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Leia o poema e assinale a alternativa correta.

Pequenos tormentos da vida
“De cada lado da sala de aula, pelas janelas altas, o / azul convida os meninos, / as nuvens desenrolam-se, lentas como quem vai inventando / preguiçosamente uma / história sem fim... Sem fim é a aula: e nada acontece, / nada... Bocejos e moscas. Se ao menos, pensa Margarida, se ao menos um / avião entrasse por uma janela e saísse por outra!” (Mário Quintana)

Existe hipérbole no trecho:
  • A: “Sem fim é a aula”.
  • B: “as nuvens desenrolam-se”.
  • C: “o azul convida os meninos”.
  • D: “se ao menos um avião entrasse por uma janela e saísse por outra”.

A hipérbole consiste no exagero da expressão de uma ideia (por exemplo: morrer de estudar, estourar de rir etc). Ocorre esse recurso expressivo no seguinte trecho:
  • A: olhou com espanto para os seus próprios pés.
  • B: um filho de funcionário público em nosso tempo.
  • C: erguia o dedo no ar e protestava, com ar ofendido.
  • D: um riso de fato diminutivo
  • E: um alemão da altura da catedral de Colônia.

Atenção: Leia a fábula “O cão adormecido e o lobo”, de Esopo, para responder à questão.

Um cão dormia diante de um estábulo quando um lobo o avistou e, depois de agarrá-lo, estava para comê-lo, mas ele começou a implorar ao lobo que não o sacrificasse naquele momento. “Agora”, disse ele, “estou magro e mirrado. Mas meus donos estão para realizar uma festa de casamento e, se você me deixar livre agora, no futuro estarei mais gordo para você me devorar.” O lobo se convenceu e o soltou. Alguns dias depois ele voltou e encontrou o cão dormindo no alto da casa. Então ele parou e falou para o cão descer, lembrando-o do compromisso. O cão respondeu: “Mas se você, lobo, me vir dormindo de novo diante do estábulo, não mais aguarde casamento!”

(Esopo. Fábulas completas. São Paulo: Cosac Naify, 2013)

Na construção da fábula, Esopo recorre fundamentalmente à seguinte figura de linguagem:
  • A: eufemismo.
  • B: personificação.
  • C: hipérbole.
  • D: antítese.
  • E: pleonasmo.

Atenção: Leia o conto “Casos de baleias”, de Carlos Drummond de Andrade, para responder à questão.

A baleia telegrafou ao superintendente da Pesca, queixando-se de que estava sendo caçada demais, e a continuar assim sua espécie desapareceria com prejuízo geral do meio ambiente e dos usuários.
O superintendente, em ofício, respondeu à baleia que não podia fazer nada senão recomendar que de duas baleias uma fosse poupada, e esta ganhasse número de registro para identificar-se.
Em face dessa resolução, todas as baleias providenciaram registro, e o obtiveram pela maneira como se obtêm essas coisas, à margem dos regulamentos. O mar ficou coalhado de números, que rabeavam alegremente, e o esguicho dos cetáceos, formando verdadeiros festivais no alto oceano, dava ideia de imenso jardim explodindo em repuxos, dourados de sol, ou prateados de lua.
Um inspetor da Superintendência, intrigado com o fato de que ninguém mais conseguia caçar baleia, pôs-se a examinar os livros e verificou que havia infinidade de números repetidos. Cancelou-se o registro, e os funcionários responsáveis pela fraude, jogados ao mar, foram devorados pelas baleias, que passaram a ser caçadas indiscriminadamente. A recomendação internacional para suspender a caça por tempo indeterminado só alcançará duas baleias vivas, escondidas e fantasiadas de rochedo, no litoral do Espírito Santo.

(ANDRADE, Carlos Drummond de. Contos plausíveis. São Paulo: Companhia das Letras, 2012)

Na construção de seu conto, Drummond recorre fundamentalmente à seguinte figura de linguagem:
  • A: personificação.
  • B: pleonasmo.
  • C: antítese.
  • D: eufemismo.
  • E: hipérbole.

Avaliar e avaliar-se


Avaliar é atribuir algum valor a algo ou a alguém. Nesse sentido, nossa atenção recai em geral sobre o que ou quem está sendo avaliado. Um carro, um modo de vida, um governo, uma empresa, uma pessoa – imediatamente surge logo diante de nós o objeto de uma avaliação, na iminência ou no momento mesmo de ser qualificado. Mas pensa-se pouco no sujeito da avaliação: afinal, quem está avaliando? Não é uma pergunta que costuma se antepor a um processo de avaliação – e no entanto, esta depende, fundamentalmente, dos critérios já assumidos pelo avaliador.

