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      O empresário Luiz Figueiredo usou 1 150 painéis solares para cobrir o lago de sua fazenda e gerar a própria energia. O consultor Carlos Tabacow instalou 18 placas no teto de sua casa, o que lhe permitiu se livrar da conta de luz. No Rio, uma escola cobriu o telhado com 50 painéis e agora produz metade da energia que consome. Iniciativas como essas começaram a se espalhar pelo país e têm garantido uma escalada dos projetos de microgeração de energia solar no Brasil.
      Do ponto de vista climático, as condições são favoráveis, uma vez que a irradiação solar no Brasil é ideal para a produção elétrica. Ainda que hoje o mercado de equipamentos para captação de energia solar engatinhe no país, as condições climáticas propícias, aliadas ao fato de que no futuro os consumidores estarão cada vez mais aptos a gerar a própria energia, têm provocado uma corrida das empresas para conquistar um pedaço desse mercado.
(Renée Pereira. “Energia solar avança no Brasil e atrai empresas”. https://economia.estadao.com.br, 01.07.2018. Adaptado)



A locução “ainda que”, em destaque no segundo parágrafo do texto, é usada, no período em que se encontra, para estabelecer entre as orações uma relação de
  • A: oposição.
  • B: concessão.
  • C: explicação.
  • D: conclusão.
  • E: exemplificação.



       Quando me propus a escrever um texto sobre o filme “Pantera Negra”, eu pensei na possibilidade de escrever sobre todos os sentimentos que se misturavam em meu corpo e coração vendo o filme.
      Fui ver o filme sob muita expectativa, como todo o povo negro ao redor do mundo indo para as salas de cinema vestidos com suas melhores roupas — acho que eu nunca fui tão arrumada ver um filme —, como se fosse uma ocasião muito especial. E de fato foi.
      Em tempos em que a questão da representatividade negra ganha cada vez mais força na cultura nerd/geek, ver um herói negro é algo gratificante, muito forte e cheio de significado para o povo negro que curte esse universo.
      Diante disso, desde quando vi o trailer do filme pela primeira vez, eu não parei de pensar em um ponto importantíssimo: as crianças negras.
       Uma amiga me mostrou uma foto no Instagram que fez meu coração esquentar de felicidade: o seu filho, diante do cartaz do filme, vestido de Pantera Negra, com um sorriso enorme no rostinho. Uma busca rápida pela hashtag #BlackPanther, e o resultado são várias fotos de crianças com seus pais e responsáveis, meninos e meninas negras, de várias partes do mundo, sorrindo, usando com orgulho camisetinhas com o herói da vez estampado ou com a máscara do rei T’Challa cobrindo seus rostinhos, da mesma forma que o filho dessa minha amiga.
      Eu confesso que saí da sala do cinema sentindo um alívio imenso, porque talvez eu também tenha sido uma criança que precisava dessa carga de representatividade.
(Paula Silva. “Pantera Negra: finalmente um filme 100% negro!”. http://azmina.com.br, 07.03.2018. Adaptado)



Assinale a alternativa que contém ideias expressas no texto e escritas em conformidade com a norma-padrão da língua portuguesa.
  • A: A representatividade de que muitos precisam é enaltecida na sétima arte.
  • B: Paula Silva se propôs escrever um texto sobre o filme “Pantera Negra”.
  • C: Essa é a foto da criança vestida de Pantera Negra que lhe falei.
  • D: Muitas crianças tiraram fotos com uma máscara sob seus rostos.
  • E: Diante ao sucesso do filme, muitas questões podem ser abordadas.

