; fazem-se provisões e previsões; avisam-se os amigos e hotéis.
        A introdução é o espaço onde se anuncia, se coloca, se promete, se desperta... Introduzir é convidar. Mas para que se possa pensar “o que vou dizer” é preciso haver refletido sobre o assunto.
                                                                                                                               (Edivaldo Boaventura, Como ordenar as ideias. Adaptado)

* de chofre: repentinamente

Assinale a alternativa em que, de acordo com a norma-padrão e o sentido, há correta sequência para a frase final do texto:

Mas para que se possa pensar “o que vou dizer” é preciso haver refletido sobre o assunto,
  • A: pois anunciar pressupõe reflexão prévia.
  • B: porém anunciar dispensa reflexão posterior.
  • C: caso anunciar exige reflexão anterior.
  • D: ou anunciar exigiria reflexão futura.
  • E: ainda que anunciar exija reflexão concomitante.

Exibindo de 19431 até 19440 de 24771 questões.