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Foram encontradas 24771 questões.
Leia o texto para responder a questão.

Deus, ou alguém por Ele, me poupou de uns tantos pesadelos. É nisso que penso enquanto o camarada à minha frente, com incontida excitação, vai fazendo o pormenorizado relato de sua batalha para alugar apartamento. Já esteve em duas dúzias de endereços, contabiliza, e em outros tantos pretende estar, pois em cada um achou defeito. Longe de se lamentar, está feliz. À beira da euforia, parece governado pela convicção de que o bom não é achar, é procurar. Prazer que exige dele ver imperfeição onde não tem.
Respeitemos o time dos que procuram na esperança de não encontrar – de certa forma aparentados com aqueles que inventam pretexto para estar o tempo todo reformando a casa. São, uns e outros, meus antípodas1 . A simples ideia de empreender uma reforma me levaria a buscar um novo pouso – se também essa perspectiva não me trouxesse pânico. Problema da minha exclusiva terapia, eu sei. E, a esta altura da vida, já não há divã que dê jeito na fobia imobiliária de quem jamais se lançou numa peregrinação em busca de poleiro.
No entanto, ciente das minhas dificuldades nesse particular, houve um dia, meio século atrás, em que, com poucos meses de São Paulo, e pendurado ainda na generosidade do casal que me acolheu de mala e cuia, achei que era hora de providenciar cafofo próprio.
Caiu do céu uma proposta para dividir apartamento com um colega. É bem verdade que o edifício ainda não estava concluído e talvez fôssemos ali, o Sérgio e eu, os únicos moradores, pois não me lembro de vizinhos. Se mais gente veio, foi para o mesmo apartamento, de apenas um quarto e sala microscópica, mas onde, em dado momento, se espremeram quatro rapazes, todos do ramo jornalístico. E nem a nossa juventude explicaria a indiferença coletiva ante o fato de não haver ali uma geladeira, por miúda que fosse, para tantos bebedores de cerveja. Fogão havia, mas ocioso, pois nenhum de nós fritava um ovo.
Teria ficado indefinidamente em tal moquiço2 , se um dos comparsas, exasperado, não me houvesse proposto alugar coisa menos deprimente. ________ mais dois apartamentos, ambos excelentes, que também não foi preciso garimpar. O mesmo se diga de um terceiro, o atual, no qual estou ______ quase 28 anos e do qual não pretendo arredar pé – a não ser que o referido pé já não ______ conta dos 24 degraus que me trazem a este primeiro andar.

(Humberto Werneck. Fobia imobiliária. www.estadao.com.br, 02.10.2020. Adaptado)

1 antípoda: aquele tem característica oposta.
2 moquiço: habitação rústica, desprovida de conforto.

O trecho “Deus, ou alguém por Ele, me poupou de uns tantos pesadelos” (1º parágrafo) pode ser explicado, segundo o que se afirma no texto, pela passagem:
  • A: Respeitemos o time dos que procuram na esperança de não encontrar. (2º parágrafo)
  • B: A simples ideia de empreender uma reforma me levaria a buscar um novo pouso… (2º parágrafo)
  • C: Caiu do céu uma proposta para dividir apartamento com um colega. (4º parágrafo)
  • D: … o mesmo apartamento, de apenas um quarto e sala microscópica… (4º parágrafo)
  • E: Fogão havia, mas ocioso, pois nenhum de nós fritava um ovo. (4º parágrafo)

Leia o texto para responder a questão.