       Quando me propus a escrever um texto sobre o filme “Pantera Negra”, eu pensei na possibilidade de escrever sobre todos os sentimentos que se misturavam em meu corpo e coração vendo o filme.
      Fui ver o filme sob muita expectativa, como todo o povo negro ao redor do mundo indo para as salas de cinema vestidos com suas melhores roupas — acho que eu nunca fui tão arrumada ver um filme —, como se fosse uma ocasião muito especial. E de fato foi.
      Em tempos em que a questão da representatividade negra ganha cada vez mais força na cultura nerd/geek, ver um herói negro é algo gratificante, muito forte e cheio de significado para o povo negro que curte esse universo.
      Diante disso, desde quando vi o trailer do filme pela primeira vez, eu não parei de pensar em um ponto importantíssimo: as crianças negras.
       Uma amiga me mostrou uma foto no Instagram que fez meu coração esquentar de felicidade: o seu filho, diante do cartaz do filme, vestido de Pantera Negra, com um sorriso enorme no rostinho. Uma busca rápida pela hashtag #BlackPanther, e o resultado são várias fotos de crianças com seus pais e responsáveis, meninos e meninas negras, de várias partes do mundo, sorrindo, usando com orgulho camisetinhas com o herói da vez estampado ou com a máscara do rei T’Challa cobrindo seus rostinhos, da mesma forma que o filho dessa minha amiga.
      Eu confesso que saí da sala do cinema sentindo um alívio imenso, porque talvez eu também tenha sido uma criança que precisava dessa carga de representatividade.
(Paula Silva. “Pantera Negra: finalmente um filme 100% negro!”. http://azmina.com.br, 07.03.2018. Adaptado)

Observando-se a colocação do pronome oblíquo átono em destaque, assinale a alternativa correta.
  • A: Se coloca, no 1° parágrafo do texto, uma contextualização ao leitor sobre as motivações da autora para escrever seu texto.
  • B: No 2° parágrafo do texto, a autora conta como estava vestida para ver o filme e como se sentia psicologicamente.
  • C: No 3° parágrafo, Paula Silva não furta-se a expressar como ela enxerga a importância de haver um super-herói negro.
  • D: O 4° e o 5° parágrafos são usados para que relate-se sobre as crianças negras, que finalmente se veem representadas.
  • E: No último parágrafo, a autora reflete sobre sua própria infância, pois talvez nunca viu-se tanta representatividade no cinema.





       Quando me propus a escrever um texto sobre o filme “Pantera Negra”, eu pensei na possibilidade de escrever sobre todos os sentimentos que se misturavam em meu corpo e coração vendo o filme.
      Fui ver o filme sob muita expectativa, como todo o povo negro ao redor do mundo indo para as salas de cinema vestidos com suas melhores roupas — acho que eu nunca fui tão arrumada ver um filme —, como se fosse uma ocasião muito especial. E de fato foi.
      Em tempos em que a questão da representatividade negra ganha cada vez mais força na cultura nerd/geek, ver um herói negro é algo gratificante, muito forte e cheio de significado para o povo negro que curte esse universo.
      Diante disso, desde quando vi o trailer do filme pela primeira vez, eu não parei de pensar em um ponto importantíssimo: as crianças negras.
       Uma amiga me mostrou uma foto no Instagram que fez meu coração esquentar de felicidade: o seu filho, diante do cartaz do filme, vestido de Pantera Negra, com um sorriso enorme no rostinho. Uma busca rápida pela hashtag #BlackPanther, e o resultado são várias fotos de crianças com seus pais e responsáveis, meninos e meninas negras, de várias partes do mundo, sorrindo, usando com orgulho camisetinhas com o herói da vez estampado ou com a máscara do rei T’Challa cobrindo seus rostinhos, da mesma forma que o filho dessa minha amiga.
      Eu confesso que saí da sala do cinema sentindo um alívio imenso, porque talvez eu também tenha sido uma criança que precisava dessa carga de representatividade.
(Paula Silva. “Pantera Negra: finalmente um filme 100% negro!”. http://azmina.com.br, 07.03.2018. Adaptado)




Quanto ao uso do sinal indicativo de crase, assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas da frase a seguir.
O lançamento de uma obra cinematográfica nos leva ____ querer discutir sobre ____ questões presentes nela, porque vêm ____ tona realidades muitas vezes próximas ____ pessoas.


