18/09/2025 13:38 - DECIO TERROR FILHO
A função metalinguística ocorre quando a linguagem fala sobre ela mesma, ou seja, quando o código é utilizado para explicar o próprio código.
Por exemplo, quando explicamos o significado de uma palavra, ou quando um texto fala sobre o próprio texto ou sobre a linguagem em si, temos a função metalinguística em ação. É dizer, por exemplo, “o que significa a palavra ‘resiliência’” ou afirmar que “a palavra ‘amor’ é um substantivo”.
Na alternativa (A), há um comentário sobre o comportamento de realizar tarefas, mostrando como a disposição de quem realiza pode alterar a dificuldade percebida. Não há explicação sobre o próprio uso da linguagem, e sim sobre um comportamento humano, portanto, não apresenta função metalinguística.
A alternativa (B) foi dada pela banca como correta. Porém, na frase, não se enxerga nenhum elemento da função metalinguística. Não percebemos nenhum elemento conceitual, explicativo.
Na realidade, há uma comparação sobre a facilidade das ideias, sonhos ou fantasias em relação às realizações concretas. Embora a frase use uma figura de linguagem, ela não está explicando o próprio código, a linguagem ou uma palavra. Trata-se de uma reflexão filosófica, não metalinguística.
Na alternativa (C), a frase compara ideais a estrelas, usando elementos poéticos para refletir sobre a natureza dos sonhos e desejos.
A comparação é seguida de um segmento explicativo:
Os ideais são como as estrelas: estão fora de nosso alcance.
Essa explicação (“estão fora de nosso alcance”) traz o motivo de os ideias serem percebidos como estrelas. Assim, cabe a percepção de metalinguagem, como a própria banca já vem cobrando em outras provas.
Assim, a alternativa (C) poderia ser o gabarito da questão, mas a (B) não tem qualquer possibilidade linguística.
Na alternativa (D), há uma comparação para expressar ingenuidade. A frase explora mais uma vez a função poética ou conotativa da linguagem, sem nenhum traço da função metalinguística, pois não faz comentário ou explicação sobre o próprio código.
Na alternativa (E), o que se observa é a manifestação de uma opinião pessoal sobre o prazer obtido diante da impertinência. É uma frase de teor subjetivo, ligada à expressão de sentimentos (função emotiva), e não de explicação do código, o que afasta a ideia de função metalinguística.
Gabarito: B (erro da banca)