De fato, avaliar supõe faixas de mensuração dos valores atribuídos, que podem ir do barato ao caro, do fácil ao difícil, do belo ao feio, do necessário ao supérfluo etc. etc. O valor pode estar num extremo ou outro, ou em algum ponto de uma tábua valorativa onde os traços são flutuantes e problemáticos. Mas essa tábua não age por si mesma, e volta-se à pergunta mais que necessária: quem elegeu, graduou e opera essa tábua?

Ainda quando estudantes do ensino médio, foi-nos oferecida por uma professora a oportunidade de nos avaliarmos a nós mesmos. A atribuição obrigatória da nota do trabalho de cada um a cada um estaria reservada. Olhamo-nos, intrigados. À primeira vista, parecia ser aquela uma oportunidade de ouro para todo mundo se dar a nota máxima... Mas, no momento seguinte, sentimos que estávamos sendo convocados para uma tarefa superior, e nada oportunista: a de cada um revelar para si mesmo que tipo de ética havia dentro de si, que valores lhe caberia defender como verdadeiros. A professora nos oferecia, assim, um espelho crítico diante do qual podíamos fazer alguma micagem ou reconhecer e enfrentar a verdade dos nossos limites. Foi uma lição preciosa, nada fácil, aliás, de se sustentar com a honestidade que ela reclama.

(ALBUQUERQUE, Silvério. Notas de escola. Aguardando edição)

O autor se vale de um recurso de linguagem figurada na seguinte construção:
  • A: pensa-se pouco no sujeito da avaliação (1º parágrafo)
  • B: quando estudantes do ensino médio (3º parágrafo)
  • C: quando estudantes do ensino médio (3º parágrafo)
  • D: foi-nos oferecida por uma professora uma oportunidade (3º parágrafo)
  • E: nos oferecia, assim, um espelho crítico (3º parágrafo)

Atenção: Leia a crônica “A casadeira”, de Carlos Drummond de Andrade, para responder à questão.

1. Testemunhei ontem, na loja de Copacabana, um acontecimento banal e maravilhoso. A senhora sentou-se na banqueta e cruzou elegantemente as pernas. O vendedor, agachado, calçou-lhe o par de sapatos. Ela se ergueu, ensaiou alguns passos airosos em frente do espelho, mirou-se, remirou-se, voltou à banqueta. O sapato foi substituído por outro. Seguiu-se na mesma autocontemplação, e o novo par de sapatos foi experimentado, e nova verificação especular. Isso, infinitas vezes. No semblante do vendedor, nem cansaço, nem impaciência. Explica-se: a cliente não refugava os sapatos experimentados. Adquiria-os todos. Adquiriu dozes pares, se bem contei.
2. − Ela está fazendo sua reforma de base? − perguntei a outro vendedor, que sorriu e esclareceu:
3. − A de base e a civil. Vai se casar pela terceira vez.
4. − Coitada... Vocação de viúva.
5. − Não é isso, senhor. Os dois primeiros maridos estão vivos. É casadeira, sabe como é?
6. Não me pareceu que, para casar pela terceira vez, ela tivesse necessidade de tanto calçamento. Oito ou nove pares seriam talvez para irmãs de pé igual ao seu, que ficaram em casa? Hipótese boba, que formulei e repeli incontinente. Ninguém neste mundo tem pé igual ao de ninguém, nem sequer ao de si mesmo, quanto mais ao da irmã. Daí avancei para outra hipótese mais plausível. Aquela senhora, na aparência normal, devia ter pés suplementares, Deus me perdoe, e usava-os dois de cada vez, recolhendo os demais mediante uma organização anatômica (ou eletrônica) absolutamente inédita. Observei-a com atenção e zelo científico, na expectativa de movimento menos controlado, que denunciasse o segredo. Nada disso. Até onde se podia perceber, eram apenas duas pernas, e bem agradáveis, terminando em dois exclusivos pés, de esbelto formato.
7. Assim, a coleção era mesmo para casar − e fiquei conjeturando que o casamento é uma rara coisa, exigindo a todo instante que a mulher troque de sapato, não se sabe bem para quê − a menos que os vá perdendo no afã de atirá-los sobre o marido, e eles (não o marido) sumam pela janela do apartamento.
8. A senhora pagou − não em dinheiro ou cheque, mas com um sorriso que mandava receber num lugar bastante acreditado, pois já reparei que as maiores compras são sempre pagas nele, e aos comerciantes agrada-lhes o sistema. As caixas de sapato adquiridas foram transportadas para o carro, estacionado em frente à loja. Mentiria se dissesse que eram doze carros monumentais, com doze motoristas louros, de olhos azuis. Não. Era um carro só, simplesinho, sem motorista, nem precisava dele, pois logo se percebeu sua natureza de teleguiado. Sem manobra, flechou no espaço e sumiu, levando a noiva e seus doze pares de França, perdão! de sapatos. Eu preveni que o caso era banal e maravilhoso.