 


  • A: a … as … à … às
  • B: à … as … a … as
  • C: a … às … a … às
  • D: à … as … à … às
  • E: a … às … à … as

            A nossa democracia é laica, mas nossas decisões políticas são tomadas sob a premissa de que Deus é – e sempre será – brasileiro. Queremos benefícios sem custos (e quem em sã consciência não quereria?).
            Exigimos que seja assim. Os custos hão de ser empurrados para algum momento indeterminado do futuro e cair sobre as costas de alguma entidade benévola não especificada, sem machucar ninguém. Algum dia alguém dá algum jeito e fica tudo certo. Deus resolve.
            A maioria dos brasileiros concorda com o controle de preço do diesel, e quer ainda o controle de preço da gasolina e do gás natural. Só não aceita ter que pagar a conta. A Petrobras que tenha um prejuízo. E quem vai cobri-lo? O Tesouro, essa entidade superior e fonte de riquezas.
            Não é um caso isolado. Todos pedem por mais gasto para suas causas e setores de preferência, sem nunca especificar quem vai ficar com a conta; essa fica para uma figura oculta, alguém com um bolso vasto e generoso. Há quem diga, inclusive, que o aumento de gastos vai aumentar a arrecadação; multiplicação milagrosa dos pães.
            Essa é a lógica que governa o Brasil desde 1500, consagrada na Constituição de 1988, tão pródiga em direitos para todo mundo. O direito é a manifestação do fiat* divino entre os homens: uma obrigação incondicional que a realidade – alguém – terá de dar algum jeito de cumprir.
         O problema é que acabou o “milagre econômico” – um crescimento acelerado e sem causas conhecidas, que ocorre apesar de todas as deficiências e entraves, esses sim muito bem conhecidos. Deus parece ter conseguido o green card** e nos abandonou.
            O que fazer? Uma alternativa é seguir confiando na intervenção divina até o fim, deixando o ajuste ao deus-dará. A corda estoura para o lado mais fraco, e voltamos ao caos primordial. A outra é ser impiedoso e olhar para a realidade com olhos de descrença.
            Para que alguns continuem ganhando, pessoas de carne e osso terão que pagar. E aí sim poderemos responder à pergunta que o Brasil é mestre em evitar: quem?
             O problema é que para as escamas caírem de nossos olhos também será necessário um milagre...
 
(Joel Pinheiro da Fonseca, Folha de S.Paulo, 12.06.2018. Adaptado)
 



*fiat: do latim, faça-se, haja; referência à frase bíblica: “faça-se a luz”.

** green card: cartão de residência permanente nos EUA.



Segundo o texto, a ideia contida na expressão “Deus resolve” corresponde à propensão dos brasileiros para
  • A: dedicar-se a combater excessos de despesas, evitando prejuízos indesejáveis.
  • B: enfrentar problemas financeiros, mesmo que pareçam de difícil solução.
  • C: ter os interesses atendidos, sem preocupação com as obrigações decorrentes.
  • D: atribuir a outrem a responsabilidade pelo surgimento de problemas difíceis de resolver.
  • E: apostar na intervenção de outros países no enfrentamento de questões socioeconômicas.