Deus, ou alguém por Ele, me poupou de uns tantos pesadelos. É nisso que penso enquanto o camarada à minha frente, com incontida excitação, vai fazendo o pormenorizado relato de sua batalha para alugar apartamento. Já esteve em duas dúzias de endereços, contabiliza, e em outros tantos pretende estar, pois em cada um achou defeito. Longe de se lamentar, está feliz. À beira da euforia, parece governado pela convicção de que o bom não é achar, é procurar. Prazer que exige dele ver imperfeição onde não tem.
Respeitemos o time dos que procuram na esperança de não encontrar – de certa forma aparentados com aqueles que inventam pretexto para estar o tempo todo reformando a casa. São, uns e outros, meus antípodas1 . A simples ideia de empreender uma reforma me levaria a buscar um novo pouso – se também essa perspectiva não me trouxesse pânico. Problema da minha exclusiva terapia, eu sei. E, a esta altura da vida, já não há divã que dê jeito na fobia imobiliária de quem jamais se lançou numa peregrinação em busca de poleiro.
No entanto, ciente das minhas dificuldades nesse particular, houve um dia, meio século atrás, em que, com poucos meses de São Paulo, e pendurado ainda na generosidade do casal que me acolheu de mala e cuia, achei que era hora de providenciar cafofo próprio.
Caiu do céu uma proposta para dividir apartamento com um colega. É bem verdade que o edifício ainda não estava concluído e talvez fôssemos ali, o Sérgio e eu, os únicos moradores, pois não me lembro de vizinhos. Se mais gente veio, foi para o mesmo apartamento, de apenas um quarto e sala microscópica, mas onde, em dado momento, se espremeram quatro rapazes, todos do ramo jornalístico. E nem a nossa juventude explicaria a indiferença coletiva ante o fato de não haver ali uma geladeira, por miúda que fosse, para tantos bebedores de cerveja. Fogão havia, mas ocioso, pois nenhum de nós fritava um ovo.
Teria ficado indefinidamente em tal moquiço2 , se um dos comparsas, exasperado, não me houvesse proposto alugar coisa menos deprimente. ________ mais dois apartamentos, ambos excelentes, que também não foi preciso garimpar. O mesmo se diga de um terceiro, o atual, no qual estou ______ quase 28 anos e do qual não pretendo arredar pé – a não ser que o referido pé já não ______ conta dos 24 degraus que me trazem a este primeiro andar.

(Humberto Werneck. Fobia imobiliária. www.estadao.com.br, 02.10.2020. Adaptado)

1 antípoda: aquele tem característica oposta.
2 moquiço: habitação rústica, desprovida de conforto.

Assinale a alternativa em que vocábulo destacado foi empregado, no contexto em que se encontra, em sentido figurado:
  • A: … vai fazendo o pormenorizado relato de sua batalha para alugar apartamento. (1º parágrafo)
  • B: Já esteve em duas dúzias de endereços, contabiliza, e em outros tantos… (1º parágrafo)
  • C: … aqueles que inventam pretexto para estar o tempo todo reformando a casa. (2º parágrafo)
  • D: No entanto, ciente das minhas dificuldades nesse particular, houve um dia… (3º parágrafo)
  • E: … se um dos comparsas, exasperado, não me houvesse proposto alugar coisa menos deprimente. (5º parágrafo)

O acréscimo de uma vírgula mantém a correção gramatical no trecho:
  • A: … vai fazendo o pormenorizado relato, de sua batalha para alugar apartamento.
  • B: … de certa forma, aparentados com aqueles que inventam pretexto para estar o tempo todo…
  • C: A simples ideia de empreender uma reforma, me levaria a buscar um novo pouso…
  • D: É bem verdade que, o edifício ainda não estava concluído e talvez fôssemos ali, o Sérgio e eu…
  • E: E nem a nossa juventude, explicaria a indiferença coletiva ante o fato de não haver ali uma geladeira…

Leia o texto para responder a questão.

Deus, ou alguém por Ele, me poupou de uns tantos pesadelos. É nisso que penso enquanto o camarada à minha frente, com incontida excitação, vai fazendo o pormenorizado relato de sua batalha para alugar apartamento. Já esteve em duas dúzias de endereços, contabiliza, e em outros tantos pretende estar, pois em cada um achou defeito. Longe de se lamentar, está feliz. À beira da euforia, parece governado pela convicção de que o bom não é achar, é procurar. Prazer que exige dele ver imperfeição onde não tem.
Respeitemos o time dos que procuram na esperança de não encontrar – de certa forma aparentados com aqueles que inventam pretexto para estar o tempo todo reformando a casa. São, uns e outros, meus antípodas1 . A simples ideia de empreender uma reforma me levaria a buscar um novo pouso – se também essa perspectiva não me trouxesse pânico. Problema da minha exclusiva terapia, eu sei. E, a esta altura da vida, já não há divã que dê jeito na fobia imobiliária de quem jamais se lançou numa peregrinação em busca de poleiro.
No entanto, ciente das minhas dificuldades nesse particular, houve um dia, meio século atrás, em que, com poucos meses de São Paulo, e pendurado ainda na generosidade do casal que me acolheu de mala e cuia, achei que era hora de providenciar cafofo próprio.
Caiu do céu uma proposta para dividir apartamento com um colega. É bem verdade que o edifício ainda não estava concluído e talvez fôssemos ali, o Sérgio e eu, os únicos moradores, pois não me lembro de vizinhos. Se mais gente veio, foi para o mesmo apartamento, de apenas um quarto e sala microscópica, mas onde, em dado momento, se espremeram quatro rapazes, todos do ramo jornalístico. E nem a nossa juventude explicaria a indiferença coletiva ante o fato de não haver ali uma geladeira, por miúda que fosse, para tantos bebedores de cerveja. Fogão havia, mas ocioso, pois nenhum de nós fritava um ovo.
Teria ficado indefinidamente em tal moquiço2 , se um dos comparsas, exasperado, não me houvesse proposto alugar coisa menos deprimente. ________ mais dois apartamentos, ambos excelentes, que também não foi preciso garimpar. O mesmo se diga de um terceiro, o atual, no qual estou ______ quase 28 anos e do qual não pretendo arredar pé – a não ser que o referido pé já não ______ conta dos 24 degraus que me trazem a este primeiro andar.

