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Entre os diversos tipos de frases há as interrogativas e, entre essas, há aquelas que são chamadas de interrogações retóricas; a pergunta retórica abaixo cuja resposta está contida na pergunta é:
  • A: Você pode fechar a janela, por favor?
  • B: Esse político está falando a verdade?
  • C: O senhor poderia falar mais alto?
  • D: Eu já não tinha dito isso?
  • E: Quem nunca sentiu medo?

Assinale a frase abaixo que exemplifica uma interrogação direta e não uma interrogação indireta ou retórica.
  • A: Quem pode orgulhar-se de nunca se ter enganado?
  • B: Já não te disse isso antes?
  • C: Quem virá à festa?
  • D: O senhor pode andar mais depressa?
  • E: Você pode me dar licença?

“A arte de interrogar não é tão fácil como se pensa. É mais uma arte de mestres do que discípulos; é preciso já ter aprendido muitas coisas para saber perguntar o que não se sabe.”

A frase abaixo que mostra uma interrogação, ainda que indireta, é:
  • A: Sei o porquê de ele ter chegado atrasado;
  • B: Vi quando o táxi capotou;
  • C: Desconheço onde ele mora;
  • D: Vi como ela fez isso;
  • E: Queria conhecer todas as respostas.

“Acontece em toda parte, mas no Rio tem um jeito especial de acontecer que me emociona mais.” Assim começa Rubem Braga uma de suas admiráveis crônicas, reunidas no Um pé de milho e o Um pé de milho é para mim a melhor coisa desta semana de que me compete dar contas ao leitor. Portanto, e sem vacilação, lede o Um pé de milho; e lede-o à boa e santa maneira, não solicitando ao autor um exemplar, que o famoso Braga é, como qualquer um de nós, um proletário das letras.

Mas por que disse “cronista”? Grande poeta é o que ele é, e grande contista que, por uma imposição do temperamento, se furta à maçada de escrever contos. Não sei de muitos poemas, em nossa lira de hoje, que se comparem a “Passeio à infância”, “Da praia”, “Choro”, coisas que o Braga displicente foi largando pelos jornais. Por sua vez, “Aula de inglês” e “Eu e Bebu na hora neutra da madrugada” são contos com preguiça de se tornarem contos. Já em “História do caminhão”, a identificação do gênero será mais complexa, pois a composição é atravessada por uma corrente de surrealismo que conduz o Braga pelos rumos mais extraordinários, sem que este aparentemente a controle. Controla, apesar de tudo. Em suma, cronista, contista, poeta, está-se vendo que o que ele é verdadeiramente é um dos nossos mais altos escritores. Um Machado de Assis tendo a mais a poesia, a dolência e a pura comoção humana que são dons peculiares ao Braga.
(ANDRADE, Carlos Drummond de. In: Amor nenhum dispensa uma gota de ácido. Hélio de Seixas Guimarães (org.). São Paulo: Três Estrelas, 2019)

O autor questiona a si mesmo no seguinte trecho:
  • A: Mas por que disse “cronista”?
  • B: por uma imposição do temperamento, se furta à maçada de escrever contos.
  • C: está-se vendo que o que ele é verdadeiramente é um dos nossos mais altos escritores
  • D: Não sei de muitos poemas, em nossa lira de hoje, que se comparem a “Passeio à infância”
  • E: Controla, apesar de tudo.

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