            A nossa democracia é laica, mas nossas decisões políticas são tomadas sob a premissa de que Deus é – e sempre será – brasileiro. Queremos benefícios sem custos (e quem em sã consciência não quereria?).
            Exigimos que seja assim. Os custos hão de ser empurrados para algum momento indeterminado do futuro e cair sobre as costas de alguma entidade benévola não especificada, sem machucar ninguém. Algum dia alguém dá algum jeito e fica tudo certo. Deus resolve.
            A maioria dos brasileiros concorda com o controle de preço do diesel, e quer ainda o controle de preço da gasolina e do gás natural. Só não aceita ter que pagar a conta. A Petrobras que tenha um prejuízo. E quem vai cobri-lo? O Tesouro, essa entidade superior e fonte de riquezas.
            Não é um caso isolado. Todos pedem por mais gasto para suas causas e setores de preferência, sem nunca especificar quem vai ficar com a conta; essa fica para uma figura oculta, alguém com um bolso vasto e generoso. Há quem diga, inclusive, que o aumento de gastos vai aumentar a arrecadação; multiplicação milagrosa dos pães.
            Essa é a lógica que governa o Brasil desde 1500, consagrada na Constituição de 1988, tão pródiga em direitos para todo mundo. O direito é a manifestação do fiat* divino entre os homens: uma obrigação incondicional que a realidade – alguém – terá de dar algum jeito de cumprir.
         O problema é que acabou o “milagre econômico” – um crescimento acelerado e sem causas conhecidas, que ocorre apesar de todas as deficiências e entraves, esses sim muito bem conhecidos. Deus parece ter conseguido o green card** e nos abandonou.
            O que fazer? Uma alternativa é seguir confiando na intervenção divina até o fim, deixando o ajuste ao deus-dará. A corda estoura para o lado mais fraco, e voltamos ao caos primordial. A outra é ser impiedoso e olhar para a realidade com olhos de descrença.
            Para que alguns continuem ganhando, pessoas de carne e osso terão que pagar. E aí sim poderemos responder à pergunta que o Brasil é mestre em evitar: quem?
               O problema é que para as escamas caírem de nossos olhos também será necessário um milagre...
 
(Joel Pinheiro da Fonseca, Folha de S.Paulo, 12.06.2018. Adaptado)
 

*fiat: do latim, faça-se, haja; referência à frase bíblica: “faça-se a luz”.

** green card: cartão de residência permanente nos EUA.
O desenvolvimento das ideias do texto permite apontar, como um título que contraria a ideia de que “Deus resolve” e compatível com o ponto de vista do autor, a negação da seguinte máxima popular:
  • A: Deus é brasileiro.
  • B: A esperança é a última que morre.
  • C: Deus ajuda a quem cedo madruga.
  • D: Devagar se vai ao longe.
  • E: A voz do povo é a voz de Deus.

            A nossa democracia é laica, mas nossas decisões políticas são tomadas sob a premissa de que Deus é – e sempre será – brasileiro. Queremos benefícios sem custos (e quem em sã consciência não quereria?).
            Exigimos que seja assim. Os custos hão de ser empurrados para algum momento indeterminado do futuro e cair sobre as costas de alguma entidade benévola não especificada, sem machucar ninguém. Algum dia alguém dá algum jeito e fica tudo certo. Deus resolve.
            A maioria dos brasileiros concorda com o controle de preço do diesel, e quer ainda o controle de preço da gasolina e do gás natural. Só não aceita ter que pagar a conta. A Petrobras que tenha um prejuízo. E quem vai cobri-lo? O Tesouro, essa entidade superior e fonte de riquezas.
            Não é um caso isolado. Todos pedem por mais gasto para suas causas e setores de preferência, sem nunca especificar quem vai ficar com a conta; essa fica para uma figura oculta, alguém com um bolso vasto e generoso. Há quem diga, inclusive, que o aumento de gastos vai aumentar a arrecadação; multiplicação milagrosa dos pães.
            Essa é a lógica que governa o Brasil desde 1500, consagrada na Constituição de 1988, tão pródiga em direitos para todo mundo. O direito é a manifestação do fiat* divino entre os homens: uma obrigação incondicional que a realidade – alguém – terá de dar algum jeito de cumprir.
         O problema é que acabou o “milagre econômico” – um crescimento acelerado e sem causas conhecidas, que ocorre apesar de todas as deficiências e entraves, esses sim muito bem conhecidos. Deus parece ter conseguido o green card** e nos abandonou.
            O que fazer? Uma alternativa é seguir confiando na intervenção divina até o fim, deixando o ajuste ao deus-dará. A corda estoura para o lado mais fraco, e voltamos ao caos primordial. A outra é ser impiedoso e olhar para a realidade com olhos de descrença.
            Para que alguns continuem ganhando, pessoas de carne e osso terão que pagar. E aí sim poderemos responder à pergunta que o Brasil é mestre em evitar: quem?
               O problema é que para as escamas caírem de nossos olhos também será necessário um milagre...
 