(Humberto Werneck. Fobia imobiliária. www.estadao.com.br, 02.10.2020. Adaptado)

1 antípoda: aquele tem característica oposta.
2 moquiço: habitação rústica, desprovida de conforto.


No trecho “Problema da minha exclusiva terapia, eu sei. E, a esta altura da vida, já não há divã que dê jeito na fobia imobiliária…” (2º parágrafo), o vocábulo E, em destaque, pode ser substituído, sem prejuízo do sentido e da correção gramatical, por:
  • A: Como
  • B: Embora
  • C: Mas
  • D: Pois
  • E: Porque

Assinale a alternativa em que o termo entre parênteses substitui corretamente a expressão.
  • A: alugar apartamento (aluga-o).
  • B: respeitemos o time (respeitemo-lhe).
  • C: inventam pretexto (inventam-o).
  • D: empreender uma reforma (empreendê-la).
  • E: trouxesse pânico (trouxesse-lhe).

Assinale a alternativa em que a frase está correta quanto à regência e ao emprego do acento indicativo de crase.
  • A: O jovem jornalista chegou imaginar que ficaria um tempo à casa dos amigos, mas não tanto.
  • B: A sua rotina em uma das casas em que morou limitava-se à beber cerveja com seus colegas.
  • C: A compulsão em procurar não deve se sobrepor à vontade em achar um lugar para morar.
  • D: Quem procura apartamento necessita de um pouco de sorte e estar aberto à perambulação.
  • E: Qualquer imóvel está sujeito à problema, o que significa que será difícil encontrar um perfeito.

(Chargista Lute. https://www.hojeemdia.com.br, 08.12.2022)

Leia a charge para responder à questão.

Considerando as informações verbais e não verbais, conclui-se corretamente que a menina
  • A: quer agradar à mãe, pois vive uma situação de perigo.
  • B: está tranquila no momento assim como o homem ao celular.
  • C: pede os pés de pato devido a uma situação de perigo que enfrenta.
  • D: espera ganhar o tênis, mesmo pedindo uns pés de pato.
  • E: atende ao pedido da mãe e decide pedir outro presente.

(Chargista Lute. https://www.hojeemdia.com.br, 08.12.2022)

Leia a charge para responder à questão.

Na fala da menina – Fala com a mãe que mudei de ideia! –, a palavra “que” pertence à mesma classe de palavra e tem o mesmo emprego que o termo destacado em:
  • A: O animal, que estava preso por ser muito feroz, era bem assustador.
  • B: Eles eram tão engraçados que, só de olhar-lhes a cara, a gente ria.
  • C: “Que dia maravilhoso!”, disse o rapaz ao abrir a janela do quarto.
  • D: Todos os turistas que passaram pelo parque admiraram o cajueiro.
  • E: A maioria dos alunos concluiu que a prova estava bem tranquila.

Leia o texto para responder à questão.

O “flâneur” é uma figura ligada a um tempo, um lugar e uma pessoa. O tempo é meado do século 19. O lugar é Paris, após as grandes reformas urbanas. A pessoa é o poeta Charles Baudelaire. Incensado pelo filósofo Walter Benjamin, o “flâneur” virou um ícone das contradições da modernidade após as grandes reformas urbanas.
Caminhar sem destino desafiava o utilitarismo. Andar devagar desafiava a eficiência. Observar tudo sem comprar nada desafiava o capitalismo.
Com o tempo, a palavra se soltou das amarras e ganhou novos usos. Flanar é andar sem destino, coletando experiências. E esse sentido pode ser a chave para explorar uma cidade contemporânea, seja ela desconhecida, seja ela onde você mora.
Para mim, as melhores caminhadas são sempre em cidades antigas. Assim é em Roma ou na pequena San Gimignano, onde sentei para comer uma pizza e ganhei amigos para a vida inteira. Em Nara, a antiga capital japonesa, saí de um restaurante e dei de cara com um veadinho, pulando feliz entre as ruas vazias.
Mesmo no lugar onde moro, São Paulo, às vezes consigo ter essa sensação de andar por uma cidade desconhecida, apenas por virar numa rua em vez de seguir em frente. Ao chegar a uma praça que nunca vi, serei recompensado com a visão de crianças brincando, adultos entrando numa academia de bairro, uma pessoa lendo um inesperado livro no ponto de ônibus e talvez até um vendedor de milho verde.
Ao planejar seus passeios, brasileiros sempre se preocupam — com razão — com a segurança. Nas suas caminhadas, cada um vai montar sua estratégia e andar onde se sente confortável. Você vai se perder, mas vai encontrar o caminho. E, de quebra, vai chegar ao final uma pessoa um pouquinho diferente.