(Adaptado de: ANDRADE, Carlos Drummond de. Cadeira de balanço. São Paulo: Companhia das Letras, 2020)

O cronista lança mão da figura de linguagem conhecida como hipérbole em:
  • A: Hipótese boba, que formulei e repeli incontinente. (6º parágrafo)
  • B: Vai se casar pela terceira vez. (3º parágrafo)
  • C: Isso, infinitas vezes. (1º parágrafo)
  • D: − Coitada... Vocação de viúva. (4º parágrafo)
  • E: O sapato foi substituído por outro. (1º parágrafo)

Atenção: Leia o texto “Ardil da desrazão”, de Eduardo Giannetti, para responder à questão.

Imagine uma pessoa afivelada a uma cama com eletrodos colados em suas têmporas. Ao se girar um botão situado em local distante, a corrente elétrica nos eletrodos aumenta em grau infinitesimal, de modo que o paciente não chegue a sentir. Um hambúrguer gratuito é então ofertado a quem girar o botão. Ocorre, porém, que, quando milhares de pessoas fazem isso − sem que cada uma saiba das ações das demais −, a descarga elétrica gerada é suficiente para eletrocutar a vítima. Quem é responsável pelo quê? Algo tenebroso foi feito, mas de quem é a culpa? O efeito isolado de cada giro do botão é, por definição, imperceptível − são todos “torturadores inofensivos”. Mas o efeito conjunto é ofensivo ao extremo. Até que ponto a somatória de ínfimas partículas de culpa se acumula numa gigantesca dívida moral coletiva? − O experimento mental concebido pelo filósofo britânico Derek Parfit dá o que pensar. A mudança climática em curso equivale a uma espécie de eletrocussão da biosfera. Quem a deseja? A quem interessa? O ardil da desrazão vira do avesso a “mão invisível” da economia clássica. O aquecimento global é fruto da alquimia perversa de incontáveis ações humanas, mas não resulta de nenhuma intenção humana. E quem assume − ou deveria assumir − a culpa por ele? Os 7 bilhões de habitantes da Terra pertencem a três grupos: o primeiro bilhão, no cobiçado topo da escala de consumo, responde por 50% das emissões de gases-estufa; os 3 bilhões seguintes por 45%; e os 3 bilhões na base da pirâmide (metade sem acesso a eletricidade) por 5%. Por seu modo de vida, situação geográfica e vulnerabilidade material, este último grupo − o único inocente − é o mais tragicamente afetado pelo “giro de botão” dos demais.

(GIANNETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 2016)

Pode ser considerada paradoxal a seguinte expressão empregada no texto:
  • A: efeito isolado.
  • B: torturadores inofensivos.
  • C: ínfimas partículas.
  • D: intenção humana.
  • E: vulnerabilidade material.

A matemática, vista corretamente, possui não apenas verdade, mas também suprema beleza – uma beleza fria e austera, como a da escultura.” Bertrand Russell.

Assinale a opção que apresenta a afirmação adequada sobre os componentes desse pensamento.
  • A: O segmento “vista corretamente” indica a causa da oração seguinte.
  • B: Os segmentos “não apenas” e “mas também” indicam oposição de ideias.
  • C: As palavras “verdade” e “beleza” indicam valores que se contradizem na ciência matemática.
  • D: O termo “a” em “a da escultura” engloba a verdade e a beleza da matemática.
  • E: A comparação “como a da escultura” traz uma valorização artística da matemática.

Assinale a opção que apresenta a frase que contém uma metáfora explicada.
  • A: “Um homem que tem um milhão de dólares sente-se tão bem como se fosse rico.”
  • B: “Quem fica olhando o vento jamais semeará, quem fica olhando as nuvens jamais ceifará.”
  • C: “O capital é como água. Sempre flui por onde encontra menos obstáculos.”
  • D: “A única certeza do planejamento é que as coisas nunca ocorrem como planejadas.”
  • E: “Sabedoria é saber o que fazer; virtude é fazer.”

Poucos segundos depois, sai de dentro do hospital uma mulher, que julgo ser sua irmã.
O mesmo tipo de figura de linguagem presente no trecho destacado ocorre em:
  • A: Preferia os caminhos difíceis aos fáceis.
  • B: Ele era o principal protagonista da história.
  • C: Aquela atriz não sei de quem você está falando.
  • D: A gente ficou chocado com o que aconteceu ontem.
  • E: Muito valorizadas são as manifestações culturais brasileiras no exterior.

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