(Joel Pinheiro da Fonseca, Folha de S.Paulo, 12.06.2018. Adaptado)
 


*fiat: do latim, faça-se, haja; referência à frase bíblica: “faça-se a luz”.
** green card: cartão de residência permanente nos EUA.



Associando-se as afirmações contidas no penúltimo e no último parágrafo, é correto afirmar que, no último, o autor se vale de expressão em sentido
  • A: figurado, para defender a ideia de que é melhor ocultar o fato de que a conta de benefícios concedidos a uns poucos deva caber a muitos outros.
  • B: figurado, para afirmar a descrença na possibilidade de o brasileiro conscientizar-se de que é inevitável a população arcar com o ônus de concessões feitas a alguns.
  • C: figurado, para assegurar que o brasileiro precisa ver os efeitos de medidas econômicas tomadas sem amparo na constituição de 1988, contrariando, pois, direitos de todos.
  • D: próprio, para levar o leitor a perceber que milagres econômicos não se repetem e que é preciso que o enfrentamento da realidade seja assumido sem medo.
  • E: próprio, para contradizer a ideia de que o país atravessa uma fase de crise econômica, que o impede de ver as necessidades reais da parcela mais pobre da população.

            A nossa democracia é laica, mas nossas decisões políticas são tomadas sob a premissa de que Deus é – e sempre será – brasileiro. Queremos benefícios sem custos (e quem em sã consciência não quereria?).
            Exigimos que seja assim. Os custos hão de ser empurrados para algum momento indeterminado do futuro e cair sobre as costas de alguma entidade benévola não especificada, sem machucar ninguém. Algum dia alguém dá algum jeito e fica tudo certo. Deus resolve.
            A maioria dos brasileiros concorda com o controle de preço do diesel, e quer ainda o controle de preço da gasolina e do gás natural. Só não aceita ter que pagar a conta. A Petrobras que tenha um prejuízo. E quem vai cobri-lo? O Tesouro, essa entidade superior e fonte de riquezas.
            Não é um caso isolado. Todos pedem por mais gasto para suas causas e setores de preferência, sem nunca especificar quem vai ficar com a conta; essa fica para uma figura oculta, alguém com um bolso vasto e generoso. Há quem diga, inclusive, que o aumento de gastos vai aumentar a arrecadação; multiplicação milagrosa dos pães.
            Essa é a lógica que governa o Brasil desde 1500, consagrada na Constituição de 1988, tão pródiga em direitos para todo mundo. O direito é a manifestação do fiat* divino entre os homens: uma obrigação incondicional que a realidade – alguém – terá de dar algum jeito de cumprir.
         O problema é que acabou o “milagre econômico” – um crescimento acelerado e sem causas conhecidas, que ocorre apesar de todas as deficiências e entraves, esses sim muito bem conhecidos. Deus parece ter conseguido o green card** e nos abandonou.
            O que fazer? Uma alternativa é seguir confiando na intervenção divina até o fim, deixando o ajuste ao deus-dará. A corda estoura para o lado mais fraco, e voltamos ao caos primordial. A outra é ser impiedoso e olhar para a realidade com olhos de descrença.
            Para que alguns continuem ganhando, pessoas de carne e osso terão que pagar. E aí sim poderemos responder à pergunta que o Brasil é mestre em evitar: quem?
               O problema é que para as escamas caírem de nossos olhos também será necessário um milagre...
 