(Mauro Calliari, “A arte de flanar, um convite para aproveitar as pequenas coisas que as cidades oferecem”. https://www1.folha.uol.com.br, 07.07.2023. Adaptado)

No primeiro parágrafo, ao afirmar que “o ‘flâneur’ virou um ícone das contradições da modernidade após as grandes reformas urbanas”, o autor considera que isso decorre
  • A: da visão própria do ‘flâneur’ em relação ao espaço das cidades, que opõe à visão utilitarista e capitalista da sociedade.
  • B: da maneira orgânica e planejada como o ‘flâneur’ concebe a sua existência em um espaço pessoal ou coletivo.
  • C: da intenção deliberada do ‘flâneur’ em harmonizar-se com as transformações que vinham impor-se nas grandes cidades.
  • D: do recurso do ‘flâneur’ ao desafio à eficiência, ainda que viesse a aceitar com placidez as grandes reformas urbanas.
  • E: do modelo de interação humana em que o ‘flâneur’ vive de forma desconstruída, aceitando o novo cenário urbano.

Leia o texto para responder à questão.

O “flâneur” é uma figura ligada a um tempo, um lugar e uma pessoa. O tempo é meado do século 19. O lugar é Paris, após as grandes reformas urbanas. A pessoa é o poeta Charles Baudelaire. Incensado pelo filósofo Walter Benjamin, o “flâneur” virou um ícone das contradições da modernidade após as grandes reformas urbanas.
Caminhar sem destino desafiava o utilitarismo. Andar devagar desafiava a eficiência. Observar tudo sem comprar nada desafiava o capitalismo.
Com o tempo, a palavra se soltou das amarras e ganhou novos usos. Flanar é andar sem destino, coletando experiências. E esse sentido pode ser a chave para explorar uma cidade contemporânea, seja ela desconhecida, seja ela onde você mora.
Para mim, as melhores caminhadas são sempre em cidades antigas. Assim é em Roma ou na pequena San Gimignano, onde sentei para comer uma pizza e ganhei amigos para a vida inteira. Em Nara, a antiga capital japonesa, saí de um restaurante e dei de cara com um veadinho, pulando feliz entre as ruas vazias.
Mesmo no lugar onde moro, São Paulo, às vezes consigo ter essa sensação de andar por uma cidade desconhecida, apenas por virar numa rua em vez de seguir em frente. Ao chegar a uma praça que nunca vi, serei recompensado com a visão de crianças brincando, adultos entrando numa academia de bairro, uma pessoa lendo um inesperado livro no ponto de ônibus e talvez até um vendedor de milho verde.
Ao planejar seus passeios, brasileiros sempre se preocupam — com razão — com a segurança. Nas suas caminhadas, cada um vai montar sua estratégia e andar onde se sente confortável. Você vai se perder, mas vai encontrar o caminho. E, de quebra, vai chegar ao final uma pessoa um pouquinho diferente.

(Mauro Calliari, “A arte de flanar, um convite para aproveitar as pequenas coisas que as cidades oferecem”. https://www1.folha.uol.com.br, 07.07.2023. Adaptado)

Considere as passagens:
•  O tempo é meado do século 19. (1º parágrafo) •  Incensado pelo filósofo Walter Benjamin, o "flâneur" virou um ícone... (1º parágrafo) •  Caminhar sem destino desafiava o utilitarismo. (2º parágrafo)
Os termos destacados significam, correta e respectivamente:
  • A: algo aquém da metade; parâmetro; despertava.
  • B: algo além da metade; representante; afrontava.
  • C: bem próximo à metade; modelo; estimulava.
  • D: aproximadamente a metade; símbolo; opunha-se.
  • E: exatamente a metade; mito; harmonizava-se.

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