(Joel Pinheiro da Fonseca, Folha de S.Paulo, 12.06.2018. Adaptado)
 



*fiat: do latim, faça-se, haja; referência à frase bíblica: “faça-se a luz”.

** green card: cartão de residência permanente nos EUA.





Considere as expressões destacadas nas passagens:

• Exigimos que seja assim. (2º parágrafo) / • ... multiplicação milagrosa dos pães. (4º parágrafo) / • E aí sim... (penúltimo parágrafo)Elas retomam, correta e respectivamente, as seguintes informações do texto:

  • A: • ... e quem em sã consciência não quereria? / • ... essa fica para uma figura oculta, alguém com um bolso vasto e generoso. / • Para que alguns continuem ganhando...
  • B: • Queremos benefícios sem custos... / • ... o aumento de gastos vai aumentar a arrecadação... / • ... pessoas de carne e osso terão que pagar.
  • C: • ... nossas decisões políticas são tomadas sob a premissa de que Deus é – e sempre será – brasileiro. / • ... o aumento de gastos vai aumentar a arrecadação... / • Para que alguns continuem ganhando.
  • D: • ... e quem em sã consciência não quereria? / • Todos pedem por mais gasto para suas causas e setores de preferência... • ... pessoas de carne e osso terão que pagar.
  • E: • Queremos benefícios sem custos... / • Todos pedem por mais gasto para suas causas e setores de preferência... / • ... poderemos responder à pergunta que o Brasil é mestre em evitar: quem?



            A nossa democracia é laica, mas nossas decisões políticas são tomadas sob a premissa de que Deus é – e sempre será – brasileiro. Queremos benefícios sem custos (e quem em sã consciência não quereria?).
            Exigimos que seja assim. Os custos hão de ser empurrados para algum momento indeterminado do futuro e cair sobre as costas de alguma entidade benévola não especificada, sem machucar ninguém. Algum dia alguém dá algum jeito e fica tudo certo. Deus resolve.
            A maioria dos brasileiros concorda com o controle de preço do diesel, e quer ainda o controle de preço da gasolina e do gás natural. Só não aceita ter que pagar a conta. A Petrobras que tenha um prejuízo. E quem vai cobri-lo? O Tesouro, essa entidade superior e fonte de riquezas.
            Não é um caso isolado. Todos pedem por mais gasto para suas causas e setores de preferência, sem nunca especificar quem vai ficar com a conta; essa fica para uma figura oculta, alguém com um bolso vasto e generoso. Há quem diga, inclusive, que o aumento de gastos vai aumentar a arrecadação; multiplicação milagrosa dos pães.
            Essa é a lógica que governa o Brasil desde 1500, consagrada na Constituição de 1988, tão pródiga em direitos para todo mundo. O direito é a manifestação do fiat* divino entre os homens: uma obrigação incondicional que a realidade – alguém – terá de dar algum jeito de cumprir.
         O problema é que acabou o “milagre econômico” – um crescimento acelerado e sem causas conhecidas, que ocorre apesar de todas as deficiências e entraves, esses sim muito bem conhecidos. Deus parece ter conseguido o green card** e nos abandonou.
            O que fazer? Uma alternativa é seguir confiando na intervenção divina até o fim, deixando o ajuste ao deus-dará. A corda estoura para o lado mais fraco, e voltamos ao caos primordial. A outra é ser impiedoso e olhar para a realidade com olhos de descrença.
            Para que alguns continuem ganhando, pessoas de carne e osso terão que pagar. E aí sim poderemos responder à pergunta que o Brasil é mestre em evitar: quem?
               O problema é que para as escamas caírem de nossos olhos também será necessário um milagre...
 
(Joel Pinheiro da Fonseca, Folha de S.Paulo, 12.06.2018. Adaptado)
*fiat: do latim, faça-se, haja; referência à frase bíblica: “faça-se a luz”.

** green card: cartão de residência permanente nos EUA.



No primeiro parágrafo, o emprego do travessão duplo e dos parênteses cumpre a finalidade de intercalar comentários do autor que expressam, respectivamente,
  • A: certeza e finalidade.
  • B: possibilidade e incerteza.
  • C: advertência e convicção.
  • D: discordância e hipótese.
  • E: convicção e suposição.



            A nossa democracia é laica, mas nossas decisões políticas são tomadas sob a premissa de que Deus é – e sempre será – brasileiro. Queremos benefícios sem custos (e quem em sã consciência não quereria?).
            Exigimos que seja assim. Os custos hão de ser empurrados para algum momento indeterminado do futuro e cair sobre as costas de alguma entidade benévola não especificada, sem machucar ninguém. Algum dia alguém dá algum jeito e fica tudo certo. Deus resolve.
            A maioria dos brasileiros concorda com o controle de preço do diesel, e quer ainda o controle de preço da gasolina e do gás natural. Só não aceita ter que pagar a conta. A Petrobras que tenha um prejuízo. E quem vai cobri-lo? O Tesouro, essa entidade superior e fonte de riquezas.
            Não é um caso isolado. Todos pedem por mais gasto para suas causas e setores de preferência, sem nunca especificar quem vai ficar com a conta; essa fica para uma figura oculta, alguém com um bolso vasto e generoso. Há quem diga, inclusive, que o aumento de gastos vai aumentar a arrecadação; multiplicação milagrosa dos pães.
            Essa é a lógica que governa o Brasil desde 1500, consagrada na Constituição de 1988, tão pródiga em direitos para todo mundo. O direito é a manifestação do fiat* divino entre os homens: uma obrigação incondicional que a realidade – alguém – terá de dar algum jeito de cumprir.
         O problema é que acabou o “milagre econômico” – um crescimento acelerado e sem causas conhecidas, que ocorre apesar de todas as deficiências e entraves, esses sim muito bem conhecidos. Deus parece ter conseguido o green card** e nos abandonou.
            O que fazer? Uma alternativa é seguir confiando na intervenção divina até o fim, deixando o ajuste ao deus-dará. A corda estoura para o lado mais fraco, e voltamos ao caos primordial. A outra é ser impiedoso e olhar para a realidade com olhos de descrença.
            Para que alguns continuem ganhando, pessoas de carne e osso terão que pagar. E aí sim poderemos responder à pergunta que o Brasil é mestre em evitar: quem?
               O problema é que para as escamas caírem de nossos olhos também será necessário um milagre...
 
(Joel Pinheiro da Fonseca, Folha de S.Paulo, 12.06.2018. Adaptado)
 

*fiat: do latim, faça-se, haja; referência à frase bíblica: “faça-se a luz”.

** green card: cartão de residência permanente nos EUA.



 

 

Assinale a alternativa que preenche as lacunas do trecho adaptado, de acordo com a norma-padrão de colocação de pronomes e de emprego do sinal de crase.
Nunca ________ de um caso isolado. ________ por mais gasto para causas e setores de preferência, sem nunca especificar ________ quem cabia a conta; essa ficava para uma figura oculta, alguém com um bolso vasto e generoso. Geralmente ________ que, com o aumento de gastos, ________ pretendida arrecadação.

  • A: se tratava ... Se pedia ... à ... acreditava-se ... se chegaria a
  • B: tratava-se ... Pedia-se ... a ... se acreditava ... chegaria-se à
  • C: tratava-se ... Se pedia ... à ... acreditava-se ... chegaria-se a
  • D: se tratava ... Pedia-se ... a ... se acreditava ... se chegaria à
  • E: se tratava ... Pedia-se ... a ... acreditava-se ... se chegaria a

Exibindo de 19481 até 19490 de 24771 questões.